Pela primeira vez, a produção poética de Hilda Hilst, dispersa em mais de vinte livros, é reunida em um único volume.
A intensa e prolífica atividade literária de Hilda Hilst se desdobrou em livros de ficção e em peças de teatro, mas foi na poesia que ela deu início e fim à sua carreira. Ao longo de 45 anos, entre 1950 e 1995, a poeta publicou em pequenas tiragens graças ao entusiasmo de editoras independentes com destaque para Massao Ohno, seu amigo e principal divulgador. No início dos anos 2000, os títulos de Hilda passaram a ser publicados pela Globo, editora com ampla distribuição. Nessa época, a sua escrita, até então considerada marginal e hermética, começou a receber o interesse de uma legião de leitores e estudiosos. Agora, a Companhia das Letras reúne, pela primeira vez, toda a lavra poética da autora de Bufólicas em um só livro, que inclui, além de mais de 20 títulos, uma seção de inéditos e fortuna crítica. O material contém posfácio de Victor Heringer, carta de Caio Fernando Abreu para Hilda, dois trechos de Lygia Fagundes Telles sobre a amiga e uma entrevista cedida a Vilma Arêas, publicada no Jornal do Brasil em 1989. A poesia de Hilda que ganha forma em cantigas, baladas, sonetos e poemas de verso livre explora a morte, a solidão, o amor erótico, a loucura e o misticismo. Ao fundir o sagrado e o profano, a poeta se firmou como uma das vozes mais transgressoras da literatura brasileira do século XX.
Hilda de Almeida Prado Hilst, more widely known as Hilda Hilst (Jaú, April 21, 1930–Campinas, February 4, 2004) was a Brazilian poet, playwright and novelist, whose fiction and poetry were generally based upon delicate intimacy and often insanity and supernatural events. Particularly her late works belong to the tradition of magic realism.
In 1948 she enrolled the Law Course in Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo(Largo São Francisco), finishing it in 1952. There she met her best friend, the writer Lygia Fagundes Telles. In 1966, Hilda moved to Casa do Sol (Sunhouse), a country seat next to Campinas, where she hosted a lot of writers and artists for several years. Living there, she dedicated all her time to literary creation.
Hilda Hilst wrote for almost fifty years, and granted the most important Brazilian literary prizes.
Há 9 anos exatos (4 de fevereiro de 2004), morria Hilda Hilst. Quis o acaso que me apercebesse disso no momento em que acabo este livro e gizo uma breve resenha. Hilda é plenamente obscena, em todos os sentidos. Penso que gostaria que a considerassem como tal, alguém que conserva o instinto original que não cabe no rol das coisas pequenas do quotidiano aceite. "Não falemos. E que as vontades primeiras permaneçam gigantescas e disformes sem caminho nenhum para o mundo dos homens."
A sua obscenidade não é só do domínio sexual (estranho que, num mundo tão obsceno, o sexo seja o primeiro sentido que damos à palavra), mas do ser humano como um todo, vivo e morto. É pujante a sua obsessão com a morte, com o corpo em decomposição, com a vida soterrada. É uma enxurrada que varre o vazio, colocando destroços no lugar. "É antes de tudo a terra Que me traz o medo. E a crisálida no corpo. E a flor no túmulo. É na terra que penso Quando te despedes E fico só Na noite alta e escura."
Penso que Hilda, embora escrevesse sobre o vazio, a ausência, a falta, não sabia viver com o avesso. Por isso mesmo precisava de o revestir, nem que fosse de impaciência e de horror, de raiva e de putrefação. No amor, isso é óbvio. Ela não podia ser esquecida, ela sentia o afastamento do outro como um mal-estar físico. "Sabes ainda meu nome? Fome. De mim na tua vida."
Hilda precisava de cantar a sua desilusão e o seu desencanto perante os homens e perante o destino: "Os que estão perto de mim não me veem… Estende a tua mão. Ficaremos sós e olhos abertos para a imensidão do nada."
Precisava de despejar sobre o papel a sua solidão, o seu medo, o seu terror: "Dos homens e da morte mais noite que auroras em verso e pensamento concebi. Nas crianças amei os olhos e o riso o clamor sem ouvido o medo, o medo, o medo."
