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Infância: Edição Integral [Exclusividade Amazon]

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Infância é uma obra autobiográfica de Graciliano Ramos que narra as experiências do autor desde os dois anos de idade até a puberdade. O livro mostra o universo sertanejo do nordeste brasileiro, onde o narrador viveu sua infância, marcada por lembranças dolorosas, medo e opressão. O estilo de Graciliano Ramos é seco e rigoroso, com períodos curtos e poucos adjetivos, refletindo a dureza do sertão e da vida dos personagens. Publicado em 1945, o livro também revela o primeiro contato do narrador com as letras e a literatura, e como ele desenvolveu seu interesse pela escrita. Infância é considerado um dos grandes livros da literatura brasileira do século XX, e foi traduzido para vários idiomas.

201 pages, Kindle Edition

First published January 1, 1945

9 people are currently reading
468 people want to read

About the author

Graciliano Ramos

132 books412 followers
Graciliano Ramos was widely considered one of the most important Brazilian authors of the 20th century. He was a seminal voice in the literary "regionalism" movement.
As a child Ramos lived in many cities of Northeastern Brazil, stricken by poverty and severe weather conditions (droughts). After high-school, Graciliano went to Rio de Janeiro where he worked as a journalist. In 1915 he traveled to Palmeira dos Indios, state of Alagoas, to live with his father and in 1927 he was elected mayor.
In 1933 he published his first book, Caetés. A few years later he was jailed by the Getúlio Vargas government, on a charge that was never made clear. His experiences in jail would become a unique personal deposition, Memórias do Cárcere.
Graciliano died in 1953, at the age of 60. His "dry" style of writing and the conflict between the id and the world are the significant marks of his works.

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3 (<1%)
Displaying 1 - 30 of 30 reviews
Profile Image for Vit Babenco.
1,784 reviews5,792 followers
May 24, 2023
First memories of a child – the incomprehensible world comes just as a set of fragmentary images…
I hear knocks, shots, curses, the jingling of spurs, the stamping of shoes on worn bricks. Shreds of cloth and sounds were scattered about. Fear. It was fear that guided me during my first years, real terror.

In his recollections Graciliano Ramos wonderfully manages to catch a child’s perception of the environment and he meticulously and precisely depicts the gradual awakening of the boy’s consciousness…
It was not possible to distinguish other sounds from the song of the frogs in the Penha dam – voices that were acute, grave, slow, fast, and among them intermediate or discordant sounds, the bellow of a bullfrog, a terrible animal that bites like a dog; if he catches a Christian, he will turn him loose only when the bell tolls. It was the laundress Rosenda who explained that to me. Admirable bell! What was a bullfrog like? According to my information, he possessed a nature like a human being’s. Peculiar.

The boy readily and indiscriminately absorbs surrounding reality including all the prejudices and misconceptions of the adults and reality is inimical and frightening…
The news came too quickly: they were going to put me in school. They had already spoken to me about it in their moments of anger, but I was not convinced; this would never happen unless I threatened their peace. School, according to information worthy of belief, was a place where rebellious children were sent. But I always behaved correctly; shrunken and tepid, I glided like a shadow. My games were silent. And I didn’t even dare to bother the grown-ups with questions. Consequently I had crazy ideas caused by the sayings I heard in the kitchen, in the store, or near the backgammon table. School was horrible – and I couldn’t deny it as I denied hell. I considered my parents’ resolution an injustice.

