Onze anos depois da publicação de Relato de um certo Oriente, Milton Hatoum retoma os temas do drama familiar e da casa que se desfaz. Dois irmãos é a história de como se constroem as relações de identidade e diferença numa família em crise. O enredo desta vez tem como centro a história de dois irmãos gêmeos - Yaqub e Omar - e suas relações com a mãe, o pai e a irmã. Moram na mesma casa Domingas, empregada da família, e seu filho. Esse menino - o filho da empregada - narra, trinta anos depois, os dramas que testemunhou calado. Buscando a identidade de seu pai entre os homens da casa, ele tenta reconstruir os cacos do passado, ora como testemunha, ora como quem ouviu e guardou, mudo, as histórias dos outros. Do seu canto, ele vê personagens que se entregam ao incesto, à vingança, à paixão desmesurada. O lugar da família se estende ao espaço de Manaus, o porto à margem do rio Negro: a cidade e o rio, metáforas das ruínas e da passagem do tempo, acompanham o andamento do drama familiar.Prêmio Jabuti 2001 de Melhor Romance
Milton Hatoum nasceu em 1952, em Manaus (Amazonas), onde passou a infância e uma parte da juventude. Em 1967 mudou-se para Brasília, onde estudou no Colégio de Aplicação da UnB. Morou durante a década de 1970 em São Paulo, onde se diplomou em arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, trabalhou como jornalista cultural e foi professor universitário de História da Arquitetura. Em 1980 viajou como bolsista para a Espanha, onde morou em Madri e Barcelona. Depois passou três anos em Paris, onde estudou literatura comparada na Sorbonne (Paris III). Autor de quatro romances premiados, sua obra foi traduzida em dez línguas e publicada em catorze países. Foi professor de literatura francesa da Universidade Federal do Amazonas (1984-1999) e professor visitante da Universidade da California (Berkeley/1996). Em 2008 foi nomeado Tinker Professor de literatura latino-americana na Stanford University (EUA). Foi também escritor residente na Yale University (New Haven/EUA), Stanford University e na Universidade da California (Berkeley). Bolsista da Fundação VITAE, da Maison des Ecrivains Etrangers (Saint Nazaire,França) e do International Writing Program (Iowa/EUA). Em 1989 seu primeiro romance (Relato de um certo Oriente), ganhou o prêmio Jabuti (melhor romance). Em 2000 publicou o romance Dois irmãos (prêmio Jabuti/ indicado para o prêmio IMPAC-DUBLIN), eleito o melhor romance brasileiro no período 1990-2005 em pesquisa feita pelos jornais Correio Braziliense e O Estado de Minas. Em 2005, seu terceiro romance (Cinzas do Norte ), obteve cinco prêmios: - Prêmio Portugal Telecom,Grande Prêmio da Crítica/APCA-2005, Prêmio Jabuti/2006 de Melhor romance, Prêmio Livro do Ano, Prêmio BRAVO! de literatura). Em 2010 a tradução inglesa de Cinzas do Norte(Ashes of the Amazon/Bloomsbury/2008) foi indicada para o prêmio IMPAC-DUBLIN.
Em 2008 publicou seu quarto romance (Órfãos do Eldorado), que faz parte da coleção Myths, da editora escocesa Canongate. Órfãos do Eldorado será traduzido em 16 línguas, tendo já sido publicado na França, Inglaterra, Alemanha, Portugal, Suécia e Croácia. Em 2009 publicou o livro de contosA cidade ilhada.
Hatoum publicou também ensaios e artigos sobre literatura brasileira e latino-americana em revistas e jornais do Brasil, da Espanha, França e Itália. Alguns de seus contos foram publicados nas revistas Europe, Nouvelle Revue Française (França), Grand Street (Nova York) e Quimera (México). Participou de várias antologias de contos brasileiros publicados na Alemanha e no México, e da Oxford Anthology of the Brazilian Short Story. Desde 1998 mora em São Paulo, onde é colunista do Caderno 2 (O Estado de S. Paulo) e do site Terra Magazine.
