Jump to ratings and reviews
Rate this book

Autobiografie chobotnice a jiné anticipační příběhy

Rate this book
Znáte vibrační poezii pavouků, sakrální architekturu vombatů nebo pomíjivé aforismy chobotnic? Vítejte v oboru „terolingvistika“, v zásadní vědecké disciplíně třetího tisíciletí, která zkoumá příběhy psané a vyprávěné zvířaty. Vinciane Despret zde stírá hranice mezi vědou a fikcí, čímž vytváří zneklidňující rozruch: co když nás pavouci skutečně prosí, abychom zastavili rachot našich strojů? Co když stavby vombatů vypovídají o přívětivé kosmologii a jejich citu pro společné soužití? Co když chobotnice v rámci metempsychózy propadají zoufalství, protože se teď kvůli nadměrnému rybolovu a znečištění oceánů nemohou převtělovat?

168 pages, Paperback

First published April 1, 2021

59 people are currently reading
913 people want to read

About the author

Vinciane Despret

58 books86 followers
Vinciane Despret is a Belgian philosopher of science, associate professor, at the University of Liège, Belgium.
First graduated in philosophy, she studied psychology and graduated in 1991. She is most known for having provided a reflexive account on ethologists, observing babblers in the Negev desert and the way they would interpret those birds' complex dance moves.
She is considered to be a foundational thinker in what has now become the field of animal studies. More generally, at the heart of her work lies the question of the relationship between observers and the observed during the conduct of scientific research.
Despret affiliates herself to such critical thinkers in philosophy and anthropology of science as Isabelle Stengers, Donna Haraway and Bruno Latour. She undertakes a critical understanding of how science is fabricated, following scientists doing fieldwork and the way they actively create links and specific relationships to their objects of study.

Ratings & Reviews

What do you think?
Rate this book

Friends & Following

Create a free account to discover what your friends think of this book!

Community Reviews

5 stars
160 (35%)
4 stars
153 (33%)
3 stars
91 (20%)
2 stars
32 (7%)
1 star
15 (3%)
Displaying 1 - 30 of 74 reviews
Profile Image for Adriana Scarpin.
1,735 reviews
November 6, 2022
Autobiografia de um polvo provavelmente seria um livro que eu não escolhesse pra ler se não tivesse assinado o Clube F. da @bazardotempo.
Embora admire esses filósofos contemporâneos como Haraway e Latour e seus entendimentos inclusivos sobre animais, Vinciane Despret me passou batido quando finalmente foi traduzida no Brasil e saiu ano passado pela Ubu.
Dona de um estilo único dentro do gênero chamado "narrativas da antecipação", o qual tenta antecipar eventos científicos futuros com base em elucubrações dos eventos mais recentes, Despret mescla ficção científica com real pesquisa científica para nos legar um livro que devorei em pouco tempo tamanho o fazer-se interessante da obra.
Mais do que uma obra de grandes possibilidades filosóficas, é um intenso trabalho de pesquisa séria que nos aproxima dos animais sem cair na armadilha da antropomorfização.

Os livros do Clube F da Bazar do Tempo são muito bons, mas não compensa em absoluto assinar o clube porque os supostos benefícios dele não valem para todos os assinantes, eu por exemplo não tenho acesso às aulas e fui tratada com imenso paternalismo e condescendência pelas funcionárias da empresa cuja única função era me passar o link do sympla. Não importa quantas vezes eu dissesse que não havia recebido e que havia cumprido tudo para poder recebê-lo, era como falar com as paredes, continuaram a me tratar como se eu fosse uma idiota e jamais resolveram o problema. Não recomendo em absoluto a assinatura do Clube, compensa muito mais comprar na Amazon os livros que saem, pelo menos lá não tem ninguém para te tratar como idiota.
Profile Image for Márcio.
678 reviews1 follower
February 21, 2024
Penso que esse é o primeiro livro do gênero de ficção que se convencional chamar "de antecipação" que leio. Não se trata exatamente de ficção científica, embora o liame com esse possa ser tênue. É como se indicasse o que poderia ser.

No presente caso, Vinciane Despret utiliza-se de uma obra de Ursula K. Le Guin (The Author of the Acacia Seeds and Other Extracts from the Journal of the Association of Therolinguistics), que em um de seus contos introduz o conceito de therolinguística, que estuda a escrita dos animais. Despret, ao misturar ciência, filosofia e literatura, dá voz/escrita a três espécies de seres: as aranhas, os vombats e os polvos.

As duas primeiras narrativas (aranhas e vombats) centram-se em espécies de relatórios científicos acerca de criações realizadas por esses seres. No caso das aranhas, trata-se claramente de uma linguagem poética; no caso dos vombat, uma forma de expressão de suas crenças. Já o terceiro e último texto, que dá título ao livro, apesar de ter um aspecto científico, é muito mais literário e filosófico, o mais acessível e tocante entre as três narrativas.

