Máquina de Escrever Sentimentos

by Inês Meneses, Maria Inês Almeida (illustrator)

Um diário sem cronologia, em que os dias e as pessoas se contam pelos afetos.

Neste livro, Inês Meneses volta a eleger como protagonistas as emoções, que são descritas num tom confessional, sem data ou ordem.
São partilhas que se encaixam na vida de todos os dias, da autora e na nossa, pequenas biografias de sentimentos comuns que, na cronologia de cada um, adquirem um caráter raro e especial.
A perda da mãe, o lugar permanente das saudades, a importância da memória, a bagagem emocional que se carrega a cada nova viagem, o papel da amizade, e o amor como a única forma de se ser pleno num mundo que nos pode estraçalhar – eis alguns dos temas desta obra.

Com uma sensibilidade rara, a autora reafirma o seu talento pela exímia escolha de palavras e pela forma sempre nova como vê as pessoas e o que as rodeia. Inês Meneses conta-se e conta-nos através de reflexões marcantes e das surpreendentes ilustrações da filha, Maria Inês, uma simbiose perfeita que torna esta Máquina de Escrever Sentimentos uma peça única.

Genres: Poetry

88 pages, Paperback

Published November 1, 2023

About the author

Inês Meneses (Lisboa, 1971) é uma comunicadora, jornalista e radialista portuguesa. Com mais de 30 anos de carreira, ela é conhecida por seu programa de entrevistas "Fala com Ela", no ar desde 2005.

Reviews

[Paula Mota · Rating 4 out of 5]

3,5*

Há dois olhares que atravessam a nossa vida: espera-se que alguém olhe para nós muito antes de pensarmos que alguém olhará por nós.

“Máquina de Escrever Sentimentos” é um livro que resulta de três gerações: a escrita de Inês Meneses, as ilustrações da filha (que se coadunam na perfeição com os textos) e a memória da mãe recém-falecida.
Como radialista, é notória e surpreendentemente agradável a importância que a autora dá à música neste seu livro.

A minha memória é uma jukebox involuntária que dispara um refrão de repente.

Um piano sem conserto. Um piano sem concerto. Chorei a morte de Sakamoto.

Apesar de uma certa tendência para a lapalissada…

Nem tudo o que está à superfície e é visível nos define.

…e para a metáfora banal…

As pessoas entram no amor low cost e dispensam a bagagem.

…o forte de Inês Meneses é, sem dúvida, a frase lapidar…

Como as caixas negras dos aviões, os leitores de cassetes iriam dizer muito de nós. Iriam revelar quase tudo, porque uma canção pode dizer onde é que o coração morre e, na maior parte das vezes, onde vive.

…que, no entanto, quando desenvolvidas ficam, às vezes, aquém da ideia inicial ou caem no sentimentalismo.

Concluí que mais facilmente acabará a água no mundo do que as nossas lágrimas.

Pode parecer sádico da minha parte, mas pela sinopse esperava mais luto e menos amor nas suas várias etapas (início/fim/reinício), mas aí a culpa é mais do receptor do que do emissor, pelo que outros leitores noutras fases da vida e com outros estados de espírito poderão apreciar mensagens do livro que me passaram ao lado.

No início, todos devíamos ter um diário. Depois, um Livro de Reclamações das Saudades. Páginas cheias de fotografias que nunca foram tiradas, cheiros que não pudemos registar. Uma carta de verão que chegou depois do inverno.

[Obrigada, Celeste!]

[Ana Marinho · Rating 5 out of 5]

Não é só uma máquina de escrever sentimentos. Também é uma máquina que transpõe os sentimentos dos leitores. Identifiquei-me com tudo o que li, como se tivesse sido eu a escrevê-lo. Dos livros mais bonitos com que já me cruzei na vida.

[Inês Honório · Rating 5 out of 5]

Que delícia de livro. Pequeno, rápido de ler mas cheio de cor, mesmo na dor. Deixou-me quentinha por dentro e com saudades de coisas que já vivi.

[Joana Monteiro · Rating 5 out of 5]

um livro que me fez companhia ao longo deste mês. li-o com calma até porque não o queria acabar. cheio de sentimentos bonitos, ótimo para ler nos transportes porque parece que é uma amiga a falar para nós sobre a vida e o amor.

[sarynski · Rating 2 out of 5]

a primeira parte do livro, parece retirada de um calendário de advento de frases cliché;
pela segunda parte, onde a Inês abre as portas da sua perda, faz valer a leitura.