Esse livro me surpreendeu muito. Na primeira vez que ouvi falar dele, não achei que fosse me interessar pela história de uma família de descendentes libaneses vivendo em Manaus. Felizmente, me enganei.
A trama em si é muito simples, um conflito entre irmãos gêmeos que disputam o mesmo espaço dentro da família e do círculo social em que vivem. Mas a reação das personagens a esse embate é, para mim, o melhor ponto da obra. A narração é feita por uma pessoa que está, de certa forma, às margens dessa família e ao mesmo tempo no centro dela. Não segue uma ordem cronológica, mas associativa de fatos, e isso faz com que a narração se assemelhe mais a um caso contado oralmente do que um livro escrito. Não sei se para alguns isso pode ser confuso, mas eu gostei muito. Outro ponto forte da obra é a descrição, que se dá por meio de detalhes da cidade-floresta e dos elementos árabes, e que formam um todo riquíssimo sem ser enfadonho. O livro é curto, de fácil leitura, mas muito bem construído.
Sem dúvidas, é um dos livros brasileiros que eu mais gostei de ler. Fiquei feliz ao saber que ele está na lista da UEM desse ano, bem que a UFPR poderia ter seguido a mesma linha.
"'Louca para ser livre.' Palavras mortas. Ninguém se liberta só com palavras. Ela ficou aqui na casa, sonhando com a liberdade sempre adiada. Um dia eu lhe disse: ao diabo com os sonhos: ou a gente age, ou a morte de repente nos cutuca e não há sonho na morte. Todos os sonhos estão aqui, eu dizia, e ela me olhava, cheia de palavras guardadas, ansiosa por falar."
Quem me dera um dia escrever um terço do que Hatoum escreve... "Dois irmãos" era um de meus livros favoritos da vida mesmo antes de ser: ao ler a resenha soube que seria uma leitura que acalentaria o coração ao mesmo tempo em que inquietaria a alma. Palavras não são bastantes para descrever a magnitude desse livro. É uma dessas obras que faz a gente sentir orgulho da nossa Literatura. Gratidão, Hatoum!
Não foi a narrativa sobre os dois irmãos que me fez adorar este livro, o que me enterneceu foi a mesma ser contada por uma personagem que, apesar de parecer secundária, faz deste livro também a sua história. Recomendo!
A primeira vez que ouvi falar do Hatoum foi numa aula de Literatura Contemporânea do mestrado. Minha professora deu alguns títulos para que escolhêssemos para apresentação de um trabalho, entre eles estava Relato de um Certo Oriente. Apesar da qualidade, não gostei muito da leitura e acabei lendo outra coisa para meu trabalho. Quando vi Dois Irmãos resolvi dar uma segunda chance ao autor e fiquei muito feliz.
Um enredo simples, cheio de personagens complexos, marcados pela dominação feminina, relações que forçam as barreiras do incesto e homens disputando o amor e a atenção da matriarca.
O narrador é Nael, filho de Domingas, empregada da casa, que busca saber qual dos dois gêmeos é seu, que embarca numa viagem ao passado para tentar juntar as peças desse quebra-cabeças. É narrado de uma forma quase onisciente, dada à riqueza de detalhes e comentários sobre a psique dos personagens, se não fosse pelo uso ocasional do pronome da primeira pessoa do singular, eu nem lembraria que toda a trama gira em torno da questão da paternidade do narrador.
A presença feminina é forte. Zana dominava o marido, os filhos, a casa. Rânia foi crescendo e dominando os negócios do pai e as finanças da família. As filhas de Talib dominavam o pai e interferiam na sua relação com outras mulheres.
Uma família claramente disfuncional, marcada pela disputa entre os gêmeos, sendo a mola impulsionadora de tudo a decisão de Zana em eleger um filho preferido, determinando o destino da família e provocando uma competição e um ressentimento insuperável entre os membros do clã.
Traz como pano de fundo uma Manaus pós-guerra, o início do desenvolvimento da cidade, e a ditadura, que leva um dos amigos de Nael e Omar, abalando profundamente os dois. A grande quantidade de imigrantes na cidade é outro aspecto interessante.