Enquanto o lia, não podia de deixar de pensar em Ted Chiang e o seus dois fantásticos contos, História de sua vida e O grande silêncio, em que naquele se trata do primeiro contato com seres extraterrestres, e nesse um papagaio narra a extinção de sua espécie e coloca diversos questionamentos acerca da forma como o ser humano lida com o planeta e com o universo, em geral, egocentricamente.

A consciência, entendida como a capacidade de vivenciar, experimentar ou compreender aspectos ou a totalidade do mundo interior pelo ser humano. deu-nos o sentido de razão. Infelizmente, isso parece que nos fez crer que somos deuses ou semi-deuses perante toda as demais espécies, animais e vegetais, e delas dispormos como bem entendermos.

Se já tivemos boas interações com as outras espécies, isso se perdeu no decorrer da longa jornada que nos tornou homo sapiens sapiens. É fácil perceber o predomínio do animal humano sobre todos os demais e, nisso, praticamente sempre de forma que possamos utilizar as demais espécies para o nosso benefício, raramente de forma simbiótica. O ser humano faz isso com os seus próprios, quando considera imperfeitos aqueles que não nascem com as condições que se entende como de "normalidade" (?).

Somente mais recentemente é que com o auxílio da tecnologia, temos percebido que o que julgavamos inertes, sem vida, na verdade assim não era. Como exemplo, pessoas que eram julgadas em eterno estado vegetativo, e que se percebeu que possuem funções neurológicas atuantes, embora isso não permitisse que se pudesse superar estados comatosos. Ou mesmo estudo com outras espécies animais, como polvos, golfinhos, baleias etc., e espécies vegetais.

Eu pessolamente acredito que a forma de expressão humana não é única, que os animais também possuem consciência, personalidades etc., apenas que possuem outras formas de se expressarem que nós não entendemos (ou não temos interesse ou não queremos entender), mas isso não significa que o único meio de expressão válido seja a vocalização ou a escrita manual humana, e que sejamos, nós, seres humanos, o centro de todo o universo e que podemos destruir ou criar ao nosso bel prazer, sem pensar nas consequências aos outros seres e a nós mesmos. Podemos ser muito, mas enquanto não percebermos que a vida é simbiose, de que dependemos uns dos outros para seguir, acabamos sendo nada.

Quatro estrelas para os dois primeiros textos de antecipação. Cinco estrelas para o último texto, a autobiografia de um polvo.
Profile Image for StephenWoolf.
731 reviews22 followers
June 28, 2021
Très dubitative au début, d'autant que je m'attendais à un ouvrage dans la lignée d'Habiter en Oiseau. Je n'ai donc pas compris tout de suite que l'autrice quittait le champ de l'essai pour tendre vers autre chose et j'ai sauté quelques sections avant de me rendre compte de quelle nature était ce texte.
Je trouve audacieux de proposer pour ce qui est finalement de la fiction des formes aussi austères que des communications lors de colloques, préfaces, archives... Cela donne quelque chose d'assez indéterminé qui brouille les pistes et propose des signes que la lectrice s'efforce d'interpréter. Je suppose que VD a confiance en mon intelligence et ma patience. Il y a eu certains moments de lecture agréables (notamment la manière dont on devine quelques caractéristiques de la société créée par l'autrice dans ce livre), d'autres assez fastidieux. Il y a du jeu de piste et des stratégies octopodesques qui viennent pimenter la lecture -ou la rendre laborieuse.
Ce n'est pas une lecture reposante et je ne suis pas sûre de savoir ce que j'en pense. Pour autant, je reconnais la confiance et l'optimisme qui ont du guider l'écriture de ce livre.
Profile Image for emswag.
28 reviews
May 2, 2025
Sortir de l’anthropocentrisme quelle belle idée vraiment
Profile Image for Irene.
121 reviews4 followers
April 4, 2025
Tardé un montón en terminarme este libro porque ha estado viviendo como yo en países diferentes
Pero lo he acabado y me ha parecido fascinante: la imagen de un mundo completamente interconectado donde los animales y todos los seres son reconocidos como artistas, pensadores, con sus propios códigos y culturas... Un futuro siglo donde todos buscamos cómo relacionarnos unos con otros y el capital humano no es lo único que importa
Donna Haraway hecha poesía <3
Profile Image for Math le maudit.
1,376 reviews45 followers
May 18, 2022
Voici un livre bien atypique.

Tout l'ouvrage est construit comme une mini revue scientifique, consacrée à l'étude des langues et écritures du vivant, une discipline nommée la thérolinguistique. Le terme est emprunté à Ursula K Le Guin, et concerne uniquement les espèces animales hors Humains, bien sûr.

Et donc, ce roman regroupe trois récits différents, qui s'attardent sur trois exemples de langues / écritures développées par des animaux, à savoir les araignées, les wombats et les poulpes (même si d'autres espèces sont évoquées).

