Como Pedra

by Luckas Iohanathan

No árido Sertão nordestino, uma família luta contra a cruel dança da seca e da fome. Contudo, o verdadeiro desafio transcende as agruras da natureza. A filha do casal, aprisionada em uma cadeira de rodas, enfrenta uma doença silenciosa, que a priva do movimento e da voz.

Em meio à escassez e à desesperança, a fé é testada e o fanatismo religioso emerge como uma sombra ameaçadora. Luckas Iohanathan esculpe uma narrativa profunda e comovente, que mergulha nas entranhas da miséria humana e da maternidade resiliente.

Como Pedra recebeu Menção Honrosa no 1º Prêmio Latino-Americano de Quadrinhos, em 2022. A edição tem acabamento de luxo, com capa dura, 200 páginas coloridas em tons amarelos, impressas em papel pólen de alta gramatura.

Genres: Graphic Novels, Comics, Fiction

200 pages, Hardcover

Published September 29, 2023

Reviews

[Guilherme Smee · Rating 5 out of 5]

A pedra do título desta história em quadrinhos pode significar tanto o fardo que a família tem de carregar com uma filha que não fala e não se mexe sozinha na aridez do sertão nordestino, como também à pedra do sacrifício, tão referenciada na Bíblia, em que o significado do sacrifício é o mesmo da libertação. Isso se reflete no culto messiânico que visita essa família e que pede para que a menina seja sacrificada em nome de um bem maior. Cultos messiânicos, como em Canudos, são muito populares no Brasil e mais recentemente estão ligados à figuras da extrema direita política. Eles sempre exigem sacrifícios e nunca são os sacrifícios deles. São os sacrifícios das liberdades e das vidas alheias. Como Pedra, de Luckas Iohanathan mostra que o peso da pedra para uma família que parece viver com um "fardo" pode ser pior se esse "peso" for retirado deles, pois ele é aquilo que dá sentido para suas vidas. Como na canção dos The Hollies, popular nos anos 60/70, parece nos dizer "He ain't heavy, he is my brother", e neste quadrinhos parece anunciar "ela não é um fardo, é a minha filhinha", de uma forma pungente, seca e cortante como o clima do sertão.

[Uva Costriuba · Rating 3 out of 5]

Não sei o que pensar desse quadrinho.

é bem impresso, bonito, tem traços digitais com uma simplicidade em alto contraste em duas cores. o papel tem uma aspereza que combina com a história.

mas a história em si é uma descida rápida num beco sem saída. não tem salvação pras personagens e também não tem nada de poesia ou criatividade. duas mulheres de fora tentam colaborar com a família mas não dá muito certo. um filho retorna com um homem santo e duas mulheres que só falam pra segurar a mãe da menina. é terrível. e só piora.

o final me pareceu uma metáfora pra um corte fundo e o sangue que jorra, escorrendo, empossando.

me lembrou algum livro do mia couto em que não tem resistência e a vida miserável ali retratada é estética toda. prefiro ler histórias de resistência, histórias que lembram que já aconteceu das pessoas se juntarem pra entender, buscar e lutar. prefiro ler Paulina Chiziane, sabe?

[Urbon Adamsson · Rating 5 out of 5]

I read "O Monstro Debaixo da Minha Cama" a couple of months ago and at the time I knew I would want to read anything created by this author.

Luckas brings another amazing story with "Como Pedra".

A picture of a poor family, with a seriously ill daughter, where it seems that everything goes wrong.

Religion should be a way to allow people to be stronger, to hold better through the dark passages but it seems that most of times it's just an excuse for people to bring the worst in themselves.

A great graphic novel by this Brazilian author.

Highly recommended.

[André Rodrigues · Rating 5 out of 5]

Um quadrinho que queima. Luckas Iohanathan consegue nos levar para a aridez física e emocional do sertão. Sentimos calor, medo e tristeza. Ao mesmo tempo, há resiliência e esperança por vermos que o homem é diverso e flores conseguem nascer de pedras. Cortante e preciso, “Como Pedra” é uma experiência dura, mas estranhamente reconfortante. São belezas como essa que nos ajudam a seguir em frente.

[Juliana Manzano · Rating 2 out of 5]

Não sei se entendi inteiramente o livro. As ilustrações são lindas e muito sensíveis, a história deixou algumas coisas sem resolução ao final, ou as deixou para a interpretação do leitor. No mais, gostei de como o autor, brasileiro, retratou o sertão e a humildade.

[Ana Claudia · Rating 3 out of 5]

Acho que daria 3.5. Gostei muito, mas achei que podia ter um pouco mais de detalhes. Ele tem uma pegada mais direta, mas com alguns cortes que acho que poderiam ter mais desenvolvimento

[Marcos · Rating 4 out of 5]

Intenso, a escolha das cores dão ainda mais dramaticidade à estória.

