Jump to ratings and reviews
Rate this book

Agosto

Rate this book
Volume 13 da Coleção Folha Grandes Escritores Brasileiros, em 20 volumes.

Agosto de 1954. Um mês de crimes estarrecedores, de atentados políticos, de lutas infames pelo poder. Um mês de paixões, de gestos de desespero e de loucura.
Um mês de multidões vociferantes nas ruas. Um mês de trágicas ilusões, encerrado pela inalterabilidade do cotidiano - a vida continua.

Em 1º de agosto de 1954, um empresário é assassinado no Rio de Janeiro. Enquanto isso, o chefe da guarda pessoal de Getúlio Vargas planeja um atentado contra o jornalista Carlos Lacerda - a crise política gerada culminaria no suicídio de Vargas.

Misturando realidade e ficção com maestria, Rubem Fonseca relembra um mês marcante para a história do país.

Após o extraordinário sucesso de Vastas emoções e pensamentos imperfeitos, Rubem Fonseca nos trouxe Agosto, um romance feito de muitas histórias: pessoais, passionais, policiais, políticas, patéticas, heróicas, reais, fictícias.

Mas, graças ao imenso talento narrativo de seu autor, Agosto é antes de tudo uma brilhante, irônica e dramática celebração literária.

387 pages, Hardcover

First published January 1, 1990

62 people are currently reading
1735 people want to read

About the author

Rubem Fonseca

99 books419 followers
He is an important brazilian writer (novelist, short story writer and screenwriter), born in Juiz de Fora, state of Minas Gerais, but he lived for most of his life in Rio de Janeiro. In 1952, he started his career in the police and became a policy commissioner. Even though, he refuses to do interviews and is a very reclusive person, much like Thomas Pynchon, who is a personal friend of Fonseca.
His writing is pretty dark and gritty, filled with violence and sexual content, and it usually happens in a very urban setting. He says that a writer should have the courage to show what most people are afraid to say. His work is considered groundbreaking in Brazilian literature, up until then mostly focused on rural settings and usually treating cities with a very biased point-of-view. Almost all Brazilian contemporary writers acknowledge Fonseca's importance, and quite a few authors from the newer generation, such as Patrícia Melo or Luis Ruffato, say that he's a huge influence.
He started his career with short stories, and they are usually considered to be the best part of his work. His first popular novel was "A Grande Arte" (High Art), but "Agosto" is usually considered to be his best work.
In 2003, he won the Camões Prize - considered to be the most important award in the Portuguese language - and the Juan Rulfo Prize - award for Latin American and the Caribbean literature.

Ratings & Reviews

What do you think?
Rate this book

Friends & Following

Create a free account to discover what your friends think of this book!

Community Reviews

5 stars
602 (32%)
4 stars
765 (41%)
3 stars
383 (20%)
2 stars
55 (3%)
1 star
21 (1%)
Displaying 1 - 30 of 111 reviews
Profile Image for João Carlos.
670 reviews315 followers
March 3, 2016

Rubem Fonseca (n. 1925)