L'autrice, Vinciane Despret est philosophe de formation, et ses trois histoires sont avant tout là pour questionner notre rapport aux animaux, à la communication et, pour le dire clairement, à notre rapport à l'altérité. car évidemment, ces "langues" et "écritures" sont difficilement perceptible ou interprétable pour nous, puisque chaque espèce développe un mode de communication adapté à ses congénères, en fonction de leurs possibilités physiologiques.

Les deux premiers récits sont présentés comme des articles de publications scientifiques et sont donc assez arides, même si pas totalement dénués d'humour. Le troisième varie légèrement puisqu'il reprend la forme d'un échange de lettres et de mails.

Difficile donc de parler d'un roman stricto sensu, mais le recueil se tient bien, proposant des pistes de réflexion intéressantes d'une part, et des propositions / créations de langues / écritures originales et présentées de manière très crédibles. On doit régulièrement faire un effort pour se souvenir que ces récits sont bien des fictions, tant la forme et le sérieux des assertions distillent le doute.

On gagne donc en vraisemblance ce qu'on perd en style, et c'est ce qui fait finalement la réussite d'Autobiographie d'un poulpe.
Profile Image for Molsa Roja(s).
834 reviews29 followers
October 17, 2023
Qué libro más bonito de Vinciane... me ha hecho llorar. Si bien la introducción de Maria Ptqk es preciosa, los inicios del libro son algo grises, una no sabe muy bien qué está pretendiendo Vinciane. Claramente, intenta retomar la fabulación terolingüística de Ursula K. Le Guin pero, ¿con qué intención? Reproduce un formato epistolar que no es demasiado agradable al principio, pero al cual una acaba acostumbrándose. Y si las dos primeras historias, sobre arañas y wombats, son bastante curiosas y contienen unas cuantas ideas originales, una llega con grandes expectativas a la autobiografía de un pulpo. Y se cumplen. Al principio, tenemos solamente fragmentos sueltos. Que se dice, fueron escritos por un pulpo. Y a partir de ahí, Vinciane crea una comunidad compostista -siguiendo a Donna- de simbiosis con pulpos del Mediterráneo. Pulpos que ya están extinguidos. Vamos entrando en una nueva realidad, conocemos a los sims y sus maneras de percibir el mundo. Desciframos el mensaje. Se llora. Y entonces, se decide repoblar el espacio con pulpos capturados, darle una nueva oportunidad a la vida. Increíble.
475 reviews36 followers
March 15, 2023
Je n'avais jamais rien lu de tel. Je n'ose pas écrire que c'est de la SF. Comment serait le futur si on prenait le temps de la curiosité (ou du "service à ce qui doit être") avec toustes les animal.es, humain.es et non humain.es. Donner asile à toutes les formes de vie. Sentir la poésie de toutes les formes de vie. Ca me donne des frissons. Si vous n'êtes pas spéciste, baignez-vous dans ce bouquin. Si vous êtes spéciste, plongez un orteil. Tout le monde en ressortira différent.e, a minima un peu amusé.e, a maxima très bouleversé.e. Bonne lecture à toustes les Ulysses, les voyageureuses entre les mondes... 🐙🦑
Profile Image for Danilo Weiner.
266 reviews8 followers
September 14, 2023
Não sei como esse livro apareceu pra mim. É um livro técnico, já que a autora (filósofa, psicóloga, cientista) tem uma preocupação genuína em usar toda sua multidisciplinaridade para mergulhar numa melhor compreensão da linguagem dos animais (therolinguística é o nome técnico) e também porque o livro é repleto de rodapés nas páginas para sustentar alguns de seus achados.

Mas o livro também flerta com a ficção. A autora usa bastante humor para desnudar as teorias dos adeptos do antropomorfismo (quem atribui características e comportamentos típicos da condição humana a seres ditos irracionais) e behavioristas que insistem em simplificar comportamentos mais sofisticados dos animais.

Daí que seus 3 capítulos falam da capacidade das aranhas em se comunicar com sons que não se acreditavam ser originários delas, dos vombates (quem tem filho deve conhecer, são aqueles meio ursos marsupiais australianos) e seus muros / casas feitas de cocô que, além de servirem de refúgio a outras espécies em incêndios florestais, são instrumentos de comunicação sofisticados e, por fim, os polvos que dão o título ao livro e recebem um tratamento especial por sua incrível inteligência (de certa forma, já reconhecida) e também com novas abordagens sobre aspectos de sua linguagem pouco compreendidos até então.

Não é um livro pra todo mundo, mas definitivamente pra quem questiona as simplificações das fronteiras entre racionalidade e irracionalidade quesepara humanos e animais, vai se deliciar com a leitura...
384 reviews13 followers
Read
October 27, 2025
La creatividad y la inteligencia de Despret son desbordantes.

Gracias a sus palabras y capacidad fabulativa el mundo a nuestro alrededor se vuelve mucho más brillante y divertido y a la vez más comprometedor y digno de políticas responsables. Bien es cierto que sus relatos son ciencia ficción, pero de una sutileza y rigor científico tan elevado que a nadie debería extrañarle que fueran precursores de muchas hipótesis científicas futuras en torno a la creatividad, la espiritualidad y la personalidad de las arañas, los wómbats o los pulpos.

