Emídio é nome de ilusionista. É nome de diabo, de pirulito, de homem em fuga, de artista. Emídio é nome de avô como Ermelinda é nome de avó, sendo também nome de mulher determinada, de intensidade, de fé e de um amor que foi uma espécie de fé.
Emídio e Ermelinda é o que nos conta o neto de ambos. Contar uma história é uma tarefa infinita, polifónica, que parte vidas em pedaços, cheia de desvios a galope, mais ainda se é uma história que reflete muitas histórias e um certo período da História de Portugal — de pobrezas, de silêncios, de guerra, de céus cinzentos, de golpes de asa e procura de algo melhor num continente distante.
Este é um livro sobre a memória, sobre o engano, sobre viver e sobreviver, sobre os limites da ficção. E é sobre contar uma mentira da melhor maneira possível para que esta se torne a mais bela das verdades.
Sandro William Junqueira nasceu em 1974 em Umtali, na Rodésia. Em 1976 volta para Portugal. Em 1986 foi viver para Portimão. Em 1998 começa a trabalhar como designer. Em 1999, juntamente com o Paulo Quaresma, funda o grupo de teatro A Gaveta. Desde aí, trabalha como responsável artístico, encenador e ator. A partir de 2002, publica com regularidade poesia e contos em revistas e fanzines. É regularmente convidado para recitais de poesia. Em 2007 inicia um trabalho regular em escolas e bibliotecas com a criação e interpretação de diversos ateliers e espetáculos vocacionados para a promoção do livro e da leitura.
“Por vezes, na vida, acontecem coisas extraordinárias, inesperadas. Um conjunto de acasos que se ligam como peças de um puzzle. Como carruagens de um comboio que partiu há muito tempo e que segue sempre em frente.
Certas coisas acontecem simplesmente porque têm que acontecer.”
Adorei este livro que comprei à pressa no aeroporto, sem saber nada acerca dele nem do autor. Ri-me muito enquanto o avião corria na pista (e não há melhor remédio contra o medo)…mas, se calhar, também sou uma ‘mulher diabólica’. ;-)
Este foi o primeiro livro que li do autor. Gostei muito desta "auto-ficção"!! Comecei a ler e não consegui parar. É muito bom quando os livros nos levam numa viagem, que parece levar-nos também ao nosso passado. (Recordei a minha avó e algumas das muitas histórias que ela contava. ). Recomendo!!
Depois do que li a respeito deste livro, esperava mais; talvez menos reflexão e mais "substância". O registo de quem foi o avô fica feito; mas, na verdade, a memória dele não é resgatada...
O melhor livro do ano até agora. E dos melhores que li nos últimos anos. Sandro William Junqueira, autor que até então desconhecia, foi uma surpresa arrebatadora. A leitura deste livro chegou-me pelo Clube de Leitura do local onde trabalho. E levou-me à terra dos meus avós, perto de Leiria e não muito longe de onde o início desta história se desenrola. Ler "Emídio e Ermelinda" foi um regresso ao passado, às histórias contadas à mesa dos meus avós, à vivência dos meus pais num período de final de ditadura. Este livro é uma homenagem à sua família, mas é também uma homenagem a todos aqueles que nasceram e cresceram numa época de silêncios, pobreza e dureza de vida. Irei sem dúvida reler Sandro William Junqueira!
A descoberta tardia do escritor transformou-se num enorme prazer de leitura. Este livro, que se lê vorazmente em pouco tempo, foi o isco que me fez ler o outro e os outros que aguardam na minha estante. Uma bela auto ficção, cheia de memórias dele e dos outros que compõem e constroem a incrível história de vida dos seus avós.