Nos últimos anos, os partidos de direita radical tornaram-se actores políticos centrais na maior parte dos países europeus. O que explica o aumento do sucesso eleitoral destes partidos? Se a mudança das ideias políticas é um processo particularmente lento, porque crescem eles tão depressa, parecendo vir «do nada»? A resposta, como argumenta Vicente Valentim neste seu primeiro livro, está no facto de grande parte das pessoas que expressam actualmente o seu apoio à direita radical já terem antecipadamente essas ideias em privado, não tendo até agora à-vontade para o manifestarem em público por causa da pressão social.
Percebi o facto de o autor querer utilizar uma linguagem mais clara e menos técnica do que nas suas investigações académicas, mas sinto que o livro ficou demasiado repetitivo. Mas, mesmo assim, é um ótimo livro sobre o tópico.
Livro bastante interessante que consiste numa versão mais sucinta e menos técnica, destinada ao grande público, da tese de doutoramento de Vicente Valentim, com o título "The Normalization of the Radical Right: A Norms Theory of Political Supply and Demand".
Neste livro, Valentim visa dar uma explicação para o avanço significativo da direita radial que se tem verificado nos últimos anos. Para tal, o autor apresenta e sustenta com dados empíricos o que ele denomina por "teoria da normalização", i.e., o apoio crescente a partidos radicais de direita deve-se, acima de tudo, a um processo de mudanças de normas sociais vigentes, e não ao resultado de mudanças no pensamento político das pessoas. Dito de outra forma, muitos dos apoiantes dos partidos de direita radial já partilhavam esta ideologia, apenas não exteriorizavam devido às normas sociais vigentes que reprovavam este tipo de pensamento.
Este processo de normalização, segundo Valentim, carateriza-se por três fases. A fase da latência, na qual as pessoas que comungam de ideias de direita radical evitam demonstrar este pensamento para evitar o julgamento da sociedade. Devido a esta "invisibilidade", a classe política subestima a prevalência deste eleitorado, logo políticos que estariam dispostos a ligar-se a partidos de direita radical, acabam por não o fazer, deixando estes partidos com quadros menos capazes, o que se reflete depois no desempenho eleitoral.
Se alguma classe política perceber que, afinal, pode encontrar eco das ideias de direita radical junto da população, então, e movidos por esta intuição, alguns políticos mais competentes podem procurar mobilizar estas pessoas, levando a votar em partidos radicais de direita. Esta é a segunda fase, a fase da activação.
Caso algum partido radical de direita conseguir o acesso a uma instituição política, e se alguns os políticos destes partidos obtiverem algum sucesso, as pessoas que partilham esta ideologia passam a sentir-se mais à-vontade para manifestar o seu apoio a estes partidos. As normas sociais que constrangiam estas pessoas tornam-se mais débeis. A classe política percebe o claro potencial do eleitoral que tem a disposição, e passa a estar disponível para fazer parte dos partidos que partilham ideais de direita radical. Valentim designa esta fase como sendo a fase da revelação.
Talvez o mais preocupante do tudo o que é exposto pelo autor é apresentado nas conclusões deste livro: "(...) é improvável reverter o processo de normalização." Chegados à fase da revelação, defende o autor, dificilmente a classe política irá subestimar o potencial eleitoral da franja que apoia os ideais de direita radical, sendo apresentado o caso holandês como exemplo disso mesmo.
Trata-se de um livro de leitura rápida, breve, e sem grandes pretensões científicas, ou não fosse esta uma adaptação para o grande público de um documento cientificamente mais denso, como é o caso da tese de doutoramento que está por detrás desta publicação. Pode ajudar a entender as alterações ideológicas que actualmente atravessamos, e mesmo algumas luzes sobre como contradizer estas políticas que defendem a intolerância, de forma "a não induzir uma falsificação de preferências, mas antes a promover uma real mudança das ideias políticas das pessoas."
