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As Causas do Atraso Português: Repensar o passado para reinventar o presente

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«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.»

«Uma máquina de triturar mitos. Absolutamente essencial» - JOÃO MIGUEL TAVARES.

405 pages, Paperback

First published November 1, 2023

217 people are currently reading
1201 people want to read

About the author

Nuno Palma

1 book59 followers
Professor of Economics at the Department of Economics and the Director of the Arthur Lewis Lab for Comparative Development, University of Manchester. Research Fellow at Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa. Research Fellow at CEPR, London.

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6 (<1%)
Displaying 1 - 30 of 140 reviews
Profile Image for Carlos Atalaia.
1 review1 follower
March 17, 2024
Já conhecia a tese central deste livro, que está de facto bem desenvolvida e sustentada. É a conclusão de um trabalho conjunto entre vários investigadores. O livro vale essencialmente por essa tese, mas fica bastante aquém em vários aspectos. Estava à espera de mais.

- O autor vai ao mais ínfimo pormenor histórico (e bem) para explicar o atraso de Portugal na educação, e depois não faz sequer uma tentativa de estabelecer uma relação entre educação e crescimento económico. É óbvio que essa relação existe. Mas o autor devia ter aprofundado muito mais, devia ter feito comparações internacionais, citado autores com trabalho na matéria, etc.

- Há várias insinuações que não são mais do que bitaites infundados, sem qualquer fundamento histórico. Uma delas é a ideia de que os governos da primeira república queriam manter a população com baixos níveis de escolaridade para ser mais fácil governar.

- O capítulo sobre o Portugal contemporâneo é muito fraco. Está cheio de preconceitos ideológicos e bitaites, é muito repetitivo, não desenvolve algumas ideias importantes - como o funcionamento da justiça. E sobretudo, não apresenta praticamente nenhuma sugestão para melhorar a competitividade da economia portuguesa.

- A ideia extremamente arrojada de que os fundos europeus não só não têm contribuído para melhorar a competitividade da economia, como são uma das causas do atraso, não está minimamente fundamentada. Esta ideia até pode ser válida. E sem dúvida que a aplicação dos fundos europeus merece uma análise profunda e rigorosa. Mas o autor falha em demonstrar com dados e casos concretos uma relação entre o recebimento de fundos europeus e degradação das instituições. Mais, não diz uma palavra sobre o retorno dos fundos europeus noutros países.

- Não há uma palavra sobre a entrada no euro e as consequências para a economia portuguesa, quando o declínio recente no crescimento económico começa precisamente nesse momento.

- O autor ignora totalmente o facto de, durante o governo da geringonça, Portugal ter convergido e crescido mais do que a média da UE. Coloca o séc. XXI todo no "mesmo saco", de estagnação e divergência com a UE, o que é falso. É resultado de um fortíssimo preconceito ideológico, para não dizer desonestidade. Inaceitável num historiador. Acaba por fazer o mesmo que aqueles a quem dedicou tantas páginas a criticar. Portugal cresceu acima da média europeia em todos os anos do governo da geringonça - 2016/17/18/19. Em 2017 cresceu 3.5%.
2 reviews
April 22, 2024
Recomendo a qualquer português ler este livro, que explora reflexão e à qual é importante todos estudar sem preconceitos, sem juízos morais, ideologias políticas e com a maior honestidade intelectual.
Profile Image for Emanuel Escada.
6 reviews1 follower
February 8, 2024
Visões muito arrojadas e que desafiam a memória colectiva dos portugueses. Tem a enorme qualidade de iniciar uma reflexão que há muito se impunha em Portugal e à qual todos deveríamos olhar sem preconceitos, sem juízos morais, ideologias políticas e com a maior honestidade intelectual.

Não há nenhuma inevitabilidade em Portugal ser pobre. A historia conta-nos que não só já tivemos boas instituições e como não havia distinção material no nível de riqueza com outras nações consideradas prosperas atualmente em particular na idade média.
Uma das conclusões mais ousadas é a de que o império ultramarino não foi tão relevante para a riqueza de Portugal como nós é ensinado. E o autor prova isso com números.

Aponta como momentos chave para o atraso histórico o ouro do brasil e também relacionado com isso as políticas desastrosas de Pombal particularmente com o desmantelar do sistema de ensino existente à época. Tudo isto no séc XVIII.

