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Melhor não contar

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Aos dez anos, a protagonista deste romance relaxa numa piscina, na companhia da mãe e do padrasto. Sem ter chegado ainda à puberdade, se desfaz da parte de cima do biquíni e desfruta da inocência sob o sol e o vento. O sossego é interrompido quando o padrasto, um aclamado cineasta, apresenta o esboço do desenho de observação que fizera dela, marcando assim o fim da sua inocência. Fazendo do título do livro um paradoxo brilhante, a narradora resolve então contar tudo (ou quase): da doença galopante que vai tirar a mãe do seu convívio ainda na juventude à reação de um companheiro a um aborto da protagonista já madura e morando no exterior

224 pages, Paperback

First published June 1, 2024

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1661 people want to read

About the author

Tatiana Salem Levy

29 books183 followers
Tatiana Salem Levy is a Brazilian writer and translator. Her parents were Turkish Jews established in Portugal during Brazilian military government. She studied literature at the Federal University of Rio de Janeiro and the Pontifical Catholic University of Rio de Janeiro and she has lived in the United States and France.

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34 (3%)
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14 (1%)
Displaying 1 - 30 of 140 reviews
Profile Image for Fátima Linhares.
934 reviews339 followers
January 29, 2025
Conto? Não conto? Conto? Não conto?
Quase diariamente eu me interpelava.
E se eu disser e a minha mãe não quiser acreditar em mim?
Claro que vai. Feminista, jornalista, justa, esclarecida, me conhece na palma da mão, sabe quando estou dizendo a verdade.
Mas e se agora, pela primeira vez, ela não acreditar?
Não, não foi por isso que eu não falei. Ou talvez tenha sido também.
Eu não queria tornar mais infeliz a sua história de amores infelizes.


Tinha muita curiosidade em ler algo não ficcional de Tatiana Salem Levy e, no dia em que o BIBLIOLED arrancou, vi que estava no catálogo e foi a minha primeira requisição.

No início, achei estranho a autora contar-nos tanto da sua vida, pormenores e coisas tão íntimas que, provavelmente, nem às amigas contaríamos. Este livro surgiu de um acontecimento que se deu quando a autora tinha 10 anos e que a marcará para sempre. Tatiana debate-se com um dilema, contar ou não contar à sua mãe o que se passou no dia 3 de dezembro de 1989. Nunca o fez e nunca o poderá fazer, pois a mãe, a jornalista Helena Salem, faleceu em 1999.

Não o contou à mãe, mas conta-nos a nós, leitores e, apesar de me ter incomodado um pouco tantas confissões tão íntimas e pessoais, no fim achei que fez muito bem em ter posto isto em livro, pois não devem ser as vítimas a terem vergonha do que os agressores lhes fazem. Como tão bem disse Madame Pelicot, a vergonha tem de mudar de lado.




Posto isto, não deixa de ser um bocado estranho e difícil de compreender todo o comportamento da mãe de Tatiana durante todo o tempo em que durou a sua relação com o "padrasto" (que afinal era amante!!!) da autora. Num mundo em que o papel das mães é o de proteger os filhos, acima de qualquer coisa ou pessoa, penso que isso, nesta situação não aconteceu.
Profile Image for Rita da Nova.
Author 4 books4,614 followers
Read
January 16, 2025
«Adorei a forma crua como Melhor Não Contar está escrito, e acho que me vai ficar guardado na memória durante muito tempo por conta das verdades tão universais à experiência feminina que expõe. E gostei especialmente dos pensamentos sobre o papel das mulheres na escrita e sobre os preconceitos que temos de combater todos os dias.»

