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Krakatoa

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Neste livro vertiginoso e irresistível em sua mistura de fabulação, invenção, observação pessoal e mito, Veronica Stigger se impõe como uma das vozes mais originais da ficção em língua portuguesa. Krakatoa é uma obra atravessada por personagens telúricos e cósmicos, a terra e o sol, o fogo e a água, o vento e a tempestade, o carvão e o petróleo, o pântano, o tsunami. A autora confirma seu lugar como mestra em produzir a "inquietante estranheza" por meio de uma orquestração sutil do discurso originário do mito com o cotidiano mais contemporâneo.

183 pages, Kindle Edition

First published September 9, 2024

15 people are currently reading
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About the author

Veronica Stigger

36 books38 followers
Veronica Stigger é uma escritora, jornalista, professora e crítica de arte brasileira.

Formou-se em Jornalismo, mas deixou as redações para dedicar-se à pesquisa universitária. É doutora em teoria e crítica da arte pela Universidade de São Paulo, com estudo sobre as relações entre arte, mito e rito na modernidade.

Desde 2001 vive em São Paulo com o poeta, ensaísta e crítico Eduardo Sterzi. O trágico e outras comédias, seu livro de estréia, foi publicado primeiramente em Portugal, em 2003, pela editora Angelus Novus. Em abril de 2004 foi lançado em versão brasileira pela 7Letras. Em 2007 lançou pela Editora Cosac Naify o livro Gran Cabaret Demenzial,1 tendo participado da V Festa Literária Internacional de Parati (FLIP), ao lado de Cecília Giannetti e Fabrício Corsaletti, entre outros. Em 2010, lançou, pela mesma editora, "Os anões", que mistura textos de gêneros variados, e montou em novembro sua própria exposição "Pré-Histórias, 2", com cartazes afixados nos tapumes da obra do SESC 24 de Maio da cidade de São Paulo.

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Community Reviews

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16 (18%)
1 star
2 (2%)
Displaying 1 - 14 of 14 reviews
Profile Image for João Gabriel.
Author 5 books11 followers
September 10, 2024
A segunda parte eleva consideravelmente a qualidade do livro. Ali, entendi o seu projeto. A primeira parte, em contrapartida, não me disse a que veio. Com exceção do trecho sobre o pescador e sua mulher, nada ali se encaixa.
Profile Image for Andre Aguiar.
471 reviews112 followers
Read
October 8, 2024
os vulcões, os únicos atores com comunicação direta não com o que pode haver de mais alto e elevado, mas com o que há de mais baixo e profundo: a própria entranha ardente da Terra.
Profile Image for li.
11 reviews
August 12, 2025
justo agora que eu to conhecendo jung, estava lendo sobre a interpretação do sonho na visão analítica e decidi terminar a leitura desse livro surrealista, brutal e impressionante. eu amei, me deixou chocada impressionada reflexiva
Profile Image for Jenifer Romero.
4 reviews
July 25, 2025
No livro, em determinado momento, um colega da autora se refere a obra como uma erupção, e eu não poderia concordar mais. Pra mim, foi uma erupção de sensibilidade.

Fiquei muito impactada, sentia que o entendimento estava sempre só um passo acima de mim, que eu quase o tocava, e foi da metade para frente que ela me permitiu acessá-lo, e foi como um suspiro.

O livro é caótico, poético, estranho, assustador, me fez sentir pequena ao mesmo tempo que explosões se formavam dentro de mim.

