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Antologia poética

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Poucos autores brasileiros foram tão conscientes no exame da própria obra como Carlos Drummond de Andrade.O poeta mineiro era organizado, cioso do seu ofício e sabia exatamente o seu tamanho na trajetória da poesia brasileira do século XX.Prova disso é a Antologia poética, reunida e organizada pelo próprio Drummond em 1962 - quando o poeta completava 60 anos de idade e 30 de intensa atividade literária -, e uma das melhores portas de acesso para quem deseja conhecer a imensa obra do itabirano. E ninguém melhor que o próprio Drummond para reunir desde poemas clássicos de seu percurso até outras peças menos conhecidas.O amor, a morte, a memória, a família e o passado brasileiro comparecem neste alentadíssimo conjunto de poemas, organizados em nove seções. Completa o volume um esclarecedor ensaio do poeta Antonio Cicero.

400 pages, Kindle Edition

First published January 1, 1962

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About the author

Carlos Drummond de Andrade

244 books475 followers
Carlos Drummond de Andrade foi um poeta, contista e cronista brasileiro. Formou-se em Farmácia, em 1925; no mesmo ano, fundava, com Emílio Moura e outros escritores mineiros, o periódico modernista "A Revista". Em 1934 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde assumiu o cargo de chefe de gabinete de Gustavo Capanema, Ministro da Educação e Saúde, que ocuparia até 1945. Durante esse período, colaborou, como jornalista literário, para vários periódicos, principalmente o Correio da Manhã. Nos anos de 1950, passaria a dedicar-se cada vez mais integralmente à produção literária, publicando poesia, contos, crônicas, literatura infantil e traduções. Entre suas principais obras poéticas estão os livros Alguma Poesia (1930), Sentimento do Mundo (1940), A Rosa do Povo (1945), Claro Enigma (1951), Poemas (1959), Lição de Coisas (1962), Boitempo (1968), Corpo (1984), além dos póstumos Poesia Errante (1988), Poesia e Prosa (1992) e Farewell (1996). Drummond produziu uma das obras mais significativas da poesia brasileira do século XX. Forte criador de imagens, sua obra tematiza a vida e os acontecimentos do mundo a partir dos problemas pessoais, em versos que ora focalizam o indivíduo, a terra natal, a família e os amigos, ora os embates sociais, o questionamento da existência, e a própria poesia.

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Displaying 1 - 30 of 39 reviews
Profile Image for Bel Rodrigues.
Author 4 books22.4k followers
July 24, 2017
"Não, meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo,
por isso me grito,
por isso freqüento os jornais, me exponho
cruamente nas livrarias:
preciso de todos."

Que. Livro.
Profile Image for Simone Audi.
122 reviews8 followers
January 21, 2021
“...nem era amor aquilo que se amava.
Nem era dor aquilo que doía;
ou dói, agora, quando já se foi?
Que dor se sabe dor, e não se extingue?...”

De qualidade indiscutível, esta antologia foi escolhida pelo próprio Drummond e contém alguns poemas já consagrados do autor, mas a maioria pouco conhecidos.
Profile Image for Ana.
148 reviews
July 9, 2019
estrambote melancolico

Tenho saudade de mim mesmo, saudade
sob aparência de remorso,
de tanto que não fui, a sós, a esmo,
e de minha alta ausência em meu redor.
Tenho horror, tenho pena de mim mesmo
e tenho muitos outros sentimentos
violentos. Mas se esquivam no inventário,
e meu amor é triste como é vário,
e sendo vário é um só. Tenho carinho
por toda perda minha na corrente
que de mortos a vivos me carreia
e a mortos restitui o que era deles
mas em mim se guardava. A estrela-d’alva
penetra longamente seu espinho
(e cinco espinhos são) na minha mão.
Profile Image for Nicoly Caldeira.
56 reviews3 followers
April 4, 2020
[5/5] tenho nem o que falar desse livro. ele reúne a melhor poesia que já li na vida. poemas que eu simplesmente sinto tanto. drummond escrevia como ninguém, um nome único na história da literatura brasileira. esse livro é perfeito.
Profile Image for Suellen Rubira.
954 reviews89 followers
March 20, 2016
Essa reunião de poemas selecionados pelo próprio Drummond e isso já é por si só muito significativo, mas há tantos outros poemas dele que ficaram de fora. É interessante ver como o autor quis compor essa antologia, dividida em nove categorias, recriando a poética e fazendo a antologia não apenas uma compilação, mas um sentido em si mesma.
Profile Image for Roberto.
171 reviews24 followers
February 26, 2022
I decided trying to read, in this year, anthologies and collections of Brazilian poets with whom I most identify. This was the first collection of poems chosen by me.

