Mário Raul de Morais Andrade was a Brazilian poet, novelist, musicologist, art historian and critic, and photographer. One of the founders of Brazilian modernism, he virtually created modern Brazilian poetry with the publication of his Paulicéia Desvairada (Hallucinated City) in 1922. He has had an enormous influence on Brazilian literature in the 20th and 21st centuries, and as a scholar and essayist—he was a pioneer of the field of ethnomusicology—his influence has reached far beyond Brazil. Andrade was the central figure in the avant-garde movement of São Paulo for twenty years. Trained as a musician and best known as a poet and novelist, Andrade was personally involved in virtually every discipline that was connected with São Paulo modernism, and became Brazil's national polymath. He was the driving force behind the Week of Modern Art, the 1922 event that reshaped both literature and the visual arts in Brazil. After working as a music professor and newspaper columnist he published his great novel, Macunaíma, in 1928. At the end of his life, he became the founding director of São Paulo's Department of Culture, formalizing a role he had long held as the catalyst of the city's—and the nation's—entry into artistic modernity.
Vestida de Preto ***** O Ladrão *** Primeiro de Maio **** Atrás da Catedral de Ruão ***** O Poço **** O Peru de Natal *** Frederico Paciência ***** Nelson **** Tempo da Camisolinha ****
Terminei Contos Novos e declaro que: Mário de Andrade mudou minha vida. Tudo que eu produzir a partir de agora tem ele sendo clamado, do ladinho do Logan, como as Musas no início dos poemas.
Cada conto é um encanto pro leitor. Mário de Andrade nos apresenta a ingenuidade sendo esvanecida em "Vestida de Preto", a solidariedade coletiva que pensamos, por vezes, não termos mais num ambiente urbano em "O Ladrão", a realidade cruel dos trabalhadores - os quais não conseguem se mobilizar para conquistar seus direitos em "Primeiro de Maio", safadezas e hipocrisias da sociedade burguesa da época demonstradas de forma até que lúdica em "Atrás da Catedral de Ruão", o sadismo presente em donos, chefes, que obrigam seus trabalhadores a realizarem tarefas ridículas e insalubres para fins de dominação em "O Poço", o luto da morte do pai e a superação do patriarcalismo rígido em "O Peru de Natal", a dificuldade de aceitação da homoafetividade em "Frederico Paciência", o problema ainda atual das notícias falsas demonstradas nas fofocas dos personagens no bar em "Nelson", o desenvolvimento do pequeno Juca em aprender o que é um ato socialmente aceito e o que é um ato de bondade - ao entregar sua estrelinha ao português - em "Tempo de Camisolinha". Enfim, uma obra cujo nome é assertivo. Contos Novos. Contos que, apesar de serem datados lá em 1947, continuam novíssimos e atuais.
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Em "Contos Novos", Mário de Andrade conta histórias de São Paulo e Rio de Janeiro. O principal é que o livro reúne 5 contos com o mesmo personagem em diferentes fases de sua vida, relatando diferentes acontecimentos: Juca.
O livro é bem prazeroso de ler, mas não o considero uma obra prima da literatura brasileira. Acredito que Macunaíma do mesmo autor deva ser algo que ultrapassa esse livro de contos em todos os sentidos.
Mais uma vez li por causa de uma prova, mas não o pensei desta forma enquanto o lia. Como disse, foi uma "viagem" prazerosa pelas diversas histórias até mesmo de caráter cotidiano.
Uma seleção de contos primorosa, pelo ritmo e estilo tão aperfeiçoado na prosa do Mário.
As imagens são bem construídas e há poucos excessos - de todos, só há um conto que não reli.
Além disso, há uma variedade temática interessante. Primeiro de maio, com seu aspecto múltiplo, literário e engajado mas nada panfletário; tempo de camisolinha, capta a alma da construção da nossa generosidade - sem deixar de mostrar que ela faz sofrar - e Peru de Natal, meu favorito!
Meio sem quefazer; um poucadinho, sim sinhô; perigo de esbarrondar; asperejou com o patrão; deixasse de invencionice... "O Poço" te transporta para um mundo todo dele. E que delícia transpor as regras e se debruçar em lama, diacho.
Gostei muito mesmo de dois contos: Frederico Paciência e O peru de natal. O conto final da Camisolinha também é bom. Os outros pra mi patinaram entre propostas boas, mas mal executadas. Na maioria das vezes todos prolongam-se por páginas demais chegando a perder toda a graça.