Tal como a muitas outras pessoas, o crescimento da direita radical em Portugal e na Europa é algo que me preocupa. Leio pouquíssimo sobre política e não sou a pessoa mais informada sobre o tema. É normal que me perguntasse o porquê deste crescimento da direita radical, como é que de repente está a haver um aumento exponencial da representação parlamentar do Chega em Portugal e como é que viemos aqui parar. O livro do Vicente Valentim foca-se na teoria da normalização que, muito sinteticamente, explica que as pessoas que sempre tiveram ideias de direita radical não as expressavam porque havia pressão social contra a manifestação pública dessas ideias. A partir do momento em que há uma classe política que percebe que há esta fatia do eleitorado "latente" e que existem políticos hábeis que as validam estas ideias, as pessoas sentem que podem começar a expressar as suas verdadeiras convicções politicas. O livro está repleto de gráficos com explicações para corroborar esta teoria e as diferentes fases e foi uma leitura super interessante (assustadora, por vezes, sim) e muito fácil e rápida de entender.
Reconheço que ao longo de anos tenho subestimado o potencial de crescimento da extrema-direita, talvez por culpa de um optimismo naive ou de uma crença inexistente de que o eleitorado português se lembrará de um passado não tão distante. Mesmo depois das Legislativas de 2024, continuei (e continuo) a acreditar que a extrema-direita está próxima de atingir um ponto de saturação em que o crescimento começará a ser cada vez mais residual.
No entanto, e por muito que queira estar certo - não apenas por uma questão de ego, mas acima de tudo pela preservação das instituições democráticas -, achei por bem encetar a leitura deste livro (e não creio que houvesse melhor timing, visto estarmos em pleno período eleitoral!).
Neste livro, o autor parte de duas premissas principais - 1) as ideias políticas das pessoas não mudam tão depressa como se pensa e 2) as pessoas tendem a dizer coisas diferentes daquelas em que verdadeiramente acreditam. Subjacente a este argumento está a ideia de normas sociais, segundo a qual - e no contexto desta leitura - mesmo quem defende ideias de extrema-direita se sentirá, numa primeira instância, pressionado a não fazê-lo em público, sob pena de poder ser socialmente estigmatizado. Este é o ponto de partida daquilo a que o autor intitula como teoria da normalização.
Vicente Valentim fundamenta extremamente bem cada um dos três passos desta teoria, utilizando para o efeito dados empíricos de vários países que testemunharam um crescimento rápido (e preocupante) da extrema-direita. Creio que só peca por não entrar em detalhe sobre aquilo que leva a que - após a entrada no Parlamento - estes partidos consigam ir melhorando os seus resultados eleição após eleição. É verdade que há uma menção a um auto-reforço das ideias de direita radical na terceira e última etapa da teoria da normalização - a fase de revelação - mas acredito que o livro beneficiasse duma explicação para este crescimento que aparenta ser constante.
Em suma, uma óptima leitura para os tempos vindouros, especialmente atendendo ao impasse político em que nos encontramos.
‘(…) só compreendendo um fenómeno se pode tentar combatê-lo (…)’
PS: Acredito que seja extremamente benéfico complementar esta leitura com os episódios de 45 Graus e Perguntar Não Ofende em que o Vicente participa.
Um livro essencial que resume uma tese de doutoramento a um nível mais acessível para consumo mainstream.
Apesar de achar que parte deste “dumb down” torna o livro mais repetitivo (muitas ideias são mencionadas múltiplas vezes de forma quase consecutiva) e de achar que algumas das frases podiam ser aprimoradas em termos de linguagem, o livro fala de um tema central utilizando múltiplas análises estatísticas assim como exemplos diversos.
Uma leitura breve mas relevante que ajudará muitos a compreender o crescimento da direita radical e que contextualiza muito destes movimentos.
Apesar de ser um livro mais científico e com data empírica de testes das opções da sociedade, o autor explica de forma mais técnica o aumento da extrema-direita nas eleições democráticas. Do processo de latência à normalização de intervenientes políticos a discurso que leva a uma fase escondida a revelar-se. Essencial para o discurso político e entedimento dos espectros políticos actuais.