Review completa em: https://ritadanova.blogs.sapo.pt/melh....
Profile Image for Cláudia Azevedo.
394 reviews218 followers
November 22, 2025
"Melhor não contar" é um livro biográfico, difícil, maduro, introspetivo e, parece-me, bastante catártico. Tatiana Salem Levy, com quem tive a honra de falar brevemente na última edição do Festival Fólio, em Óbidos, parece-me, aqui, escrever para expurgar o mal, sendo que o mal, que não queria contar, foi esse assédio por parte de um padrasto. Não foi uma situação grave, no sentido de envolver violência física, mas apenas cada um sabe das marcas que as coisas leves deixam. Espero que tenha sido melhor contar.
Sublinho, porém, que este livro é muito mais do que a história de um assédio. A relação da Tatiana com a mãe nos vários momentos das suas vidas, incluindo na doença, fascinou-me.
"Todos choro meu contém um pouco da saudade que sinto da minha mãe."
"Poucos dias depois, ela acordou com as palavras bagunçadas - as frases tinham algum sentido, mas havia nelas palavras intrusas e uma ordem estranha."
"Pensando bem, eu engoli a alma da minha mãe quando estava na barriga dela. Às vezes penso que as enxaquecas, as dores nas costas, os formigamentos, as insónias advêm do excesso de alma herdada."
A sua reflexão sobre si própria, sobre o aborto que fez em Lisboa e sobre a condição feminina deixou-me maravilhada, pela sua extrema acuidade e honestidade.
"Quando foi que me dei conta de que nunca busquei essa felicidade pra valer porque me sentia presa à ideia de que só se é profundo e intenso na tristeza."
"Sobre o que é o livro, afinal?, me pergunta G. Hoje eu diria: sobre o sangue que sai da minha boceta, de todas as nossas bocetas. O sangue da primeira menstruação, do parto, do aborto, da violência sexual. O sangue com o qual lidamos tantas vezes ao longo da vida e do qual vocês têm tanta repulsa.
Então, penso: há tanto sangue na literatura, tanto sangue no cinema, mas é dos assassinatos, das guerras; às vezes das doenças nunca o que escorre pelas nossas pernas. Por que nos ensinam a ter nojo desse sangue, enquanto somos expostas a tantos outros?"
A escrita da Tatiana é, para mim, de uma franqueza desarmante, tocando em pontos sensíveis como em cordas de um instrumento que toca uma melodia harmoniosa e melancólica.
Quero ler tudo da Tatiana.
Profile Image for thaís bambozzi.
273 reviews46 followers
July 25, 2024
Há tempos não ficava tão envolvida assim com um livro, de não conseguir mesmo parar de ler. Me pegou fundo, chorei tanto no final. Ser mulher é algo do tom do assombro.
Profile Image for diario_de_um_leitor_pjv .
781 reviews142 followers
December 6, 2024
Sera melhor não contar? Ou é necessário gritar?

Tatiana Salem Levy escreve um intenso texto autobiográfico que nos desarma a cada página.

Aquele primeiro capítulo ficou-me na memória como um dos mais intensos textos que li nos últimos anos.

Um livro sobre feminismo, sobre igualdade, liberdade e autonomia. Um livro sobre família, mães e filhas e sororiedade.

Imperdível.
Profile Image for Camila Vilela De Holanda.
190 reviews11 followers
July 4, 2024
Leia mulheres. Seja para se sentir menos só, mais solidária, mais compreensiva consigo mesma, mais acolhida. Mais coragem. Menos culpa. Leia mulheres por qualquer dos motivos, mas leia. Antes mesmo de terminar a leitura desse romance, comprei todos os outros da autora. Acho que isso diz muito sobre o que penso da sua habilidade narrativa, da força do que diz, como diz e porquê o diz. Melhor contar.
Profile Image for Ensaio Sobre o Desassossego.
428 reviews219 followers
December 15, 2024
"Quantas vezes temos que repetir a mesma história para sair dela?" 💭

"Melhor não contar" é um livro sobre traumas, assédio, violência, luto. Um livro sobre o que é ser mulher, sobre solidão, sobre segredos nunca contados. É melhor não contar? É melhor que nunca tivesse acontecido.

Um livro muito íntimo, que pode ser colo para todas as vítimas de violência e de abusos. Não é fácil ser mulher, mas que bom que hoje em dia já existam tantos livros sobre a violência e traumas que temos vindo a sofrer durante séculos. As mulheres já não ficam caladas, já não têm medo, já não sussurram. Sem vergonha, sem medo, sem filtros.

É um livro também sobre o poder da escrita - a escrita cura? Quero acreditar que se não cura tudo, pode ajudar muito. Tatiana faz referência a muitos autores e, acima de tudo, tem como referências escritoras que também me dizem muito: Annie Ernaux, Virginia Woolf, Clarice ❤️

Identifiquei-me muito com a escrita da autora, já que também eu fui uma criança tímida, já que também eu descobri o poder terapêutico da escrita, já que também eu procuro a salvação nos livros.