O brasileiro Rubem Fonseca (1925) é o melhor escritor vivo de língua portuguesa.
“Agosto” editado em 1990 começa no dia “1 de Agosto em 1954, Rio de Janeiro. Um empresário é assassinado, e na sede da Presidência Federal planeia-se mais um crime. O atendado falhado contra o jornalista Carlos Lacerda e uma série de mortes violentas conduzirão ao suicídio de Getúlio Vargas, um dos grandes dramas da História do Brasil.”
Um romance policial construído e desenvolvido com factos históricos ocorridos no Brasil nos anos 50 – com destaque para o presidente Getúlio Vargas, o seu irmão Benjamim e a sua filha Alzira, e um conjunto de ministros e militares enredados em situações políticas com interesses dúbios.
A história ficcional desenvolve-se em redor do comissário Alberto Matos e do jornalista Carlos Lacerda, vítima de tentativa de assassinato, numa acção com contornos ambíguos e esclarecimentos complexos, revelando um enredo intrincado, em que as inúmeras personagens secundárias são fundamentais, quer nas tramas da vertente histórica quer nas tramas da vertente ficcional e policial.
A narrativa é feita pelo comissário Alberto Matos – uma espécie de alter-ego de Rubem Fonseca – que de uma forma aparentemente ingénua, avança na investigação, revelando um carácter, uma inteligência, uma ironia e uma perspicácia avassaladora.
A temática é abrangente: corrupção política e policial, favorecimento e compra de políticos e agentes económicos, obsessão pelo poder, relações amorosas e crimes passionais, factos históricos reais e factos ficcionados “misturados” com um notável realismo.
Rubem Fonseca tem uma escrita brilhante, simultaneamente, crua e realista, em que retrata a violência e a brutalidade das grandes metrópoles, sem contemplações, mas com um humor genuíno e com personagens que dominam a narrativa, e em que os diálogos são simplesmente perfeitos.
Rubem Fonseca é um escritor imprescindível, injustamente “esquecido” ou pouco valorizado em Portugal, com inúmeros livros inesquecíveis, com destaque para “O Seminarista”, “A Grande Arte” e “Bufo e Spallanzani”.
Profile Image for Virginia Cruz.
178 reviews212 followers
December 31, 2021
Eu não sou o público alvo desse livro.
Detesto esse estilo caótico de escrita q numa mesma página pularam pra 3 pontos diferentes da narrativa.
Odeio essa vibe todo mundo vive na imundice e ninguém toma banho ou come direito.
A quantidade de história paralela desnecessária pra mim é falta de firmeza do editor q não tinha mais coragem de cortar coisas por ser um livro do Rubem Fonseca.
A redenção vem do fato de ser uma versão interessante das 3 semanas q antecedem o suicídio do Vargas. Apesar de parecer um thriller policial eu sinceramente considero mais um thriller político com elementos de investigação policial.
Dificilmente vou ler outro Rubem Fonseca pq não é o estilo de escrita q eu gosto.
A experiência de leitura foi extremamente desagradável.
Profile Image for Luís Paulino.
79 reviews14 followers
December 5, 2014
Tendencialmente, o policial é um género inferior, pelos seus lugares-comuns, pela violência gratuita e pela limitação de estilo que importa. Apesar de proporcionar uma leitura fácil, não dá ao leitor nada para posterior reflexão. Felizmente, não é o caso de Agosto.

Temos um personagem principal com falhas de carácter enormes, mas aceitamos os defeitos pelo seu impulso implacável na resolução do caso. Aqui, é Alberto Mattos o comissário obstinado, doente, honesto e justiceiro. Dividido pela história política do Brasil, pela profissão e por duas mulheres. A investigação do homicídio de um empresário é contagiada por um dos momentos mais dramáticos da história do Brasil – o suicídio do presidente Getúlio Vargas, para evitar a guerra civil – e Rubem Fonseca fornece-nos em ficção a sua interpretação dos acontecimentos.

Considerado (por pelo menos um leitor) o maior escritor em língua portuguesa, ainda vivo, não tenho muito para opor. A escrita em português do Brasil consegue afirmar toda a herança cultural, que mais intimamente partilhamos com o “povo irmão”, e não se torna cansativa. A narrativa na terceira pessoa opta por seguir vários personagens – embora defina claramente a principal – avançando com a história ficcional e com a política em paralelo, por vezes adoptando um estilo mais jornalístico, alternando com a pastiche policial, cujo resultado é uma visão político-social dura e seca.

Sempre tenso e prestes a implodir, este livro não poupa nos murros no estômago. A vida de Alberto está mais perto do inferno que do céu e grande parte do caminho é o próprio a fazer. A justiça neste período delicado é representada pelo comissário, na sua luta inglória contra o criminoso de rua e o de farda. Tudo termina numa explosão surda, de resultado conhecido, servindo a “sinfonia de 1954” para vincar a triste realidade de 1991 – até aos dias de hoje.
Profile Image for Newton Nitro.
Author 6 books111 followers
April 12, 2015
Um dos desafios de se escrever um romance histórico está em como deixar interessante uma narrativa de um período distante do leitor, como criar algum tipo de ponte, algum tipo de identificação para que o leitor se prenda a narrativa histórica por outros motivos além do conhecimento de um outro período.

A pergunta que todo escritor de romance histórico deveria fazer é "porque o leitor lerá essa narrativa, se ele poderia ter as mesmas informações em um livro de história"? Uma das técnicas para prender a atenção do leitor é a mesclagem de gêneros, usar a estrutura narrativa de um gênero da literatura como uma espinha que sustentará a contextualização histórica. Essa espinha narrativa prende o leitor na sequência de cenas, enquanto ele mergulha no cenário, vivendo a história "por dentro", o que é a grande vantagem dos romances históricos se comparado com os textos da maioria dos livros de história.