Una maravilla, simplemente.
Profile Image for Meor.
152 reviews25 followers
April 19, 2021
C’est drole, c’est sourcé sur le plant ethozoo/linguistique, ça donne beaucoup à penser et les liens avec Donna Haraway ou Ursula Le Guin sont réjouissants. Un très bon moment de lecture que ces trois histoires ancrée dans le réel philo/art/science autant que l’anticipation. 🐙
Profile Image for Samuel.
25 reviews2 followers
July 4, 2024
doteraz neviem ci to bola fikcia alebo nie…..
Profile Image for Adri Humo.
43 reviews7 followers
December 3, 2024
Me ha flipado este libro. Empecé a leerlo poco motivado porque venía de haber abandonado un tiempo la lectura, pero poco a poco he ido conectando con las ideas de la autora.

La autora utiliza un estilo epistolar inscrito en un diálogo científico sobre el lenguaje de los animales. En concreto, propone un mundo en el que las distintas ciencias zoológicas están mucho más avanzadas. Pero este avance no es tecnológico ni nada parecido, es un avance de la sensibilidad y la cosmovisión: una ciencia que concibe la inteligencia de todos los animales, su propia cultura, personalidad, poética... Una propuesta que trasciende el paradigma evolutivo que todos hemos heredado y entiende el mundo como una simbiosis de seres.

Es difícil describir lo increíblemente creativo que es este libro. Apoyándose en estudios existentes, nos descubre la posibilidad (para mí ya muy real) de la poética inscrita en los muros fecales de los wombats, los nítidos mensajes vibrantes de las arañas o la escritura de los pulpos y la personalidad de cada uno de sus tentáculos.
Además propone un mundo en que nuestro lenguaje se expanda a todos los sentidos y establezca lazos íntimos con otras especies; propone un lenguaje simbiótico en el que no hay sujeto, solo devenires que se convienen y forman corrientes.
Tenemos que aprender a ser pulpos.
Profile Image for Jean-Pascal.
Author 9 books27 followers
July 30, 2022
Je prends le livre pour une plaisanterie en forme d'essai. Mais j'ai bien peur que l'autrice prenne ça au sérieux. J'aurais alors préféré lire l'essai.
Profile Image for Pikobooks.
469 reviews87 followers
August 16, 2021
Bien que court, ce livre fut dense ! Il m'a fallu faire beaucoup de recherches pour le suivre (ce qui n'a pas été pour me déplaire !).
L'introduction SF était parfaitement dosée !!
Profile Image for Alia Maiz.
63 reviews12 followers
July 11, 2024
El último texto, que da título al libro, es ❤️‍🩹❤️‍🩹
Profile Image for Thiago Nasi.
194 reviews1 follower
December 15, 2024
Não sei se entendi muito, mas achei o máximo. Depois volto aqui (depois da minha aula sobre o livro) para escrever mais.
Profile Image for Martín.
53 reviews3 followers
May 3, 2025
Es fa pesat a estones, però és tan original i suggestiu que no podria posar-li menys nota. A més a més, repren molt bé el fil de la història curta d'Ursula le Guin, "The author of the acacia seeds", així que se l'ha d'estimar
Profile Image for Luigi Galicia.
Author 5 books2 followers
October 22, 2025
Un verdadera carta de amor a la bioética, lo recomiendo altamente a todo mundo. la frontera entre ciencia y fricción prácticamente es imperceptible en este libro
Profile Image for Diana Solares.
165 reviews
September 28, 2025
Una maravillosa visión sobre la ciencia y la naturaleza abordado a través de la ficción.
Profile Image for Paulo Vinicius Figueiredo dos Santos.
977 reviews12 followers
December 26, 2023
Esse é um livro bastante diferente. A autora Vinciane Despret criou uma narrativa filosófica na qual ela mescla ciência e ficção. O que ela estimula através desse livro curioso é o pensar fora da caixa. Algo que vários livros de ficç+ão científica já trabalharam em algum momento: a de que costumamos pensar outras formas de vida tendo a nós mesmos como o padrão. E nem sempre outras formas de vida possuem o mesmo arcabouço conceitual, simbólico e imagético que nós. Através de três contos ela vai abordar algum tipo de animal e fazer várias proposições como formas de comunicação, entendimento de si como identidade individual ou coletiva, noção de religião ou de poderes superiores. O último conto, que dá título ao livro, possui algumas ideias de ficção especulativa e é onde ela vai elucubrar mais como colocar espécies simbióticas, o fim do capitalismo e uma sociedade em busca de respostas. A minha resenha não deve seguir o estilo tradicional porque o próprio livro não funciona dessa forma. Ele não dispõe exatamente de personagens, o seu enredo é bem solto e não há necessariamente um início, meio e fim.