É um livro para quem gosta de Annie Ernaux, Madalena Sá Fernandes, mas também me lembrei muito de duas autoras de quem li livros de memórias este ano: Djamila Ribeiro e Tânia Ganho. Aconselho "melhor não contar" a qualquer pessoa, mas se têm uma destas autoras como favoritas, sei que também vão gostar de ler a Tatiana 🫶🏻

"Melhor não contar" é um livro avassalador e triste, uma leitura dura e crua, mas também é um livro carregado de beleza. É um livro de coragem 💙

"Tantos anos escrevendo, e ainda acredito que a escrita cura?" ❤️
Profile Image for Catarina Mourato.
312 reviews89 followers
March 8, 2025
«Melhor não contar»,

são palavras ou murros no estômago seguidos, da primeira à última página?
há felicidade na história de Tatiana? há possibilidade de aguentar tanta dor, trauma, silêncio, angústia, solidão?

a escrita de Tatiana Salem Levy é incrível, disso não há dúvidas, mas não foi de todo a melhor fase da minha vida para o ler. senti tudo muito à flor da pele, tive de me afastar do livro por diversas vezes.

e não é que o que li pelas palavras de Tatiana seja algo que nunca tenha lido, pelo contrário, histórias de abusos estão a ser dialogadas abertamente e que continue a ser sempre assim.

mas escrever desta forma visceral e crua, na nossa língua, pensar nesta mulher que tive oportunidade de ver e ouvir falar, bem à minha frente num evento e associar tudo isto a ela.. doeu-me muito.

então quando tocou na IVG, a forma como descreveu todo o processo.. é f*dido ser Mulher. temos de arcar com tantas responsabilidades nos nossos ombros, nos nossos próprios corpos..

que leitura que deixa sem fôlego.
é duro, é real, mas vale muito a pena!
Profile Image for Rita Tomás.
123 reviews9 followers
December 23, 2024
“Meus modelos na literatura foram sempre mulheres. Embora eu tenha caido de paixão por Faulkner, Melville, Camus, Kanka, Baudelaire, Pessoa, Dostoiévski, Rosa, entre tantos outros, nunca desejei ser nenhum deles. Nunca tive com eles a relação de intimidade que tive com Clarice, Virginia ou Simone. Eram elas que
eu queria me tornar.
Quando me apaixono por uma escritora, quero ler, além de seus versos, seus romances e seus contos, também sua cortes-pondência, seus diários, seus escritos autobiográficos, tudo o que houver disponível sobre sua vida. Quero entender como elas se construíram com a escrita. Que mulheres elas se tornaram ao (se) escreverem?”

Eles com apelidos. Elas com nomes próprios. O patriarcado morde bem fundo.
Profile Image for Bia Assad.
131 reviews75 followers
October 19, 2024
Você já não contou aquilo que aconteceu para quem você ama?

"Melhor não contar" caiu uma luva em mim quando eu passava por uma situação no início do ano: abuso em trabalho. Quantas vezes fiquei calada quando essas coisas aconteciam? Já havia acontecido em todo tipo de lugar, com todo tipo de pessoa. Não sabia como lidar com as minhas dores e nem se me levariam a sério.

A Tatiana faz reflexões dentro da sua história e de sua mãe que me alugaram uma suíte no meu cérebro. Não consegui escrever uma resenha por longo tempo: não sabia como contar.

Um dia, confessei um assédio que sofri quando fiz um boletim e precisei dar depoimento. Um dia, confessei um estupro que sofri dormindo. Um dia, confessei um abuso no trabalho. A música "Não sei dançar" da Marina Lima tocando em looping. Não sei dançar? Não sei contar.

Criei um documento no word que eu fico contando. Não são contos, mas eu fico contando o que me dói. Deixo ele aberto, em vez de colocar um cadeado, como nossos diários de infância.

Porque os diários dos homens são apenas agendas enquanto os das mulheres são capsulas secretas com códigos? O que há com as mulheres que seus segredos e descrições dos seus dias, amores e frustações precisam ser escondidas?

Definitivamente, uma das linguagens do amor é contar aquilo que dói pra quem ama. Eu confio em você, eu te amo. Se você me aceita, o meu amor é aceito. Se acha nojento, você me recusa.