É um privilégio estar viva depois da sua publicação, de verdade. É brilhante, exprime muito bem toda a essência não só brasileira e "Mario-andradina", como a humana. Jamais me esquecerei do Juca, da Maria, do Frederico Paciência e do Juca novamente. Ademais, ter tido a oportunidade excepcional de efetuar essa leitura em conjunto com as aulas da Professora Yudith Rosenbaum fez com que tudo ficasse cada vez melhor. Só me sintoo muito grata por ter lido.
Vestida de preto 8/10 "O que nos deliciava era mesmo a grave solidão."
O Ladrão 6,5/10
Primeiro de maio 9/10 "No grande dia Primeiro de Maio ..." "Estava tão opresso, se desfibrara tão rebaixado naquela máscara de socialismo, naquela desorganização trágica"
Atrás da catedral de Ruão 8/10
O poço 10/10 "Nunca imaginara que num caso qualquer o adversário se arrogante a iniciativa de decidir por si."
acho que demorei pra me afeiçoar ao livro, fui gostar mesmo da escrita de Mário nos últimos contos amo ler livros com atmosferas brasileiríssimas, nos últimos contos fiquei me imaginando no interior paulista num frio de quinze graus tomando café e olhando pro mato
I'm giving it four stars because of one short story which I absolutely despised reading it (I won't say which one). Aside from that it was a suberb time.
contos que mário de andrade escreveu durante décadas, mas que são mais associados à sua produção madura.
do modernismo de 22, estão presentes aqui a linguagem oral e popular do povo, especialmente do paulista -à parte isso, a prosa é mais convencional.
amei quase todos os contos! meus favoritos foram:
*o ladrão: a perseguição a um ladrão na madrugada paulistana leva a situações hilárias. os perseguidores representam o suprassumo do jeitinho brasileiro: querem se mostrar corajosos e úteis apesar de não saberem o que estão fazendo ou quem estão perseguindo. é um dos contos que mais fazem uso da linguagem popular paulista. lendo, me senti numa madrugada de sp dos anos 40.
*primeiro de maio: um trabalhador tira folga no primeiro de maio, dia do trabalhador, em pleno estado novo. percorre sp buscando festejar o "seu dia", entrar em protestos e bater na cara de um "polícia"; entretanto, tudo que acaba encontrando é uma cidade vazia repleta de policiais amedrontadores. esse conto faz uma análise mordaz da ditadura fascista de vargas: os trabalhadores eram a base do governo e foram presenteados com leis trabalhistas; eles, porém, não podiam se aproximar do sindicalismo, comunismo, anarquismo, fazer greves ou manifestações sem que a polícia os espancasse, prendesse e torturasse.
*o poço: a fala do caipira paulista é o que marca esse narrativa. trata das relações de poder entre um patrão ditatorial e trabalhadores braçais da sua fazenda. conto repleto de tensão!
*peru de natal: adoro contos de natal, e esse aqui não decepcionou. um patriarca impunha rígida economia à sua família bem de vida e, além disso, estragava todas as datas comemorativas. o conto começa com ele já morto. no natal seguinte ao seu falecimento, a ovelha negra da família, um jovem, resolve afastar o fantasma paterno fazendo uma ceia libertadora e farta para sua mãe, tia e irmã. o peru representa os prazeres dionisíacos da comida, das relações afetivas e do hedonismo -que são partilhados pelas mulheres até então coagidas da família.
destaque também para a coragem do conto frederico paciência ao abordar um tema espinho para a época, a homossexualidade. sua leitura me fez conjecturar sobre o quanto daqueles pensamentos e dinâmicas afetivas não dizem respeito à própria vida do mário de andrade, que era bissexual ou, possivelmente, homossexual.
Como todos os contos, eles oscilam bastante. Alguns bons ("Peru de Natal", "O poço"), outros nem tanto ("Frederico Paciência", "Vestida de Preto"). Mas trata-se de leitura rápida...
Mario de Andrade is always updated, no matter the fact that he has died more than 70 years ago. In this book, he wrote short stories that sound like chronicles and give you a taste of what Sao Paulo was like in the beginning of the 20th century, an age with several dramatic changes in history and one which can tell us a bit of what we are right now.
A must read for the ones who appreciate good literature and enjoy Sao Paulo.