Um amor condenado, maltratado pela sociedade e que resiste a tudo... Inclusive à morte.
A relação de artistas e musas é debatida pelos estudiosos. Alguns acusam que isso é tóxico à figura feminina enquanto outros defendem a relação quase celestial entre dois indivíduos que, geralmente, culmina na eternidade de um, de outro ou de ambos. A história da arte é repleta de musas que não foram representadas como deveriam e de artistas que aproveitaram-se de quem elas foram.
Entretanto, existem musas e artistas que vivem à sombra da sociedade.
Quando Karina Anri conheceu Clementine Brunells, as duas eram herdeiras de famílias diferentes que buscavam afirmação e lucro. Da relação dos pais surgiu a proximidade das duas que tingiu a vida de ambas de vermelho, fosse dos cabelos de uma à raiva silenciosa da outra. Elas se apaixonaram em meio a um magnetismo que fez surgir rascunhos e peças de piano que prometiam ser tão eternos quanto o amor que elas entendiam do que era capaz.
Elas se abrigaram na escuridão enquanto o mundo girava ao redor delas até que o vermelho, tão marcante para as duas, escorreu entre elas através de traições, silêncios e pinceladas que não faziam parte da tela que queriam pintar juntas.
Anos depois, existe a chance de uma obra-prima, uma pintada com o carmesim do sangue e que, talvez, conceda a eternidade que artista e musa sempre desejaram.