A premiada pesquisadora e ativista Debora Diniz compartilha seus conhecimentos sobre pesquisa e escrita acadêmica.
Com o rigor e a ternura que marcam sua trajetória profissional premiada, em Carta de uma orientadora, Debora Diniz compartilha sugestões sobre como você pode se descobrir uma leitora, pesquisadora e escritora. Nesta carta ao mesmo tempo íntima e pública, não espere fórmulas universais, mas uma tentativa de se aproximar da sua realidade.
Subvertendo a sisudez dos manuais de metodologia tradicionais, que ditam normas sobre pesquisar e escrever, aqui Debora Diniz faz as vezes de escutadeira, editora e acompanhante, oferecendo caminhos para você transitar com tranquilidade entre tarefas que muitas vezes parecem difíceis, encontrar seu tema de pesquisa, abordar seu potencial orientadora, organizar seu tempo e cronograma de trabalho, superar o bloqueio diante da página em branco e a síndrome de impostora. Além da parte prática, Debora Diniz apresenta informações sobre a ética no ambiente acadêmico, o que inclui formas de lidar com temas difíceis, como abuso de poder, conflito de orientação e modos de evitar o plágio.
Orientar é comunicar-se por histórias, saberes e experiências. É ler atentamente e escutar delicadamente. É também nos ajudar a transformar os meios de “habitar o poder e o prestígio acadêmicos”. É nos lembrar de que fazemos parte de uma construção coletiva. Tudo isso você encontra em Carta de uma orientadora, este livro conciso e escrito em linguagem acessível.
Debora Diniz Rodrigues (known as Debora Diniz), is an anthropologist and law professor at the University of Brasilia, and a co-founder and researcher at Anis: Institute for Bioethics. She is also a researcher, writer and documentary filmmaker. Her research projects focus on bioethics, feminism, human rights and health. She was a visiting researcher at the University of Leeds, the University of Michigan, the University of Toronto, among other institutions.
By 2016, Diniz had received about 90 awards, including scientific and academic awards for her films at festivals, including the Fred L. Soper Award for Excellence in Public Health Literature, the Pan American Health Organization, in 2012, for the publication of her National Abortion Survey. In 2020 she was honored with the Dan David Prize.
Her research found that one in five Brazilian women had an abortion by age 40.
In 2017 she published Zika: From the Brazilian Backlands to Global Threat (Zed Books).
In March 2022 she was amongst 151 international feminists signing Feminist Resistance Against War: A Manifesto, in solidarity with the Feminist Anti-War Resistance initiated by Russian feminists after the Russian invasion of Ukraine.
um livro valioso para quem deseja se aproximar da pesquisa acadêmica. débora diniz comenta cada estágio - da preparação de um pré-projeto até as apresentações finais do texto - de forma rigorosa aos acordos e responsabilidades, mas também encantada com as possibilidades da pesquisa, atenta às subjetividades e grande defensora da troca coletiva ao longo de todo o processo.
faz críticas contundentes à ideia de uma autoria solitária, à competitividade acadêmica e ao apagamento histórico de conhecimentos outros no ambiente científico.
li em outras reviews que ela narra um cenário muito particular, ou talvez ideal demais, mas acredito que nesse movimento ela desmistifique o que é pesquisa, e ainda expanda vocabulários e expectativas de como a pesquisa acadêmica pode ser.
Débora Diniz sempre tem palavras inspiradoras e uma sensibilidade tocante. Não tive a sorte de ler antes de iniciar o meu primeiro projeto de pesquisa, mas ainda assim, a leitura foi prazerosa e edificante.
muito legal pra quem ta começando uma pesquisa de ic, mas também muito útil pra quem ta entrando na vida acadêmica pelo mestrado! conheci várias plataformas que nem fazia ideia de que existiam e gostei muito das dicas dos cadernos. gosto de me organizar pelo papel antes de passar pro digital.
Que leitura incrível!! Indico muito para quem está escrevendo sua monografia/tcc/elaborando projetos de mestrado/doutorado, porque nesse livro, a autora vai escrevendo de um jeito que é como se ela te desse a mão e afirma que você não está só nesse processo. Com uma boa escrita, Diniz vai orientando e comentando sobre ferramentas necessárias para esse momento da escrita da monografia. Seu texto, redigido todo no feminino, fez tanta diferença para eu conseguir me ver sendo parte desse universo acadêmico que consegue ser predominantemente habitados por homens. Com certeza uma leitura que provocou um grande deslocamento e contribuiu muito para minha formação. Queria ter lido muito antes, mas ainda bem que não foi tarde demais.