Ou talvez Hilda não fosse assim ou fosse isso e outra coisa: "Não é verdade. Nem tudo foi terra e sexo No meu verso. Se poeta sou É porque sei também Falar muito de amor Suavemente."
Ah, Hilda, que tormenta a tua mente e quão denso o teu legado!
Tendo lido e estudado a obra completa de Hilst, é com imenso prazer que a releio em uma edição única de sua poesia e fundamental para quem a considera uma das grandes vozes literárias do país, particularmente considero formada por ela, Guimarães Rosa e Machado de Assis o que chamo de santíssima trindade da literatura brasileira.
foi uma leitura bem mais sensível do que a anterior no gênero de poesia. é brilhante a forma como a hilda hilst trabalha principalmente a temática da morte e do amor: a forma como ela afirma que em seu funeral haverá mais homens do que mulheres, pois ela teve mais amantes do que amigas (esse aqui me tocou profundamente pelo fato de que uma mulher deveria ter amizades femininas sabe? alguém em quem confiar).
Eu sempre fico impressionada ao ler a poesia completa de alguém. Do primeiro ao último verso - para o leitor passaram-se dias, para o autor, décadas. Uma viagem no tempo, uma forma de acompanhar a maturação intelectual de um artista, em geral mais intensa do que com prosadores, já que não precisamos escalar milhares de páginas de uma vez. Os versos da juventude e os últimos poemas, em um mesmo volume. Uma vida de elaboração de ritmos, temas, referências, obsessões.
Hilda foi grande. Hilda é grande. Hilda será - se houver justiça - grande, por muito tempo ainda, porque não há ninguém como ela no século XX brasileiro. E, quase 20 anos século XXI adentro, ela continua atualíssima, mesmo quando fala de suas formas clássicas ou medievais.
Imagino que cada leitor tenha a sua Hilda favorita. A minha é a de Alcóolicas, já nos anos 90. Desde que eu li pela primeira vez "É crua a vida, alça de tripa e metal" (nos anos 2000, já na faculdade) me senti imediatamente fisgada. Faz anos desde que comprei meu exemplar de Do Desejo. Ainda sei a maior parte dos poemas deste conjunto de cor.
Assim como Hilda fez com a vida, eu perambulei com os versos dela de coturno pela rua - rubras, góticas, altas de corpo e copos. Hilda a poeta madura, eu aprendendo a ser adulta, os discursos já indissociáveis nessa fita de Moëbius entre escritora e leitora (e logo os papéis também se misturam). Termino esse volume com um encantamento imenso, um assombro, e a devoção.
A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos. E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima Olho d’água, bebida. A Vida é líquida.
"Tenho medo de ti e deste amor Que à noite se transforma em verso e rima. E o medo de te amar, meu triste amor, Afasta o que aos meus olhos aproxima.
Conheço as conveniências da retina. Muita coisa aprendi dos seus afetos: Melhor colher os frutos na vindima Que buscá-los em vão pelos desertos.
Melhor a solidão. Melhor ainda Enlouquecendo os meus olhos, o escuro, Que o súbito clarão de aurora vinda
Silenciosa dos vãos de um alto muro. Melhor é não te ver. Antes ainda Esquecer de que existe amor tão puro."
***
"Ama-me. É tempo ainda. Interroga-me. E eu te direi que o nosso tempo é agora. Esplêndida avidez, vasta ventura Porque é mais vasto o sonho que elabora
Há tanto tempo sua própria tessitura.
Ama-me. Embora eu te pareça Demasiado intensa. E de aspereza. E transitória se tu me repensas."
minha imersão hilda, me entreguei completamente a sua palavra e seu poder de envolvimento me absorveu. raro foi me esbarrar com algum de sua coletânea que não me encantasse. Segue um poema do "júbilo, memória, noviciado da paixão", um dos mais queridos:
Dez Chamamentos ao Amigo, I
"Se te pareço noturna e imperfeita Olha-me de novo. Porque esta noite Olhei-me a mim, como se tu me olhasses. E era como se a água desejasse.
