Um livro essencial para compreender a luta entre judeus e palestinianos. Um quadro histórico rigoroso, a par e passo, do final do século XIX até 1950.
A luta entre Israel e a Palestina inunda as notícias: mas será que sabemos realmente qual foi a génese do conflito e desse caudal de ódio e de violência que assombra o mundo? Neste livro, Georges Bensoussan vai às raízes da guerra: foi no final da Primeira Guerra Mundial que se cristalizou o choque de dois nacionalismos; foi já em 1914 que se deu o embate cultural, o conflito religioso e a controvérsia sobre a natureza do projecto sionista! Mas foi bem antes de 1914 que a génese do conflito tomou forma no discurso das elites árabes, da antiga comunidade judaica sefardita e dos sionistas da Europa Oriental. Este livro mostra-nos que esses discursos, dominados pela propaganda, estão a milhas de um real conhecimento histórico. As Origens do Conflito Israelo-Árabe destaca a força da dimensão cultural e antropológica num choque e num combate que nenhum dos esquemas explicativos clássicos – do nacionalismo ao colonialismo, passando pelo imperialismo – conseguiu realmente explicar.
Um livro importante. Apesar de me parecer a pender para o lado sionista, dá claramente para perceber uma coisa no conflito Israel-Palestiniano - não há uma verdade sobre este conflito. Há duas versões, duas visões, duas nacionalidades inconciliáveis. Esta é a única verdade a ser retirada, cada um tem a sua razão. George Bensoussan, neste texto, faz uma revisão sumariada do período entre 1920 e 1948, um período que é preciso compreender e conhecer para se avaliar o comportamento Israelita de hoje e as suas motivações . É por isso que este livro é importante.
O estado actual do conflito no Médio Oriente, especialmente em Gaza, originou a publicação de uma série de livros sobre o tema, como seria de esperar. A enorme polarização da questão e a complexidade histórica que lhe está subjacente tornam difícil encontrar referências bibliográficas que consigam um razoável equilíbrio entre a descrição factual, a interpretação histórica e a avaliação ético-política do quadro litigioso, mantendo uma postura tão isenta e objectiva quanto possível e contendo-se dentro de uma extensão adequada para um trabalho não académico. Creio que Bensoussan consegue fazê-lo com bastante êxito. Talvez possamos agrupar as razões de queixa árabes/palestinianas (os termos não são co-extensivos, mas faz sentido que aqui sejam usados conjuntamente) contra Israel em dois grandes núcleos: as objecções históricas à fixação da população judaica no território então designado como Palestina (o termo foi cunhado por Heródoto, no século IV, aec) e a todo o processo que culminou com a criação do Estado de Israel; e o comportamento de Israel desde o momento da sua criação até à actualidade. Este livro centra-se somente no primeiro núcleo, analisando a situação desde o último quartel do século XIX, altura em que a Palestina integrava o Império Otomano, por ocasião da emergência do sionismo, até 1950, após a fundação formal do Estado de Israel, a eclosão dos conflitos armados que imediatamente se deram e o seu desfecho, que se saldou por uma derrota do campo árabe-palestiniano, a expansão das fronteiras de Israel e o problema dos refugiados palestinianos. Embora relativamente sucinto, o livro é bastante pormenorizado no plano factual e, do que me é dado ver, apoia-se numa bibliografia e em fontes académicas credíveis, sem deixar de dar nota, frequentemente, das leituras divergentes feitas por ambos os lados e adoptando uma posição crítica. Através da exposição que é feita, seguindo uma linha cronológica adequadamente dividida em sub-períodos, conseguimos ter uma visão mais completa do complexo mosaico que constituiu todo o período que medeia entre o final da primeira guerra mundial, a derrocada do Império Otomano e o controlo britânico da região, e o final da segunda guerra mundial, quando a ONU passa a ser um actor central no conflito. É um período extremamente rico em acontecimentos, em actores, em avanços e recuos, em heterogeneidade de posições e de interesses. Percebemos de onde veio primordialmente a emigração judaica e porquê, como se deu a sua fixação no território, o nascimento do nacionalismo palestiniano e a sua não coincidência integral dos os interesses árabes na região, os diversos planos britânicos para a convivência entre povos na região, a influência do surgimento do nazismo na Europa na segunda metade dos anos 30, etc. Pese embora a história deste conflito seja a história de duas aspirações nacionais antagónicas, fundadas em legitimidades históricas temporalmente assimétricas e em luta pelo mesmo território, o seu desenvolvimento concreto é tudo menos linear. E, embora seja implausível que se possa afirmar que a história do conflito desde a fundação formal do Estado de Israel em diante é uma consequência inevitável do que vinha de trás – muitas opções tomadas após esse momento poderiam ter sido outras, provavelmente com desfechos bastante distintos – a compreensão mais completa do momento actual não é possível ignorando as suas origens históricas. É esse o desiderato prosseguido por Bensoussan e que, na minha opinião, é alcançado com bastante êxito.
