Prepare-se, leitor, porque este, infelizmente, não é um livro qualquer. Ele nos traz, de maneira chocante e até decepcionante, a dura realidade dos bastidores da política e do empresariado brasileiro, em conluio para roubar dinheiro público. Faz uma denúncia vigorosa do que foi a chamada Era das Privatizações, instaurada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso e por alguns de seus ministros e altos funcionários. Nomes imprevistos, até agora blindados pela aura da honestidade, surgirão manchados pela imprevista descoberta de seus malfeitos.
O autor, famoso jornalista investigativo, que trabalhou em varios grandes jornais e revistas, faz um trabalho investigativo que começa de maneira assustadora, quando leva um tiro ao fazer reportagem sobre o narcotráfico e assassinato de adolescentes, na periferia de Brasília. Depois do trauma sofrido, refugia-se em Minas e começa a investigar uma rede de espionagem que tinha o objetivo de desacreditar um possível candidato do PSDB, o ex-governador mineiro Aécio Neves. Ao puxar o fio da meada, mergulha num novelo de proporções espantosas. livro tem 160 páginas de documentos irrefutáveis, contas no exterior, copias de cheques e contratos, fotos dos locais onde os políticos guardaram dinheiro para enriquecerem e financiarem campanhas eleitorais.
Amaury Ribeiro Júnior é um jornalista investigativo especializado em temática dos Direitos Humanos. Ganhou três Prêmios Esso, dois Imprensa Embratel e um Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Lançou o livro A Privataria Tucana, que foi finalista de mais um prêmio, o Jabuti. Foi repórter especial do jornal O Globo e da revista IstoÉ, além de ter se destacado no Correio Braziliense e no Estado de Minas. Atua como repórter e produtor especial no Núcleo de Reportagens Investigativas da Rede Record de Televisão, produzindo matérias para os programas Domingo Espetacular, Repórter Record e Jornal da Record, desde outubro de 2010. O primeiro Prêmio Esso conquistado veio em 1996, na principal categoria da premiação, com os jornalistas Aziz Filho, Adriana Barsotti, Consuelo Dieguez e Cid Benjamim, por matéria publicada no jornal O Globo. A equipe reconstituiu a história da Guerrilha do Araguaia. As reportagens abriram caminho para a descoberta de ossadas de alguns guerrilheiros em cemitérios clandestinos e também para que o Estado brasileiro assumisse a responsabilidade nos fatos, com o pagamento de indenizações às famílias. Com a mesma matéria obteve menção honrosa no Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos 1996. Em 1997, ganhou outro Prêmio Esso, ao desvendar uma rede de prostituição infantil, e em 1999 ainda no jornal O Globo, junto a outros jornalistas ganhou mais um Prêmio Esso, com reportagem sobre o Riocentro. Fizeram parte da equipe vencedora Chico Otávio e Ascânio Seleme. Já na IstoÉ, ganhou o Prêmio Barbosa Lima Sobrinho do Imprensa Embratel 2003, com Sônia Filgueiras e a equipe formada por Francisco Alves Filho, Liana Melo e Ricardo Miranda, pela matéria Máfia dos fiscais, sobre a existência de uma estrutura de corrupção instalada na Secretaria de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro. A premiação seguinte foi o Imprensa Embratel 2007, na categoria Regional Centro-Oeste, com Eduardo Militão e Fernanda Odilla e participação de Mário Coelho, Ulisses Campbell, Diego Abreu, Lilian Tahan, Ugo Braga, Ana Maria Campos, Riomar Trindade e Denise Rothenburg, pela matéria Instituto Candango de solidariedade e dos rombos dos cofres públicos do DF, publicada no Correio Braziliense. Ainda trabalhando para o Correio Braziliense, foi baleado quando realizava trabalho de investigação jornalística sobre os homicídios ligados ao narcotráfico em Brasília. O fato levou o jornalista a trabalhar no jornal Estado de Minas, onde começou a escrever sobre assuntos políticos. O caso teve repercussão internacional. Foi publicado pelo jornal inglês The Guardian, Freedom House, e recebeu manifestações de apoio do Committee to Protect Journalists, International Consortium of Investigative Journalists. Teve de permanecer sob escolta policial. Em 2010, foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e por dar ou oferecer dinheiro ou vantagem à testemunha. Negou as acusações, afirmando que "jamais pagaria pela obtenção de dados fiscais sigilosos de qualquer cidadão". Lançou em nove de dezembro de 2011 o Privataria Tucana (Geração, 2011), que investigou casos de privatização ocorridos no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. O livro relata um suposto esquema de corrupção para lavagem de dinheiro público em paraísos fiscais. A Privataria Tucana foi um dos finalistas da 54ª edição do Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, o prêmio mais prestigiado da Literatura Brasileira, na categoria Reportagem. Faz parte do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). Foi um dos fundadores da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
Inicialmente, parabéns ao autor, Amaury Ribeiro Jr., pela coragem e pela determinação para escrever este livro. À época das privatizações no Brasil, era possível enxergar os movimentos que o livro denuncia de forma contundente e comprovada. O fato mais triste é que se antes tínhamos corrupção nas empresas do Estado, isto poderia ser "corrigido" elegendo políticos menos corruptos; porém, após a pilhagem do nosso patrimônio por corruptos privados, a única forma de recuperarmos o que é nosso é através da identificação e prisão destes verdadeiros piratas, inimigos do Brasil, que se apossaram de forma tão irresponsável e mesquinha daquilo que pertence aos brasileiros. Que este livro seja um passo inicial neste sentido.