Escapar de sua casa que é o rio E deslizando apenas, nem tocar a margem.
Te olhei. E há um tempo. Entendo que sou terra. Há tanto tempo Espero Que o teu corpo de água mais fraterno Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta
Olha-me de novo. Com menos altivez. E mais atento."
Já tinha lido um ou outro poema de Hilda, nunca um livro inteiro. Foi um baque. Se nos escritos de juventude ela já mostra a que vinha, procurando o diálogo com as formas clássicas, na maturidade ela usa todo esse arsenal de séculos de poesia para se transformar num megazord poético, atingindo níveis além do humanamente possível.
particularmente, não gosto muito de ler essas poesias completas, por medo de perder o fio de cada obra, compreender as motivações e a escolha de imagens do/da poeta. nesse caso, tive a oportunidade de conhecer melhor a obra da Hilda (havia lido apenas Do desejo, também ele uma reunião de livros) e sua poesia possui uma força absurda de imagens, na incessante relação com esse outro, a quem se refere na maioria das vezes.
Atualizado 23/12. Cada releitura é um curto passo rumo à compreensão. E estou determinada a compreender.
qual a importância das coisas reais? essa é a obra de uma vida inteira e eu finalmente tenho esse livro físico e foi uma experiência completamente diferente da minha primeira leitura que foi no kindle (ler poesia no kindle é tipo bater na mãe mas ok) . de qualquer forma pra que se preze o registro, eu fui tão profundamente impactada com a hilda, com o que ela escreve. as palavras dela não tem enfeite, é tudo palavra crua com um chamado de amor (e em cada fase da vida dela eu vejo que esse chamado de amor muda). uma das marcas da hilda é falar sobre o desejo, e de alguma forma enfiar o Outro no meio, seja esse outro Deus, Alzira, Stela ou seu amante (que muitas vezes se confunde com o sagrado). eu AMO a duplicidade brincalhona de muitos poemas e ao mesmo tempo a clássica neurose obsessiva de não separar desejo de culpa. outra coisa que me fascina muito é que a obra vai se tornando mais e mais erotica, só penso na hilda de 60 anos escrevendo as mais belas putarias na sua maquina de escrever. queria registar os meus 69 poemas favoritos aqui em sua homenagem H.H!!!!
“não é verdade. nem tudo foi terra e sexo no meu verso. se poeta sou é porque sei também falar muito de amor suavemente. e sei como ninguém afagar a cabeça de um cão na madrugada.”
“colada à tua boca a minha desordem. o meu vasto querer. o incompossivel se fazendo ordem. colada à tua boca, mas descomedida árdua construtor de ilusões, examino-te sôfrega como se fosses morrer colado à minha boca como se fosse nascer e tu fosses o dia magnânimo eu te sorvo extremada à luz do amanhecer”
*esse aqui que só uma mulher de 20 anos poderia escrever*
“me mataria em março se te assemelhasses às coisas perecíveis. mas não. foste quase exato: doçura, mansidão, amor, amigo.
me mataria em março se não fosse a saudade de ti e a incerteza do descanso se só eu sobrevivesse quase nula, inerte como o silêncio: o verdadeiro silêncio da catedral vazia, sem santo, sem altar. só eu mesma.
e se não fosse verão, e se não fosse o medo da sombra, e o medo da campa na escuridão, e o medo de que por sobre mim surgissem plantas e enterrassem suas raizes nos meus dedos.
me mataria em março se o medo fosse amor. se março, junho.”
Escolhi este livro por ser de poesia, supondo que isso facilitaria minha conexão com a autora, já que este foi meu primeiro contato com Hilda Hilst.
A escrita dela é lírica e muito impactante — é mais uma leitura para sentir do que para entender. Não se trata de interpretar cada verso, mas de absorver a emoção que ela transmite.
A expressão de Hilda Hilst é surpreendente, e seus poemas carregam uma intensidade emocional marcante, especialmente ao tratar de temas como o amor e a morte. De certa forma, identifiquei-me com sua visão sobre a morte e a maneira como ela a explora em sua poesia. Apesar dessa profundidade emocional, ela consegue inserir toques de humor, como em “O Anão Triste”.