O que a Tatiana fez nesse livro é algo absurdo, tanto que quero finalizar a leitura do nosso clube do livro lendo ele, porque é melhor contar?
Profile Image for Ana Rita Silva.
265 reviews27 followers
February 10, 2025


«quanto mais eu leio histórias de mulheres, mais sentido vejo em escrevermos de forma pessoal. aquilo que vivemos na intimidade, achando que só acontece com a gente, e por culpa nossa, acontece desde há muitos milénios com, se não todas, quase todas nós. primeiro nos dizem para escrever em segredo sobre nós mesmas. depois, quando decidimos mostrar para os outros o que escrevemos, nossos diários, nossas cartas, nossas narrativas em primeira pessoa não são consideradas literatura, ou são literatura menor. só que nada fala mais de quem somos, de quem nos tornamos, coletivamente, do que as histórias de nossa vida.»

EU ADOREI ESTE LIVRO!!! desculpem mas o caps lock foi extremamente necessário e quando o lerem vão perceber. mais do que explorar a relação da autora (porque se trata de um livro de auto-ficção) com a mãe, os filhos, os amantes, as irmãs, somos obrigados a refletir acerca do papel das mulheres na literatura e os subsequentes julgamentos e preconceito de que são alvo por escreverem as suas histórias, sem rodeios, de forma nua e crua, não se escondendo pela «terceira pessoa». releva imensa coragem e libertação da autora, à qual agradeço profundamente por nos contar. 🖤
Profile Image for carol moura :).
29 reviews3 followers
January 2, 2025
19 de dezembro, comecei a ler e não consegui parar até eu me obrigar a dormir. foram 120 páginas, e eu entendi que com esse livro seria assim - na próxima vez que eu fosse ler, eu iria até o final. e foi isso que aconteceu, deixei ele na mesa de cabeceira e não conseguia pegar ele de novo, com medo de acabar. hoje eu acabei, na segunda vez que eu li, assim como eu já imaginava. o que eu não imaginava era ser tão acolhida como mulher em uma só leitura. a tatiana me fez me sentir vulnerável ao revisitar a minha história junto com a dela, mas ao mesmo tempo fez eu me sentir inteira. sua escrita foi um embalo no calor do toque, onde não quis soltar sua mão. difícil elaborar aqui tudo que eu senti, talvez eu fique muito tempo ainda descobrindo todas as camadas que ela me atravessou.

de tantas coisas, uma delas eu sei:
abraçar quem eu amo amanhã, valorizar o momento presente e me acolher, sempre.
Profile Image for Catarina Sacramento.
76 reviews13 followers
November 9, 2024
Que livro incrível, arrebatou-me por inteiro. Consegue ser tão visceral e terno, de uma violência e beleza enormes, tão íntimo e ao mesmo tempo universal. É preciso muita coragem e talento (muita dor e amor também) para ser capaz de escrever assim, sobre temas tão importantes e delicados, com tal profundidade, franqueza e empatia, e de uma forma que nos envolve por completo na prosa: o ritmo, as certezas e as dúvidas, as interrogações e reflexões, o olhar atento e sensível aos pormenores (da força visual até à minúcia das obsessões), a forma como integra as outras vozes/personagens e registos (diários, cartas e leituras que a acompanharam). Prendeu-me da primeira à última página, não respirei enquanto não acabei.
Leitura essencial, para homens e mulheres, como diz Tati Bernardi na contracapa - e eu não podia estar mais de acordo.
Profile Image for Rita Marquito.
11 reviews
February 7, 2025
Sinto-me arrebatada com este livro, íntimo e autobiográfico, um relato nu e cru (muito ao jeito de Annie Ernaux) das vivências da Tatiana, que também podiam ser de tantas outras mulheres. Fala de assédio, da relação visceral com a mãe e outras vivências femininas.

Um livro feminino, mas que todos deviam ler.


“A minha irmã, quando soube, a nossa mãe já tinha morrido; então ela me disse, Preferia que você não me tivesse contado.
Se fosse hoje, eu responderia, Eu também preferia que não tivesse acontecido”.

“A minha mãe morreu sem saber que a minha tia havia morrido.
Mas no fundo ela sabia.
E preferiu não saber.
A minha mãe morreu sem saber que eu tinha sido assediada pelo meu padrasto.
Mas no fundo ela sabia?
E preferiu não saber?”