To begin to think and acquire common sense any child must slowly climb the ladder of human knowledge.
Profile Image for Gabriel Leite.
40 reviews9 followers
October 7, 2016
A infância do Graciliano Ramos não foi muito fácil. Esse livro de memórias impressiona. A técnica narrativa invoca em nós uma criança anterior para permitir de novo os primeiros espantos; e o tom é sombrio, como é também a infância. Fiquei marcado principalmente pelo desconforto e vergonha do narrador ao ter sua sujeira atrás da orelha apontada; ou ao ser repelido pelo pai impaciente. E bastante encantado também, porque, no fim das contas, foram essas dores que formaram o escritor.
Profile Image for Octavio Pontes.
74 reviews71 followers
June 19, 2021
"(...) o mundo não ia acabar. Um mundo tão vasto, onde se arrumavam desafogadamente a vila e a fazenda, resistiria."
Profile Image for Mauro Kleber.
196 reviews
April 30, 2014
Eu, particularmente acho Graciliano o maior e melhor escritor brasileiro em prosa ao lado de Guimarães Rosa. Infância é impressionante: narrativa seca, árida como a catinga e ao mesmo tempo doce como doce de mandacaru. Leitura obrigatória para todo mundo que quiser entender um pouco mais do nosso sertão e dos nossos sertanejos. Brilhante
Profile Image for Cicero Marra.
353 reviews23 followers
August 18, 2017
Livro de memórias é foda, sempre será sub - gênero. Só que esse passa, bom demais.
Profile Image for Maitê.
764 reviews
October 1, 2017
Achei digno começar a ler Graciliano Ramos por sua "autobiografia". É um livro um pouco desconexo, como se fosse pedaços da infância, relatados em análise. Sem conexão aparente, mas que no fim mostra um retrato de uma criança marcada profundamente pelo descaso, pela falta de um olhar.
Profile Image for Leila Silva Terlinchamp.
98 reviews2 followers
September 8, 2023
Graciliano nunca decepciona, sempre digo isso. Caetés, dos oito ou nove livros que li do autor, foi o que menos gostei, o que nao quer dizer que o livro seja ruim.
Essa narrativa autobiográfica é de uma sensibilidade ímpar, são recordações de uma infância nada feliz, de sentimento de injustiça em tenra idade, falta de carinho, de informação, de formação, de violência sofrida por parte do pai e da mãe.
« Meu pai era terrivelmente poderoso, e essencialmente poderoso. Não me ocorria que o poder estivesse, fora dele, de repente o abandonasse, deixando-o fraco e normal, um gibão roto sobre a camisa curta. »

« Batiam-me porque podiam bater-me, e isto era natural. »

« Certa vez minha mãe surrou-me com uma corda nodosa que me pintou as costas de manchas sangrentas. Moído, virando a cabeça com dificuldade, eu distinguia nas costelas grandes lanhos vermelhos. »

« Onde estava o cinturão? Impossível responder. Ainda que tivesse escondido o infame objeto, emudeceria, tão apavorado me achava. Situações deste gênero constituíram as maiores torturas da minha infância, e as consequências delas me acompanharam.
O homem não me perguntava se eu tinha guardado a miserável correia »
Felizmente, como acontece a tantos depois de viver em ambientes violentos, o escritor não normalizou a coisa, diz ele:
« Infelizmente não tenho jeito para violência. »
A violência não era só física, a mãe dele fazia o que hoje seria chamado de bullying. É claro que muito disso era considerado normal na época, mas não era legal e traumatizava. Além disso, inteligente como era, a criança Graciliano não escutava as sandices e ficava calado, principalmente as crenças religiosas nas quais ele não conseguia perceber nenhuma lógica.
Se não me engano foi Antônio Cândido que disse que esse livro não era o melhor de Graciliano Ramos, mas era o mais importante.

Profile Image for Felipe Oquendo.
180 reviews25 followers
July 11, 2015
Um livro sofrido e uma infância de sofrimento. Ou um menino atormentado que deturpou a realidade como um pintor modernista? Há muitas chaves de expressão preciosas, contudo, como a descrição da paixão por Laura e a perda da inocência com Otacília; a doença da vista; os terrores noturnos, a primeira experiência com a injustiça. Se Graciliano Ramos não tivesse escrito Angústia, a história de sua vida seria a narrativa mais angustiante saída de sua pena.
Profile Image for Jônathas Souza.
40 reviews1 follower
January 3, 2024
"A primeira coisa que vi..."

