A árvore mais sozinha do mundo

by Mariana Salomão Carrara

Em uma pequena roça no Sul do país, a vida de Guerlinda, Carlos e seus filhos cumpre o tempo da terra. O cultivo do tabaco dá sustento à família, que dia após dia enfrenta as oscilações da natureza, esguichando venenos e adubando as vergas para que as folhas atinjam a qualidade ideal. Nessa angústia da espera - e em meio a investidas das empresas que dominam o mercado fumicultor -, ainda é preciso decifrar os códigod da adolescência e aprender a sua difícil linguagem de amor. Quando chega a época da colheita, os dias se transformam, e a família recebe a ajuda da mãe de Guerlinda, que, mesmo com seus estímulos e sua peculiar ternura, parece incapaz de emendar a casa tomada por silêncios incômodos e perdas iminentes. Neste romance absolutamente inovador, Mariana Salomão Carrara experimenta com a linguagem, confirmando seu lugar único na novíssima literatura brasileira, para retratar um país que - de norte a sul - encobre as suas mais profundas mazelas.

Genres: Fiction, Brazil, Womens, Book Club, Drama

208 pages, Hardcover

First published January 1, 2024

About the author

Mariana Salomão Carrara é paulistana, escritora e Defensora Pública, nascida em 1986. Tem publicados um livro de contos (Delicada uma de nós – Off-Flip, 2015), e os romances Idílico (EI, 2007), Fadas e copos no canto da casa (Quintal Edições, 2017), Se deus me chamar não vou (Editora nós, 2019, entre os 10 indicados ao Prêmio Jabuti 2020, em Romance Literário), “É sempre a hora da nossa morte amém” (Editora Nós, 2021, finalista do Prêmio São Paulo 2022 e entre os 10 indicados ao Jabuti 2022),”Não fossem as sílabas do sábado” (Todavia, junho/2022, Vencedor do Prêmio São Paulo 2023, Melhor Romance do Ano) e A árvore mais sozinha do mundo (Todavia, agosto/2024). Por contos e poemas avulsos, recebeu na juventude prêmios nacionais como Off-flip (2012), SESC-DF, Felippe D’Oliveira (2015 e 2016), Sinecol, Josué Guimarães e Ignácio de Loyola Brandão. Recebeu o segundo lugar no Prêmio Guiões (Portugal, 2019) pelo roteiro de longa-metragem É lá que eu quero morar.

Reviews

[Luciana · Rating 4 out of 5]

Em Não fossem as sílabas do sábado, um dos romances da escritora, escancara que a vida pode ser uma máquina gigante, monstruosa e cheia de dentes, mas que apesar disso, pode também, ser um lugar onde se encontra conforto e empatia no outro, isto é, a vida como ela pode ser. Já em A árvore mais sozinha do mundo trata-se de um romance acerca de como a vida não deveria ser, mas quase sempre é.

Contando, pois, a vida de uma família do sul do país que cultiva tabaco e toda sorte de dificuldades que enfrentam com a plantação, desde o cuidado com o fogo, ao uso do agrotóxico e seus efeitos, até a desilusão quanto às crescentes dívidas, diferentemente do usual, em vez da voz ser das crianças ou dos adultos, quem conta a história são aqueles que participam dela como coadjuvantes, mas por isso mesmo, conseguem captar toda tristeza, perca de esperança e abandono que há, embora não entendam como seres tão cheios de amor possam sofrer tanto.

É, portanto, na voz da árvore, do espelho, da roupa de proteção e da caminhonete, em estilo de literatura fantástica, que é narrada a vida de quem vai sumindo aos poucos, deixando a vida o conduzir, despojando do amor que é abundante, quando não resta nada além da miséria. Das crianças que devem abandonar a escola para ajudar no trabalho, dos efeitos nos venenos e do calor em corpos tão pequenos, na resignação de quem escolhe ir embora avisando ou sem avisar.

Mas conta também que “o amor tem dessas coisas, que é manter viva do lado de casa uma árvore venenosa que só quer acabar de viver” em uma obra que é triste, mas que também é a personificação da desigualdade e da vida daqueles que são na maioria das vezes invisíveis, como os gritos das árvores. Tive boa leitura, conquanto tenha sido diferente.