Queria ter lido na graduação ou antes do mestrado, mas antes tarde do que nunca, heheh. Amei a escrita como se fosse uma conversa, um "encontro intelectual" como a autora definiu o processo de orientação entre professora e aluna. Tem dicas, exercícios, alertas, coisas que não são ditas explicitamente nos manuais e aulas de metodologia científica. Me ajudou muito nesse processo de me descobrir como autora e no início de uma trajetória acadêmica.
Esse pequeno livro me trouxe gostosas reflexões. Comecei a lê-lo para a preparação do meu projeto de pesquisa para a seleção de mestrado e não imaginava que fosse ser tão didática. É claro que não vai substituir uma orientadora de carne e osso, mas esse livro apresenta algumas dicas e estratégias que são muito caras a qualquer pesquisador - mesmo os que já conhecem algumas coisas que a autora menciona, como é meu caso. Além do mais, outro ponto interessante foi a escolha de gênero de tratamento que ela faz, coisa que me tirou da zona de conforto - o que é fantástico.
Gostaria de iniciar essa breve resenha tratando do último aspecto que comentei na introdução: o gênero de tratamento. A autora opta pela escolha do gênero feminino como padrão no livro, o que foi muito estranho para mim, que sou homem - mas, ao mesmo tempo, uma experiência maravilhosa. A gente - homem - nem percebe o quanto pequenas coisas, como um gênero de tratamento padrão em escritas não-ficcionais, podem ser tão impactantes, até porque partimos de um ponto muito privilegiado, uma vez que a ciência é historicamente um lugar masculino. As mulheres sempre fizeram ciência, mas nunca tiveram a visibilidade que merecem - e refletindo como linguista que sou, o local do neutro sendo compartilhado com o masculino em língua portuguesa, serve a esse propósito de dominação. A professora Débora Diniz soube, com maestria, escrachar isso na carta, trazendo para os leitores do sexo masculino uma experiência de afastamento e estranhamento que imagino ser comum ao sexo feminino - se alguém puder confirmar ou comentar sobre isso, agradeço. Na minha leitura, senti que a carta não tinha sido endereçada para mim: era quase como se estivesse vendo a história e os conselhos serem desenhados para outra pessoa. Esse traço, entretanto, é extremamente positivo, pois serve de alerta para o que eu escrevo: mesmo sempre tentando ao máximo neutralizar a voz no texto, utilizando formas indefinidas "alguém", "ninguém, "todas as pessoas", o neutro-masculino escapa vez ou outra - e se essa experiência com o feminino me foi estranha, por que o contrário não seria verdade?
Quanto aos aspectos formais da obra, suas dicas e estratégias apresentadas, acredito serem muito positivas, mas devem ser, de fato, melhor aproveitadas pelas pessoas que estão com uma orientadora. A carta não assume o papel de orientação - até porque não é possível -, mas indica caminhos possíveis para que você seja uma boa orientanda - tomando, aqui, o tratamento que a autora usou. Acredito que o sucesso da carta resida na tranquilidade que passa sobre o fazer da pesquisa - mais ou menos até, porque muitas vezes a autora coloca pressão sobre esse fazer científico (algo que ela mesma admite, mas que é bem utilizado para fins pedagógicos) -, pois indica o que é verdade: esse processo de pesquisa e escrita não precisa ser algo horrível e doloroso. Ao apresentar caminhos possíveis para que se realize a escolha do tema e a pesquisa bibliográfica, a autora mostra o quão divertido e encantador pode ser esse processo - abrir aba atrás de aba, maravilhando-se com o que outras pessoas escreveram, também faz parte do descobrir-se pesquisador. Mas, é claro, faz isso tudo cobrando a responsabilidade necessária da pessoa que está para começar sua pesquisa - não será a orientadora que escreverá o projeto, mas sim a pessoa que está, de fato, pesquisando.
Por fim, acredito que essa carta me deu a serenidade que eu precisava para encarar essa solitária jornada - solitária, ao menos, no meu caso - de escrita de meu projeto de pesquisa. Inclusive, estarei roubando o incrível mapa mental que está anexo. Se você está para fazer seu TCC ou sua monografia, como a autora da carta imaginou e preconizou que estaria, essa leitura será um grande começo, te dando a confiança de que precisa para se aventurar na pesquisa. Entretanto, mesmo se sua situação for mais parecida com meu caso, acredito que a leitura ainda se fará muito proveitosa, pois, mesmo não tendo dois semestre de planejamento como a autora imaginou, ainda terá as ferramentas, conselhos e atalhos fornecidos por esse livro para te ajudar nessa solitária jornada.
