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Um santo em Marte

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Os homens mais ricos do mundo. Um grupo de assassinas que tem como missão e diversão matar os homens mais ricos do mundo. Um anarquista que vira milionário e entra em pânico. Enquanto aproxima-se o fim do planeta Terra! “Li o livro em um só dia e foi difícil largá-lo pra almoçar ou fazer outra coisa” - R7. “Sopra ares promissores ao gênero policial po´s-Rubem Fonseca” - Arthur Dantas, revista Soma. “A narrativa é esquelética, no ritmo hard bob de ‘Abutre’, de Gil Scott-Heron ou de ‘Q’, de Luther Blisset/Wu Ming (…) O romance passa aquela sensação dylanesca de ‘tem algo acontecendo, mas você não sabe é’ - Ronaldo Bressane, Brasil Econômico. “Te prende do começo ao fim. Leia numa sentada só” - Pizurk, Bacon Frito. Revanchismo, o primeiro romance de Rogério de Campos, foi muito elogiado, mas, na sequência, o autor se dedicou como escritor a ensaios (sobre quadrinhos, fascismo, santos católicos...) e até um dicionário. E ganhou diversos prêmios por seus livros, inclusive um Jabuti! Agora ele volta à ficção com um thriller que junta espionagem, ocultismo, ficção científica, romance histórico, suspense, comédia e a média de um assassinato a cada 14 páginas!

208 pages, Paperback

Published November 30, 2023

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Rogério de Campos

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Profile Image for Alexandre Boide.
27 reviews
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December 30, 2024
Simplificando ao máximo a questão, a principal distinção entre a “ficção literária” e a “ficção de gênero” está na relação dos personagens com seu contexto: no literário, o movimento costuma ser de fora para dentro, com o ambiente atuando sobre o personagem, em um minimalismo concentrado na dimensão do indivíduo; já no enredo especulativo, o sentido é inverso, e o personagem é instado a atuar sobre o ambiente. Não à toa, é na ficção de gênero (nas narrativas de fantasia, de ficção científica, de espionagem, de crimes etc.) que atualmente se encaixa a ancestral figura do herói, responsável por restaurar o equilíbrio em um ambiente sob ameaça existencial ― seja solucionando crimes, salvando um planeta, impedindo uma guerra ou qualquer outro feito. E, em um mundo fraturado pela destrutividade da atividade econômica nos moldes do neoliberalismo e pela ultraviolência ― tanto real como simbólica ― imposta por uma elite financeira global, somente o insólito parece capaz de dar conta de espelhar de alguma forma a realidade. Ou seria coincidência vermos cada vez mais escritores antes “minimalistas” recorrerem a um “maximalismo” distópico?

São também esses ― o capitalismo tardio e o tal 1% ― os alvos declarados do romance Um santo em Marte, de Rogério de Campos. O foco de seu ataque, porém, está no subterrâneo, no lado obscuro e arcano do poder ― tanto econômico como político e cultural. Se na ficção especulativa mais convencional somos apresentados a um mundo aparente que precisa ser devidamente contextualizado para amenizar o impacto do estranhamento inicial, mas à medida que mergulhamos mais fundo uma dinâmica de relações humanas reconhecíveis transparece, aqui essa relação aparece invertida: na superfície, está o mundo que conhecemos, mas movido por relações nem tão evidentes nas entranhas de seu mecanismo ― e é justamente aí que reside o estranhamento inicial, ao sermos lançados sem preâmbulos em um mundo de linhagens familiares obscuras, bilionários anônimos, organizações secretas e um jogo incessante de tramas, subtramas, complôs e assassinatos.

Obviamente, a subversão inicial precisa tomar caminhos mais convencionais ― se apoiando principalmente na estrutura do romance de espionagem e na ficção científica ― e convergir na direção da outra parte do contexto para que o todo se torne inteligível e se encaminhe para um desfecho com grandes implicações, como convém à ficção de gênero e seus heróis ― e, em tantos casos, anti-heróis. Mas a subversão nunca deixa de ser o nome do jogo ― espalhadas pelo livro, estão inúmeras, e quase sempre paródicas, referências político-culturais reconhecíveis, tratadas com humor suficiente para transformar o romance em uma espécie de comédia new weird. Poucas coisas podem ser mais insólitas e, portanto, mais apropriadas a uma contemporaneidade que se move na velocidade do fim do mundo.
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