[ana rafa · Rating 5 out of 5]

graphic novel vencedora do prêmio Jabuti de 2024 e indicada ao Angoulême, escrita pelo mesmo autor do EXCELENTE "O Monstro Debaixo da Minha Cama" (disponível na assinatura do Kindle Unlimited, pra quem tiver interesse num primeiro contato com ele), mas com um roteiro ainda mais seco

ambientada no Sertão potiguar, onde uma família vive à mercê da seca e da miséria, com uma filha imobilizada por uma doença que lhe tira o movimento e a fala, além de causar (acredito que sejam) ataques epilépticos (meningite? síndrome de Rett? acredito que os pais, assim como nós, sequer saibam), Como Pedra fala de miséria, fé, ausência de esperança e fanatismo religioso. uma mãe desesperada e um pai sem perspectiva, que não conseguem amparo da mídia nem das políticas assistenciais, e buscam (péssimas) respostas do além

a Pedra do título pode ser tanto o peso de carregar a própria filha, inerte, como da pedra do sacrifício, tão referenciada na Bíblia, na qual o significado do sacrifício e do sofrimento é o mesmo da libertação. em ambos os sentidos, a pedra dá razão pras suas vidas, mas também as destrói. esse "peso" da pedra para uma família que parece viver com um fardo pode ser pior se retirado deles

a HQ é silenciosa, leitura rápida e muito pesada, com poucos balões de fala, mas impacto em cada virada de página. Luckas é excelente em firmar uma ambientação com sequência de quadros, e a limitação de cores aqui (só é usado o preto, o branco e o amarelo) intensifica a sensação de desolamento. não é uma história otimista nem em suas últimas páginas

logo na epígrafe, fica claro que a HQ é uma versão sertaneja do mito de sísifo. o gesto maternal de acatar o sofrimento imposto pelo destino sem esmorecer parece sair da teoria absurdista de Camus. a mãe, como geralmente ocorre, opta por carregar todas as pedras

obrigada ao amigo Gustavo que me emprestou!!!

[Gabrielle Martins · Rating 4 out of 5]

Minha primeira leitura nesse formato, e foi aprovada. Como pedra, assim como seu nome nos atinge como uma pedrada forte e cheia de emoção. A história lacerante de uma família "miserável", no sentido literal da palavra, do sertão potiguar, causa a dor após a pedrada que é recebida com a leitura e o galo posterior é o latejar que fica na cabeça do leitor enquanto digere a forma brutal como finaliza a história.
Histórias com apelo religioso sempre vão ter um apelo mais incômodo para mim, e a forma como pessoas inescrupulosas se aproveitam da fé do outro para fazer coisas cruéis me corrói e causa náusea.
A pedra que finaliza a dor da vaca Beatriz é de uma certa forma piedosa, e a pedra que finaliza a dor da protagonista, nossa mãe "sem nome", chega a ser de forma desesperada, por sobrevivência acima de tudo.

[Ricardo · Rating 5 out of 5]

quadrinho brasileiro mais aclamado de 2024, "como pedra" foi indicado ao angoulême e venceu o prêmio jabuti.

iohanathan demonstra ter pleno controle da narrativa gráfica, experimentando com uma paleta de cores monocromática em tons de laranja e com riscos brancos.

trata de um casal miserável do sertão nordestino que tem uma filha que, além de não andar, tem convulsões, não fala e está catatônica. quando um culto convence o pai a sacrificar a menina, a mãe assume para si o peso simbólico que é a vida de sua filha.

na epígrafe, o autor deixa claro que esta hq é uma versão sertaneja do mito de sísifo. o gesto maternal de acatar o sofrimento imposto pelo destino sem esmorecer saiu diretamente da teoria absurdista de albert camus.

[Danielle Gomes · Rating 4 out of 5]

Até agora ainda estou paralizada pensando na história dessa HQ. Conta sobre vidas com ambientes miseráveis por conta da seca e a ingenuidade do povo. Os problemas são tantos que tem espaço para o que resta que é a fé extrema onde entra o fanatismo religioso. Conta a luta dessa família e todos seus problemas principalmente. com a filha. O final deu nó na minha cabeça e ainda não tenho uma opinião formada mas é muito boa e interessante. As cores são bem expressivas e confesso que o nariz desenhado me incomodou um pouco.

[Supercolecionador X · Rating 4 out of 5]

uma obra essencialmente brasileira, elabora um drama familiar permeado pela pobreza e pela ignoracia que assola algumas regiões do Brasil profundo.
lembra clássicos da literatura como "os sertões" e ""morte e vida severina" , moderniza a relação do homem do sertão com a fé e as armadilhas do fanatismo, um clássico moderno

[Igor Mascarenhas · Rating 5 out of 5]

Really like the lines and how the colors pictures the "sertão nordestino". The plot shows how people makes religion a villain in a story. The mother in this story also its well written and shows depth emotions.

[Ingrid · Rating 2 out of 5]

a arte é belissima, porém achei que a história deixa a desejar. talvez seja um desgaste meu com narrativas de caregiver angst onde personagens com deficiência são apenas corpos inertes e sem escolha alguma. mas quero seguir acompanhando os trabalhos do autor

[Bertazzo · Rating 5 out of 5]

Difícil definir como esse livro é poderoso. Real e cruel como a seca, mas também uma história que te captura pela tensão. Impossível não ler de uma vez só. Brilhante!

[Karlesy Stamm · Rating 4 out of 5]

* 3,5

[ܺachillesongg · Rating 4 out of 5]

história belíssima e arte mais ainda. vale muito a leitura

[Diego Galvão · Rating 3 out of 5]

Sem dúvida uma histórua triste e forte, mas achei que faltou mais detalhes. E este estilo de arte e cores me incomoda um pouco.

[Pedro · Rating 4 out of 5]

4,5/5