O grau de concretização e materialização das críticas que o autor atribui ao passado recente em que aponta as transferências da União Europeia como o ‘novo ouro do Brasil’ é menor do que no passado. Espero que o autor consiga ser ainda mais incisivo aqui em outros fóruns.

O livro em algumas partes é de facto um pouco repetitivo, mas a ideia passa muito bem e é muito agradável de se ler.
Profile Image for CCB.
74 reviews62 followers
February 26, 2025
O Nuno Palma é o melhor exemplo contemporâneo do que se consegue fazer juntando o rigor científico, a investigação e a honestidade intelectual numa pessoa que não tem nenhum vínculo ou interesse político ou institucional em Portugal. Nenhuma universidade ou instituto português que se possa incomodar com os factos, nenhum partido que não aceite críticas, nenhum mcs a quem tenha que beijar a mão. A isenção e a liberdade com que relata factos e desconstrói mitos são exemplares e refrescantes.
Com uma clareza e uma acessibilidade notáveis, este livro explica as causas históricas e contemporâneas em que radica a profunda mediocridade em que estamos mergulhados.
Desconstrói as mentiras que todos aprendemos em História sobre temas tão variados como a I República, a governação pombalina, o impacto económico das colónias, o Estado Novo, os 50 anos de democracia, etc.
É leitura obrigatória e fundamental a qualquer português que queira entender o país, a sua História, desenredar-se dos discursos enganosos e vácuos e fazer melhores escolhas nas urnas. Espero que o Nuno Palma continue a escrever e a falar com liberdade e isenção por muito tempo; o país ganharia muito em lê-lo.
Profile Image for Ana Margarida.
30 reviews1 follower
June 1, 2024
Gostei da análise histórica sobre as verdadeiras causas do atraso português, embora ache que podiam ter sido exploradas mais aprofundadamente se o autor tivesse mais liberdade na quantidade de páginas.
Os argumentos sobre o Estado Novo mereciam ser mais aprofundados, não me parece que tenha sido feita uma análise em todos os campos da época, e que essa parte foi principalmente para "limpar" o nome do autor em relação a afirmações anteriores que não foram bem interpretadas. Compreendo o porquê de se ter focado nesse tema mas foi um pouco redundante com tantas repetições da mesma ideia. O "medo da direita" também podia estar melhor explicado e justificado, não me convenceu. O livro precisava de mais páginas mas a análise histórica, principalmente na primeira metade do livro, foi bastante interessante e trouxe-me novas referências.
Profile Image for Inês.
213 reviews
January 15, 2024
Causas descartadas: qualidade das instituições pré 1750, religião, império, inquisição.
Causas defendidas: ouro do Brasil, expulsão dos jesuítas, políticas educativas 1a República, fundos europeus.
Profile Image for Ana Bernardino.
81 reviews6 followers
November 6, 2025
Muitas vezes já me apanhei a fazer este exercício:
Porque é que Portugal tem tanta dificuldade em acompanhar o desenvolvimento que temos visto, de uma forma geral, no resto da Europa?
O que é que eu faria? Que medidas deveríamos tomar?

Este livro responde a muitas das minhas perguntas. Apresenta, de forma simples e sucinta, o contexto histórico e os momentos-chave que ajudam a explicar o nosso atraso, conduzindo-nos cronologicamente até aos dias de hoje.