Não é uma leitura para todos os gostos, mas pra mim, valeu cada página
Profile Image for Gabriel.
51 reviews6 followers
March 13, 2025
Segundo livro que leio da Stigger após "O Sul". A narrativa Krakatoa é divida em duas partes. Na primeira parte, há passagens e histórias específicas que por vezes conseguem ser muito instigantes e enigmáticas, num tom de realismo fantástico. A primeira delas, "Alba", diz respeito a um homem que acorda pelo som sincronizado de vulcões e, com um efeito que só podemos nomear de unheimlich, é acossado por uma ereção interminável que culmina em ejaculação também sem fim enquanto ele se descobre desprovido de voz e incapaz de gritar perante o horror que vive. Neste conto-capítulo, marca a riqueza de descrições sonoras cotidianas que tentam se aproximar a frequência e ruído dos vulcões. De alguma forma, há uma evocação do filme Memoria, de Apichatpong Weerasethakul. No restante da primeira parte, monólogos fantásticos em que fogo, água, lava e carvão conversam são intercalados com algumas outras histórias. Muitas destas histórias funcionam como "pinturas vivas", tentando esboçar uma atmosfera que traz mais um apelo visual e imagético que uma narrativa propriamente: túnicas brancas, rituais estranhos e visões apocalípticas em que todos personagens estão na verdade mortos. A única coisa interessante dos monólogos é a composição rítmica do texto que faz parecer tratar-se de uma música ou verso; a história por trás apenas escorre da memória. No conto "Colóquio (Mangue)", fica para o leitor, uma impressão de uma influência Linspectoriana, especialmente do livro "Água Viva":

"É preciso levar em conta o papel que o corpo tem no pensamento. É preciso pesar o pensamento, como se pesa um bebê nascido (...). É preciso recolher a merda evacuada pelo pensamento em fraldas de algodão orgânico. Seu vômito deve ser acondicionado em potes de vidro transparente com tampas também de vidro. É preciso manter seu nariz limpo, injetando-lhe alguns milímetros de soro fisiológico diariamente. É preciso cuidar que o soro não escorra para o cérebro quando for aplicado. Se isso acontecer, o pensamento morre".

Já na segunda parte do livro, Stigger mistura elementos jornalísticos datados principalmente de 1800 - quando o vulcão Krakatoa entre em erupção, com recortes mais ou menos didáticos sobre vulcões e elementos biográficos. Esta parte, ao meu ver, é a que no todo consegue ser mais bem sucedida. Há uma referência a uma viagem com outros autores que ela fizera na Indonésia, onde um vulcão da região ficou próximo de entrar em atividade.

No geral, é um livro interessante, fazendo pensar sobre esta força da natureza que são os vulcões e no imenso magma que existe sob a superfície, como uma espécie de motivo artístico. Mas, à diferença de alguns que parecem se deleitar em dissecar inúmeros elementos e referências do livro - sejam autobiográficos ou relativos à cultura - achei uma narrativa que parece mais destinada ao hype que um bom livro de ficção para se relembrar.
Profile Image for Gabriela.
72 reviews1 follower
July 28, 2025
"Menti para o Victor. O livro não seria sobre a Indonésia, mas sobre vulcões e fantasmas."

Se você não tem obsessões, então do que é feito? Aqui Veronica tem um único foco: vulcões. Mas essa não é uma história só sobre vulcões do ponto de vista científico. Não, eu diria que é espiritual.

Os capítulos são grandes surpresas e você nunca vai conseguir adivinhar o próximo passo. Se você nunca se interessou por vulcões, talvez não reconheça alguns deles que aparecem no livro. É interessante o jogo de ambiguidade que a autora executa. Temos vulcões de várias partes do mundo.

E não haveria maneira mais bela de narrar um vulcão senão sendo sensorial, particularmente no primeiro capítulo. Ao descrever o som de um vulcão, o narrador enumera tudo o que esse som não é. A descrição é sensorial, levando a sua mente a recriar aqueles sons. É fascinante.

Entre as narrativas, Veronica usou algumas artimanhas, como referências bíblicas, mitos e alegorias.

Esse é o tipo de livro que eu mais gosto. Ele é aberto e permite que você viaje por muitas possibilidades. Afinal de contas, não sabemos exatamente quem está narrando.

Este livro é sim sobre vulcões e fantasmas. Ao final, a autora nos explica a origem da história. Ler Krakatoa é como enxergar através do véu. Ao mesmo tempo, é um lembrete de que nós, humanos, somos tão minúsculos, mas também destrutivos (assim como os vulcões). Há até um tom de desesperança, com a conformidade de que o início é o fim e o fim é o início. O mundo ao nosso redor, a natureza, é uma força que não podemos controlar.