Rubem Fonseca, o mestre da literatura de crime brasileira, foi muito feliz ao mesclar a narrativa de crime com os fatos históricos de Agosto de 1954, que culminou com o suicídio de Vargas. Criando um paralelo entre a história do detetive Alberto Matos, que é uma espécie de pêndulo moral da narrativa, com os acontecimentos que levaram ao fim da Era Vargas, Fonseca joga o leitor dentro do clima desesperado e de fim-de-mundo daquele período.

Técnicas Narrativas em Agosto, de Rubem Fonseca:

O ponto de vista narrativo é de terceira pessoa limitada, mesclado com narrador onisciente muito objetivo (apenas com algumas observações pontuais, mas feitas com o estilo jornalístico do Rubem Fonseca). Demonstrando experiência, Fonseca limita a um ponto de vista por cena, sem "pular cabeças" e confundir o leitor.

A narrativa é bem clara, e os momentos de ponto de vista onisciente servem bem para um romance histórico, ampliando o escopo narrativo e dando uma visão geral do contexto. O interessante é que a mistura com o POV de terceira pessoa limitada permitiu um bom desenvolvimento de personagens como Mattos, Salete (os mais desenvolvidos da narrativa), e arredondou os antagonistas como Chicão, Pedro Lomagno e Pádua.

O interessante é que a narrativa em si da morte de Getúlio corre por fora da narrativa principal das investigações de Mattos, mas, apesar de ter menor foco, é muito bem descrita e trabalhada, alternando POV onisciente com terceira pessoa limitada.

O livro começa quente, em "in media res" (no meio das coisas - no meio da ação), uma técnica muito eficaz para agarrar o leitor logo de cara, abrindo a história com uma ação dramática ao invés de exposição para apresentar personagens e a situação.

A narrativa, direta e veloz como é o estilo de Fonseca, se foca em torno de planos de assassinato; como o plano de matar Carlos Lacerda no começo, e os vários planos feitos por antagonistas para dar fim ao comissário Mattos.

Uma técnica de exposição (expor o contexto da história para o leitor) bem cinematográfica usada por Fonseca é colocar um personagem lendo notícias no jornal e revelar a situação da narrativa para o leitor de maneira oblíqua, sem forçar a barra. Na terceira parte do romance, Fonseca usa muito de exposição direta mesmo, mas como ele já tem o leitor nas mãos nesse ponto, não tem problema. Engajado pela narrativa, queremos saber mais sobre o contexto histórico, e Fonseca reporta usando linguagem jornalística e objetiva, evitando de colocar opiniões quando escreve em narração onisciente ( o que corre o risco, dependendo da voz narrativa, dependendo da persona do narrador onisciente, de ser rejeitado pelo leitor).

A narrativa é repleta de cenas do dia a dia e da vida particular do detetive, colocadas para dar mais identificação, desenvolver o personagem, e criar uma sensação de realismo.

Notei um grande cuidado com os detalhes, com as nuances das interações sociais refletindo os valores morais e religiosos, os preconceitos, as crenças, as ideologias, e o racismo presentes no período.

Durante as partes de terceira pessoa, Fonseca trabalha a linguagem dos monólogos interiores, usando o vocabulário e a sintaxe para revelar o caráter dos protagonistas e dos antagonistas. Por exemplo, Gregório e Chicão tem pensamentos bem rudes, violentos, enquanto Mattos reflete com certa empatia com os bandidos e sente as incongruências e paradoxos dos seu trabalho de detetive.

Fonseca usa de longas cenas de exposição para descrever o complexo contexto histórico do romance, usando de linguagem jornalística de maneira eficiente. Leitores são mais tolerantes com longas exposições em romances históricos, principalmente porque uma das motivações de se ler um romance histórico está em aprender e vivenciar o período abordado. Mesmo assim, a chance de cansar o leitor com cenas de exposição é grande, e nesse ponto, Foseca soube dosar a exposição e concentrar nas partes mais dramáticas e relevantes para a narrativa.

Personagens são marcados com símbolos e características para serem facilmente identificados em uma narrativa com tantos Pontos de Vista diferentes. A úlcera do Mattos, as roupas de Salete, o anel do Chicão, etc. Os marcadores também revelam características dos personagens, por exemplo a úlcera de Mattos é uma representação física da rejeição e sua dificuldade de digerir a amoralidade da sociedade em que está mergulhado, Salete se veste para tentar encobrir seu passado de miséria e prostituição, o anel de Chicão representa sua tentativa de ascensão social mesmo em uma sociedade extremamente racista e estratificada como a do Brasil em 50 e também de sua rejeição ao seu passado miserável, etc.