No geral, achei o livro interessante, embora em alguns momentos a leitura não tenha fluído tão bem para mim. Ainda assim, pretendo reler. Talvez, com uma nova perspectiva, eu consiga me conectar melhor com todos os poemas.
5 meses pra ler essa belezinha. Valeu cada segundo. Li antes da Flip 2018 que tinha Hilda Hilst como autora homenageada. Não a conhecia nem seus escritos até esse momento. Nesse volume, onde estão reunidas todas suas poesias, é possível ter um vislumbre da grandeza de Hilda, que recusou o papel imaginada pra mulher na sociedade e também na literatura. Trouxe versos de amor que se elevam bem próximos à figura de Deus e também mergulham fundo no mundo profano, carnal. No percurso, os textos brincam com a vida e valsam com a morte. Hilda tem uma poesia muito densa, não diria que é muito fácil de ser absorvida. Pra mim não foi. Mas o esforço sempre é recompensado, como tenho aprendido ao longo dos anos com livros... Seus poemas são ensandecidamente derramados. É bom se perder um pouco nessas águas turbulentas.
Naquele momento o riso acabou e veio o espanto e do meu choro o desentendimento e das mãos unidas veio o tremor dos dedos e da vontade de vida veio o medo. Naquele momento veio de ti o silêncio e o pranto de todos os homens brotou nos teus olhos translúcidos e os meus se afastaram dos teus e dos braços compridos veio o curto adeus.
Naquele momento o mundo parou e das distâncias vieram águas e o barulho do mar. E do amor veio o grande sofrimento.
E nada restou das infinitas coisas pressentidas das promessas em chama. Nada.
como pode alguém escrever assim? devorei esse livro porque largar era impossível nessa imersão de palavras tão bonitas e intensas. hilda sabia o que fazer com nossos sentimentos, nos mostrando expostos a tudo que ela escreveu.
finally, the complete poetry of a very great writer - many of her drawings and some watercolors - appendix with unpublished poems, variants, etc, good foreword and afterword, a couple of texts by people who knew her well, and a brief interview - INDISPENSABLE
Acho que em minha busca por poetas e poetisas que façam arte do jeito que eu acredito e me identifico, nenhum outro, me atingiu como Hilda. Hilda me ensina a ver sem os olhos, a ouvir mesmo poemas mudos. Nunca senti nada parecido, dos textos delicados e sutis, aos que parecem carregar uma marca e uma violência de vidas. É um livro atemporal, pelo menos dentro do tempo em mim. Em cada momento que volto a Hilda, encontro-me e encontro-a de uma forma diferente. Entre a cadência de símbolos, anseios e apegos de Hilda, cada vez que leio, encontro algo novo, mesmo se relendo as mesmas palavras.
Esse é o meu livro favorito e deve se manter assim por um tempo. Hilda é o mundo inteiro e nada me influencia tanto em minha visão poética quando o mundo, e Hilda.
"da poesia" reúne toda a obra poética de Hilda Hilst, que até sua morte produziu muito e foi muito pouco lida. O livro compreende desde sua primeira publicação, em 1950, até poemas inéditos, recolhidos do acervo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Eu tinha curiosidade sobre Hilda Hilst, mas não esperava amar tanto. Sou uma apaixonada por poesia, e desde 2018 venho tentando aumentar a minha quantidade de leituras desse gênero. Acho que a poesia tem uma capacidade de nos tocar em nível até mais profundo do que a prosa, e por isso se torna difícil explicar o que sinto lendo bons livros de poesia. É um tipo enlevo, de encantamento. E foi isso o que senti com esse livro, desde as primeiras páginas. Hilda Hilst tem 3 assuntos principais em sua obra, que são o amor, a morte e o sagrado, muito bem esmiuçados por Victor Heringer no posfácio deste livro. Os três temas muitas vezes de cruzam e se misturam nas diferentes fases da escrita de Hilda. Em todos, ela conseguiu me tocar. Há uma fase que destoa de tudo: no livro "Bufólicas", Hilst satiriza os contos de fadas em sete poemas pornográficos, desbocados, sujos. "Bufólicas" faz parte de uma fase em que Hilda, em protesto à pouca atenção recebida pelo público, "tocou o foda-se", como diríamos hoje, e escreveu sobre sexo sem papas na língua. Admito que não gostei, mas tenho vontade de ler também os escritos em prosa que fizeram parte dessa época. O livro, além de muito bonito, conta com um índice remissivo, no qual podemos encontrar cada poema mesmo quando não há título; um texto de Lygia Fagundes Telles sobre sua amizade com Hilda; uma linda carta escrita por Caio Fernando Abreu; além de uma entrevista de Hilda para o Jornal do Brasil, de 1989. É uma edição maravilhosa que, enfim, valoriza a produção de Hilda. Não vejo a hora de ler a prosa e as correspondências dela!