O livro termina numa nota desanimadora, pois, até à data, nada indica que estejamos prestes a inverter a tendência de divergência face à Europa. Gostava de poder fazer um reset a Portugal — não apagando o passado, mas recomeçando com uma nova mentalidade. Continuo a acreditar que temos um diamante em bruto, mas que ninguém sabe/quer extrair e lapidar.
Profile Image for Ana Dias.
138 reviews7 followers
November 3, 2025
Para mim foi uma muito boa volta à História de Portugal, de uma maneira simplificada e com o ângulo de tentar explicar ao longo do tempo quando e porquê que Portugal começou a ficar atrasado em relação ao desenvolvimento económico comparativamente a outros países europeus. É uma leitura simples mas por vezes faltou mais contexto e explicação de certos conceitos económicos. Não dá muita esperança mas muito bom ter mais clareza do problema atual e de como já vem de há tanto tempo.
Profile Image for Helena Serdoura.
15 reviews5 followers
March 3, 2024
Uma interpretação fundamentada e necessária que traz algum contraditório à História presente nos manuais escolares do pós 25 de abril, pelo que é impossível ficar-lhe indiferente. Contudo, são também perceptíveis as opções políticas do historiador económico e, por isso, um livro a carecer, ele também, de contraditório, dialética necessária para que de forma factual e despida de ideologias se possa compreender o passado, corrigir os erros e projetar o futuro. Dito isto, e em período de campanha eleitoral, não deixa de ser preocupante que, perante erros sucessivos e seculares de desvalorização/destruição dos sistemas de ensino, como bem Nuno Palma elenca, em diferentes períodos da nossa história, não se coloque como prioridade a escola pública e a formação de qualidade do capital humano da nação...
Profile Image for André Morais.
94 reviews4 followers
July 29, 2024
Antes de mais, o livro de Nuno Palma, “As Causas do Atraso Português”, prima por ser um exercício de liberdade e de inconformismo. Desde logo, essa é uma das suas principais vantagens - não ceder à adoração de “vacas sagradas”, eternizadas ao longo de gerações e que se revelam, afinal (ou potencialmente), ídolos com pés de barros. O Autor mostra uma enorme preocupação em fundamentar e documentar as suas conclusões histórico-económicos (o que não é nada vulgar na literatura portuguesa de análise da situação política), revelando que este livro é, na sua parte analítico-descritiva, um exercício intelectualmente honesto.
O outro grande mérito da obra é iluminar aspetos fundamentais da governança de um País, que comummente são esquecidos e dos quais o debate público em Portugal vive alheado: a importância da educação e formação do capital humano (com considerações que me lembraram bastante “A Jornada da Humanidade”, de Oded Galor), o papel das instituições e da sua idoneidade e a perspetiva histórica. Este tema é-me extremamente querido.
Contudo, como jurista que sou, foi análise às instituições que mais me tocou. De facto, no dia-a-dia, não é fácil lembrarmo-nos do fim último do nosso trabalho, mas a análise histórica de Nuno Palma à evolução das instituições portuguesas e da sua governança recordou-me vivamente da importância da sua estruturação (não tão próxima do status quo que perpetue os vícios, mas não tão distante que gere resistências inultrapassáveis), evitando a corrente cisão entre o que o Autor chama de jure e de facto e, não menos importante, prevendo e aplicando elevados padrões de idoneidade e controlo.
Também a perspetiva histórica que o livro fornece é fascinante. O encadeamento crítico dá-nos uma nova perspetiva: ler sobre as práticas dos caciques e das clientelas políticas apenas umas dezenas páginas após ler sobre os abusos de Pombal, os compadrios liberais ou os estratagemas republicanos, é um exercício de realismo e um “soco no estômago”. A distância temporal facilita a nossa capacidade de julgamento, enquanto a proximidade nos pode levar a alguma relativo ação.
Onde acho que o livro fica menos bem conseguido é na análise ao Estado Novo e nos “juízos categóricos” da última parte.
Creio que fica a faltar a análise à desigualdade de rendimentos no período do Estado Novo (que o Autor vai amiúde prometendo em várias páginas) e, porventura, um dissecar mais profundo das instituições coevas, para lá da mera crítica à falta de liberdades e direitos políticos. O que dizer do hipercentralismo salazarista? De que forma a toda-poderosa “chancela das Finanças”, instituição salazarista que sobrevive nos nossos dias, atrofia a governação setorial? As redes clientelares político-empresariais da época? A exigência de autorização prévia em plúrimos setores da economia?
Quanto aos “juízos categóricos”, creio que os mesmos resultam de uma frustração compreensível do Autor com o estado de coisas do País, mas (como o próprio admite logo na introdução) leva a uma cisão entre a parte analítico-histórica e a parte opinativa, faltando a esta última algum substrato adicional.
Dito isto, o balanço da minha apreciação do livro é claramente positivo. A sua leitura foi enriquecedora e tempo muito bem empregue. Num País de consensos, é bom constatar que há quem se dedique a questioná-los. Divergindo ou convergindo, todos saímos a ganhar com esta reflexão.
32 reviews
April 24, 2025
Um livro que descreve vários pontos da história portuguesa, dando-lhe uma nova perspetiva que pode alterar totalmente o nosso ponto de vista sobre esses mesmos eventos.
Que me levou a repensar a real influencia que teve a colonização do Brasil enquanto esta durou; o impacto de Marquês de Pombal para o país; ou o desenvolvimento so pais durante o Estado Novo.