[Alexandra Rodrigues · Rating 5 out of 5]

Um daqueles livros que apetece sublinhar do princípio ao fim e partilhar com os que nos são especiais!
Escrita intensa que me emocionou até ao âmago. Uma empatia desde a primeira linha ❣️

[Alexandra · Rating 4 out of 5]

«Em todos os combates da vida temos de ir inteiros, até quando voltamos de lá reduzidos a quase nada. As feridas da batalha contam-nos. Mil vezes inteira, esvaziada de dúvidas, do que cheia de interrogações.»

«Ter amigos é vivermos acompanhados da certeza de que nunca mais estaremos sozinhos.»

«Às vezes, precisamos de crescer para saber usar as palavras em vez do silêncio. As palavras tornam-se difíceis quando temos de as escolher adequadamente, enquanto o silêncio é uma forma preguiçosa de dispensar os outros. A dor que os outros nos infligem quando nos dispensam mudos dificilmente será esquecida.»

«Quando as pessoas nos dizem que não ligam muito a música, é quase como dizerem “não sei muito bem quem sou”. É importante sabermos quem somos.
A vida não é a música do acaso.»

[M João (Livros?gosto)]

Opinião no canal.
Vão ver:


https://youtu.be/l4o4npTPim4

[Rita · Rating 5 out of 5]

Um livro que em toda a sua simplicidade, é para ler e reler varias vezes ao longo da vida, porque consoante a fase em que nos encontramos vamos encontrar ideias novas e novas emoções/sensações. Li 2x seguidas e senti que vou reler muitas mais.

[Liliana Alves · Rating 5 out of 5]

Um livro que me toca na alma. Li-o um pouco cada dia. As vezes parecia que tinha sido escrito sobre mim.

Quem me dera saber escrever desta forma tão bonita.

[Joana Santos]

❝Ter amigos é vivermos acompanhados da certeza de que nunca mais estaremos sozinhos.❞

❝Ter amigos enche-nos de uma esperança especial: a que nunca se esgota, a que traz nas mãos flores, a que enche os sofás com os casacos deles. Olhamos em silêncio e pensamos: que sorte serem tantos os casacos - os amigos.❞

❝Mil vezes inteira, esvaziada de dúvidas, do que cheia de interrogações.❞

❝Aquilo que já somos não nos define, porque, se passámos a vida inteira a querer ser algo que ainda não alcançámos, isso também determina o nosso caráter.❞

❝Um dia, na nossa despedida, seremos também a soma das canções que ouvimos.❞

[José Guerreiro · Rating 5 out of 5]

sentimentos à flor da pele em 79 páginas.

[Ana Vicente · Rating 5 out of 5]

Gosto da natureza envolvente, despudorada, clara e límpida como sentimentaliza.
Uma escrita e um livro para "ouvir na íntegra", como certos discos e pessoas.

Vejo-me a pegar vezes sem conta neste pequeno livro porque ressoa em muitas coisas.

É triste mas não é desesperançoso.

[Paula Lampreia · Rating 4 out of 5]

A Inês Meneses tem o poder de nos encantar com as palavras. Sabe usá-las de forma a nós envolver e as suas palavras passam a ser nossas. Porque representam sentimentos que também nos caracterizam. Este pequeno livro é gigante em termos de qualidade. E tem um simbolismo que a própria Inês Meneses trás para a sua apresentação. Escrito por ela, como desenhos da filha e em homenagem à mãe. Não podia ser mais bonito.

[Alexandra Maia E Silva · Rating 5 out of 5]

Foi saboreado
Lido com calma até 2/3, depois não foi possível não acabar de rajada.
Tarefa difícil foi também não encher tudo de post-it....
Achei pura poesia
Algo tão orgânico, algumas coisas já passei por elas, outras não, e tenho medo, receio de passar.
Máquina de escrever sentimentos, de escrever saudade sem escrever saudade, de falar de dor, de memórias, de Amor, da infância, dos cheiros, das cores, das flores, do chão que pisamos.
Algo que nos aperta o coração, que nos humedece os olhos, que nos assalta as memórias, que nos abraça umas vez suavemente outras com uma força que dói.
Máquina de escrever sentimentos fala da vida, se falta muito tempo não sabemos mas que o efeito Doppler se faz sentir mais agora que antes, disso não tenho dúvida alguma.