“ Ficamos um tempo em silêncio, até que a minha irmã sussurra, Não quero que você morra nunca. Ela nos aperta com força e nos assegura, Não vou morrer”.
Profile Image for Ana Beatriz.
13 reviews
October 21, 2024
“Aprendemos desde cedo a esconder sentimentos, ideias. Talvez por isso, quando uma mulher escreve, ela deixe reverberar essa escrita da sua infância, da sua adolescência, que se construiu na intimidade, como um corpo que, como a palavra, foi obrigado a se retrair, se recolher.” pág. 19
Profile Image for Solange Cunha.
278 reviews44 followers
May 26, 2025
O que mais gostei no livro da Tatiana foi a parte de como filha lidou com o processo de adoecimento e luto da mãe.

Quanto mais leio narrativas sobre a experiência de ver alguém importante morrer, mais evidentes se tornam as semelhanças e os pontos de encontro no processo de elaboração do luto por quem fica.

Dito isso, o livro traz uma série de capítulos em que a narradora aborda traumas e abusos vividos na infância e adolescência. Há uma tentativa de aproximação/espelhamento com episódios horríveis enfrentados por sua mãe. Outros temas também são abordados, como menstruação, aborto e padrões problemáticos de relacionamentos amorosos.

Por outro lado, o excesso de ruminação emocional e o uso constante de perguntas retóricas me incomodaram. Também não entendi a escolha de alguns trechos do diário da mãe, que pareciam desconectados da narrativa.

O fato da narradora ser extremamente privilegiada, cercada de possibilidades, viagens, apartamentos, e sem qualquer problema ou preocupação com dinheiro me gerou um certo distanciamento.

Fica a impressão de que Tatiana quer mesmo é escrever sobre si mesma e, sob o rótulo da autoficção, chama de romance um livro que é essencialmente biográfico.
Profile Image for ALINE SHIRAZI.
66 reviews1 follower
January 26, 2025
Uma descendente de árabe e judia, como eu, com poucas intimidades ao judaísmo, mas seguindo seus costumes quando estes aparecem. Mais do que a história do abuso - e lendo enquanto saía tantas outras de abusos no mundo literário, inclusive na editora desde livro, me pegou a parte do "não se exponha", quantos homens detestaram ter suas vivências vazadas pelas mulheres que eles fizeram mal e que sobram "eu sei" de desculpas para reforçar seus males? Os homens podem viver suas paixonites sangrando mulheres, mas elas não podem nem falar sobre isso? Espero que não mais. Somos nós a amar e a falar - sim! - o que quisermos/e o que vivemos. Adorei Tati, espero ser sua amiga um dia.
Profile Image for Suellen Rubira.
954 reviews89 followers
March 20, 2025
Diários escritos por mulheres se parecem muito, de tal forma que chega a ser assustador. Gostei tanto de conhecer Helena através das palavras da Tatiana. Gostei também de como o relato foi construído, honestamente e sem armadilhas. Lamento que tantas passem pelo que Tatiana e sua mãe passaram.
Profile Image for Rita Niny.
60 reviews
February 5, 2025
Bom livro. Entretém. Ligeiro e fácil de ler. Mas toca em alguns pontos sensíveis e interessantes. Faz pensar, o que é sempre bom.
Profile Image for Vera Sopa.
742 reviews74 followers
January 28, 2025
Gosto muito quando ler um livro se torna urgente. Este livro da Tatiana foi uma surpresa muito melhor do que o anterior dela - Vista Chinesa, de quem todos falam quando esta autora é referida. Adorei. Visceral. No melhor estilo de Annie Ernaux. Pessoal e transmissível.

“Só que nada fala mais de quem somos, de quem nos tornamos, colectivamente, do que as histórias de nossa vida.”

“Nunca, nem mesmo quando me expus, tive a sensação de estar me expondo. Nunca, quando escrevi o livro sobre o estupro da minha amiga, tive a sensação de a estar expondo. Não no sentido que a palavra exposição ganha na pergunta de quem a faz. Escrever não é fazer fofoca. Nem simplesmente contar o que aconteceu.
… o “eu” exposto já não sou eu. É ela. A menina. A menina que nunca mais serei, que ainda sou, que é outra, outra em mim, outra fora de mim, pura escrita.”
Profile Image for Patrícia Simões.
64 reviews9 followers
December 23, 2025
Gostei da escrita mas não estou no ‘mood’. É um livro autobiográfico, que acompanha várias fases da vida da Tatiana. Infância, adolescência, vida adulta, todas com descrições de momentos traumáticos e que a marcaram bastante. Em paralelo, acompanha também a doença da mãe. É um livro em jeito de encerrar o luto da mãe e de traumas (se é que algum dia se consegue realmente encerrar lutos).

