Macabéa: Flor de mulungu

by Conceição Evaristo, Luciana Nabuco (Illustrator)

Conceição relê Clarice. “Se essa história não existe, passará a existir. (Clarice Lispector)”
Há quase 50 anos, Clarice Lispector publicou A hora da estrela, seu último e mais emblemático romance. Nascia então Macabéa, jovem nordestina, pobre e migrante, cuja vida era marcada por dores, silêncios e apagamento. Agora, brota a Flor de Mulungu. Neste conto ilustrado, a premiada e incontornável voz da literatura brasileira contemporânea Conceição Evaristo revisita e dá novos contornos à Macabéa, em um manifesto literário que coloca a escrita como uma forma de fazer vingar a vida.

“A Flor de Mulungu não ia fenecer. Não. A posição fetal em que ela se encontrava era um indício de que uma nova vida se abria. Ela ia nascer por ela e com ela. Macabéa ia se parir. Flor de Mulungu tinha a potência da vida. Força motriz de um povo que resilientemente vai emoldurando o seu grito. ” - Conceição Evaristo

O olhar de Evaristo para esta personagem é realista, evoca a ancestralidade de Macabéa (e de todas as Macabéas que ali habitam) para costurar uma nova trajetória em que “Mulheres como Macabéa não morrem. Costumam ser porta-vozes de outras mulheres, iguais a elas".

Genres: Audiobook, Fiction

40 pages, Paperback

First published November 1, 2023

About the author

Conceição Evaristo was born in a slum in the south of Belo Horizonte, Minas Gerais / Brazil. She had to reconcile her studies with work as a domestic worker, until she completed her first years of study in 1971, at the age of 25. She then moved to Rio de Janeiro, where she passed a public competition for teaching and graduated in Letters at UFRJ.

In the 1980s, she contacted Grupo Quilombhoje. She debuted in literature in 1990, with works published in the series Cadernos Negros, published by the organization.

She holds a Master's degree in Brazilian Literature from PUC-Rio, and a PhD in Comparative Literature from Universidade Federal Fluminense (UFF).

Her works, in particular the 2003 novel Ponciá Vicêncio, address themes such as racial, gender and class discrimination. The work was translated into English and published in the United States in 2007. She currently teaches at UFMG as a visiting professor.

Reviews

[Priskah · Rating 3 out of 5]

3,0 ✨✨✨

(Audiobook)

[Adriana Scarpin · Rating 5 out of 5]

Macabea, flor de mulungu talvez seja a coisa mais bela que Conceição Evaristo escreveu, dentro de uma carreira recheada de beleza e obras-primas. Releitura de A hora da estrela de Clarice Lispector, a beleza dessa versão não reside no fato de ser oriunda de Lispector, mas na poesia da linguagem de Conceição Evaristo a qual, ao meu ver, supera o original.
Além do conto, há ilustrações belíssimas da Luciana Nabuco nesta edição da Oficina Raquel.

[Maria Fernanda Gama · Rating 5 out of 5]

Gostei muito desse resgate de Macabéa. Um tratamento muito mais gentil que do narrador Rodrigo de "A hora da estrela", com certeza.

[gi]

mulheres como macabéa não morrem

[Carolina · Rating 5 out of 5]

Mais uma pérola de Conceição Evaristo. O nascimento e o renascimento de Macabéa são tecidos lindamente nesse conto poético.

[Lorrane Fortunato · Rating 5 out of 5]

"Macabéa ia se partir. Flor de Mulungu tinha a potência da vida. Força motriz de um povo que resilientemente vai emoldurando o seu grito. Mulheres como Macabéa não morrem. Costumam ser porta-vozes de outras mulheres, iguais a elas."