O interesse do estudo na base desta publicação é inegável. Vicente Valentim dedicou-se a tentar perceber e construir uma teoria sobre o aparente crescimento rápido e normalização da direita radical. A direita radical está aqui enquadrada, referindo-se ao trabalho de Cas Mudde, "entendendo por de direita a defesa de uma sociedade assente numa ordem natural com desigualdades e por radical a oposição a valores centrais da democracia liberal, como a proteção legal de minorias", sendo que o autor opta por não distinguir aqui a direita radical - que aceita as regras democráticas básicas - da extrema direita - que se opõe à democracia como sistema. Esta escolha é relevante para quem possa querer ler ou retirar conclusões da tese aqui explanada e é adequadamente explicada dado que os processos que Vicente Valentim analisa se aplicam a ambas as direitas, tornando a sua distinção - muitas vezes ambígua - desnecessária. Vou separar esta opinião em duas óbvias linhas: a avaliação do estudo e a avaliação do livro. Quanto ao estudo e à teoria da normalização, diria que Vicente Valentim faz um bom trabalho a justificar a escolha de métodos de investigação e a explicar as ligações entre os vários resultados e a interpretação que faz e o leva à teoria global. A ideia defendida - a de que as ideias de direita radical já existiam, embora escondidas por consequência de regras sociais, e que foram libertadas pela aceitabilidade, plausibilidade eleitoral e competência de certas figuras que a aproveitam - parece-me explicar adequadamente uma parte relevante da dinâmica da direita radical nos últimos anos. As consequências da teoria da normalização, particularmente discutidas na conclusão, são preocupantes por ilustrarem como se torna muito implausível retornar à fase de latência com norma social, ficando as pessoas condenadas a viver com atos de direita radical a longo prazo. A mudança de comportamento é fácil, a de ideias difícil. O livro em si é claro, leve e faz um bom equilíbrio na escolha de que dados mostrar e explicar, sendo uma versão simplificada do original, mais técnico e publicado em inglês. Infelizmente, penso que neste processo de corte e revisão acabamos com demasiadas repetições da mesma ideia - que imagino no original estarem ligadas a diferentes provas ou detalhes estatísticos - tornando a leitura por vezes chata, sensação contrabalançada apenas pela brevidade do livro. No global, acho que a importância da teoria da normalização, da compreensão dos seus pilares à ponderação das suas consequências, fez com que gostasse muito e recomende a leitura d'O Fim da Vergonha.
É um bom trabalho de investigação e apresenta uma teoria bastante interessante. Os dados mostram a importância das normas sociais e o impacto destas nos resultados eleitorais. Contudo, não posso deixar de mencionar algo que me chamou à atenção ao longo da leitura.
O autor parte duma premissa, no capítulo introdutório - as nossas ideias políticas são bastante estáveis ao longo da nossa vida - que eu consigo concordar, em parte, até porque o autor apresenta artigos que corroboram esta ideia. De facto, não é usual vermos um conhecido a alterar a sua ideologia de esquerda para direita, ou vice versa, com muita frequência.
No entanto, há uma premissa oculta neste raciocínio: é de que todos os eleitores votam com ideologia. Eu gostaria de saber, principalmente fora dos grandes centros urbanos, qual a % de iliteracia ideológica, se é que isso é mensurável. Porque digo isto? Para uma pessoa iliterada neste tópico, tanto lhe dá votar CH ou PS (algo que aconteceu nas últimas eleições- 2025), desde que o líder do partido aborde os problemas que essa pessoa enfrenta diariamente. Parte da teoria do autor é que sempre houve pessoas com ideologia de direita radical, mas simplesmente não se expressavam devido às normais sociais aceitáveis.