A escrita de Despret é fluida e possui um tom bastante informativo. No fundo, o livro é mais um livro de filosofia com elementos especulativos. Não sou um especialista em biologia então não sei separar o que é informação real e o que é ficcional. Ainda mais nos dois primeiros contos onde essa linha é mais tênue. Algumas situações são mais escrachadas como aranhas que se comunicam ou vombates cujas fezes geram esculturas. O leitor pode ficar despreocupado porque a autora não emprega muitos jargões científicos; é possível entender e apreciar mesmo que você não seja alguém ligado à área. Ela apresenta os temas com bastante calma e a leitura adota um tom bem contemplativo. Não é uma leitura longa, mas ao mesmo tempo não é algo que você queira fazer despreocupadamente. Recomendo sentar com calma e ler sem distrações por perto, caso contrário você pode perder um pouco as mensagens e os temas abordados. Em alguns momentos a escrita adota um tom epistolar, com trocas de cartas e relatórios entre autores que são os pesquisadores por trás dos estudos sobre os animais. A autora não vai se prender a personagens, embora as pesquisas feitas tem uma consequência posterior. Ela retoma ideias abordadas anteriormente, sempre construindo um algo a mais em cima.


"Apesar da crença de longa data de que os vombates em cativeiro se abstêm de defecar cubos, certas exceções haviam sido observadas: alguns vombates-de-nariz-peludo-do-norte, criados em residência depois da verificação de que esse grupo se encontrava à beira da extinção, tinham começado a construir muros com tijolos de formato cúbico. Não eram muito numerosos, mas seu caso permanecia inexplicado."

Debater formas de comunicação de outros seres não é um tema estranho ao gênero. Um dos livros mais recentes que se tornaram famosos está História de Sua Vida e Outros Contos, de Ted Chiang. Nele o autor coloca os personagens diante do enigma de uma imensa nave espacial que aterrissa na Terra e os cientistas tentando decifrar a estranha linguagem dos visitantes. Aqui, Despret nos mostra aranhas que se comunicam através de sons. Vemos que os cientistas que estão as estudando conseguem escutar os sons, mas não sabem decodificá-los. Daí me pego pensando em quantas espécies podem estar, neste instante, buscando se comunicar conosco e não conseguindo porque somos incapazes de pensar em outra direção. A fala não é a única maneira de se comunicar que existe no universo. Os meios de comunicação passam pela possibilidade de outra espécie compreender o que está sendo repassado através de sons, símbolos. Até mesmo o contato visual ou outras formas desconhecidas por nós podem ser comunicativas. No terceiro conto, os cientistas que estudam os polvos buscam entender a tinta que eles entendem agora ser uma forma de comunicação também, e não apenas de defesa. Isso inclui também a mudança de cor.



Essa forma assimétrica de pensar também está presente no segundo conto onde os cientistas se debruçam sobre as fezes dos vombates. Elas formam esculturas que possuem algum tipo de simbolismo entre eles. Isso me fez pensar na maneira como os homens pré-históricos se comunicavam seja através de pinturas na parede ou pelo artesanato. Eram formas pelas quais eram transmitidas mensagens que tinham o efeito de serem compartilhadas com outros membros da mesma espécie. Nas elucubrações dos cientistas aqui, eles tentam pensar na ideia do divino e do sagrado. Ao chegarem a uma teoria (ficcional, é claro) de que as esculturas de fezes seriam algum tipo de elementos de adoração, a autora formula ideias sobre como tais criaturas pensam o sagrado. Aliás, na visão da autora, a relação com o sagrado/sobrenatural não precisa estar eivado de um sistema de panteão ou de deuses em si. Pode ser apenas o pensar em si mesmo dentro de um universo muito maior. Traduzir esse conceito tão abstrato em alguma maneira de se comunicar com esse "algo maior" é que constituiria tal relação. É bem diferente de adorar uma imagem, cultuar um deus ou realizar rituais. É algo que caminha em outra direção. É sempre preciso lembrar que a palavra religião vem do latim religare, que denota uma ligação, uma conexão com algo acima da explicação humana.


Há também outro ponto tratado que tem a ver com a evolução do homem. Não sabemos para que direção nossa espécie irá se dirigir. Na narrativa existem os sims, espécie de criaturas que possuem algumas características animais. Os estudiosos ainda estão perdidos no livro, buscando compreender como os sims funcionam, como se comunicam, que valor dão às coisas. A cientista ao qual acompanhamos os relatórios parece perdida às vezes até que ela tem algum insight a respeito de algum ponto que ela julgava não ter importância, mas que ajuda a entender outras coisas. O que é possível perceber nesse trecho é que a autora trabalha bem a questão da deriva evolutiva ao se questionar qual é o próximo passo. Nossa arrogância como "topo da cadeia alimentar" nos faz pensar que o nosso caminho, nossa jornada evolutiva é o pináculo da natureza, mas será isso mesmo? Outros animais possuem sentidos mais complexos que os nossos; uma barata é um animal capaz de se adaptar mesmo a um desastre nuclear. Derrubando essas certezas que temos, a autora faz um relato bastante interessante sobre o pensar fora de nossos conceitos pré-formados. Os polvos inteligentes que ela apresenta ao longo da narrativa nos faz pensar o quanto desconhecemos sobre a maioria dos animais terrestres.


