Nos anos 2000, o jovem Thiago conhece Júlio e, após uma relação sexual não protegida, Thiago descobre ser portador do HIV. Aquele que parecia ser o amor de sua vida acabará por se tornar uma eterna lembrança, assim como o café de todas as manhãs. Com uma cronologia não linear e envolvente, a trama traz personagens cativantes. Durante a narrativa, as fronteiras entre o dito e o não dito, entre o pensado e o expresso se tornam nebulosas. Lembro todo dia de você tem cenas cômicas e dramáticas, trazendo elementos e referências geracionais, entremeados por canções memoráveis.
é com certeza algo entre 4 e 5, queria ver o espetáculo montado pra entender como algumas coisas funcionam.
acho que senti falta de um tom mais sério no segundo ato. também em explorar melhor como o diagnóstico estigmatiza o homem gay, pode inviabilizar os relacionamentos por desconhecimento e o medo/angústia a partir disso (acho que seria perfeitamente encaixado no arco Thiago/Paulo ou até Thiago/Júlio).
de qualquer forma o livro me atravessou muito e acabou comigo no melhor sentido possível. se forem montar me chamem!
ler dramaturgia é sempre uma experiência complexa e imaginativa — bem mais do que ler um romance comum
talvez “lembro todo dia de você” fosse um espetáculo 5 estrelas (aposto que sim), mas na escrita muita coisa fica sem plano de acontecimento, sem movimento
além disso, a última peça que li foi “eles não usem black-tie”. é difícil competir com aquele nível comparativo…