Quero ler um romance da mesma autora, acho que irei gostar mais.

[23/12/25 Revisão das leituras do ano, passou a 2 ⭐️]
Profile Image for Rita Costa (Lusitania Geek) .
545 reviews59 followers
April 5, 2025
“Melhor Não Contar” é um livro que aborda uma questão extremamente delicada e importante, o abuso sofrido pela autora por parte do seu padrasto. A coragem da Tatiana Salem Levy em escrever sobre algo tão pessoal e doloroso é sem dúvida, um ponto forte da obra. A temática, que afeta muitas mulheres, traz à tona reflexões sobre como os traumas podem marcar a vida de uma pessoa para sempre e como os segredos podem consumir-nos e moldar as nossas escolhas.

No entanto, apesar de o livro ser bom e tratar de um assunto relevante, senti que em algumas partes, a narrativa foi-se tornando um pouco autocentrada e repetitiva. A autora revê-se muito das suas próprias angústias, onde por vezes dá impressão de um certo destaque excessivo no sofrimento, algo que no início, pode parecer vitimação. Claro que isso é a minha reação pessoal, mas foi algo que me marcou durante a leitura.

Em geral, o livro tem valor, com uma escrita sensível e introspectiva, mas ao mesmo tempo, poderia ter explorado mais profundamente as questões que levanta, sem cair com tanta repetição. É uma obra que apesar abordar assuntos delicados e importantes, não me cativou por completo, no entanto há que realçar pela coragem da Tatiana Salem Levy em partilhar a sua história.

⭐⭐⭐

P.S. - Este livro não é a primeira obra que li da autora, foi de facto a “Vista Chinesa”, que por acaso apreciei bastante a sua história ao longo da leitura e que recomendo. 🤗
Profile Image for Vanda Jorge.
52 reviews6 followers
January 19, 2025
Tatiana, autora e narradora deste intenso texto de autoficção, apresenta-nos a sua história com um acontecimento marcante, ainda ela era uma criança de 10 anos, e o qual é referido várias vezes ao longo da história, ligando-o a tantas outras dores da narradora em idade adulta.
Leitura sôfrega, inquietante, chegando mesmo a ser dolorosa, onde são abordados temas como o assédio, o luto, o aborto. Com foco no “não contar”, desmistifica e desconstrói estigmas associados a estes temas.

“Fazer o luto não é apenas aprender a viver sem os mortos, mas também, e talvez sobretudo, a viver com eles.”

“É estranho estar sozinha no meio de tantas pessoas. Mas é bom. Faz-nos crescer e muito.”

Um livro, acima de tudo, sobre a mulher. A mulher enquanto escritora, filha, irmã, mãe ou amante.

“Quantas vezes ao longo de uma vida nos tornamos mulher?”

Da mesma autora já tinha lido A Vista Chinesa, um livro igualmente duro. Em Melhor não Contar, adorei a forma como o livro é narrado, retiro dele imensas citações das quais me recordarei durante muito tempo.
Profile Image for Daniela Santos.
30 reviews2 followers
March 2, 2025
3.5 ⭐️

Achei o livro muito bonito, a escrita envolvente.

No fundo é um diário público, uma catarse da autora como forma de superar aquilo que nunca chegou a contar à sua mãe. Fala sobre o assédio sexual provocado pelo padrasto e como isso teve impacto na sua vida, assim como a perda da mãe por doença.

De qualquer forma, não senti em mim um grande impacto ou que me tivesse conseguido conectar mais profundamente, mas o livro foi lido durante uma viagem, o que pode ter condicionado a leitura.
Profile Image for Vanessa.
35 reviews2 followers
May 22, 2025
It's interesting how Tatiana raises important questions in this book—about the purpose and use of diaries; the complex conflict between treasuring good memories with someone and recognizing the harm they've caused; her relationship with her mother and other older women, and how those shaped her view of life; and the double standards in how men and women are received when they share their lives and thoughts with the world.

As always, men continue to use their power, status, and freedom to step into women's lives as they please.
Displaying 1 - 30 of 140 reviews

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