"As histórias são fartas e deixam em aberto se trata-se de jogos, farsas ou guerras de desgaste. Em contrapartida, fica claro que, para os polvos, tudo pode servir de material para exploração lúdica (os termômetros poderiam se enquadrar nessa categoria). Ao encontrarem uma pequena garrafa plástica boiando na superfície de seu reservatório, os polvos se divertiram por bastante tempo, projetando-a com poderosos jatos de água em direção ao sifão do aquário, o que a fazia retornar para eles, e esse jogo poderia assim continuar indefinidamente."

Autobiografia de um polvo é uma leitura fantástica, que nos tira de nossa zona de conforto. Despret coloca uma série de ideias malucas e caóticas em nossas mentes que nos fazem refletir sobre nosso papel em um mundo onde não somos os protagonistas. A existência de uma Gaia que nos abriga e nos coloca em contato com outras espécies é que é esse personagem principal. Ao pensar os animais que nos rodeiam, entendermos que o óbvio pode não ser lá tão óbvio assim e que existe toda uma teia de relações entre os seres vivos das quais não fazemos a mais remota ideia. É uma boa ficção especulativa que serve para abrir nossas mentes para outras possibilidades.
8 reviews
September 5, 2025
Con sustento científico y narración impecable, este libro te mete en una realidad totalmente creíble, pero con guiños de magia que, personalmente, me dejaron pensando si todo lo que veo es lo que existe, o si existe hay más que se nos escapa.

Eso y anécdotas de pulpos. El mejor animal, sin dudas.
Profile Image for sofi.
87 reviews
August 23, 2023
Hermoso. Destaco la capacidad de la autora para crear un mundo (¿tiempo?) tan fascinante y coherente, que sin dudas me atrapó desde el inicio y me obligó a recordarme muchas veces que era un mundo ficcional. Admiro también la manera en la que reflexiona sobre nuestro presente, sobre nuestra conexión con las cosas, con el mundo animal, sobre cómo usamos nuestros sentidos (o que tanto los usamos). Además, me parece asombrosa la reflexión sobre el sistema de la lengua y el sistema educativo de nuestros días, como sin darnos cuenta nos limita y encamina hacia cierta manera de percibir el mundo. Me gustó mucho también la explicación al autismo en este universo, me llegó al corazón. gran gran libro
Profile Image for Óscar Soto.
15 reviews
June 3, 2024
Un libro que confunde cuando se pretende leer únicamente como ficción literaria, y que fascina e inspira si se entiende lo que realmente es: especulaciones que hibridan géneros y que plantean mundos posibles. La autora utiliza una mezcla hábil de falsas referencias y teorías reales, lo suficientemente explícita para permitir discernir qué parte del total es especulación, y cuál se sustenta en evidencia. Y gracias a ello, defiende la muy plausible teoría de que los animales disponen de un rico mundo interno con aspiraciones artísticas y dudas existenciales. Una joya que ayuda a descentralizarnos, desvestirnos de nuestro antropocentrismos, y acercarnos a otras mentes de una manera curiosa, fascinada y respetuosa.
Profile Image for Mathilde Corvin.
22 reviews3 followers
Read
October 5, 2023
C’est un drôle de petit livre que celui-ci.

Autobiographie d’un poulpe est une de ces œuvres délicieusement troublantes, où le réel et l’imaginaire sont intriqués, confondus, se brouillent et s’incorporent. Une de ces œuvres où la narration se fiche bien de son·a lecteur·ice, lui impose son cadre, son genre, son écrit et puis après tout, pourquoi pas, ne sommes-nous donc pas ici pour une expérience nouvelle ? Faut-il toujours expliquer, dérouler, indiquer ?

Tout cela, Vinciane Despret en fait son parti dans ce court récit d’anticipation – 140 pages tout juste ! – qui aime à flirter avec la Science-Fiction. La nouvelle se déroule dans un nouveau millénaire, lorsqu’une communauté scientifique s'engage et développe un nouveau domaine : la thérolinguistique. C’est-à-dire, l’étude des histoires narrées par les animaux et leur façon de les exprimer.

Vinciane Despret construit son récit en deux parties. La première est de nature documentaire : ce sont des archives de communications entre professionnels, des comptes-rendus, des discours de colloques annotés. Ascétique et âpre, celle-ci a le don de désarçonner quiconque s’attendant à de jolis contes animaliers. Néanmoins, il est bon de s’accrocher. Car l’autrice ne formalise pas ici un essai, elle existe bien dans le domaine de l’imaginaire. Et par la forme méthodique, Despret nous révèle déjà bien des choses quant à la société qu’elle dessine. L’on y comprend l’historique de la révélation scientifique ; les doutes ayant jonchés son chemin, les scissions au sein d’un même groupe, les interrogations émaillant les réflexions de chacun·e. Finalement, tout ce qui mène à un consensus scientifique et la victoire du savoir sur l’ignorance.   