[camila · Rating 5 out of 5]

Primeiro: o que a Mari Carrara fez com esses narradores é absurdo de bom. Narradores que são observadores e personagens e com personalidades diferentes, e nossa (!) a qualidade disso aqui é é aplaudir de pé.
Segundo: quero salvar essa família toda, e a árvore e o espelho e a rural. Mas especialmente quero colocar a Maria num potinho de cristal (e talvez tenha que falar sobre ela na terapia).
Terceiro: eu chorei sim

[Margarida Galante · Rating 4 out of 5]

Este livro retrata uma realidade que eu desconhecia totalmente e, inicialmente, pensei que era um relato passado há várias décadas. Percebi depois que, infelizmente, fala de uma realidade atual.

Esta é a história de uma família do sul do Brasil que vive do cultivo de tabaco. Carlos e Guerlinda têm três filhos: Alice, a adolescente bonita que está a descobrir o amor, Maria, a miúda inteligente e curiosa, que quer ajudar os pais a gerir o negócio, e o pequeno Pedro, nascido após um parto complicado e que tarda em falar.

Um drama familiar que alerta para as condições difíceis da atividade do cultivo, colheita e secagem das folhas de tabaco, para as doenças a ela associadas e para as dificuldades financeiras agravadas pelo controlo da distribuição por terceiros, sem falar das intempéries e desastres naturais que podem destruir a safra em qualquer momento.

Mas, um livro da Mariana Salomão Carrara tem sempre uma perspetiva original ou inesperada que, como leitora, me agrada. Neste caso, a originalidade vem da escolha dos narradores desta história. Alguns objetos e a árvore que dá o título ao livro, observam tudo o que se passa, dentro e fora de casa. É através deles que conhecemos os membros da família, o seu quotidiano, as suas preocupações ou desejos. Demorei um pouco a adaptar-me a esta forma de contar a história mas, ao longo da leitura, fui gostando cada vez mais das personagens e até dos narradores. É um livro duro e triste, escrito com sensibilidade, e terminei a leitura com um aperto no coração.

[Rita da Nova]

«Os narradores têm todos uma voz própria e muito bem construída, e cada um deles cumpre um papel fundamental neste puzzle que se vai resolvendo de capítulo a capítulo. As suas perspetivas complementam-se e dão-nos acesso às personagens, talvez de uma forma mais verdadeira do que se fossem elas a narrar as suas vidas. Além de retratar uma realidade contemporânea que me era completamente desconhecida, Mariana Salomão Carrara ainda estende os limites da literatura e da narração de histórias — para mim, tudo funcionou muito bem neste A Árvore Mais Sozinha do Mundo.»

Review completa em: https://ritadanova.blogs.sapo.pt/a-ar....

[Bianca Boscaro · Rating 5 out of 5]

4,5

expectativas altas porque amo os livros da mari carrara! demorei um pouco pra engatar e entender os diferentes narradores mas depois que o enredo me pegou não me largou mais, fiquei pensando muito nessa família e em todos os personagens da história mesmo enquanto não tava lendo e depois de ter acabado. tanta simplicidade dos momentos, como o afeto e o sofrimento são retratados, o ponto de vista da árvore e do espelho foram meus favoritos.

[Joana da Silva]

Que maravilhosa introdução à escrita da Mariana Salomão Carrara. Um livro que aparenta ser complicado, e logo a seguir simples, e no final é só absolutamente inesquecível.

[Renata A. P. Monteiro · Rating 1 out of 5]

Um dos piores livros que li pela Curadoria da Tag. As 100 primeiras páginas são uma tortura, assim como o resto do livro.

Você lê, lê e lê e não chega em canto algum. Há excesso de adjetivos na construção das frases porque a autora está constantemente preocupada em deixar claro os sentimentos das personagens. Esse é um erro muito comum de escritores pouco experientes e um grande prejuízo para a experiência de leitura.

O livro também tem passagens desnecessárias, que não acrescentam nada ao enredo. Partes que poderiam ser reduzidas se o texto fosse mais direto ou até mesmo retiradas completamente.

Também senti que o excesso de lirismo atrapalhou a construção das personagens que narram a história. Todos são igualmente chatos e se expressam da mesma forma. Há ainda uma estranha mistura entre palavras pouco usuais e expressões coloquiais.

Não sei se a autora se inspirou em A Ilha das Árvores Perdidas de Elif Shakaf (também da Tag Curadoria), mas o romance me pareceu uma versão abrasileirada e mal sucedida do romance.

Enfim, um livro difícil de ler porque a escrita tornou a história muito enfadonha. Não recomendo. Penso que muitas coisas teriam que ser corrigidas para que se tornasse interessante. 1/5

[Ana · Rating 4 out of 5]

Gostei tanto, sobretudo de todas as personagens e diversos e peculiares narradores!