Fonseca une as narrativas em dois clímaxes, um esperado (o suicídio de Vargas e o caos que acontece depois) e outro inesperado (o final do arco narrativo de Mattos), com um epílogo em uma vingança transversa, uma vingança contra um alvo errado, reforçando mais ainda o senso de injustiça e amoralidade de toda a narrativa. Adorei o final!

Fica recomendação, Agosto é bom demais, narrativa é empolgante, Fonseca é sempre uma aula de como escrever, e o final é fantástico, anti-holywoodiano e cruel como os contos do Rubão.

______________

E agora, retorno para a literatura de fantasia contemporânea com a série Monarchies of God (Monarquias de Deus), de Paul Kearney, um autor muito elogiado por vários escritores e uma recomendação do Stephen "Malazan" Erickson, e que trata de um conflito entre duas religiões monoteístas em um mundo de fantasia medieval realista, estilão Game of Thrones . Devo intercalar os livros do Monarchies of God com os livros de contos do Fonseca postando as resenhas aqui mesmo. :)

E vamos ler porque ler é doidimais! :)
Profile Image for Cicero Marra.
353 reviews23 followers
July 31, 2020
Por que "Agosto" é o melhor livro do Rubem Fonseca? Por uma razão muito simples: porque a história principal já estava feita e, melhor ainda, já tinha um clímax trágico e perfeito. Pra que o romance ficasse ótimo só precisaria de alguém com imaginação e disciplina investigativa para reconstituir a cena do crime. Esse alguém era pra ser o Rubem Fonseca mesmo.
Profile Image for Sara Jesus.
1,673 reviews123 followers
July 17, 2018
Este livro não resulta como policial. Tem demasiadas intrigas políticas e policias corruptas.

O inspector Mattos é um figura bastante interessante. Que se envolve com uma mulher casada que tem problemas de depressão e de ninfomaníaca.

Outro promenor interessante são os macumbeiros e o cruzamento entre a cultura brasileira e a portuguesa através da personagem Adelino.
Profile Image for Ezequiel Dantas.
71 reviews15 followers
August 22, 2017
Nas primeiras páginas, pensei que esse livro não me desceria. De uma só vez, o autor recapitula e contextualiza a intriga Getúlio x Lacerda, apresenta um crime e insere diversos personagens. Muita confusão pra uma noite de quarta-feira.

Fechei o livro e dormi.

No dia seguinte, dei uma nova chance e recomecei, mas fiz uma pausa pra refrescar a memória sobre o contexto em que se deu o fim da era Vargas. Obrigado Google e YouTube. Voltei pro livro e o ritmo foi completamente diferente.

Alberto Mattos me prendeu na sua empreitada para descobrir o autor do crime que abre o livro. Personagem, conflitos e diálogos deliciosos.

As passagens históricas, desde a armação do Atentado da Rua Tonelero até o Suicídio de Getúlio, são complexas de início pela variedade de figuras envolvidas, mas muito bem construídas e relatadas. Não servem só de contexto, mas, sim como uma trama a parte.

E que final simbólico.

Já curioso para mais Rubem Fonseca!
Profile Image for Miguel.
Author 8 books38 followers
August 4, 2016
Uma obra-prima. Não me lembro de outro livro escrito em português, nos últimos trinta anos, que tenha o alcance, a profundidade, a complexidade, o rigor, a modernidade, e ao mesmo tempo o brilhantismo da escrita, desta obra de Rubem Fonseca. Devia ser obrigatório. E para além de tudo o mais, é compulsivo e ironica e acidamente divertido.
18 reviews
May 18, 2020
É muito bom ler algo da literatura de gênero nacional, ainda mais vindo de um autor de reconhecida qualidade. Rubem Fonseca, falecido há pouco tempo, foi o mestre do conto e do romance policial brasileiro, criador de uma espécie de noir tupiniquim (e bastante carioca). Conheceu sucesso e fama em vida, sendo exaustivamente adaptado para o teatro, TV e cinema.

Agosto conta as agruras do comissário de polícia Mattos, único tira honesto em um Rio de Janeiro corrupto e decadente. Não faltam as figuras obrigatórias em histórias que se passam na Cidade Maravilhosa, como pais de santo, bicheiros, políticos safados, etc., enquanto Mattos tenta resolver um assassinato em agosto de 1954, no meio da tempestade política que precede o suicido de Getúlio Vargas.

