Os destinos da família de Didi e de Camilo se cruzaram muito tempo atrás. Camilo Santos, proprietário de um cartório, começava a juntar uma fortuna com seus trambiques. Didi havia sido levada aos dez anos pela mãe de Camilo para trabalhar na casa dos Santos, onde teria acesso à educação e a uma vida melhor. Uma história tristemente comum, que para Didi significou décadas de exploração e abusos, de falta de direitos e de todos os outros privilégios de ser considerada "da família" pelos Santos. Num ciclo também bastante comum no Brasil, cinco de suas filhas acabaram indo trabalhar para Camilo e seus filhos. Só que os tempos mudaram. Dilsa, que trabalha com Caíque, filho de Camilo, e sua esposa Renata, hoje entende mais que a mãe sobre os mecanismos perversos que mantêm sua família à mercê dos Santos. E a partir de uma pequena oportunidade ela irá empreender uma verdadeira guerra contra eles. Leandro Assis e Triscila Oliveira , autores do também aclamado Confinada , criam nesta história um retrato cristalino do Brasil de nossos de um lado, as forças do atraso, do preconceito e da violência; de outro, a esperança que nasce da solidariedade e da vontade de uma vida e de um mundo melhores.
Concordo com os autores, merece ser lido e relido por algumas vezes. São muitas mensagens, reflexões e camadas que tocaram em memórias nítidas de comportamentos e falas que tive (e, infelizmente, mais raro, mas ainda tenho) o desprazer de presenciar. Me lembrou algumas emoções que senti ao assistir "que horas ela volta", outra obra que também aborda a questão de lugar social e possibilidades na sociedade brasileira. Leitura fluida, rápida, provocadora e direta no que quer comunicar/relembrar ao leitor.
Os Santos, de Leandro Assis e Triscila Oliveira, é uma obra poderosa que expõe as desigualdades raciais e sociais no Brasil de forma criativa e visceral. Como imigrante com uma mãe que é empregada doméstica, a leitura tocou-me profundamente. O livro retrata as dinâmicas de poder e o racismo estrutural de forma crua e honesta, dando voz às histórias de quem muitas vezes é invisível. Uma leitura impactante e indispensável para quem quer compreender as raízes da desigualdade no Brasil.
Uma HQ sensacional, densa e que nos deixa desconfortáveis. Trás à tona a responsabilidade que os brancos têm sobre a situação dos negros no Brasil. Mostra que a escravidão acabou no papel, mas o racismo continua no dia a dia em todas as esferas da existência humana. Recomendo fortemente pra quem quer melhorar como pessoa ainda nessa vida.
HQ imperdível. De um lado o retrato cru da classe media brasileira conservadora, permeada de inconsistências morais, racismo, homofobia. Do outro desnuda a realidade da periferia que sofre com a desigualdade social, preconceito, falta de acesso a saude e educaçao. Mas tb mostra a resistencia periférica, um hino a coragem e a esperança.
Sensacional! Retrato tão real da nossa sociedade doente. Ótimas críticas. Algumas evidentes e outras veladas em detalhes dos desenhos. É bom reler de vez em quando, como auto crítica e para corrigir rumos.
A história é muito real, com todas as nuances do racismo e bolsonarismo juntas. Uma família exploradora e escravocrata versus uma família que busca oportunidades de viver e ser feliz. É um retrato muito fiel da sociedade brasileira antes da covid (e depois também). Mas dá uma ponta de esperança de que a mentalidade das pessoas pode mudar. Uma leitura entre as favoritas do ano.