Na década de 1840, na ilha da Madeira, o mestre botânico Augusto Freitas conta à sua filha adotiva, a pequena Maria, que os pais dela vivem no fundo do mar, onde brincam com os animais marinhos. É um artifício bondoso, que envolve a menina na «alegre melancolia que é a fonte de calor da alma portuguesa». Esse sentimento acompanhá-la-á ao longo da vida e da relação atribulada com o seu grande amor, John Alves. Filho de uma conhecida vítima de perseguição religiosa, John pouco mais conhece do que miséria e isolamento. Tudo muda quando se cruza com Maria. Rapidamente se forma entre as duas crianças um vínculo forte e, acreditam, eterno. Mas os violentos confrontos entre católicos e protestantes obrigam as suas famílias ao exílio, separando-os. Anos mais tarde, reencontram-se como imigrantes nos Estados Unidos, e a surpresa dará lugar a uma paixão desmedida. Porém, este não será ainda o final da história entre os dois. É, sim, apenas mais um início. Uma história romântica passada durante o pouco conhecido conflito religioso entre católicos e protestantes na Madeira no século XIX, A Linha do Sal é um tributo ao poder do amor e da liberdade.
1840. Madeira. Maria e John. Ela é filha adotiva do botânico Augusto Freitas e ele filho de uma mãe vítima de perseguição religiosa. Dos pais biológicos, Maria apenas sabe o que Augusto lhe disse ainda em criança: vivem no fundo do mar. Os caminhos de Maria e John cruzam-se enquanto crianças na Madeira e, entre os dois, nasce uma ligação forte e que ambos acreditam ser eterna. Confrontos entre católicos e protestantes separa as duas crianças quando as duas famílias são obrigadas a partir para o exílio. Estados Unidos. Maria(agora Mary) e John, agora imigrantes no mesmo país, encontram-se e, apesar de confirmarem que o amor dos dois ultrapassou a barreira do tempo, dão também conta que têm vivido vidas diferentes, bem como a existência de novas pessoas nas suas vidas. Amor. Herança cultural. Guerra. Casamento. Imigração. Família. Religião. Doenças. Perdas. Traição. Morte. Sofrimento. Amizade. Saudades. Resiliência. Um enredo com potencial, uma escrita simples, mas um livro demasiado longo para o “sumo” que depois é extraído. Recomendado, mas com muita cautela (a quem quer conhecer a autora de raízes portuguesa).
“Como não te consigo ver, és tudo, pai. És raios de luz, um caramanchão. Uma vez que não tens pernas, tenho de caminhar por ti. Os pássaros conversam sobre os teus morangos de pedra. Na Madeira, fazíamos saquetas de alfazema, e eu coserei saquinhos para guardar vagas milagrosas.” (Pág. 130)