Ora, se o ponto que mencionei for válido, não podemos dizer que essas pessoas sempre foram radicais. Simplesmente passaram a lidar com estímulos do meio ambiente que antes não existiam numa certa localidade e que atualmente existe. E daqui transito para o ponto seguinte - o autor quase ignora a existência de fatores externos a contribuir para o crescimento destas partidos. Nos últimos anos houve muita entrada de imigrantes na Europa e quase não houve menção a isto, ou pelo menos passou a ideia de que isto não era um fator importante, mas sim simplesmente o processo de normalização de exteriorização de ideais radicais… O objetivo do livro podia não ser explicar todas as razões para este crescimento, mas devia ter sido mais abordado.
Penso que as maiores falhas estão aí. Se continuarmos a pôr a culpa nos eleitores desses partidos e não tentarmos perceber se existe, de facto, razões para estes eleitores caírem nos discursos populistas, para posteriormente resolver de forma séria, então penso que aí sim, este processo de crescimento será irreversível. Concluo dizendo que gostei das formas que o autor sugeriu para travar o aumento desta ideologia.
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"O Fim da Vergonha" de Vicente Valentim foi-me oferecido por um amigo, que partilha comigo a preocupação com o ressurgimento da extrema-direita e com os seus atropelos conexos às liberdades individuais e ao direito à diferença.
Este pequeno livro aborda de forma sistemática os resultados da investigação do autor sobre normalização da direita radical, analisando-a em 3 etapas: a fase da latência, a fase da activação e a fase da revelação.
É uma leitura interessante que ajuda a compreender que a semente das ideias da direita radical encontram-se mais espalhadas pela sociedade do que se possa pensar. Esse estado de hibernação aguarda um "empreendedor político" com a habilidade para destruir a barreira do politicamente correcto e trazer a intolerância à luz do dia no que considera ser "o fim da vergonha".
O autor, mais do que silenciar esta realidade, defende que o caminho para a promoção da resiliência democrática e redução de comportamentos intolerantes, passa por não induzir uma falsificação de preferências, mas um trabalho pedagógico de fundo que vise uma real mudança das ideias políticas das pessoas. Para isso é fundamental a transparência nos processos, a credibilidade das instituições e a confiança nos actores políticos.
A leitura deste livro não cumpriu com tramites normais de uma leitura. Apesar de só agora ter terminado a leitura integral do livro, já havia lido há muito as suas conclusões. Aconteceu porque fui de levado pela curiosidade e pelo que fui ouvindo sobre a qualidade do livro.
Ao longo dos últimos esses fui lendo e ouvindo as variadas críticas, sempre muito positivas, quer cá dentro quer lá por fora, e a única coisa que posso dizer é que percebo perfeitamente.
Trata-se efetivamente de um excelente livro. Objetivo, claro, bem fundamentado e por isso mesmo de fácil aceitação das suas conclusões, por muito preocupantes que sejam. É um livro que nos permite perceber o que aconteceu por cá e lá fora com o fenómeno da direita radical, sem floriados ou interpretações tendenciosas. Podemos não gostar das conclusões, mas é difícil não concordar com elas, em particular a que nos diz que as ideias de direita radical não apareceram do nada, mas que já estavam plantadas e foram antes "acordadas" porque passaram a ser socialmente aceitáveis.
Vicente Valentim merece todo o mérito pelo seu trabalho, e seria importante que fosse lido de uma forma abrangente. Uma das melhores e mais importantes leituras que fiz nos últimos tempos.
Short and to the point: in 150 pages, Valentim sets preconceptions and self-evident truths aside to prove with metaanalyses and cleverly-designed experiments the main cause for the explosive growth of radical-right parties in most of Europe: not changes in opinion but the "revelation" and normalization of latent beliefs, coupled with "capable" (ie opportunistic and immoral) politicians willing to embrance hitherto taboo ideals in order to gain significant support. The final chapter is particularly damning, since the logical conclusion from Valentim's thesis is that the current growth of the far right is not an aberration but the stable societal state --the political landscape of the last seventy years being the actual exception, a temporary consequence of the Nazi and fascist atrocities still being fresh in the European collective memory, now superseded by societal tensions born of mass migration, economic uncertainty and fast-evolving cultural mores.