Fonseca tem um estilo seco, utilitarista, direto, mas que ocasionalmente tece grandes frases, trechos e momentos. Os diálogos são rápidos e afiados, ajudando a caracterizar os personagens, o grande forte da história. Assim, Mattos vai tentando resolver o caso enquanto lida com uma delegacia pútrida de corrupção e uma vida pessoal em frangalhos, e a democracia do país estrebucha. Com habilidade, Fonseca vai trocando a escala, dos grandes acontecimentos da vida pública até os mais comezinhos da vida pessoal, e ao fazê-lo, acaba explicando um pouco do Brasil da década de 1950 (e do tempo atual também).

Mas também pode ser excessivamente didático em alguns momentos. É evidente que o autor fez uma extensa pesquisa para escrever seu romance, e em alguns momentos, parece que ele quer mostrar ao leitor como ele fez bem o dever de casa. Há um problema sério de infodumping, quando Fonseca faz o leitor de aluno e vai explicando isso ou aquilo da época retratada. Há ainda outros problemas. Para um livro lançado em 1990, há descrições extremamente reducionistas e estereotipadas de nordestinos: basicamente, são todos uma coisa só, raquíticos, fracos, pobres e porteiros nos prédios chiques de Copacabana. Ou isso ou matadores de confiança, no máximo um político corrupto (até aí tudo bem, na história, quase todos são). Em relação às mulheres, piorou: Salete e Ana, duas das principais, são obcecadas por Mattos, cada uma à sua maneira, ou se comportando de forma pouco razoável ou de maneira totalmente maluca. Outra, Paula, que mal aparece, é também obcecada pelo seu homem e o tem como centro de sua ambição. Não é porque essas personagens estão em 1954 que precisam se resumir aos homens que orbitam. E 1990 não faz tanto tempo assim, heim?

Bom livro, leva aí 3,5 estrelas, mas seu Fonseca dá lá suas escorregadas.
Profile Image for Yana Voos.
11 reviews1 follower
July 19, 2021
"Foi um dia ameno, de sol. À noite a temperatura caiu um pouco. A máxima foi de 30,6 e a mínima 17,2. Ventos de sul a leste, moderados."
Esta trama policial é uma obra de grande importância, não só para a literatura brasileira, como também para a própria história do Brasil. A narrativa mescla um momento histórico brasileiro, na Era Vargas em 1954, costurando com a ficção do personagem Mattos, policial honesto e que busca um Brasil melhor, lutando contra a corrupção entranhada nas esferas de poder, tentando seguir e obedecer estritamente as leis e a Constituição Federal.
Fico com as palavras de Carlos Castello Branco sobre a obra: "Nem antes, nem durante, nem depois do 24 de agosto de 1954 o país conseguiu romper com o ciclo do atraso e da violência, da corrupção e da injustiça, da miséria e da demagogia".
Nota: 9,8/10
Profile Image for Claudia Perisse.
5 reviews2 followers
January 13, 2008
What a great novel!!!

Hipocrates, mean, the backstage of Brazilian history.
It's ficcional but it could be true.
Fonseca's caracters are more human than we can imagine because there are no heroes, no immaculated ones.
Everyone has a good and an evil side, as we do. And he's not ashamed to show it off.
Doesn't matter if you will like it or not. It will hurt, it'll make you angry. And because it's so real, you'll like it somehow.

That's what Rubem Fonseca does to you.
Profile Image for Veronica.
80 reviews22 followers
July 9, 2019
Releitura que me deixou deprimida, não pela qualidade do livro, que é ótima, mas com o quanto não evoluímos nada.
Profile Image for Pavol Hardos.
399 reviews213 followers
July 21, 2023
Doprajte si, aj keby nebol august. Veľmi dobrý kriminálny príbeh, písaný žurnalisticky strohým jazykom. Viac než detektívka je to vlastne kriminálny román s historicko-sociologickým presahom. Vysmylený kriminálny príbeh sa tu prelína s reálnymi historickými udalosťami jednej zásadnej politickej krízy v dejinách modernej Brazílie - obrazy fiktívnych postáv sa efektívne prelínajú s opismi skutočných postáv a udalostí.