O Estado do Rio de Janeiro gasta 20 vezes mais do que recebe pela venda de seu banco; O Estado investe no sistema Telebras a quantia que recebe pela privatização do mesmo sistema poucos meses depois; Uma das maiores mineradoras do mundo é vendida a preço de banana e suas minas e jazidas valem R$ 0,00... Esta é a sensacional história de como o povo brasileiro foi absurdamente roubado durante o programa nacional de desestatização do governo Fernando Henrique Cardoso, e de como enriqueceram os parentes e amigos do eterno "futuro presidente" José Serra, o queridinho da mídia brasileira. Simplesmente imperdível!
Esse livro não é apenas uma coletânea de notícias requentadas. Ele possui cópias de documentos que comprovam a ligação entre lideranças nacionais do PSDB e esquemas de lavagem de dinheiro, pagamento de propinas e favorecimento de empresas nos leilões que privatizaram algumas das estatais nacionais na década de 90. Leitura obrigatória para qualquer brasileiro. Uma prova de que a luta contra a corrupção deve ser realmente apartidária.
Muito bom. Traz informações bem importantes pra gente entender o que aconteceu na época das privatizações sob FHC, com ligações diretas entre os crimes e o Serra. O contexto, Brasil polarizado, torna o conteúdo mais interessante.
Ao contrário de uma avaliação que li da Amazon, achei que o livro tinha muitos documentos e referências pra embasar os fatos citados.
O único ponto menos legal é a linguagem jornalística, seguindo o padrão (de texto) de coluna, que às vezes fica meio cansativo.
Pra complementar, devido ao volume de pessoas e empresas conectadas, seriam interessantes alguns gráficos mostrando as conexões entre eles e o fluxo dos dinheiros.
Como resultado, acho que a leitura vale bastante a pena. É claro que vale sempre manter o senso crítico em alerta nesse tipo de leitura.
Uma radiografia do maior escândalo de corrupção e lavagem de dinheiro da história do Brasil. Um livro poderoso e recheado de provas contundentes contra os tucanos que além de dilapidar o patrimônio nacional enriqueceram e enriqueceram os amigos e parentes no processo. A prova de que a justiça brasileira tem um lado e que, se depender dela, ainda vamos sofrer MUITO a sanha dos corruptos e corruptores. Livro indispensável!
Uma leitura essencial para aumentar a robustez intelectual da crítica política de uma pessoa. Enxergar que o maquineísmo político que se forçadamente tenta aplicar atualmente, na verdade não existe e a discussão de que país queremos ser antecede muitas das chagas atuais.
O livro expõe detalhes dos esquemas de lavagem de dinheiro oriundos das privatizações, por parte de pessoas ligadas ao PSDB e ao clã dos Serra durante o governo FHC. Como, quando, por exemplo, Gregório Marín Preciado (casado com uma prima de 1º de Serra) compra em leilão três Estatais de Energia Elétrica, mesmo estando na bancarrota. Para tal, recebeu empréstimos do BB pela mão “onipresente” de Ricardo Sérgio de Oliveira (ex-tesoureiro de Serra e ex-diretor da caixa de Previdência dos funcionários do BB). Ainda que tenha entrado com uma soma menor de capital, Preciado obteve o controle acionário do empreendimento e financiou, com doações, a candidatura de Serra à presidência. Durante a privataria Tucana, empresas estatais foram vendidas por valores abaixo do mercado, compradas com moedas podres e, em muitas delas, seus funcionários foram demitidos ou aposentados antes da venda, de modo que o Estado assumiu todas as responsabilidades trabalhistas. “O torra-torra das estatais não capitalizou o Estado, ao contrário, as dívidas interna e externa aumentaram, porque o governo engoliu o débito das estatais leiloadas para torná-las mais palatáveis aos compradores e [...] fizeram crescer a dívida externa ao contraírem empréstimos no exterior, quando já privatizadas”. Ou seja, nós PAGAMOS por diversas delas. Apesar dos esquemas de corrupção e de lavagem de dinheiro apresentados com maestria pelo autor, achei que há passagens do livro que levantam questões de cunho pessoal. O autor, ao se inserir na narrativa, mescla o jornalismo investigatório com a própria biografia, deixando-o menos atraente e autêntico.
Notícias requentadas, com roupagem nova para chamar atenção, que certamente faz as pessoas que acreditam na existência do "PIG", e idolatram o ex-presidente "companheiro", suspeitarem em êxtase. O livro certamente levanta várias dúvidas, mas as principais, para mim, são aquelas por trás do livro: quem financiou o livro e a pesquisa? Por que isso só apareceu agora, quando a policia federal e os partidos estão outros com o autor?
Sem contar que o livro inteiro é um atestado de incompetência da nossa policia federal e receita [ironia], afinal de contas, o que diabos elas estão fazendo, se um jornalista consegue tantos fatos bombásticos e incriminadores (onde já se viu cidadão de bem ter conta no exterior?) em juntas comerciais e cartório de jotas???? Faça-me o favor...
A narrativa foi interessante ate aproximadamente 70% do livro, depois saiu um pouco do foco! Poderia ter concluído, informando como está a vida destes personagens hoje, e como orgãos fiscalizadores em tese avaliam estas informaçōes.