[luquinhas]

que lindo.
li hoje depois do almoço, entrei na livraria e achei um exemplar sem plástico (foi mal, mas tava caro demais pra levar pra casa e o livro é curto então li ali mesmo). um olhar diferente pra Macabéa de A Hora da Estrela, um dos livros q mais gosto de ler. uma Macabéa que faz garrafadas, que auxilia no parir da vida, que do seu entrevida surge ela mesma com o firmamento de uma ancestralidade feminina. o cuidado com tecidos e memórias.

tbm gostei tanto do que Conceição aqui escreveu sobre as poucas palavras de Béa, a linguagem, a fala, etc, o "tec-tec-tec". mt bonito.

[Karina Dantas · Rating 4 out of 5]

Depois de ler A Hora da Estrela e ter levado quase que um soco no estômago ao me deparar com aquele final, Macabéa, de Conceição Evaristo, é um aconchego no coração da gente.

O conto não fantasia com uma vida mirabolante ou completamente diferente do que lemos sobre Macabéa, mas reforça a importância da existência dela, que foi tanto colocada como inútil por Clarice. Aqui, vemos que Macabéa, na verdade, nunca poderia morrer em nossos corações.

[Babi Leitora 🍂 · Rating 4 out of 5]

Um reconto lindo de uma personagem tão querida!!

[rebeca · Rating 4 out of 5]

apesar de curto, o conto expressa toda a dor de quem conhece a história de macabéa e vê nela toda sua própria dor, em vários momentos me senti mais próxima da personagem do que no livro em que ela própria nasceu, tamanha a delicadeza que a autora se utilizou para contar uma história que poderia muito bem ser de qualquer uma que a ler.

o conto não se trata da busca de uma outra vida para a personagem ou até mesmo a criação de uma outra despregada da anterior, durante a leitura se percebe a vontade da autora de recontar a vida de macabéa acrescentando algo que não se pode notar em "a hora da estrela": macabéa, por fim, viva, de todas as formas que se é possível viver.

[Sergio]

Abre uma nova perspectiva sobre Macabéa… me questionou como tomamos as coisas como são indiciadas para ser e não como podem ser.

Desafixar o ponto de vista…

[Gabrielle Alves · Rating 3 out of 5]

Pode existir uma outra forma de contar a vida da eterna Macabéa de “a hora da estrela”. Uma história mais gentil, amorosa, questionadora das hegemonias, potente. Conceição pega a personagem e nos faz refletir sobre o preconceito linguístico e o epistemicídio que poderiam estar permeando a narrativa monocular de Rodrigo — o personagem cínico de Clarice. É sobre uma sabedoria de quem entendia os usos da Flor de Mulungu, amansa-senhor, que causava perturbações mentais nos senhores de escravos, com o objetivo de proteger as mulheres negras do assédio de seus patrões.

Achei comovente o exercício criativo, as infinitas possibilidades de escrita e a própria crítica literária por trás da história. Eu acho que a última vez que eu havia parado para reinventar algum final foi há séculos atrás, escrevendo alguma fanfic de Harry Potter 😅

Reinventar um passado, recriar ou resgatar? Acho que a autora faz um pouco de tudo… E é o que mulheres como Macabéa precisam fazer, pois nunca morrem. Sobrevivem “apesar de.” Quem diria que uma pessoa que tem dificuldade em datilografar, seria uma parteira repleta de conhecimentos ancestrais? Rodrigo com certeza não diria. Repensar a memória com afeto é um exercício coletivo, Conceição faz com maestria.

Inclusive, esse foi o livro mais curto do ano, 39 páginas. E vale destacar que as ilustrações da @luciananabucoarte são lindíssimas e o posfácio de @natashafelixx extremamente necessário!