Ak o daných časoch nič neviete, o to bude pôžitok z knihy väčší - čokoľvek budete robiť, určite si NEČÍTAJTE o priebehu skutočných udalostí - nie dokiaľ knihu nedočítate. Tiež som tak neurobil, hoci nutkanie otvoriť wikipédiu bolo značné, a som tomu teraz rád.
Profile Image for Julia.
53 reviews6 followers
June 13, 2020
Queria dar o famoso 4,5, mas entre 4 e 5, vai o elogio pra 5 estrelas. A leitura flui fácil, especialmente da metade pro final, quando o ritmo acelera e tem mais coisa em jogo - é intenso e é viciante. A úlcera de Mattos começa a doer na gente. Senso de humor no ponto, assim como o clima noir e o cinismo. Pra quem sabe história brasileira do período de cabeça, imagino que seja um deleite ainda maior o texto. Eu precisei pausar para ir buscando algumas referências.
Profile Image for Juan Merchán.
21 reviews2 followers
July 14, 2020
Una gran conmoción emocional me produjo la lectura de este libro. Mi predilección imparable por las obras de arte que se desenvuelven en un "tiempo axial" que llamara Carl Jaspers, ese momento histórico-político particular de los pueblos, estuvo muy complacido con esta magistral novela.

Mi gusto por la cultura brasilera se inició, como no, viendo a su selección de fútbol. Pareciera banal, pero como dijo mi buen amigo y crítico literario Jaír Villano, quien no guste del fútbol es porque no salió del pueblo (sí, es también algo de petulancia). Sin embargo, mi impulso ferviente por la historia me llevó primero a Jorge Amado y sus inconmensurables novelas sobre ese Brasil profundo. También, en la universidad, me vi abocado sin control como aquel paciente hiptnotizado a ese universo hermoso de la música brasilera. Podría extenderme hasta la saciedad en los referentes que me han acompañado y guían mi mente cuando escucho, leo, veo o siento el batuque incomporable que resume toda la cultura y la vida de Brasil, pero no es el espacio. Un país que he visitado muy poco con mi cuerpo, pero que (según mis amigos brasileros) he atravesado ampliamente con mi mente y mi corazón.

Agosto recorre ese convulso mes de agosto de 1954, mes ue pareciera que en Brasil no hubiera acabado el 31, sino que se hubiese congelado el día 24, el fatídico día en el cual Getulio Vargas cometió suicidio. Vargas, el gran reformador del estado brasilero, aquel lider que aupó el gran desarrollo de infrastructura del país, que garantizó amplios derechos a la clase trabajadora, aquel que persiguió y reprimió a sus opositores, que también fue dictador del país en los 40, es decir, ese lider tan latino, tan alma humana, tan brumoso.

Sin embargo, la genial narrativa de Fonseca no se deja tirar por el arado excesivamente político o "comprometido". Fonseca, el genial tejedor de relatos cortos desarolla una potente trama de eventos y personajes en esta novela en donde su personaje central es el Comisario de Policia de Rio de Janeiro, Alberto Mattos. Es en Mattos donde encuentra Fonseca el piñon que hace encajar las varias otras subtramas que se intrincan en una gran máquina en donde confluyen en primer orden el tenso clima político muy cerca a un golpe de estado, una apabullante corrupción, un crimen organizado ante la venía de los cuerpos del orden, una abismal inequidad social y racial y en otro orden el papel secundario y futil de la mujer (aunque hay que ver cómo Fonseca desarrolla el personaje de Salete, amante de Mattos. Logrando el cénit del desarrollo del personaje, hay pasajes donde pareciese que es la misma Salete la que se está describiendo, dada la estremecedora, verosímil y por tanto genial escritura del autor) la opera, la psicología, medicina y psiquiatría, y otros elementos más.

Este mecanismo de envoltura de miles de tramas, referentes y tropos hace de la novela casi que un documental del Brasil de los años 50. Es precísamente este arrojo al narrar de manera detallada partidos políticos, organizaciones criminales reales, datos geográficos y temas muy propios de la ideosincracia del brasilero, lo que puede hacer que algunos lectores la encuentren sosa, poco ligera o demasiado local. También hallé que, especialmente en el último tramo de la novela, Fonseca aceleró su escritura, siendo esto muy evidente al dejar de lado detalles importantes, hacer atar cabos sueltos de manera poco realista, haciendo referencias innecesarias para los lectores cautos y con atención, y un par de fallos de continuidad. En sumo, no le hubiera quedado mal a la novela extenderse otras 100 páginas para lograr desarrollar de forma creíble la trama principal.