Revela o quão complexo é recriar história, e o quão difícil é assegurar um discurso imparcial por pessoas de diferentes posições no espectro político. Particularmente no final, é fácil identificar a inclinação política do autor; e em mais do que um ponto as consequências descriras de certos evetos são distintas do que tinha recentemente lido noutros lados.

Mas o nível de detalhe histórico, linguagem fácil, contralização em factos e principalemnte a forma fresca de olhar o passado económico do país tornam o livro num ensaio que recomendo muito. Que ajuda realmente a perceber que o atraso português é muito mais complexo do que imaginamos.
Profile Image for José Cabeda.
4 reviews
February 5, 2025
Livro super esclarecedor. Deveria ser obrigatório para quem está neste momento na tomada de decisões
49 reviews2 followers
January 28, 2024
O livro é interessante, embora no início possa ser um pouco difícil de ler devido à quantidade de dados. No entanto, torna-se mais fácil de ler na parte sobre o Estado Novo. O livro desfaz alguns mitos com base em fatos, como a culpa pelo atraso não ser do Estado Novo.

É necessário menos corrupção e melhor uso dos fundos europeus, em que os dois pontos estão ligados. Há uma importância enorme da m literacia financeira para que as pessoas compreendam melhor as decisões de investimento. Isso levará a um voto mais informado.

Sugiro que outros leitores não desistam no início do livro, pois pode ser um pouco denso inicialmente. Para mim o final foi mais fácil já que me sinto mais familiarizado com a época do Estado Novo e a época contemporânea em comparação com a época dos descobrimentos.
3 reviews
July 12, 2024
Este livro devia ser de leitura obrigatória para todo e qualquer português.

De uma forma pragmática e muito bem fundamentada o autor demonstra categoricamente uma visão completamente diferenciada daquilo a que nos habituamos a escutar na escola e a ler nos media sobre as origens de Portugal e algumas das personagens históricas que mais influenciaram o nosso país.

Desconstruindo mitos e fornecendo uma análise sóbria e bastante legítima daquilo que levou Portugal a tornar-se aquilo que é hoje social, economica e politicamente, considero este livro um must-read para qualquer pessoa minimamente interessada em querer discutir sobre o Estado das Coisas em Portugal.

O autor fundamenta a sua análise através de dados e exemplos muito concretos aludindo à chamada Maldição dos Recursos, fazendo menção à falta de um sistema de educação compacto e robusto entre os séculos XVIII e XX (expulsão dos jesuítas, ineficácia do Marquês do Pombal e uma Primeira Republica francamente mal sucedida), refere a inexistência de uma rede de produtividade organizada e bem concreta que sirva os interesses do país, pois menciona a chamada Maldição dos Recursos, na qual é estabelecido um paralelo com o passado.

Compara o ouro do Brasil (aquilo a que o autor designa como Maldição dos Recursos), aos atuais fundos europeus e revela como o nosso país, completamente viciado em ajudas externas, encontra-se envolvido num marasma de estagnação e de impossibilidade de convergência com a Europa, por falta de competência, visão e estratégia a longo prazo, desorganização e elites intelectuais corruptas e desprovidas de interesse no bem comum, que não apostam nos setores que a sociedade mais necessita para se desenvolver e ficar cultural e economicamente mais forte e resiliente e menos dependente do Estado: justiça, saúde e educação.

Demonstra como as instituições públicas pouco funcionam e também que em Portugal reina há muito tempo um cheiro demasiado fétido a anti-liberalismo que não permite o país progredir, não apenas por taxas e impostos demasiado alto e castradores, mas porque impera no coletivo social a ideia totalmente equívoca de que a iniciativa privada é inimiga das pessoas e do desenvolvimento social e económico.