Sou sempre a favor de tirar a academia da torre de marfim para conhecer o rés-do-chão. Débora Diniz não só faz esse movimento como não economiza em dicas práticas que ajudam (e muito) a entender a construção de um texto acadêmico.
É um livro que questiona tanto o elitismo acadêmico quanto a falta de bom senso de quem trata as demandas desse universo como um fast food. Pelo menos para quem quer se iniciar nesse universo, é uma obra cativante.
Gostaria de ter lido esta carta antes e recomendarei a todas as minhas futuras orientandas. Debora escreve como se estivesse conversando num café com suas alunas e isso tira a distância que a academia muitas vezes impõe. Renovou minha vontade de continuar pesquisando e reformular meu projeto de tese.
Uma leitura ESSENCIAL para quem está iniciando sua jornada na produção de uma monografia. Incrível como esse texto de pouco menos de 100 páginas fez mais por mim do que meu "professor" de Metodologia IV em um semestre.
Um belo início para meu projeto de tcc no pique JK, "50 anos em 5".
li a edição de 2024, mais recente, e gostei bastante de todas as trilhas que ela vai indicando como possibilidades, seja os cadernos, as técnicas e os métodos de leitura, pesquisa e escrita ajudam a desembolar o nó que fica nos inícios... me fez uma boa companhia!
Muito bom, a linguagem da autora é muito acessível e envolvente. O livro em si é um ótimo ponto de partida para quem está começando um projeto de pesquisa.
Diniz tem uma boa intenção ao escrever essa carta e é bastante elucidativa com recomendações de ferramentas e sugestões de organização de pesquisa.
Mas esse livro me entristece na medida que reflete a “terceirização” da orientação, algo bastante comum nas universidades brasileiras. A responsabilidade pelo texto recai sobre os alunos que, muitas vezes, são pouco treinados ou ‘orientados’ para a escrita e a leitura acadêmica. Brinco que é como jogar alguém que não sabe nadar e esperar que se faça um belo nado borboleta. Acredito que essa carta de Diniz é mais um efeito do que um problema: reflete nossa academia precarizada (professores sobrecarregados) e pouco orientada a uma formação sólida dos discentes.
Ainda assim, vale a leitura para se inteirar de uma certa etiqueta acadêmica.
Sobre o livro: A narradora do livro é a própria Débora Diniz, a autora. O livro é escrito do ponto de vista da orientadora oferecendo conselhos para uma nova orientanda (ou alguém interessada em ser orientada por ela). Eu atualmente estou no estágio pós-doutoral (conhecido também como pós-doc) e acho que esse livro oferece conselhos e reflexões para pessoas em diferentes momentos da vida acadêmica: desde alguém que está procurando uma orientadora para iniciar sua iniciação científica/mestrado/doutorado, até para as pessoas que já são professoras e podem orientar outras pessoas.
A autora oferece conselhos muito ricos! Não é um livro de metodologia, apesar da Débora ser muito experiente nessa área, e oferecer várias referências para estudar mais.
O capítulo "antes do primeiro encontro" oferece dicas muito boas para quem quer buscar alguém para ser orientada. O capítulo "os desencontros" me fez querer escrever algumas ideias que já tinha, mas que voltaram como um turbilhão na minha mente durante a leitura (pensando que isso deveria ser compartilhado!).
Gostaria de agradecer a autora por esse presente que foi a escrita deste livro. Com certeza irei consultar e reler mais vezes. E também estou indicando e presenteando pessoas queridas com o livro! ---
Sobre a entrega: Comprei o livro físico na pré-venda na Amazon, em julho. Eu acompanhei o curso oferecido online pela autora Débora Diniz e a Universidade de Brasília, mas o curso começou e nada do livro chegar... Acabei comprando o e-book no kindle para ler junto ao curso. Quando o livro físico chegou, já estava bem adiantada no e-book, então dei de presente o livro físico para uma colega de pesquisa que havia acabado de passar em um concurso para ser professora na USP <3 Pretendo futuramente comprar outra versão do livro físico.
Esse livro me ajudou a entender melhor algumas situações que venho passando no mestrado e que não estava entendendo. A sensibilidade e a forma de escrever da professora são incríveis.