Dans la seconde partie du livre, Vinciane Despret se lance dans la forme épistolaire. Cette fois-ci, nous sommes lecteur·ices de messages envoyés par une scientifique missionnée suite à la découverte d’une autobiographie, rédigée par un poulpe. Forme plus courante à nos yeux de lecteur·ices, l’expérience s’en voit, de fait, plus indulgente. Cependant, l’autrice ne relâche pas sa créativité pour autant. Elle nous introduit alors une notion nouvelle : celle des symenfants. C’est-à-dire, des personnes possédant des facultés de développement et de symbiose avec certains animaux. Ces enfants sont autant d’atouts pour la recherche, qu’ils sont un effort d'adaptation et d’acceptation de la part des autres humains. Là, Despret touche du doigt le cœur de ses réflexions : ne sont-ce pas ces poussées vers la compréhension qui nous enrichissent ?  L’effort n’en vaut-il pas la peine ?

Dans Autobiographie d’un poulpe, Vinciane Despret s’inspire et spécule à partir d’évènements qui nous sont contemporains. Le changement climatique est le point pivot de ses interrogations et la mène à de jolies interrogations philosophiques sur le vivant dans toute sa globalité. L’anthropomorphisme est jeté à la poubelle, Despret souhaite parler des spécificités de chaque espèce et rejeter le prisme humain. Les notions scientifiques véritables s’entremêlent à la fiction et j’ai trouvé très audacieux de s’atteler au genre de l’anticipation via une forme aussi revêche. C’est une littérature technique, non aisée puisque non romancée, mais c’est surtout une littérature multidisciplinaire : l’autrice nous fournit des dizaines d’annotations, de réflexions, de sources dans lesquelles puiser et faire perdurer l'expérience. Vinciane Despret questionne notre rapport à l’image, à la symbiose avec la nature, à la communication dans son ensemble. Elle nous parle de langage, comment détricoter une langue, comprendre sa construction et tenter de la traduire. Despret s’amuse du behaviorisme et de sa simplification à l’extrême du comportement animal, ses personnages y voient une ignorance sotte digne d’un autre siècle.

Autobiographie d’un poulpe est une nouvelle réaliste, crédible, dont le genre est porté avec hardiesse et courage. Fortement inspiré par les travaux de Donna Haraway et d’Ursula K. Le Guin, Vinciane Despret réussit son pari haut la main : en nous lecteur·ice, elle instille le doute, se joue de la véracité des propos tenus. S’il n’est pas adapté à tous·tes, Autobiographie d’un poulpe saura ravir les curieux·ses en possession de deux heures de libre.

Il y a de l’ambition dans ce petit livre. Et ça, ça me plait.

La bise les ami·es,

Bon dimanche
11 reviews
January 9, 2025
4.5 casi 5 jakasj
Mi calificación por cuento:
1. La investigación de los acúfenos o Las cantantes silenciosas 5/5
2. La cosmología fecal del wómbat común y el wómbat de nariz peluda 4.5/5
3. Autobiografía de un pulpo o La comunidad de los ulises 5/5 (lloré)

Como escribió Maria Ptqk en el prólogo, este libro es un teatro en el que se ensaya y en el que la escritura es una conversación permanente de investigación artística. Me emociona y conmociona esta noción de la pensadora-creadora, del hacer mundo aquí y ahora sin esperar a que llegue quién sabe quién para que nos "salve" (como escribió también Bruno Latour). Vinciane escribe con la sensibilidad propia de quien es obediente a la demanda de la atención (con curiosidad) y de quien vive con todo su ser. Eso me pareció bellísimo: saber que hay quienes le ponen tanto cuidado al mundo que logran aventurarse a decirlo nuevamente, a ensayar pensamientos y relaciones. Me cautivó, además, el reconocimiento que se hace de sus predecesoras y predecesores: la verdadera capacidad de tomar algo de ellas-os, hacerlo propio, devolverlo al mundo y a ellas-os, siendo siempre muy agradecida y maravillándose con eso que los otros hacen. El profundo amor y respeto por Ursula K LeGuin se nota y agradece: la primera pensadora de la terolingüística. Como las semillas de las que escribió, su escritura es una semilla para quienes hemos querido seguir pensando la ciencia ficción desde otros lugares menos usuales y más interesantes. Lo que me queda del libro es puro amor y agradecimiento a las escritoras y sus maestras. Además, con una ironía finísima (que Vinciane toma, creo, de Isabelle Stengers) para tomar eso que ha hecho la academia y rehacerlo. Me hace pensar en ese movimiento irónico y sutil de Jane Austen y, luego, de Virginia Woolf para habitar los espacios que son hostiles con las mujeres y con los animales.
Hubo momentos lentos y repetitivos, y no sé si es porque efectivamente le faltó una cosita chiquita al libro o si es porque es un libro fragmentado o si es porque desarrollé un tipo de apego hacia él ajksja pero me faltó, quería más desarrollo, más cosas, más textos (que espero que vengan próximamente). Muchas cosas por seguir pensando y un mundo por seguir conociendo <3