Essa visão deturpada levou a um sentimento generalizado de quê tudo deve cair de mão beijada, ser "grátis" e de que o Estado tem de dar tudo a todos, como se de um pai se tratasse.

Os meus parabéns ao autor por conseguir em somente 280 páginas abordar um tema tão importante e complexo como a História do Passado e Presente de Portugal!!!

Recomendo totalmente esta leitura a todos nós, portugueses, pois devia-nos fazer refletir e atuar sobre o atual Estado da Nação.
Profile Image for Vasco Gomes.
65 reviews
February 6, 2025
Mto interessante a forma como explica e prova que Portugal sempre esteve em paralelo com os outros países europeus até ao séc XVIII e que acaba por ser a descoberta e exploração do ouro do Brasil o factor determinante da posterior decadencia portuguesa.
Simplificando, como a coroa portuguesa nessa altura teve uma fonte de dinheiro enorme, deixou de convocar as cortes (quase durante todo o sex XVIII), coisa que tinha de fazer antes para acordar com o povo, nobreza e clero os impostos. Como deixou nessa altura de necessitar deles, deixou de convocar as cortes, perdendo algo fundamental para o desenvolvimento do país.
Mto interessante tb a comparação feita entre o Brasil e outros países colonizados pelos espanhóis e os Estados Unidos. Estes últimos não sofreram da “maldição dos recursos”, e, portanto, os governadores tinham de governar de acordo com assembleias locais, que foi fundamental para o crescimento político e social dos Estados Unidos e para os seus ideias de fundação no final do séc xVIII.

As causas do atraso português são assim provadas claramente pelo autor com factos, a riqueza provocada pela exploração do ouro do Brasil.

Também é muito interessante a forma como uma figura consensual na história de Portugal, o Marques de Pombal, é, factualmente, um dos piores políticos de sempre. A decisão de ter expulsado os jesuítas é determinante para o aumento do analfabetismo por não ter substituído o ensino feito por estes por nada que se parecesse. Esse facto acaba por ser determinante para a taxa de analfabetismo de Portugal no sex XIX e inícios do séc XX.
Gostei também de ler a sua análise da 1a República e do Estado Novo.
Livro que explica e quebra muitos mitos e que faz uma excelente análise histórica ao nosso atraso
Profile Image for Joana.
35 reviews1 follower
February 1, 2025
As Causas do Atraso Português, de Nuno Palma, propõe-se a analisar os fatores históricos, económicos e culturais que contribuíram para o atraso de Portugal em relação a outras nações europeias. O autor percorre diversos períodos da história nacional, apontando influências da política, religião e mentalidade coletiva no desenvolvimento do país.

No entanto, o livro tem um tom mais ensaístico do que analítico, com reflexões que, por vezes, carecem de dados concretos ou aprofundamento estatístico. Para quem espera uma abordagem mais factual e estruturada, pode parecer vago e até repetitivo. Em vez de uma análise baseada em números ou comparações rigorosas, o autor foca-se em interpretações e hipóteses, o que pode frustrar leitores que procuram respostas mais objetivas.
21 reviews
April 5, 2024
Portuguese economy history, must read for better understanding. Wish the author could have lived the former political regime, to better understand the damage done with censorship and repression... for that, Portugal still is like a small rural country, at least in many people mindset!
This entire review has been hidden because of spoilers.
Profile Image for Sónia Ferreira.
4 reviews
August 19, 2024
Uma viagem muito interessante às origens históricas do atraso económico de Portugal, fundamentada com uma vasta literatura nacional e internacional e contrastada com outros países da Europa. O autor fez um excelente trabalho ao criar um livro para a generalidade dos leitores, incluindo leigos em matérias de economia como eu.
Profile Image for Jose Antonio.
8 reviews4 followers
February 3, 2025
Excelente documento sobre a nossa história e muito recomendável para quem procura melhores estratégias para sairmos fora deste fado tuga.
Profile Image for Sofia Coelho.
1 review2 followers
February 9, 2025
Um livro importante para rever alguma da nossa história e ideias tidas como verdades absolutas, mas sobretudo para fazer reflectir sobre o presente e o futuro do país.
Profile Image for João Gonçalves.
2 reviews
August 3, 2025
Bom livro no qual é avaliada a história de Portugal tendo por base números. Um must para entender a história económica Portuguesa.
Profile Image for Francisco Marques.
3 reviews1 follower
June 28, 2024
De leitura obrigatória. Excelente trabalho e investigação de Nuno Palma, ainda que com alguns pareceres subjetivos que sempre assumiu ao longo do livro.
Profile Image for Filipa  Allen Lima.
4 reviews
February 21, 2025
A única coisa negativa é que o autor se repete muitas vezes. Não obstante, é um livro que deveria ser obrigatório por desmentir muito do que ouvimos. Quando os números falam não há argumentos contra.
Profile Image for Luis Charreu.
20 reviews
August 2, 2025
Adorei o livro. Uma viagem pela história económica de Portugal ,sempre suportada por dados objectivos e que desmistifica muitas ideias pre concebidas.
Nao fazia ideia do desastre que foi a governação do Marquês de Pombal e achei curiosa a questao da maldição dourada, que entretanto teve réplica recente.
Aconselho a todos os que tenham paixão por história e curiosidade sobre os temas da economia, mas o capitulo sobre o pós 25 de abril é leitura obrigatória para todos.
This entire review has been hidden because of spoilers.
1 review
August 19, 2024
Um livro obrigatório para quem procura perceber as verdadeiras razões do atraso do país.
87 reviews3 followers
March 19, 2024
Uma visão controversa de alguns detalhes da história de Portugal, com uma forte componente económica e que deveria deixar-nos todos a pensar:
1. De onde vimos
2. Onde estamos
3. Para onde queremos ir
como país, Portugal!