Uma leitura que envolve o leitor na trama, que faz a gente ficar com pena de Yaqub, achar o Omar um bebezão cheio de mimimi e Rânia desvirtuada, quando se trata dos irmãos. Simpatizei demais com Hallin, embora o ache um fraco diante dos desmandos da mulher e um tanto obcecado por "deitar na rede" com Zana.
__________________________________________________ Meu primeiro contato com a literatura do amazonense Milton Hatoum foi com "Órfãos do Eldorado", um livro que particularmente achei muito ruim! Lembro que à época, tinha decidido desistir de ler outras obras dele. Mas todo leitor sabe que perseverança é algo que se deve ter nesse "ramo", e que bom que não desisti de ler Hatoum, pois teria perdido a oportunidade de ler Dois irmãos. E.... que livro S-E-N-S-A-C-I-O-N-A-L!
Dois irmãos é incômodo, dramático, bruto, imoral e recheado de brasilidade. A transição entre passado e presente acontece de maneira tão fluida que não parece se tratar de uma narrativa escrita, mas sim falada. Parabéns pro Hatoum por ter criado um narrador brilhante que, por mais que seja tratado à margem da família nuclear retratada aqui, é o elo que conecta toda essa história. Livro curto (nem por isso de fácil leitura) foda demais e que dá muito pano pra manga pra interpretações psicanalíticas. Marquei ele inteiro, mas essa parte aqui me arrebentou: "“Louca para ser livre”. Palavras mortas. Ninguém se liberta só com palavras. Ela ficou aqui na casa, sonhando com uma liberdade sempre adiada. Um dia, eu lhe disse: Ao diabo com os sonhos: ou a gente age, ou a morte de repente nos cutuca, e não há sonho na morte. Todos os sonhos estão aqui, eu dizia, e ela me olhava, cheia de palavras guardadas, ansiosa por falar."
Eu demorei um tempo pra pegar o ritmo de Dois Irmãos, mas, depois que peguei, fiquei boba com a beleza da história. Apesar do foco principal - o relacionamento dos gêmeos Omar e Yaqub e como o mesmo molda a vida de toda a sua família - ser bem trágico e repleto de vingança e ódio, tem muita coisa linda aqui.
A começar pela prosa - esse é o primeiro livro do Milton Hatoum que eu leio e eu me apaixonei? Dá pra ver que ele sabe muito bem do que está falando e as descrições de Manaus e das comidas e dos animais eram muito bem feitas e maravilhosas e bem colocadas no texto - me lembrou até mesmo Iracema e O Guarani (só que mais legal), e a presença da Domingas, a índia catolizada vendida para Zana como empregada e mãe do Nael, o narrador, só reforçou essa ideia, mas de um jeito doloroso e lindo.
Aliás, como não amar os personagens todos e se deixar envolver por suas histórias? O amor de Halim por Zana e seu ressentimento dos filhos por roubarem ela dele, o amor maternal de Zana que chega a ser possessivo e ciumento, a presença constante de Domingas e seu relacionamento complicado com os gêmeos, a Rânia, apaixonada pelos dois irmãos, devota a eles com um fervor quase tão feroz quanto o da mãe, assumindo a loja do pai, o próprio Nael, um narrador incrível - todos eles são fantásticos e, mesmo com suas falhas e erros, é difícil não gostar de cada um deles (ok, confesso, peguei birra dos gêmeos, MAS OS OUTROS PERSONAGENS!!!).
Enfim, adorei demais essa leitura, mesmo ela sendo bem curtinha, e fico até meio triste que não conheci o Hatoum durante minha graduação em Letras. Esse, com certeza, seria um dos livros / autores que me teriam feito me apaixonar pelo curso.
Read it just after a trip to the brasilian amazon and it was amazing to recognize and have a clear image in my head of the plants, people and animals, the taste of the food, the incredible landscapes he describes in the book.
It took me two days to read, the time I spent in a bus from Belém to Sao Paulo. It was the best on-the-road reading I could've chosen for that moment, after such an experience.