NOTA - 09/10

[Sónia Carvalho · Rating 4 out of 5]

Uma casa cheia de tristeza e silêncios, onde os objectos que rodeiam uma família produtora de tabaco, nos contam a sua história. Triste, mas bonito na forma como traduz o peso da depressão e da pobreza, uma vez que se trata de um negócio que apresenta baixos retornos financeiros, que acaba por prender os agricultores a um ciclo de dependência da indústria do fumo. Muitas vezes, os planos da natureza também não ajudam, ao estragarem culturas inteiras que são o sustento de tantas famílias.

A casa, o campo e até os objectos parecem carregar a dor desta família, como se ali tudo respirasse cansaço e desesperança. Uma cena que me marcou foi a imagem do espantalho a ser “preenchido” com palha pelas filhas quase como um gesto simbólico e desesperado de quem tenta devolver vida e a energia ao que já está vazio (pai). As crianças são o que há de mais luminoso no meio da tristeza, ao tentarem dar sentido ao que os adultos já perderam. Escrita poética e crua, cheia de frases que doem devagar.

[Pedro Santos · Rating 2 out of 5]

É uma pena, mas não foi dessa vez. Estava muito animado com o lançamento de um novo romance da Mariana, quando o livro finalmente chegou à biblioteca, fui logo pegar minha cópia; no entanto, aqui estamos. A árvore mais sozinha do mundo é um romance peculiar, de um experimentalismo formal corajoso — quatro narradores-objetos, cada um com uma voz distinta para chamar de sua — e de uma temática talvez tão corajosa quanto, o dia a dia árduo de agricultores de tabaco no Sul. O ritmo é lento, os diferentes estilos da narração são ao mesmo tempo intrigantes e um tanto caricatos (em especial o do espelho lusitano), suas alternâncias são cansativas e tornam a leitura arrastada. A história em si é vazia, dizer que “nada acontece” é batido e parece invalidar o próprio argumento, entretanto a frase se aplica em todas as frentes que não seja a dos narradores. Tudo é um tanto chapado, com uma ilusão de profundidade pouco convincente, um sentimentalismo barato por vezes, momentos filosóficos que não são mais do que clichês. Mesmo as personagens e suas questões internas são rostos na multidão, tipos sem peculiaridades exatas e temo que a narração tenha impedido esse mergulho tão desejado: vemos a família seguir sua vida a uma distância peculiar, aquela do “tão perto mas tão longe”. O mais frustrante é que não estamos falando de uma escritora mediana ou inexperiente, seus últimos três romances foram primorosos, mas este aqui deixa a desejar. Em um momento, achei que a história estava engatando e enfim ia decolar, mas este momento nunca veio. A árvore mais sozinha do mundo anda sem rumo, é triste de ver como uma ideia que não se desenvolve. Chego a me sentir mal ao chamar este livro um experimento falho, no entanto talvez seja exatamente isso. Precisamos de pessoas que tomam riscos como esse na literatura contemporânea e faz parte, tentativa e erro. Que venham mais livros, sigo esperançoso. Infelizmente, não foi dessa vez.

[Catarina Mourato · Rating 4 out of 5]

já imaginaram como é vivida a plantação do tabaco?
neste livro, a autora Mariana Salomão Carrara, conta a história de uma família de fumicultores e do duro trabalho que é cultivar tabaco.

a ideia para este livro veio depois de uma notícia sobre as dificuldades dos fumicultores no Sul do Brasil:

“Foi uma matéria que falava que havia uma epidemia de suicídios no Rio Grande do Sul. Eles apuraram que a média é muito acima da nacional. E, como a plantação de tabaco se concentra no Sul do Brasil, foram percebendo que os suicídios estavam ligados à produção de fumo”.

https://www.dmtemdebate.com.br/maria-...

deixo-vos o link acima para uma entrevista em que Mariana fala mais sobre o processo de escrita para este livro.


sobre a minha experiência de leitura:

fiquei imediatamente agarrada quando percebi a forma como a autora quis narrar esta história: usa a prosopopeia, ou seja, os narradores são a árvore do título, um espelho dentro de casa, a carrinha da família e um equipamento de proteção individual contra agrotóxicos.

acho isto fenomenal e completamente diferente do habitual, o que dá mais interesse e vontade de não parar a leitura.