Cuando me pregunten qué es la ontología relacional, ya sé que es un movimiento hacia atrás y hacia adelante (la espiral hacia adentro y hacia afuera <3): es CONVENIR, hacer como si el mundo ya fuera otro (hacerlo otro aquí y ahora) para podernos encontrar, para permitir que los otros lleguen, para llamarlos y recibirlos, y "es lo que hace que la vida de cada ser se sustente en la vida de los otros" <3
Profile Image for andré ✧*。.
33 reviews4 followers
December 28, 2023
“Debido a la interdependencia innata de todo lo existente, los relatos de todos los seres vivos se mezclan, se entrecruzan, se escriben los unos sobre los otros. Las bacterias escriben sus proyectos en el cuerpo de sus huéspedes; las aves, en las semillas de los frutos que transportan para propiciar otros encuentros; las abejas zánganos portan el relato de las flores en las que liban y las flores llevan a su vez, en forma de relatos integrados (aromas, colores y formas), los proyectos de las abejas. (…) Cada relato. por ende, constituye una propuesta, una apuesta por el futuro, un cebo para la existencia, incluso para las metamorfosis.”


Vinciane se hunde en los mundos de Ursula K. Le Guin, Donna Haraway, Tomás Sarraceno, Batiste Morizot, David Abram y otres muches autores de ayer y de hoy para dibujar la posibilidad de un mañana simpoiético. Un mañana en el que la inteligencia, el lenguaje, la cultura, la religión, el arte… no son exclusivos de la humanidad. Un mañana en el que las disciplinas se hibridan: la etología como filología, como arquitectura, como historia del arte de lo más que humano. Un mañana en el que hemos abandonado las técnicas de sacrificio propias de la experimentación animal e investigamos desde la empatía, la escucha activa, los sentidos encarnados y el diálogo inter-especie. Un mañana en el que devenir juntes.

Aunque la autora se asienta en un futuro lejano (varios siglos en adelante) el formato y las referencias continuas a nuestro pensamiento actual me han llevado a saborear el texto como una realidad. Y pienso, que en parte vivimos ya en ese cambio de paradigma. Somos conscientes de las violencias propias del antropocentrismo y estamos ensayando modos alternativos de vivir y morir bien. Las ideas hacia las que apunta Vinciane son bellas, conmovedoras y, creo, que profundamente necesarias. Gracias Vinciane <3
Profile Image for Fernando Schuh.
23 reviews1 follower
December 28, 2024
legal de pensar na manifestação do comportamento de outras espécies e das relações ecológicas como outras estruturas linguísticas e outras formas de construir arquiteturas/modas/manifestações estéticas para além da funcionalidade... e como a gente pode pegar um pouquinho disso pra nossa maneira de se expressar também

algumas passagens nesse sentido que me pegaram:

pensando na sim-lingua - dos simbiontes, comunidades que vivem com polvos: "os nossos antigos a chamavam 'a voz média'. com ela, ninguém pode ser totalmente passivo nem totalmente ativo, nenhum verbo, dizem eles, se sustenta sozinho, 'sempre é o resultado de um outro agir acolhido por aquele que garante a mediação de uma cascata de fazeres'

logo, na sim-língua, reivindicar o fato de ter uma ideia é afirmar que alvo fez você pensar - 'uma ideia me veio' ou 'me veio à mente' -, e observei que a fórmula educada empregada por Ulisses para anunciar que ele tem algo importante para ser dito é 'uma ideia insiste em ser acolhida'. por outro lado, em sim-língua, não se diz 'eu vejo', mas 'algo se deixa ver'; Não se diz 'espero a chuva", mas 'a terra aguarda a chuva' ou, às vezes, ainda 'a chuva me convida a esperá-la' "

"Lusseyran escrevia também que a diferença entre a voz de um homem e a de uma árvore era muito pequena, 'apenas aquela criada pelo hábito que temos de compreender mais rapidamente a voz de um homem do que a de uma árvore' "

"Ulisses ainda pensa e sonha na sua língua de origem, e seus gestos comprovam que as distintas partes de seu corpo ainda possuem essa autonomia relativa e essa sensibilidade imediata tão especial quando, diz ele, AS INTENÇÕES DE AGIR SEGUEM MAIS DO QUE PRECEDEM A AÇÃO (grifo meu). Ele continua atento a isso, joga bola diariamente com os olhos fechados e se dedica alongas horas de improviso musical com as outras sim-crianças..."
Displaying 1 - 30 of 74 reviews

Can't find what you're looking for?

Get help and learn more about the design.