Una novela infaltable para los que, como yo y como dice Mart' Nalia, vemos en el arte un:

"Mão do meu carinho
Glória em meu outeiro
Tudo para o coração
De um Brasileiro"
Profile Image for Susan.
1,650 reviews
August 12, 2014
Almost all of the very positive reviews of this book on Goodreads are by Brazilian readers. That explains my problem with this book - I don't know much Brazilian history so the very important events of the 1950's were a mystery to me. Without knowing the history and the politicians I spent a lot of time trying to figure out who was on which side - and never really mastered that. Once I got beyond the historical figures, the story is universal - a very good cop, Alberto Mattos, won't compromise his principles (which include opening the - very overcrowded - cells and letting the prisoners leave at the end of his shift. He also does not take bribes in this very corrupt system, where it seems all the politicians described are crooked. If there were any heroic politicians I couldn't find them in the story. Glad I read this, and will look for more books by Fonseca, hopefully that require less knowledge of Brazilian history.
Profile Image for Moureco.
273 reviews3 followers
November 23, 2018
Complexo, denso e conturbado como a vida, e como os tempos que retrata: Agosto de 1954, quando o Brasil está à beira da guerra civil até que Getúlio Vargas se suicide no Palácio do Catete, pondo fim à crise. Rubem Fonseca é, dos lusófonos não portugueses, o escritor que mais admiro.
Profile Image for Vítor Leal.
121 reviews25 followers
June 20, 2020
Muito proveitosa leitura. Em breve deixarei aqui dois parágrafos
Profile Image for Raquel.
21 reviews2 followers
October 17, 2020
Perfeita harmonia entre factos reais e ficção.
Profile Image for Magnus Kenji Hiraiwa.
21 reviews
June 22, 2020
Falar que Agosto é somente um romance noir brasileiro que se desenrola durante o conturbado mês de agosto de 1954 no Rio de Janeiro pode ser um tanto reducionista - mas se isso não for o suficiente pra te deixar empolgado, então realmente talvez Agosto não seja o livro pra ti.

De qualquer maneira, Agosto é uma excelente trama policial repleta de intrigas e uma crueza que arde mais do que a úlcera do comissário Mattos. Aliás, nada me tira da cabeça que o comissário Mattos é o Jake Gittes (ou o Humphrey Bogart) brazuca e o Rio de Janeiro da época equivale a uma Los Angeles dos anos 30 ou 40.

Agosto é rápido de ler, envolvente e coeso. Não achei o melhor livro do mundo, mas a verdade é que não tenho muitos motivos pra dar menos do que um 4,5. Pois aqui ficamos!
Profile Image for Erwin Maack.
451 reviews17 followers
April 26, 2020
“O Brasil caminha pero vaz de ré.” Aldir Blanc
Profile Image for Rafael Rossi.
1 review
October 8, 2025
Achei a leitura tranquila. Bastante vocabulário novo para mim e gostei das peculiaridades dos personagens. Mas aí é que está o busílis: apesar dos personagens terem características e maneirismos interessantes, suas tramas na história (e a trama principal em si) são rasas em sua maioria.
11 reviews
May 24, 2025
Um dos livros mais cativantes que já li. Eu adoro demais esse autor!
Profile Image for Pi..
205 reviews7 followers
August 13, 2019
En diciembre viajo a Rio de Janeiro así que opté por darle una "leída" a la ciudad y, tras un par de intentos fallidos, llegué a Agosto.

Es un libro policíaco/político que, vericuetos aparte, da cuenta verídica de la corrupción y violencia de todas las partes políticas de Brasil de 1954. Aunque puede llegar a ser excesivo (y aburrido) el detalle de las reuniones políticas- exceso de vericidad- ayudó en mi objetivo de leer un poco de Rio/Brasil.

Por otra no es una obra maestra de escritura pero se lee bastante bien y al final resulta entretenido.

1 review
March 11, 2021
Começo dizendo esta será uma avaliação longa, como Agosto merece. Não escrevo isso para que outros leiam (por mais que eu gostaria que isso acontecesse). Escrevo para mim mesmo, pois preciso elucidar tudo que agosto me gerou. Sigamos.

Eu tive muita dificuldade em avaliar essa leitura. 5, 4, 3 estrelas? Parece até meio sem sentido ter dificuldade em dizer se um livro foi 3 ou 5, tamanha a diferença entre os dois. Para que eu pudesse fazer algo no qual eu sinta que fui justo com Agosto, tive que pensar: o que realmente importa em um livro pra mim?