é um livro triste e duro, sabendo mais que se apoia na realidade, mostra a forma como estas pessoas são esquecidas e abandonadas, o sistema montado para o pouco que ganham vs o trabalho imenso que têm e ainda sobre a saúde mental, que é completamente posta de parte, mas que é uma das áreas mais afectadas na vida destes trabalhadores.

temos os pais, Carlos e Guerlinda, e os seus três filhos: Alice, Maria e Pedrinho. através dos narradores que este livro nos dá, vamos conhecendo esta família e ficamos a fazer parte dela no final.

para mim, não ultrapassou «Não fossem as sílabas do sábado», mas confirmou-me que quero ler tudo de Mariana Salomão Carrara.
espero mesmo que os seus livros anteriores sejam publicados cá em Portugal!

[ALINE SHIRAZI · Rating 5 out of 5]

Livro lido em tempos de cólera. Me senti envenenada e doente, me arrastava na leitura - como na colheita sem a roupa (que vira carvão! Também não virei?), ainda não convencida da narração, chorei no fim (envenenada?), me sinto Carlos. Me sinto Maria. Me sinto a árvore mais solitária do mundo, mas sou parte dessa floresta. Nota dez e só no final me convenci.

[Evie Saramella · Rating 5 out of 5]

"As pessoas têm isso também de saber que providências devem tomar diante de cada problema, talvez não com o paladar, não com o sabor, com todas as outras habilidades. Mas os humanos me parece que têm uma coisa obscura, que é saber o que é o certo, o que é o melhor, mas fazer o contrário."

Mais um livro excelente da Mariana, cuja escrita é inventiva e poética na medida certa.

[Juliana Nemezio · Rating 3 out of 5]

"não escrevo um diário, sou eu mesma de certa forma um enorme rolo de papel, um livro e eu somos da mesma matéria, meu pensamento já vem ele próprio escrito no papel que sou. o registro das minhas impressões sobre o que me acontece é natural como fazer nascer uma folha verde. então todo pensamento de árvore já é redação, não há árvore livre dos mandamentos da escrita."

é legal, sim. gostei da ideia da história da família ser contada pelo ponto de vista da árvore, mas acho que gostaria mais se só tivesse o ponto de vista dela. as outras narrativas dos outros objetos me pareceram mt parecidas com as da árvore (tirando aquele carro deles), então não vi sentido na história ter outros pontos de vista sendo que não dava mt bem pra distinguir um do outro. enfim, é isso.

[Ana Luiza Alfaya · Rating 5 out of 5]

Imagina se ver pelos “olhos” de uma árvore? Imagina que o que a árvore escreve é poesia? Dá pra conjugar o verbo chover na primeira pessoa?
Imagina chegar perto, depois ver de longe; ver reflexos, dicas e indícios de pessoas, coisas, situações, seres.
Temos também o drama humano no “Brasil profundo”, uma escrita irretocável, e muita tristeza junto com a beleza, que é tudo da vida também.
Ando lendo tanta coisa linda, mas tem coisas que falam no nosso coração; esse livro é ao mesmo tempo delicado e avassalador.

[Sara · Rating 3 out of 5]

A troca constante de narrador corta o fluxo da leitura e parece que nada acontece até a pg 170 para então tudo acontecer nas últimas 30 páginas. Por ter crescido no interior do RS, próxima de famílias que cultivavam fumo, esperava me conectar mais com a história, o que não aconteceu. Em muitas partes até os personagens pareciam caricatos. Enfim, o final já era esperado, mas é muito muito triste, infelizmente é a realidade de muitas famílias.

[Matheus Fogaça · Rating 5 out of 5]

tanta coisa a dizer sobre esse livro que vou levar um tempo pra elaborar

[Joana Singer · Rating 2 out of 5]

Chato pacas. Pena. Mas chato pacas. Foi pra lista dos abandonados

[Ana Carolina Braz · Rating 4 out of 5]

gostei bastante da história e principalmente da forma que é narrada, me apaguei aos personagens e consegui sentir a dor silenciosa de cada um deles.

[Caroline Moreira · Rating 5 out of 5]

muito lindo e li bem rápido

[Daniella · Rating 1 out of 5]

Odiei. Muito chato.

[Ana Silva · Rating 4 out of 5]

Demorei muito tempo a entrar nesta história porque temos um caso de narradores improváveis 😂

Quem diria que me iria apaixonar por um espelho luso brasileiro responsável por uma das melhores narrações de uma família brasileira da roça de tabaco.

Que curioso é pensarmos nos nossos objetos do quotidiano e de como seria a sua voz perante o nosso dia a dia.