The way in which the work was organized pleased me deeply. It was possible to understand the author's perspective on each theme. And, through the poems chosen, it was then possible to feel his sadness, the things he missed, his bittersweet memories and the small bits of happiness with which he sought to sustain himself psychologically over the years. Reading these texts, we certainly learn how to do that too, to put things in perspective and understand that even little joy can make us overcome a great disappointment or bypass a great boulder blocking our path.

During my teenage years, I had contact not with most, but with several of the poems contained here, being my favorites "Memória" and "Quadrilha". But I didn't know one that, specifically, fit my own story:

Os Bens e O Sangue, parte VI (something like "Legacy and Blood, part six)

"Os urubus no telhado:
E virá a companhia inglesa e por sua vez comprará tudo
e por sua vez perderá tudo e tudo volverá a nada
e secado o ouro escorrerá ferro, e secos morros de ferro
taparão o vale sinistro onde não mais haverá privilégios,
e se irão os últimos escravos, e virão os primeiros camaradas;
e a besta Belisa renderá os arrogantes corcéis da monarquia,
e a vaca Belisa dará leite no curral vazio para o menino doentio,
e o menino crescerá sombrio, e os antepassados no cemitério
se rirão se rirão porque os mortos não choram."
Profile Image for Camila.
234 reviews20 followers
November 27, 2021
É lindo o que Drummond consegue fazer com as palavras, ele é dono delas e brinca de uma forma muito natural. É tocante demais ler seu amor por Minas, sua relação com sua cidade natal e as reminiscências sobre sua família, além de experimentos com a poesia, é um seção curta mas extremamente divertida.
Até então minha experiência com a poesia dele foi com alguns poemas em livros didáticos na época da escola e eu perderia muito se ficasse apenas neles, a obra ele é uma mina de ouro. Por ele ter escolhido os poemas dessa antologia me sinto mais íntima dele, fico pensando no porque de ter escolhido cada um. Quero mais!
Profile Image for Lucas Cazanatto.
106 reviews9 followers
September 18, 2020
Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjoo?
Posso, sem armas, revoltar-me?

Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.

Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.

Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

- A FLOR E A NÁUSEA, A Rosa do Povo.


ler drummond é como se conectar com uma vida semelhante no sentido de que ele determinou a vida e o costume do homem no tempo moderno. eu, mesmo vivendo numa época de pós-verdades, me vejo nos versos do maior poeta brasileiro de todos.

drummond acreditava aparentemente que não se pode instrumentalizar a poesia, mas só servir a poesia com a experiência da sua vida. eu, outro gauche torto nesse mundo, reafirmo e assino embaixo.
Profile Image for henrique rigo.
1 review1 follower
June 19, 2024
Drummond é o melhor chocolate literário

Não porque é doce, mas porque li com volúmpia pelos poemas dele. Objetivamente, Machado de Assis é reconhecido como o maior escritor do nosso país e consolidou nossa literatura romântica, e Drummond como um dos maiores poetas brasileiros.

Deixei registrado como histórico de leitura inúmeros poemas que, por motivos diferentes, foram especiais pra mim. E eu diria que qualquer pessoa poderia apreciar de alguma forma os poemas dele, porque ele escreve sobre uma vida de verdade; sobre aquilo que todo mundo sente. Ele trabalha muito com uma ideia muito bonita de amor longevo e irresolvidamente incondicional, que é difícil e fácil e maravilhoso, e das repercussões dele no indivíduo, como nos poemas "Consolo na praia" e "Os poderes infernais". Outros são sobre toda a experiência de vida dele, da carga emocional de infância dele e dos lugares especiais que ele conheceu e nos quais ele viveu, que cai pro lado existencial e de contemplação do indivíduo em si, como em "Ciclo", "Especulações em torno da palavra Homem", "Confidência do Itabirano" e "Estampas de Vila Rica". No meio disso tudo, tem dissolvida a energia mais modernista e maravilhosa do mundo, que é máxima em "no meio do caminho tinha uma pedra". "José" é simplesmente o poema do Brasil, e quem não leu precisa ler como OBRIGATÓRIO. Vai como extra o poema "Intimação", sobre direito, que gostei bastante.