Quem é pernambucano deve ter passado, alguma vez na vida, pela anedota de Ariano Suassuna, que dizia que sua primeira lembrança tinha sido com menos de dois anos de vida. Exagero ou não, parece que existe uma relação muito forte entre o que lembro / o que sou. Lembramos para lembrar quem a gente é.

E se o ditado diz que a criança é o pai do adulto, aqui, Graciliano desenha o que fez de si. Nesse romance (semi?)autobiográfico, evoca imagens de fazendas, viagens, pessoas, escolas e encontros. A religião e a política, o pai e a mãe, amigos e inimigos, cada um fazendo dele uma pessoa diferente.

Parece que somos presos a esse passado, e a gente se joga ou num fatalismo (sou assim e pronto) ou num desespero da possibilidade (e se eu tivesse feito isso?). Isso me lembrou outro livro fantástico que li em 2023, Como Habitar o Tempo, de James K. A. Smith:

No nível micro do indivíduo, a confusão espiritual do cristianismo de "tempo nenhum" se expressa no que poderíamos chamar de "página-em-branquismo". [...] As particularidades e contingências de nossas histórias pessoais são eliminadas por uma versão da graça que, em vez de nos salvar, simplesmente apaga esse "eu" que tem um passado. [...] Mas a nova criação é ressurreição, e não uma reinicialização; [...] o "eu"é salvo apenas se esse eu, com essa história pessoal, ressuscita para uma nova vida. [...] Cada um de nós é um poiēma singular, Paulo nos diz: uma obra de arte singular, original e exclusiva precisamente porque apenas esse "eu", com essa história, poderia ser a pessoa que Deus pode usar dessa maneira. (James Smith, Como Habitar o Tempo, p. 81-82)