[Lívia Alves · Rating 4 out of 5]

lindo

[Carlos Alberto · Rating 1 out of 5]

Na obra A Árvore Mais Sozinha do Mundo, escrita pela autora Mariana Salomão Carrara, somos convidados a acompanhar o cotidiano simples de uma família situada no Rio Grande do Sul, que tira seu sustento da agricultura familiar, com foco na produção e venda de fumo e outros produtos naturais. A autora realiza um movimento criativo ao apresentar sua história através de narradores inusitados: os próprios objetos da casa ou até mesmo árvores que relatam os acontecimentos que moldam essa simples família de produtores rurais.

Sendo sincero, é um livro de tentativas inconclusivas. A autora tenta, sem sucesso, educar o leitor sobre causas importantes como agronegócio predatório, racismo, machismo, latifundiários opressores do pequeno agricultor familiar e toda a dinâmica agrária que conhecemos. Porém, infelizmente, Carrara erra na condução do texto, tornando-o arrastado, e a construção da conexão do leitor com sua obra e personagens é inexistente. É nítido o potencial de escrita da autora em vários momentos importantes da obra, mas, por não haver o devido trabalho de produção, ela não consegue, mesmo com muito esforço literário, criar essa conexão com o drama da história.

É uma leitura insossa, sem cor aos olhos. Falta-lhe uma dinâmica mais ágil, que poderia ajudar na construção do drama que se desdobra e explode de maneira pretensiosa ao final da leitura.

Recomendo? Não, não recomendo. O texto de 205 páginas parece dobrar de tamanho devido à lentidão com que a obra se move.

[liv ✶ · Rating 4 out of 5]

em "a árvore mais sozinha do mundo", escrito pela mariana salomão carrara, a história gira em torno de uma família de agricultores do sul do brasil — guer­linda, carlos e os filhos alice, maria e pedrinho — que luta pra sobreviver cultivando tabaco, lidando com o cansaço, as crises financeiras, os agrotóxicos e a falta de perspectiva.

o mais incrível é que tudo é narrado por objetos e seres inanimados: uma árvore, um espelho antigo, uma roupa de proteção e uma caminhonete, cada voz traz uma sensibilidade única e surpreendente, ajudando a gente a enxergar a dureza e também a humanidade dessa vida.

me emocionei, senti raiva, compaixão e uma vontade de cuidar deles em vários momentos. chorei pelas crianças expostas aos venenos, pela mãe exausta e pelo pai afundado na depressão, uma realidade dolorosa mas real, que a mariana expõe com mestria.

o final chega com força e deixa o coração apertado. é uma obra que mistura poesia e denúncia, mostrando a exploração do agronegócio e os efeitos do agrotóxico na saúde e na vida dessas pessoas.

se você curte narrativas sensoriais e literárias que vêm de perspectivas inesperadas, esse livro é pra você ✷

[Karine · Rating 3 out of 5]

3.5 gostei mas não me apeguei a família nem a árvore e outros objetos que contam a história.

[Amanda Faccin · Rating 4 out of 5]

Gostei bastante. Final esperado e sabido, mas muito triste mesmo assim. Demorei um pouco pra engatar na leitura… o inicio achei arrastado, mas depois foi.

[Maria Helena Pedroso]

Vi gente querida que amou, gente querida que odiou, e arrisquei. Não é pra mim, larguei, tantos livros na fila que não faz sentido sofrer.

[Alice Almeida · Rating 4 out of 5]

A árvore mais sozinha do mundo foi meu primeiro contato com a Mariana, autora que amigos haviam me dado tanta expectativa para ler. não sei se acertei na escolha para um primeiro livro mas que escrita lindíssima. não foi um livro que funcionou tão bem para mim principalmente nas suas primeiras cem páginas, é difícil de adentrar quando as emoções permeiam os espaços para além dos personagens, mas quando me permiti entrar me emocionei forte. Carlos e Maria vistos por um espelho me fizeram entrar inteira na história. a forma como ela cria emoções a partir de objetos que passeiam uma família, um espelho que se observa dentro da casa, uma árvore solitária e tóxica em seu entorno, uma rural que os leva para longe e um a roupa de proteção que os acompanha na plantação do tabaco, cada uma em um lugar de construção daquela família. observar como esses objetos se aproximam e se distanciam é interessantíssimo. uma construção de texto absurda para termos acesso as histórias e sentimentos de cada indivíduo que forma aquela família. um livro de uma sensibilidade tamanha e os objetos que estão ali querendo tanto intervir naquelas cenas que incessantemente observam estão eles mesmo moldando cada momento.

[Natália · Rating 3 out of 5]

como a Rural, demorei a engatar. um ritmo de roça, meio lento, mais enfadonho do que charmoso na maior parte do tempo.