@leiturasdagabrielle

[Elielton Castro · Rating 2 out of 5]

"Eu também me espinhosa todinha com as dores imaginadas por mim para Macabéa."
É irônico pensar que uma personagem tão miserável quanto Macabéa possa despertar essa necessidade de contemplá-la com mais atenção. Dar continuidade ao legado da estrela, mesmo que a reinventando, é compreensível. No entanto, para a dimensão humana que Macabéa carrega, o conto de Conceição Evaristo acaba me soando pouco visceral. Em alguns momentos não consigo sequer fazer a conexão entre as histórias. Ainda assim, diz algumas verdades incontestáveis (ou óbvias?), como: "Mulheres como Macabéa não morrem.".

[Mateus Odilon · Rating 4 out of 5]

Achei bem legal a releitura de a A Hora da Estrela por Conceição Evaristo. Propõe novos caminhos: novos fins e novos começos. O passado e o futuro de Macabéa são inventados numa ressignificação de seu papel de mulher no mundo. Com ou sem voz? Ausente ou presente? Incompetente ou competente no ofício? Não dá pra saber exatamente o que Lispector enxergava de Macabéa, mas Conceição Evaristo coloca um dos pontos de vista possíveis.

[Mariane Maske · Rating 5 out of 5]

Gostei de como a autora dá umanova visão de Macabea, uma mais esperançosa e poderosa, talvez.
Foi muito interessante ler logo em seguida de “A hora da estrela”, com tudo fresquinho na cabeça, vendo as coisas sob outra perspectiva.
Foi minha primeira leitura de Conceição Evaristo, fiquei curiosa para conhecer mais.

[Guilherme Eisfeld · Rating 4 out of 5]

Conceição Evaristo propõe uma chave de leitura para o livro de Clarice Lispector. Uma leitura delicada, resiliente, que abarca as mulheres e exalta a personagem como uma flor de mulungu. Macabéa é exposta não como a ausência da vida, mas sim a geradora de seres.

[Kai Coelho · Rating 4 out of 5]

Achei uma releitura bem legal e imponente. Não me recordo muito do texto da Clarice (mas me deu uma vontade grande de o reler). Conceição cria um conto fácil de ser lido e, apesar das poucas páginas, profundo.
As imagens e ilustrações são lindas e trazem toda uma complexidade para o conto.

[Kaique Coelho · Rating 4 out of 5]

Achei uma releitura bem legal e imponente. Não me recordo muito do texto da Clarice (mas me deu uma vontade grande de o reler). Conceição cria um conto fácil de ser lido e, apesar das poucas páginas, profundo.
As imagens e ilustrações são lindas e trazem toda uma complexidade para o conto.

[Caroline Teixeira · Rating 5 out of 5]

Amo a limiaridade entre a ficção literária e a crítica literária.

[Fernanda W.Z. · Rating 5 out of 5]

Uma leitura espetacular. Este livro é uma preciosidade mas recomendo que se leia a estoria de Macabria primeiro escrita por Clarice Lispector, para traçar as associaçoes.

[‧₊ júlia laís ‧₊ · Rating 4 out of 5]

a escrita da conceição evaristo é tão gostosa de se ler. aproveitei muito essa maior profundidade e carinho com uma personagem tão marcante e querida como a macabéa

[Bárbara Aguiar · Rating 5 out of 5]

Um texto tão lindo, me deixou com o coração quentinho.

[marina · Rating 5 out of 5]

no fundo, somos todas mulheres

[nicolas · Rating 4 out of 5]

4,5

[Guilherme Paiva de Souza · Rating 3 out of 5]

Importante lembrar que Macabéa de Clarice é contada através de um narrador masculino :)

[Jaqueline · Rating 5 out of 5]

A Conceição tira todo o cinismo do narrador (Rodrigo) e coloca amor no lugar. Não de uma forma brega, mas poética; eu sempre saio dos livros dela sentindo muito amor pelos personagens, é um verdadeiro prazer. Acho isso incrível. E as ilustrações são lindas.

[Lu Bao · Rating 4 out of 5]

Se encontrar com Clarice e com Conceição é sempre gratificante

[Tissy · Rating 3 out of 5]

novo aprendizado sobre chás descoberto