É polémico? Claro que sim.
Faz sentido? Totalmente! Muito bem documentado (ou não fosse preparado por um académico com provas dadas) e desenvolvendo muito bem a parte mais quantitativa da análise histórica (o que, também é do conhecimento comum, não é a parte que mais agrada à maioria dos historiadores tradicionais, muitos fogem de análise de números).

Estamos habituados a versões romanceadas da nossa história, o que não é o caso.

Não temos que aceitar tudo o que este livro propõe em termos de teorias da evolução do nosso país nos últimos 300 anos, mas devemos pelo menos tentar pensar a história de maneira distinta e colocar questões relevantes.

Há uns anos li um livro muito interessante sobre o ouro do Brasil, "A Última Pepita" de Lucas Figueiredo. A minha clara conclusão quando li esse livro foi que o ouro do Brasil tinha sido um desastre para a evolução de Portugal. Este livro do Nuno Palma vem confirmar isso.

A Maldição dos Recursos faz sentido em ligação com a forma como nós portugueses lidamos (passado e presente) com esse facto.

Digo isto muito frequentemente, para entender algo que se passa num país ou numa região hoje, não há melhor do que ir conhecer a respectiva história.

Obrigatório ler para quem estiver interessado no futuro e no desenvolvimento de Portugal.
1 review1 follower
February 11, 2024
Nuno Palma's book's importance cannot be understated.

Through diligent archival research Nuno has managed to uncover truths about Portugal's past that had long been lost in time and that consequently had led us to the present with an incorrect perspective regarding where we came from and what contributed to our becoming, in the Economist's turn of phrase, the "sick man of Europe" in contemporary times.

Nuno shows that, contrary to what Roger Crowley states in Conquerors, Portugal was not a "backward kingdom" in Europe when it began its seafaring voyages of discovery, but one of the richest kingdoms on the continent since the 14th century. In other words, it was not the Empire that made Portugal wealthy or developed.

What is more, Portugal possessed an accountable Parliament (the Cortes) since at least the 14th century - possibly earlier - that functioned better in the 17th century than the British Parliament, which was at that time captured by Royalist interests. The Castilian invasion, in 1580, led the Parliament not to meet except to acclaim the new Castilian kings, Philip II (I of Portugal), III (II of Portugal), and IV (III of Portugal), which had negative institutional effects on Portugal's Parliamentary monarchy. (Spain's Cortes had already entered a period of degeneration due to the discovery of the Potosi silver deposits and their appropriation).

In the 17th century, Portugal was also entering a period of proto-industrial development with the textile manufacturing centres spurred on by the Count of Ericeira.