Bom, eu senti já durante a leitura (e principalmente após terminá-la) que estava lendo algo grande. Importante. Com narrativas e personagens (em sua maioria) bem pensadas e construídas, e com um contexto histórico e político de fundo - tudo se mesclando aos poucos, sem que a gente perceba direito enquanto está acontecendo.

E, quando vc percebe, tudo já virou uma grande teia intrínseca de personagens, mentiras, crimes, mágoas e tudo que se possa imaginar que realmente acontece na vida real. Essa é a sensação: vida real. Exposição. Muitas horas a sensação é de estar invadindo a privacidade dos personagens, que não era para você saber daquilo. Tudo isso o Rubem sabe criar com maestria. Entendo agora o porquê de esse ser tão aclamando nacionalmente.

Em contrapartida, provavelmente por sua riqueza histórico-política, não é um livro fácil de ler. São tantos personagens, tantos lugares, tantas hierarquias políticas e militares que por fim eu desisti de tentar me lembrar de todas. Me senti mal por não ter feito uma lista com os nomes das coisas descritas acima no início na leitura.

Parecia, por vezes, que Rubem tinha feito uma pesquisa tão boa e tão aprofundada sobre o contexto político de 1954, que precisava por tudo que tinha. São diversas as informações que simplesmente não acrescentam muito à história como um todo, e não se mescla com naturalidade a tudo. Tem parágrafos inteiros só com nomes de jornais e seus respectivos responsáveis que foram contra a permanência de Getúlio no poder. O que não seria um problema se a proposta do livro fosse jornalístico, e não romance.

Com isso em mente, é claro que surge outra problemática - pouco desenvolvimento de muitos personagens. Não me leve a mal, eu sei que já disse há uns parágrafos que era o inverso. E o é, de fato. Todavia, são tantos os personagens que surgem na trama que fica realmente impossível construir uma boa personalidade para todos. Sério, muitos eu mistura os rostos, os trejeitos, as roupas, tudo. Eram todos as mesmas pessoas com nomes diferentes. Foi realmente difícil, principalmente mais para o meio do livro. Tudo isso deixa a leitura menos fluida, pelo menos foi essa a sensação que tive.

Sem entrar em detalhes, também me incomodou a forma em que as mulheres dos livros foram construídas. Não pareciam reais, todas fazendo basicamente a mesma coisa, sem muita visão própria. Apenas um adereço para melhor construção dos "seus parceiros".

Após tudo isso, eu escolhi dar 4 estrelas para o livro. Apesar de todos os problemas que citei, é um livro inesquecível. Aquele que te faz querer saber mais sobre tudo da época, querer consumir mais romance histórico brasileiro. Aquele tipo de obra da qual você se pega pensando às vezes, mesmo depois de já estar lendo outro. E é isso o que importa pra mim em uma leitura.

Agosto entra para uma lista de livros que quero ler depois novamente, já mais preparado e maduro, com mais conhecimento.
Profile Image for Casemiro Azevedo.
36 reviews
July 16, 2021
Um livro que tem tudo de Dashiell Hammet, inclusive as problemáticas e chatices, mas num cenário bem legal. E o final é bem resolvido também.
Profile Image for Joao =).
8 reviews
September 11, 2024
Mui bueno, fechou com chave de ouro.
O arco do comissário Mattias é muito intrigante, havendo diversas conflitos e reviravoltas, a parte que evolve os políticos (parte mais voltada para a realidade) acaba sendo um pouco massante e cansativa, mas a história sempre se mantém interessante, as últimas 50 páginas são repletas de mudanças inesperadas.





Spoiler: Vargas morre
Profile Image for António Ganhão.
Author 2 books28 followers
Read
August 13, 2013
Existe na escrita de Rubem Fonseca um lado negro, uma crítica social que se torna intemporal. O Brasil de todos os tempos retratado num ritmo forte, em histórias de miséria humana que atravessam todas as classes sociais. Uma lista interminável de personagens sem que o leitor se perca. Vidas que se entrecruzam, como se o Brasil fosse um espaço exíguo, como aquelas celas da delegacia que Mattos insiste em ir esvaziando.

Talvez o seu erro tenha sido o de julgar encontrar na lei os limites para uma sociedade em degradação.

Ler mais em AcrÌtico - leituras dispersas

Displaying 1 - 30 of 111 reviews

Can't find what you're looking for?

Get help and learn more about the design.