Compreendo perfeitamente a fascinação da autora por vulcões. É assustador pensar que essas estruturas podem eliminar uma população. De nós, não sobraria nada, assim como já aconteceu.

Talvez eu esteja me deslocando do real sentido que a autora quis transmitir. No entanto, tenho certeza de que os vulcões são como memórias; algumas permanecem enterradas, outras entram em erupção e destroem tudo que veem pela frente. Outros dão à luz novos vulcões, nos mantendo presos em um ciclo.

Quando a autora dá voz a esses vulcões, há algo sobrenatural falando. São vozes das profundezas da lava, que contam segredos e relembram memórias. E são traiçoeiras também ao não permitir que se escute a tudo. Os vulcões são também como uma mulher ao dar à luz ou ao atingir o climax. É também um grito de liberdade ou sufocamento. Fato é que se um vulcão te contar uma história, você deve parar para ouvi-la.
Profile Image for Gustavo Lorentz.
31 reviews
November 23, 2025
Um livro que eu normalmente não leria. Talvez por isso tenha estranhado tanto a primeira parte. A chegada da segunda parte foi um alívio para mim, porque consegui relacionar alguns dos acontecimentos reais da vida da Veronica com as passagens da primeira parte do livro.

Por vezes quase desisti da leitura, inclusive me sentindo tanso por não estar entendendo nada. Precisei ler algumas resenhas online para me sentir confortável com o livro após terminar a leitura.

Se alguém estiver se sentindo assim, recomendo ler:

https://www.blogletras.com/2024/11/a-...

https://rascunho.com.br/ensaios-e-res...
Profile Image for Emanuela Cruz.
153 reviews
July 26, 2025
"Pensam que estou morto, mas um mar de fogo se agita nas minhas entranhas."

Estou meio sem saber o que fazer com tudo o que li.
Não foi uma leitura linear e padrão, foi uma experiência imersiva em um sonho-pesadelo apocalíptico, foi como assistir uma performance artística? uma loucura organizada em capítulos.
Profile Image for Victor Berriel.
33 reviews19 followers
September 22, 2025
uma das experiências literárias mais absurdas que já tive. a autora mistura referências, vozes e fraseamentos surrealistas num ritmo caótico que me deixou perdido na maioria das vezes mas sempre fascinado.
Profile Image for Nico.
9 reviews
May 24, 2025
realmente, é uma opera. muito diferente de tudo que já li, gostei bastante !!
Profile Image for s. ganeff.
23 reviews5 followers
December 2, 2025
livro que ninguém entende, não faz sentido nenhum e as pessoas fingem gostar com medo de não ser “intelectualizado” o suficiente para compreender.
Profile Image for Marina M. W..
52 reviews
August 13, 2025
Krakatoa é uma obra heterogênea sobre vulcões, reunindo histórias de ritmo, voz e estruturas variadas, de contos a monólogos e poemas. A escrita de Stigger é original, precisa, e potente.

Como em muitas coletâneas, algumas histórias não me marcaram tanto. Outras, como a do pescador e sua mulher (Massalia), mexeram profundamente comigo.

A última —e mais extensa— narrativa, Anak Krakatoa, mescla trechos jornalísticos, experiências pessoais e curiosidades diversas, resultando em uma leitura que alterna entre momentos instigantes e outros menos cativantes.

Por mais que eu tenha apreciado vários aspectos do livro, faltou uma costura mais firme entre as histórias mais curtas e a narrativa final.


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Krakatoa is a multifaceted collection about volcanoes, with stories of varied rhythm, voice, and structure (short stories, monologues, poems). Stigger’s writing is original, precise, and powerful.

As in many short story collections, some pieces didn’t leave much of an impression on me. Others, like the one about the fisherman and his wife (Massalia), moved me deeply.

The final —and longest— narrative, Anak Krakatoa, blends journalistic excerpts, personal experiences, and assorted curiosities, resulting in a reading experience that alternates between engaging moments and others that are less captivating.

As much as I appreciated many aspects of the book, I felt it lacked a stronger thread connecting the shorter pieces and the final narrative.
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