Portugal's decline began with the natural resource curse resulting from the discovery of Brazilian gold, which flowed into the kingdom at the rate of 4% of GDP per year for several decades in the 18th century. The fact that the Portuguese Parliament stopped meeting (at this time the European continent's monarchies were going through a period of Royal Absolutism in a similar vein) also because King João V didn't need to raise taxes, since the taxes he charged on the gold shipments sufficed for him to live comfortably, contributed to the onset of institutional decline.

The economy suffered the usual effects of natural resource curses, leading to a spike in imports, a decline in exports, and the bankruptcy of Ericeira's textile hubs. The Brazilian gold thus suspended Portuguese economic development. In around 1750 Portugal seemed to be one of the richest kingdoms in Europe, but, like Venezuela much later, this was in the short-term, followed by long-term economic decline.

The main culprit of Portugal having reached 1900 with 75% illiteracy was not the Catholic church, as the majority of Portuguese historians and intellectuals stated until now. It was the opposite: to capture the Portuguese state to serve his interests in the wake of the 1755 earthquake, the Marquis of Pombal expelled the Jesuit order; which had been resisting him in Brazil, where he had placed his brother; and had an unrivaled influence on the Portuguese Crown and elite, which he sought to break, leading to the shutting down of 13 schools across the kingdom, which were not replaced by anything of substance.

Portugal possessed the same levels of literacy in early medieval times as its northern European neighbours, right up until Pombal's action, which had devastating consequences on Portuguese human capital.

It was this same lack of human capital that led to our missing the industrialisation "boat" in the 19th century. Furthermore, the I Republic (something Rui Ramos had already been saying for some time) was a despotic regime that made use of an armed militia to intimidate the press (and engaged in electoral fraud) and possessed questionable democratic credentials, contrary to its propaganda.

Finally, Nuno lays out the reasons for Portugal's current persistent stagnation.

Salazar's New State was uniquely successful at tackling Portugal's lack of human capital by focusing on pragmatic policies to tackle illiteracy, and it was due to this surprising turnaround that from 1950 the country was able to begin belated industrialisation and grow its GDP at levels that it never had in the past.

Unfortunately, the New State was undemocratic, and due to the lack of healthy open political debate the country's political views became radicalised, and Communist elements were able to reap soft power due to their resistance to this same regime (for which they were imprisoned and tortured).

These same elements infiltrated the Portuguese armed forces during the Colonial War, and had undue influence on the transitional period from the 1974 military coup onwards, without ever completely seizing power. As such, the Portuguese citizenry was never forced to experience the downsides of a Communist dictatorship, only drinking from the cup of its utopian propaganda.

The Communists also took over local government shortly after the coup and their initial stranglehold, via the Armed Forces Movement, on the programmes of the political parties they allowed to survive (six non-socialist political parties were shut down in 1974 with spurious excuses, including José Harry de Almeida Araújo's "Partido Liberal") and on the 1976 Portuguese system of government via the infamous "Pacts" have had a lasting influence on the political debate in the country.

The engine of Portugal's economic development in the fifties, sixties, and early seventies, the large industrial conglomerates, were also broken down with the nationalisations and occupations by the workers' assemblies, and never really restored to their former scale.

Since 1974, due to the association of Salazar's New State with "fascism," something even Madeleine Albright rejected in her recently published book "Fascism" - and, perhaps even more perniciously, of "fascism" with capitalism - and to the forced exile or imprisonment (without trial, and even torture) of many of those who had worked in the previous institutions and administration during the revolution, as well as the boycotts of political rallies (CDS being a case in point), anyone who defends economic liberalism, entrepreneurial incentives (tax breaks for those creating jobs), low taxes, free markets, etc. is labelled a fascist.

For this reason, and a utopic faith in social rights (without regard for economic responsibilities or the wealth creation necessary (via the accumulation of capital) to provide financing for these same "rights"), the country has been able to stumble along, using the new Brazilian gold in the form of EU development aid to keep those living off of the state (some 6 million) reasonably content.

I highly recommend Nuno's book to those Portuguese who want to understand exactly why the country is where it is. Perhaps if sufficient numbers of us understand, change may become possible. Unfortunately, until the EU funds stop pouring in, real change will remain elusive.
Displaying 1 - 30 of 140 reviews

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