"És presente como um vento que corre entre portas abertas."
Hilda Hilst, ao meu ver, foi o maior presente que a literatura brasileira poderia receber, e me impressiona que, mesmo anos após sua morte, ela ainda não tenha alcançado o reconhecimento que merece, e que tanto sonhou em vida - precisando, até mesmo, chegar aos extremos literários na tentativa. Sinto muita falta dessa autenticidade em muitos dos trabalhos que leio de poetas hoje. Seria ótimo se todos bebessem um pouco mais dessa coragem. É impossível falar sobre toda a beleza que se encontra em suas palavras, mesmo as mais subversivas. Hilda era uma mulher sem amarras.
Surpresa em ver que faz três anos que me debruço sobre essa obra!
Concordo com o que diz Victor Heringer no posfácio dessa edição: “o ciclo desejante que deve nos guiar em qualquer leitura da obra de Hilst.” Que primeiro é lava e depois nada, como coloca a própria autora.
Foi uma ótima companhia durante esses anos, principalmente agora em quarentena, onde tudo parece absurdo e a palavra se torna cada vez mais necessária.
“Estou viva. Mas a morte é música. A vida, dissonância. Minha alegria é como fim de outono porque tive nas mãos ainda flores mas flores estriadas de sangue.
Há cristais coloridos nos teus olhos. Vida viva nos teus dedos.
Estou morta. Mas a morte é amor.
Não fiz o crime dos filhos mas sonhei bonecos quebrados sonhei bonecos chorando.
Alguns dias mais e serei música. Serás ao meu lado a nota dissonante”
“Não era mau poeta a pequena Hilda” (p. 64) Nas palavras de Caio Fernando Abreu “Sem ser panfletária nem dogmática, você é a criatura mais subversiva do país. Porque você não subverte politicamente, nem religiosamente, nem mesmo familiarmente - o que seria muito pouco: você subverte logo o âmago do ser humano”.
"(...) Olha-me de novo. Com menos altivez. E mais atento."
Como foi bom revisitar Hilda e, mais do que isso, reler sua poesia completa!
Poder estar imersa no universo do divino-obsceno me relembrou porque Hilst é minha predileta. Me apaixonei por Hilda com Dez Chamamentos ao Amigo, encontrei minha poesia favorita em Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé e indico para todos Poemas Malditos, Gozosos e Devotos.
Da Poesia não é uma leitura fácil e nem deveria ser, pois fala da morte, do sexo, do amor e de ser humano, enquanto se é poeta. É uma leitura soconoestômago-transformadora.
Eu gostei muito desse daqui. Eu não consigo lembrar versos de cabeça, mas lembro da sensação que eles me deram. São todos muito vivos e o final é perfeito. Fora o material extra da edição que também é ótimo.
depois de longos meses, chego ao fim desta leitura. Hilda foi meu alimento diário com suas poesias, sentirei saudades de seus escritos. depois do primeiro contato não vejo a hora de mais e mais releituras pela vida. é o que faz valer! Favorito da vida.
hilda, queria eu ter te lido ao passo que tu publicava. quanto esforço (e sucesso) em procurar e trançar palavras para falar do tanto que não tem forma.