Subjetivamente, entretanto, a literatura brasileira não seria completa sem meu modernista escrevendo sobre uma pedra no caminho. Meu mundo seria literalmente outro, apesar de Cabral de Melo Neto ser meu modernista favorito. Quando descobri os poemas do meu avô, sobre os quais nunca tive a oportunidade de conversar com ele, vejo aquela simplicidade de Drummond como um fantasma que se confunde com a autoria do meu avô. Hoje em dia, tenho certeza que ele leu todos os modernistas quando jovem, e se inspirou. Queria muito que ele soubesse que ele inspirou alguém a fazer o mesmo. Hoje em dia, não ganho os chocolates surpresa do meu avô, mas diria que Drummond incubiu-se dessa demanda.
Profile Image for Teresa.
1,492 reviews
February 14, 2019
"Amar

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita."
Profile Image for Gabriel Leite.
40 reviews9 followers
December 30, 2016
A divisão que o Drummond fez é perfeita. Eu entrava e saía de cada sessão como se de uma missa ou um templo. Triste também. Demais. Tristeza de velho, tristeza serena, tristeza maldita e má.
Profile Image for Carol Patury.
44 reviews
July 28, 2022
pensando o em ir num tatuador agora e gravar metade desses poemas em mim.
Profile Image for maria vitória .
69 reviews17 followers
February 4, 2020
"Penetra surdamente no reino das palavras
Lá estão os poemas que esperam ser escritos."

-

Consolo na praia

Vamos, não chores.
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.

O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.

Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis carro, navio, terra.
Mas tens um cão.

Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?

A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.

Tudo somado, devias
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho.

-

Os ombros suportam o mundo

Chega um tempo em que não se diz mais: meu
Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos
edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

-

Necrológio dos desiludidos do amor

Os desiludidos do amor
estão desfechando tiros no peito.
Do meu quarto ouço a fuzilaria.
As amadas torcem-se de gozo.
Oh quanta matéria para os jornais.

Desiludidos mas fotografados,
escreveram cartas explicativas,
tomaram todas as providências
para o remorso das amadas.

Pum pum pum adeus, enjoada.
Eu vou, tu ficas, mas nos veremos
seja no claro céu ou turvo inferno.

Os médicos estão fazendo a autópsia
dos desiludidos que se mataram.
Que grandes corações eles possuíam.
Vísceras imensas, tripas sentimentais
e um estômago cheio de poesia...

Agora vamos para o cemitério
levar os corpos dos desiludidos
encaixotados competentemente
(paixões de primeira e de segunda classe).

Os desiludidos seguem iludidos,
sem coração, sem tripas, sem amor.
Única fortuna, os seus dentes de ouro
não servirão de lastro financeiro
e cobertos de terra perderão o brilho
enquanto as amadas dançarão um samba
bravo, violento, sobre a tumba deles.

-

Amar

Que pode uma criatura senão,
Entre criaturas, amar?
Amar e esquecer, amar e malamar,
Amar, desamar, amar?
Sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
Sozinho, em rotação universal, senão
Rodar também, e amar?
Amar o que o mar traz à praia,
O que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
É sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
O que é entrega ou adoração expectante,
E amar o inóspito, o áspero,
Um vaso sem flor, um chão de ferro,
E o peito inerte, e a rua vista em sonho,
E uma ave de rapina.
Este o nosso destino: Amor sem conta,
Distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
Doação ilimitada a uma completa ingratidão,
E na concha vazia do amor à procura medrosa,
Paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor,
E na secura nossa, amar a água implícita,
E o beijo tácito, e a sede infinita.

-

Amar depois de perder, essa ferida, meu bem, às vezes não sara nunca às vezes sara amanhã.

Obrigada, Drummond.
Profile Image for gabriele.
147 reviews1 follower
October 21, 2022
te amo carlinhos.

os poemas dele são todos tão diversos e distintos entre si que eu passava mais tempo do que o usual pra ler um só. mesmo ele separando a antologia por temas, é diferente de ler um de seus livros (pois a uniformidade de temas que tende a existir facilita a leitura e a compreeensão, na minha opinião). ainda assim, gosto de demorar mais pra ler, porque sinto que consigo apreciar mais.

drummond é meu poeta favorito e gosto de me sentir mais próxima a ele. gosto de como ele trata e usa as palavras, de como serve a elas em nome de um propósito: criar.