Em vez de ir trombando nos acontecimentos de nossa vida e jogar neles a culpa por quem somos, e de ignorar que podemos ser de outra forma, nós encontramos um Deus que transforma os nossos passados em meios de graça, para nós mesmos e para quem está à nossa volta.
Profile Image for Paulo Sousa.
293 reviews13 followers
July 11, 2020
Leitura 34/2020
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Infância [1945]
Graciliano Ramos (Brasil, 1892-1953)
Record, 2020, 352 p.
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“Eu precisava ler, não os compêndios escolares, insossos, mas aventuras, justiça, amor, vinganças, coisas até então desconhecidas. Em falta disso, agarrava-me a jornais e almanaques, decifrava as efemérides e anedotas das folhinhas. Esses retalhos me excitavam o desejo, que se ia transformando em ideia fixa” (Posição Kindle 2306/62%).
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Infância, como o próprio título já diz, reúne as memórias mais remotas do escritor alagoano Graciliano Ramos. São capítulos curtos, primeiro publicados em periódicos da época (por isso mesmo, cada um termina com aquele macete apelativo instigando o leitor a esperar o próximo!) e que são uma espécie de unificação de retalhos da memória e o talento literário do autor.
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O livro reconstrói um pedaço da infância de Graciliano, quando sua família migrou de uma fazenda no interior de Pernambuco para uma vila em Alagoas. O olhar atento do menino vai sendo inundado por tipos humanos esquisitos, por detalhes de secas e cheias, por sentimentos nascentes, pelo nascimento de uma paixão infantil e, principalmente, pelo encontro da leitura e dos livros com o jovem Graça.
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Esses são os capítulos mais interessantes do livro, pois mostram um Graciliano arredio à escola, ao ato de ler, absorto em sua própria estupidez ignorante. As letras esparsas o deixava ainda mais acanhado, atordoado, até que, vencidos os métodos antiquados da alfabetização da época, o menino se apaixona pelos livros e pela leitura...
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Graciliano Ramos sempre foi um de meus escritores favoritos, ao lado de Jorge Amado, Zé Lins do Rego. Soube como ninguém retratar a vida do nordestino, suas mazelas e receios, seus medos e expectativas. Sua prosa seca, enxuta, exaustivamente reescrita, revela, além da economia de palavras, um esmero incomum onde cada palavra deve suficiente para dizer o que tem de dizer. Sem dúvida, um grande escritor!
1 review
January 2, 2023
A leitura é um pouco cansativa, mas os capítulos são curtos, então, eu lia, pelo menos, dois por dia. O livro é composto por contos que narram a infância do autor e, a partir da leitura, podemos refletir sobre a realidade da época em que as crianças eram indivíduos oprimidos, o que reflete em toda a vida do autor. Toda a angústia vivenciada por ele é transmitida em seus outros livros. Também podemos refletir sobre os formatos de ensino nas escolas e a rigidez dos pais na criação de seus filhos.
Profile Image for mari.
55 reviews
February 2, 2022
“As minhas primeiras relações com a justiça foram dolorosas e deixaram-me funda impressão. Eu devia ter quatro ou cinco anos, por aí, e figurei na qualidade de réu. Certamente já me haviam feito representar esse papel, mas ninguém me dera a entender que se tratava de julgamento. Batiam-me porque podiam bater-me, e isto era natural [...] Onde estava o cinturão? Impossível responder [...] Foi esse o primeiro contato que tive com a justiça."
Profile Image for José Pereira.
113 reviews
February 23, 2025
Neste livro, Graciliano Ramos conta memórias do período de sua infância. Conta um pouco das cidades em que viveu, no interior de Pernambuco e de Alagoas. Conta também as suas primeiras experiências com os livros.
7 reviews2 followers
July 1, 2025
Os olhos de uma criança curiosa não mudam tanto em quase cem anos. Uma lindeza conhecer as memórias de infância desse escritor no Alagoas, com olhos, imaginação e ingenuidade cheia de inteligencia do Graciliano crianca.
16 reviews
January 19, 2021
Como sofreu o bichinho! Rsrs Graciliano narra tão bem suas memórias que a gente sofre junto!
Profile Image for Aina Aspeby.
11 reviews1 follower
May 30, 2022
Nao terminei mas achei alguns contos bem bons. Demonstra muito bem os efeitos de pais violentos e distantes na criança
Profile Image for Lorrany.
445 reviews60 followers
November 18, 2022
Socorro, que leitura cansativa! Li este livro para um trabalho da faculdade e, de todos os livros que já tive que ler da Geração de 30, esse foi o mais arrastado. Infância é uma mistura de autobiografia com ficção e, quando eu li a sinopse, achei que ia gostar da história; ao contrário, tive muita dificuldade de me concentrar no que estava lendo, não me apeguei a quase nenhuma parte e o único capítulo consegui sentir alguma coisa diferente de tédio foi o Um incêndio. Além disso, várias passagens durante a obra mostraram como o autor era racista. Uma pena, pois sempre gosto de ter oportunidade de conhecer clássicos da literatura nacional, visto a importância deles para a nossa cultura e história, mas não tenho interesse em acompanhar a obra de racista. Infelizmente, este livro não foi pra mim.
Profile Image for Georges.
210 reviews4 followers
September 29, 2016
Um clássico da literatura brasileira, a infância do autor contada com o olhar da criança. Uma história desconcertante, pungente e com toda a dureza que sabemos existir naquela época e naquela região. Vemos ali a semente dos vários romances do autor.
116 reviews
October 2, 2019
Este foi o primeiro livro que li de Graciliano Ramos. É uma livro escrito em um estilo enxuto, uma narração que flui quase sem metáforas.

Uma boa história, onde Graciliano nos mostra o relato de uma geração de sua família.
Profile Image for Eric Rocha.
91 reviews2 followers
October 9, 2014
Sou besta, queria ter me emocionado mais. Mas Graciliano é durão demais pra deixar :~
Profile Image for Peter Daerden.
Author 3 books6 followers
February 6, 2022
Verhalen vol onopgesmukt, sterk gepsychologiseerd proza. Graciliano Ramos is niet de vrolijkste in huis. A-typisch Latijns-Amerikaans, zou je kunnen zeggen.
Displaying 1 - 30 of 30 reviews

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