" de là deux discours qui cheminent, parallèlement, animés par des logiques également légitimes, mais qui demeurent encore généralement ignorants l'un de l'autre."
Excellent petit essai qui était pour moi le premier livre que je lisais sur ce sujet. Il permet de s'informer sur les origines historiques du conflit sans céder à l'aspect émotif dans les médias sur ce sujet brûlant et très politisé. Il brise quelques mythes sur les origines de la création de l'état d'Israël, notamment celui décrivant Israël comme un enfant de la colonisation occidentale dans la zone (à l'exception des Britanniques, une majorité des grandes puissances étaient défavorables à la création d'un foyer national juif en Palestine). Une excellente première introduction qui me donne envie d'en lire davantage !
Un livre extrêmement bien construit, aisé à comprendre et très documenté. Le livre est concis mais permet une très bonne compréhension de la genèse et du développement du conflit jusqu'en 1949. On perçoit dans le langage utilisé la volonté d'équilibrer le propos et de bien distinguer les faits (dont les sources sont citées) des interprétations. On est partagé à la lecture entre un sentiment d'inexorable et de succession d'occasions manquées..... On est surtout écoeuré des jeux de pouvoirs (Grande Bretagne mandataire, France-GB, clans palestiniens, états arabes, ONU) à l'œuvre dont le résultat est, à chaque étape de complexifier et de détériorer la situation.
(lido em português) O meu conhecimento relativamente à matéria é muito incipiente, portanto certamente não sou capaz de fazer uma crítica às fontes/viés pessoal que possa existir, embora seja verdade que, quanto ao segundo, Bensoussan parece-me igualmente crítico de ambos os lados. Quanto às fontes, preferia mais notas de rodapé (certo será que digo quase sempre isto), particularmente relativamente a alguns números, cujo processo de elaboração poderia ser descrito de forma mais ilustrativa. O livro acaba por ser bastante denso porque comporta muita informação redigida de forma despojada, daí a necessidade constante de tirar notas, mas parece-me uma boa introdução ao tema (embora, certamente, deverá ser desenvolvida com outros livros mais extensos, até porque a cronologia deste é limitada ao período de génese/desenvolvimento inicial do conflito). Para além disso, em algumas partes, acho que o texto carece de explicações mais elaboradas, mesmo sabendo que isso acabaria por contrariar o propósito introdutório da obra.
Très bonne introduction historique quant aux origines du conflit israélo-arabe. J'ai beaucoup aimé le côté concis bien que complet de ce livre qui permet de rendre compte au plus grand monde des informations sur ce sujet. Également, étant donné la complexité du déroulement des événements, j'ai trouvé que l'auteur a trouvé le bon angle et le bon rythme afin de rendre ces événements plus compréhensibles entre eux. Cela m'a donné le goût de lire plus de Que sais-je.
Um livro importante e extremamente educativo, mas de difícil leitura. Procurava aprender mais do tema e, admitindo que sou muito leigo em relação a todo o contexto histórico em que se insere este conflito, achei que a informação era despejada de forma densa e sem grande filtro, sendo necessário uma pesquisa constante ao longo da leitura.
Considero que é um pouco dificil de ler, dada a tonelada de informação que contêm para o seu reduzido tamanho. É no entanto bastante elucidativo sobre o tema a que se propõe expondo de uma maneira geral os posicionamentos dos diversos intervenientes ao longo dos anos iniciais do conflito...
super intéressant mais un peu confus : j'ai du mal à bien comprendre tous les évènements puisque l'auteur prend le parti de parfois revenir en arrière sur la chronologie...