e é isso! depois de quase 9 meses, terminei. acho que vou dar um tempinho e, quando estiver pronta, reler "claro enigma" e ler "a rosa do povo".
12 reviews
December 26, 2025
Esse é um livro pra ler e revisitar mais tarde. A poesia de Drummond não é necessariamente simples. Ela é vasta, diversa. Lendo essa antologia, a sensação que temos é que Drummond não tinha a poesia só como arte, puramente estética, mas sim como forma plena de expressão e comunicação. Escrevia poemas para familiares, para amigos, para pessoas, para seus ídolos; escrevia poemas sobre a vida, sobre morte, sobre si mesmo, sobre histórias e estórias, sobre cidades, sobre amor. Tudo isso com uma turnê de diversas formas poéticas, métricas, rimas, estrofes... Drummond deixou em todos esses poemas um retrato da pessoa quem era e que pensava. E cada vez que leio um poema, sinto que descubro um pedaço novo dele.
55 reviews
May 18, 2025
« Não serei o poeta de um mundo caduco.

Também não cantarei o mundo futuro.

Estou preso à vida e olho meus companheiros.

Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.

Entre eles, considero a enorme realidade.

O presente é tão grande, não nos afastemos.

Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

/

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,

não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,

não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,

não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.»
Profile Image for Rita Leite.
88 reviews1 follower
May 29, 2024
A antologia poética de Carlos Drummond de Andrade é uma coletânea indispensável para os amantes da poesia. Com a sua capacidade única de capturar a essência da vida quotidiana e as profundezas da alma humana, Drummond presenteia-mos com versos que são ao mesmo tempo introspectivos e universais. A sua linguagem é rica e evocativa, tecendo temas de amor, solidão, e a condição humana com uma sensibilidade ímpar. Esta antologia é um testemunho do seu talento inigualável e uma leitura essencial para qualquer apreciador da literatura brasileira.
Profile Image for Natalia Baldochi.
78 reviews1 follower
April 8, 2019
Esse foi o primeiro livro de poesia que li, e me apaixonei. Drummond escreve lindamente. Não é fácil de entender algumas de suas poesias, pois há poesias longas e muito bem escritas, foram feitas para ser complicadas. Algumas de minhas favoritas: Os últimos dias, A mesa, Caso do Vestido, Instante, Amar-Amaro, e Vida Menor.
Profile Image for Carlos Hugo Winckler Godinho.
203 reviews7 followers
October 8, 2020
Cerâmica

Os cacos da vida, colados, formam uma estranha xícara.

Sem uso,
ela nos espia do aparador.
--------

Esta poesia não representa bem o livro, que tem muitas poesias longas e menos objetivas. No entanto, é uma das minhas favoritas, junto a José, Poema de sete faces, O enterrado vivo, O Elefante, Instante e Tristeza no céu.
Profile Image for nathis.
105 reviews
March 8, 2024
[…]

algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
nunca, nunca cicatrizam
mas, e o humour?

a injustiça não se resolve
à sombra do mundo errado
murmurastes um protesto de tímido
mas virão outros.

[…]

vontade de ler todos os poemas em voz alta para que todos toquem e sejam tocados, ave maria
Profile Image for Danielle.
121 reviews
August 9, 2022
meus poemas favoritos:
- e agora José?
- consolo na praia
- idade madura
- versos à boca da noite
- convívio
- Ode No Cinquentenário do Poeta Brasileiro
- congresso internacional do medo
- mãos dadas
- o amor bate na aorta
- o lutador
- política literária
- estrambote melancólico
- ser
Profile Image for eládja .
91 reviews5 followers
April 16, 2024
meus poemas favoritos:

josé
consolo na praia
idade madura
versos à boca da noite
estrambote melancólico
perguntas
ser
ode no cinquentenário do poeta brasileiro
sentimento do mundo
elegia 1938
congresso internacional do medo
o amor bate na aorta
o lutador
Profile Image for José Pereira.
113 reviews
December 7, 2025
Nesta antologia de poemas organizadas pelo próprio autor, conseguimos ter uma clara noção do Carlos Drummond de Andrade. Alguns dos seus poemas mais conhecidos estão nesta antologia, como José, Quadrilha, entre outros.

Mais um dos autores brasileiros que merecia ter recebido o Nobel.
Profile Image for Lya..
274 reviews34 followers
May 28, 2021
Um compilado de poemas que aquecem o meu coração e dão aquele estalo de "meu Deus, é isso!"
Profile Image for Bruno Fidalgo.
Author 2 books3 followers
June 8, 2022
"Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cinzenta."

"E como ficou chato ser moderno.
Agora serei eterno."
Displaying 1 - 30 of 39 reviews

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