I not only recommend the book, but also the trip to somewhere in the amazon (it's a huge region and not necesarilly the "rainy jungle" one would imagine).
[4.5/5] conta a história caótica de dois irmãos gêmeos (Yaqub e Omar) de descendência libanesa que se tornam inimigos pela influência do destino ou da própria natureza. o drama familiar, narrado com excelência, se passa em uma manaus em expansão, que está recebendo os primeiros imigrantes e crescendo rapidamente. o livro, de tom regionalista, destaca muito os traços da linguagem local, dos costumes e descreve de forma fiel um cenário muito familiar para mim: minha cidade natal e onde moro desde que nasci.
Me arrependi de ter demorado tanto tempo para finalmente ler meu primeiro livro de Milton Hatoum. Em Dois Irmãos, Hatoum escreve sobre a decadência moral de uma família de imigrantes libaneses após o nascimento dos gêmeos Omar e Yaqub. Mesmo sem contar a história em ordem cronológica – logo nas duas primeiras páginas já sabemos como tudo acaba –, Hatoum consegue cativar o leitor com suas descrições da decadente Manaus e do drama familiar que move o livro.
Assim como na bíblica história de Esaú e Jacó, a mãe dos gêmeos, Zana, escolhe o caçula para ser seu preferido e, desde cedo, há uma rixa entre os irmãos; no entanto, e seguindo o Esaú e Jacó de Machado de Assis, a amizade entre os gêmeos mostra-se impossível de ser reestabelecida. O patriarca, Halim, que nunca quis ter filho algum, somente trabalhar e amar calorosamente sua esposa, parece deixar-se levar pela infelicidade que toma a família, lembrando o Rio Negro, que corre ao lado da cidade apenas observando a decadência de Manaus.
Em termos de enredo, o livro parece ter apenas uma fraqueza: a amizade entre Omar e Antenor Laval, o poeta francófilo assassinado pela ditadura. A ligação entre Omar, o poeta e a poesia me pareceram muito artificiais, afinal de contas, o livro trata o caçula como vagabundo incorrigível e sem pendores artísticas, intelectuais ou políticos. Essa falha, contudo, não chega a ser um problema maior, já que não tem grande importância no livro.
LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOKO DEMAIS PELO AMOR DE DIOS. UM IRMÃO MIMADO E OUTRO MONSTRO DA ENGENHARIA. SE ODEIAM, NAO DA PRA SABER QUEM TA NARRANDO A HISTÓRIA, MILTOM HATOUM MAIOR AUTOR VIVO
Eu acredito que o personagem é o elemento mais importante da narrativa. Ele é quem estimula o leitor a continuar virando as páginas. Sua angústia interior, o charme, a inteligência, a coragem, a covardia. Personagens bem desenvolvidos fazem com que suas trajetórias sejam interessantes de acompanhar. Geralmente salvam textos mais fracos e tornam uma prosa afiada em algo memorável. No caso do romance de Milton Hatoum, há essa prosa afiada, mas faltam os personagens marcantes. Nenhum me seduziu, fossem os irmãos protagonistas, fossem outros coadjuvantes. O leitor fica encantado com a elegância do texto. Em termos de atmosfera, lembra a obra de Jorge Amado. E você pode até dizer que Hatoum escreve melhor do que o autor baiano, meu conterrâneo. Mas os personagens de Jorge são inesquecíveis, porque convenciam que eram personalidades individuais, cada um com seu jeito de ser. Em Dois Irmãos, há muita gente diferente na superfície, porém a prosa encantatória acaba tornando tudo muito homogêneo nas profundezas. Chegou quase lá.
Nunca tinha lido nada do Hatoum, mas foi uma surpresa muito agradável. Apesar de ser um livro literário, a narrativa jamais desacelera o ritmo, o que contribui para a imersão na história. É fascinante ver a história da família se desvendar e ser formada pelos irmãos, e como a personalidade forte dos dois muda o rumo de tudo. Gostei demais da história, e cheguei ao final com a sensação de satisfação ao terminar. Realmente uma leitura muito boa e fascinante.