A critical question remains: is his last recommendation --that radical-right beliefs can be prevented in the first place, with early education on democratic, liberal values-- as fact-based as the rest? One can only hope so.
Um livro importantíssimo dado o crescimento da extrema-direita que se verifica nos dias de hoje, que desafia de forma convincente a tese de que o principal fator causador desta dinâmica de crescimento trata-se de mais pessoas a ter ideais de extrema-direita.
Por outro lado, o autor argumenta de forma mais plausível que o crescimento se deve a um enfraquecimento progressivo das normas sociais contra a expressão destes ideais. Está-se a perder o efeito-vacina dos episódios tenebrosos do autoritarismo de direita do século XX. Urge assim pensar sobre como contrariar esta dinâmica aparentemente inexorável: tem de se fomentar uma cultura democrática sólida e intrínseca (processo lento) em vez de simplesmente tentar instaurar normas sociais que reprovem estes ideais, tentando reinstaurar uma falsificação de preferências, o que seria uma tentativa fútil.
Não podia ter escolhido melhor livro para chegar aos 100°. Para além de ser extremamente atual, este livro mostra como é que a Ciência Política como área de estudo pode ajudar a sociedade e a política, analisando as causas e os efeitos dos problemas, separando o emocional do factual, as opiniões pessoais das análises cuidadas.
"A resposta dada neste livro baseia-se no argumento de que, pelo simples facto de uma pessoa ter uma determinada ideia política, não significa necessariamente que vá agir com base nela. Muitas vezes, as pessoas têm ideias que crêem ser consideradas inaceitáveis no seu meio social e que, por isso, não as expressam."
"É impossível compreender os fenómenos políticos sem se perceber porque é que as pessoas fazem aquilo que fazem"
Merece todos os elogios e prémios recebidos. Uma luz sobre o fenómeno do crescimento da direita radical nos últimos anos, e como o devemos encarar. Muito interessante como traz para a Ciência Política conceitos da sociologia e psicologia. Estudos bem desenhados e explicados numa linguagem clara e acessível.
uma perspectiva interessante, inovadora e fundamentada sobre o crescimento da direita radical e a sua consequente normalização, que se afasta das teorias pré-concebidas acerca deste fenómeno. gostava que o livro fosse mais longo e que algumas ideias fossem mais exploradas, ao invés de outras que foram repetidas demasiadas vezes. mas percebo que assim seja
Excelente livro! Deriva de uma tese de doutoramento do autor, mas está extremamente bem escrito para qualquer leitor ler, de forma muito fácil de entender. Uma visão científica e objectiva acerca deste crescimento da direita, que explica claramente o porquê de acontecer e os passos para aqui chegar. Gostei muito de ler e adoraria que toda a gente o fizesse também.
Este é um livro para ficar a pensar. Apesar da brevidade propositada, levanta uma série de questões que são importantes para a nossa vida coletiva, para a nossa forma de interação com outros cujas ideias não sejam coincidentes com as nossas. A ler.
Importante análise social e política das três fases de crescimento da extrema direita na política europeia nos últimos anos, utilizando vários exemplos, bem organizados, retirados de variados estudos políticos. Gráficos um pouco confusos.
Exemplo de um estudo de ciências sociais, empírico, replicável e com grande valor social e cívico. A direita radical nunca morreu, mas agora os seus apoiantes perderam a vergonha e normalizou-se. Só poderemos voltar atrás se, enquanto sociedade, escolhermos a democracia e para ela trabalharmos.
O livro apresenta-nos uma pesquisa científica onde o autor utiliza factos e dados científicos para explicar os diversos motivos que levaram à ascensão da direita radical na Europa, inclusivamente em Portugal.
O livro foi interessante, com boas informações e referências. O assunto é de facto preocupante, mas não sei se concordo 100% com a premissa inicial que ele utilizou na sua argumentação, apesar de concordar em parte com a tese do livro. O livro é uma adaptação de uma publicação académica e penso que ficou bem conseguido para um público mais geral, apesar de ser um pouco repetitivo.