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Por Vós lhe Mandarei Embaixadores

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Imaginem uma espécie alienígena que manda um representante à Terra cheio de esperança em negócios proveitosos. Imaginem que ele traz consigo um tradutor automático, digno descendente do Babelfish. Não do Babel Fish do Douglas Adams, atenção, mas do Babelfish, o site. Imaginem que ao chegar cá apanha logo com umas eleições. Quer dizer... com umas "eleições". Sim, que no mundo que o nosso ET encontra a política-à-moderna teve tempo de evoluir para o seu corolário lógico. Imaginem...

... mas esperem lá, para que estão a esforçar dessa maneira a imaginação? O Jorge Candeias já tratou disso, e o resultado aqui está.

172 pages, Paperback

First published November 1, 2013

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8 people want to read

About the author

Jorge Candeias

114 books101 followers
Tradutor que às vezes também escreve e edita. Lê e escreve sobre o que lê num blogue azul. Ocasionalmente mal-humorado, em especial quando lhe põem likes em progressos de leitura (a sério: para quê? Porque há de o facto de se ter lido mais x páginas merecer um like?). Preferia que o mundo fosse melhor e tenta fazer por isso. Gosta de rir.
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Translator who also writes and publishes, sometimes. Reads, and writes about his readings on a blue blog. Grumpy on occasion, particularly when someone likes a progress update (seriously: what for? Why on Earth would the fact that n new pages have been read merit a like?). He would rather the world be better, and tries to help making it so. Enjoys laughter.

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Profile Image for Artur Coelho.
2,599 reviews74 followers
January 9, 2014
Frenético não chega para descrever a sensação de leitura desta hilariante montanha russa. A ficção científica é utilizada como base para a caricatura satírica dos usos e costumes dessa classe seriíssima e pouco danosa para o interesse comum que é a política. As personagens hiperbólicas do romance são claras caricaturas das patéticas figuras públicas que se arvoram do direito de pensar em nome de todos. Satirizando a pomposidade patética do real através de um ficcional hiperbólico, Candeias exorciza um pouco as trevas sobre nós caídas neste tempo em que a propaganda oca e hipócrita domina o ideário popular.

Spoilers, dears: Estamos num futuro, indefinido mas decaído, e o mundo prepara-se para a eleição do presidente do governo global. A natural evolução da sociedade do espectáculo transformou o processo eleitoral de festival estatístico e comentarista televisivo num acontecimento desportivo. Equipes de atletas representativos dos candidatos correm uma maratona e a distribuição dos cargos de poder é decidida pela ordem de chegada. No fundo, um sistema com tanto bom senso como o nosso corrente pseudo-eleitoralismo baseado em grupos de interesse e representantes fieis aos seus clubes ideológicos e não àqueles que dizem representar. Candeias ataca cheio de força e bom humor a pomposidade contemporânea alicerçada em jogos de poder e discursos ocos.

Ao barulho anda também metido um alienígena, embaixador de uma espécie distante que aterra na Terra em busca de vida inteligente. O choque com os donos do mundo convence-o que aparentemente se enganou e vida inteligente é uma classificação inaplicável aos diligentes bípedes que se acotovelam em busca de um lugar ao sol. Note-se que Candeias é fiel aos princípios da hard SF, apesar do seu livro estar mais virado para a comédia caricatural, e lega-nos como extra-terrestre não um adónis vindo de alguma civilização avançada extra-galáctica mas sim uma pouco compreensível e levemente enojadora criatura cuja tecnologia mescla tecnologia com biologia, para azar das roupas irremediavelmente cobertas de gosmas coloridas dos técnicos, os principais heróis (se tal conceito se aplicar num livro destes) da história.

E sim, Candeias promete e dá-nos uma gaja boa, que fiel aos princípios ideológicos da espécie é descrita como boa como o milho transgénico e, sendo o óbvio alvo do interesse de todos os níveis de masculinidade, não cai nos braços do herói do livro. Herói esse que acaba por ter um fim inglório, mas útil para futuras comissões políticas de apuramento de verdades convenientes.

Frenético e hilariante, este livro é uma pedrada no charco conceptual nacional. A FC dá o mote mas o que inspira o livro é a sátira à lorpice pomposa das classes políticas contemporâneas. E nisso é implacável.
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