Esta é a história de uma família de origem libanesa, passada em Manaus, a capital do estado do Amazonas, na primeira metade do séculoXX. É uma família marcada pela violência e rivalidade entre dois irmãos gémeos, Yaqub e Omar. Além dos irmãos esta é uma família em que os seus membros têm personalidades bem vincadas. A mãe Zana, poderosa e suprema, o pai Halim, que vai perdendo protagonismo na família, e Rânia, a irmã mais nova, que acrescenta algum pragmatismo ao conjunto. Há também a Domingas, a índia que foi trabalhar para a família ainda em criança, e o seu filho Nael que cresce neste ambiente familiar disfuncional.
Gostei da escrita poética,das descrições do ambiente, da atmosfera, mas, para mim, faltou profundidade às personagens que, apesar de fortes, não considerei marcantes. A forma como a história é contada, através do narrador participante e com uma linha temporal que não é contínua, torna o enredo mais empolgante, o que me agradou. Assumo que esta minha experiência tenha sido influenciada pelas expectativas elevadas que tinha relativamente a este livro. É um bom livro mas não me cativou como eu esperava.
The story starts off a little bit slowly, but soon enough it gets very interesting. Besides, it is told in a way that feels weird at first, but once you understand why it is the way it is, you just can't deny it was a bad-ass story-telling/character-introducing tactic.
Also, there's a big bonus: all the Amazon-ish stuff, which I simply loved!
"Não pude odiar o Caçula. Pensei: se toda a nossa vida se resumisse àquela tarde, então estaríamos quites. Mas não era, não foi assim. Foi só aquela tarde. E ele voltou para casa tão alterado que não se apercebeu da presença do outro."
O livro é composto de dois temas predominantes: Família e Manaus. Porém não é apenas o drama familiar entre dois irmãos gêmeos e a descrição da cidade durante a ditadura militar que torna a leitura incrível. A narrativa poderia servir como um reflexo da vida de muitas famílias imigrantes de norte a sul do Brasil, mas é na particularidade da cultura e literatura árabe que Dois Irmãos se torna espetacular. O livro importa aspectos das histórias de Mil e uma Noites, da poética islâmica e da cultura libanesa. E ao mesmo tempo os próprios personagens de Hatoum compartilham parte desse imaginário da poética árabe, porém uma versão mais mitológica e romantizada dessas artes antigas. Criando uma atmosfera constante de nostalgia e distanciamento que é conduzida pela narrativa conflituosa de uma família.
Uma história sobre uma família, seus altos e baixos, tem a minha preferência. Incrível, como dois irmãos gémeos conseguiram destruir a família que os gerou. A culpa não é só deles, mas não deixa de ser assustador em como um vive em órbita do outro (e não no bom sentido).
Adorei, apesar de lhe faltar alguma fluidez. O livro não distingue timelines, regressa ao passado quando convém às personagens e, por isso, torna-se confuso em alguns momentos.
meh. the non-linearity of the narrative got messy, and just plain irritating after a while. but maybe its because i read it after dostoevsky, and thought the jumping around was just a poor substitute for (or mask for) decent character development. it had its good moments; and i'm glad it was only two hundred odd pages long, otherwise i likely wouldn't've finished it
This is a book and a story that is impossible to ignore once you dive into it. So many contrasts, depicting people's passions and sins, love and devotion, family loyalty and betrayal. So many themes, so many pictures of a culture and life...a really powerful book without being full of events, just life and life's struggles...
Livro surpreendente. História de uma família libanesa vivendo em Manaus que mostra toda a atmosfera da cidade e sua transformação ao longo do tempo. E o amor de uma mãe que trilha os rumos de uma família toda e deixa suas marcas de forma espantosa. Muito bom.
“O que Halim havia desejado com tanto ardor, os dois irmãos realizaram: nenhum teve filhos. Alguns dos nossos desejos só se cumprem no outro, os pesadelos pertencem a nós mesmos.”