[Jo Vinagre · Rating 5 out of 5]

Lê-se bastante rápido, porque é pequenino, mas é daqueles livros aos quais se quer voltar. Os textos são fortes, profundos. Deixam-nos a pensar. Fazem-nos pensar.
Quero ler mais de Inês Meneses.

[Luis Jordao · Rating 5 out of 5]

Nas muitas pérolas que os Madredeus nos deixaram nos anos 90 há uma que começa assim:

“Coisas pequenas são
Coisas pequenas
São tudo o que eu te quero dar
E estas palavras são
Coisas pequenas
Que dizem que eu te quero amar”

Esta estrofe poderia ser a epigrafe desta pequena grande maravilha.

Uma ode ao amor, à saudade, à referência maternal que deixou o mundo físico e passou a viver no universo das memórias.

É muito diferente mas lembrei-me várias vezes do Morreste-me do José Luis Peixoto, que não por acaso, me tem andado pela mente nestes dias.

Para quem segue quase religiosamente os programas da Inês é para mim impossível lê-la sem ouvir cá dentro a sua voz limpa e pausada dizendo cada uma das palavras.

Se como eu, gostam de livros pequenos que não precisam de centenas de páginas para dizer muito está aqui um bom exemplo.

E com a mais valia de ser ilustrado. Pela própria filha, imaginem.
Mãe e filha, as referências a quem o livro é dedicado.

“Vamos cheios de pressa a lado nenhum”

[Andreia Morais]

TW: Luto

O que mais me fascina na escrita da Inês Meneses é a sua melodia, o facto de ser sempre tão poética, sem deixar de bordar imagens simples e muito transversais. Todos nós, em algum momento, já lidamos com a dor da perda e tivemos de nos agarrar ao que nos mantém à tona. Nem que, para isso, se recorra a um Livro de Reclamações da Saudade.

Neste livro, para além de se cruzar a dor, a ausência, a amizade, a liberdade de ser, a música e as emoções, cruzam-se talentos e gerações. Afinal, temos as palavras da autora, as ilustrações da filha e as memórias da mãe. Lê-se num sopro, mas reserva-nos reflexões que nos servirão em distintas fazes da nossa vida.

[Graciosa Reis · Rating 4 out of 5]

Este pequeno livro em número de páginas e em formato fez-me companhia nos últimos dias do ano e nos dois primeiros deste novo. O dia 2 é, para mim, um dia de memórias tristes e este livro funcionou como uma terapia, como “uma cadeia mágica entre mães e filhas”, como escreveu a autora na sua dedicatória. Vou guardá-lo na minha mesa-de-cabeceira porque é um livro sobre emoções, sentimentos, memórias, saudades e descobertas ao qual voltarei sempre que a urgência de carregar energias me desassossegar.

𝑴á𝒒𝒖𝒊𝒏𝒂 𝒅𝒆 𝑬𝒔𝒄𝒓𝒆𝒗𝒆𝒓 𝑺𝒆𝒏𝒕𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔 é-nos apresentado em forma de “diário”, sem data, apenas ordenado numericamente, sem qualquer ordem específica. São 111 textos curtos sobre sentimentos, reflexões, pensamentos, inquietações e constatações. Uns escritos normalmente, com frases destacadas a negrito, outros destacados com letras enormes, alguns complementados por ilustrações belíssimas de Maria Inês, a sua filha. A título de exemplo, o texto 42, contém 6 palavras e ocupa três linhas de uma página e diz o seguinte em letras enormes “ As mães deviam viver para sempre.” (p. 30) Bonito sentimento com o qual me identifico e que é o motor deste maravilhoso livro.

Estamos perante uma escrita sensível, sincera e poética que transborda de emoções, que partilha manifestações de amor, de carinho, que luta contra a dor da perda, que tece as “Saudades de desenhar no frio da manhã, as palavras que nunca verbalizei. Há palavras que só ficam escritas na nossa cabeça.” (35 – p. 24)

Inês Meneses expõe de forma exímia o seu mundo. O mesmo mundo que partilhou com a mãe e que agora inclui a filha, a quem lega ensinamentos que foi inferindo: “Foi preciso ser crescida para descobrir qua amo a natureza e que as lições de vida começam e acabam nela. Vamos cheios de pressa a lado nenhum.” (98 – p. 69).

Estes textos, aparentemente simples, que também expõem os nossos mundos, confundem-nos positivamente a alma, avivam-nos saudades, memórias bonitas, dolorosas e, sobretudo, destacam-nos a importância do amor, da amizade, da descoberta de si-próprio, do papel da natureza na vida humana.

[Marta Cunha · Rating 3 out of 5]

um conjunto de reflexões. estas foram algumas das quais acabei por deixar sublinhadas:

“Ter amigos é (…) mudar de lugar na mesa para conversarmos com todos.”

“Ter amigos enche-nos de uma esperança especial (…) a que enche os sofás com os casacos deles. Olhamos em silêncio e pensamos: que sorte serem tantos os casacos - os amigos.”

“Vamos cheios de pressa a lado nenhum.”

“Quando as pessoas nos dizem que não ligam muito a música, é quase como dizerem «não sei muito bem quem sou». É importante sabermos quem somos. A vida não é a música do acaso.”

“(…) E, então, apercebi-me de que a canção é um regresso que fazemos ao momento em que a vivemos. (…) A canção vive-se para além de se ouvir. São três ou quatro minutos que condensam um amor, um desgosto, um filme, um passeio de carro com a brisa a acariciar-nos a cara. A canção é a fotografia onde cabe um verão e o seguinte (…) A canção é eterna não só enquanto dura - prolonga-se para o depois.”

[Paula Magalhães · Rating 5 out of 5]

Um livro de filhas e mães , de perdas e lutos, enfim ...de dor que nunca se ultrapassa , a dor da perda de uma mãe sentida profundamente por uma filha . Curtinho, muito fácil de se ler , um fluxo de vários pensamentos sentidos e carregadinhos de emoção.
É super fácil identificarmos- nos através destes registos simples mas de uma profundidade enorme.
As ilustrações, feitas pela filha da autora, estão tão significativas e maravilhosas 🥰. A ler !!

[Vera Almeida · Rating 4 out of 5]

Um livro que nos transporta para a finitude da nossa existência, que desconstrói a cru e sublimadamente o amor e a dor associada à perda da mãe.
Há também um lugar especial para a natureza neste livro, que tanto negligenciamos mas que facilmente nos pode dispensar.
É literalmente um livro de sentimentos que nos pede para abrandar e que nos questiona porque é que “vamos cheios de pressa a lado nenhum”.

[Dália Da Silva · Rating 4 out of 5]

A culpa é o nosso olhar que ainda não aprendeu a ser livre.
Às vezes somos só oportunidades na vida dos outros para eles começarem outro ciclo. E o amor acaba antes de ter começado.
O tempo que passo contigo não chega para matar as saudades que eu tenho de ti.
Responsabilizo a idade pela intuição. Se não quero, é porque não é importante.
O que perdemos como invencíveis, ganhamos como vulneráveis.
As pessoas e os discos? Só alguns merecem ser escutados na íntegra.

[Filipa Costa Pereira · Rating 4 out of 5]

Um livro que é uma coleção de pensamentos, reflexões e pequenas frases ao estilo haiku. Inês Menezes escreve sobre temas como a vida, as amizades, o luto, a música, as recordações que nos dão identidade. Fá-lo com inteligência, sensibilidade e exposição pessoal do seu lugar de mulher, filha e mãe.

Faz-nos pensar e emocionar. E isso, num livro, é muito!

[AFG · Rating 5 out of 5]

Um pequeno grande livro, com pensamentos simples sobre as memórias, as coisas de todos os dias e as perdas da nossa vida. Há universalidade nas palavras de Inês Meneses, cabe um pouco de nós lá dentro.

[Inês Simões · Rating 5 out of 5]

Primeiro livro que li da Inês e fiquei com vontade de ler imediatamente mais. Obrigada por esta obra bonita, em que as palavras escolhidas refletem na perfeição sentimentos que fazem parte da "vida de todos os dias". Sem dúvida que irei revisitar.

[Ana Rita Rocha · Rating 4 out of 5]

Pequenas reflexões em torno da vida, morte, saudade e música.

[Cláudia Pinto · Rating 4 out of 5]

Para saborear lentamente.

[Tiago Diogo · Rating 5 out of 5]

"Vamos cheios de pressa a lado nenhum."

[Ana Póvoas · Rating 5 out of 5]

Pode se morar dentro deste livro e pode-se sair de casa e voltar sempre que precisarmos.