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Geografias #1
Princípio de Karenina
Um pai que ergue muros de silêncio, uma mãe que revela as costuras do Mundo, uma criada velhíssima, um amigo que quer ser campeão de luta, uma amante que carrega sabores e perfumes proibidos. São estas algumas das inesquecíveis personagens que rodeiam este homem que se dirige à filha, que testemunham — ou dificultam — essa procura do amor mais incondicional.
190 pages, Hardcover
Published March 1, 2024
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About the author
Afonso Cruz
98 books1,979 followersNasceu em 1971, na Figueira da Foz e estudou nas Belas Artes de Lisboa, no Instituto Superior de Artes Plásticas da Madeira e na António Arroio. É escritor, músico, cineasta e ilustrador.
Escreveu seis livros: A Carne de Deus (Bertrand), Enciclopédia da Estória Universal (Quetzal - Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco 2010), Os Livros Que Devoraram o Meu Pai (Caminho - Prémio Literário Maria Rosa Colaço 2009), A Contradição Humana (Caminho - Prémio Autores 2011 SPA/RTP; escolha White Ravens 2011; Menção Especial do Prémio Nacional de Ilustração 2011) e A Boneca de Kokoschka (Quetzal), O Pintor Debaixo do Lava-Loiças (Caminho). Participou ainda nos livros Almanaque do Dr. Thackery T. Lambshead de Doenças Excêntricas e Desacreditadas (Saída de Emergência), O Prazer da Leitura (FNAC/Teodolito) e O Caso do Cadáver Esquisito (Associação Cultural Prado).
Ilustrou, desde 2007, cerca de trinta livros para crianças, trabalhando com autores como José Jorge Letria, António Torrado, Alice Vieira. O livro Bichos Diversos em Versos foi seleccionado pela Biblioteca Internacional de Juventude /White Ravens 2010 e Galileu à Luz de uma Estrela ganhou o Prémio Ler/Booktailors 2011 - Melhor Ilustração Original. Também tem publicado ilustrações em revistas, capas de livros e publicidade.
Em 2007 gravou um disco (Homemade Blues) com a banda de que é membro, The Soaked Lamb, para o qual compôs todos os originais, escreveu letras, tocou guitarra, harmónica, banjo, lap steel, ukulele e cantou. Em 2010, lançou um novo CD, Hats and Chairs, apenas de originais e com vários convidados.
Trabalhou como animador em vários filmes e séries tais como A Maravilhosa Expedição às Ilhas Encantadas; pilotos de A Demanda do R, Toni Casquinha, Óscar, As aventuras de João sem Medo; e vários filmes de publicidade.
Fez layouts para alguns episódios da série Angelitos e realizou vários filmes de O Jardim da Celeste, Rua Sésamo e Ilha das Cores.
Juntamente com mais duas pessoas, realizou uma curta-metragem chamada Dois Diários e um Azulejo, que ganhou duas menções honrosas (Cinanima e Famafest), um prémio do público e participou em diversos festivais internacionais. Também foi o realizador de O Desalmado e da série Histórias de Molero (uma adaptação do livro de Dinis Machado, O Que Diz Molero). Para publicidade destaca-se a campanha Intermarché onde realizou mais de duzentos filmes durante os anos de 2006 e 2007.
Escreveu seis livros: A Carne de Deus (Bertrand), Enciclopédia da Estória Universal (Quetzal - Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco 2010), Os Livros Que Devoraram o Meu Pai (Caminho - Prémio Literário Maria Rosa Colaço 2009), A Contradição Humana (Caminho - Prémio Autores 2011 SPA/RTP; escolha White Ravens 2011; Menção Especial do Prémio Nacional de Ilustração 2011) e A Boneca de Kokoschka (Quetzal), O Pintor Debaixo do Lava-Loiças (Caminho). Participou ainda nos livros Almanaque do Dr. Thackery T. Lambshead de Doenças Excêntricas e Desacreditadas (Saída de Emergência), O Prazer da Leitura (FNAC/Teodolito) e O Caso do Cadáver Esquisito (Associação Cultural Prado).
Ilustrou, desde 2007, cerca de trinta livros para crianças, trabalhando com autores como José Jorge Letria, António Torrado, Alice Vieira. O livro Bichos Diversos em Versos foi seleccionado pela Biblioteca Internacional de Juventude /White Ravens 2010 e Galileu à Luz de uma Estrela ganhou o Prémio Ler/Booktailors 2011 - Melhor Ilustração Original. Também tem publicado ilustrações em revistas, capas de livros e publicidade.
Em 2007 gravou um disco (Homemade Blues) com a banda de que é membro, The Soaked Lamb, para o qual compôs todos os originais, escreveu letras, tocou guitarra, harmónica, banjo, lap steel, ukulele e cantou. Em 2010, lançou um novo CD, Hats and Chairs, apenas de originais e com vários convidados.
Trabalhou como animador em vários filmes e séries tais como A Maravilhosa Expedição às Ilhas Encantadas; pilotos de A Demanda do R, Toni Casquinha, Óscar, As aventuras de João sem Medo; e vários filmes de publicidade.
Fez layouts para alguns episódios da série Angelitos e realizou vários filmes de O Jardim da Celeste, Rua Sésamo e Ilha das Cores.
Juntamente com mais duas pessoas, realizou uma curta-metragem chamada Dois Diários e um Azulejo, que ganhou duas menções honrosas (Cinanima e Famafest), um prémio do público e participou em diversos festivais internacionais. Também foi o realizador de O Desalmado e da série Histórias de Molero (uma adaptação do livro de Dinis Machado, O Que Diz Molero). Para publicidade destaca-se a campanha Intermarché onde realizou mais de duzentos filmes durante os anos de 2006 e 2007.
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Displaying 1 - 30 of 252 reviews
January 2, 2019
3,5
"Todas as famílias felizes se parecem, todas as famílias infelizes são infelizes à sua maneira." O princípio enunciado por Tolstoi no romance "Ana Karenina", uma derivação do princípio de bondade expresso por Aristóteles ("as pessoas são boas de uma maneira e más de inúmeras"), serve de premissa e de fio condutor a esta última novela de Afonso Cruz. Curiosamente, nesta história, prova-se que as pessoas podem ser felizes de maneiras diversas e até bastante obtusas.
Afinal de contas, o que é a felicidade? Existe uma fórmula que possamos seguir? "A felicidade sempre foi um negócio e uma obsessão. Os filósofos, desde que existem, tentam mostrar-nos o caminho. Assim como os padres. (...) E os cientistas. E os ditadores." Mas não haverá grande religião ou ciência na conquista da felicidade porque "as pessoas felizes choram e temem e caem e magoam-se e gritam".
Esta novela é a busca dessa felicidade ao longo de uma vida, contrariando uma educação assente em princípios de uma duvidosa ética e no medo do outro, do desconhecido, do estrangeiro, que faz erguer fronteiras e decretar guerras e manter distâncias.
Não é o melhor livro de Afonso Cruz, mas é um boa história, que faz pensar nas escolhas que fazemos e nos motivos pelos quais as fazemos. Aconselho a sua leitura.
"Todas as famílias felizes se parecem, todas as famílias infelizes são infelizes à sua maneira." O princípio enunciado por Tolstoi no romance "Ana Karenina", uma derivação do princípio de bondade expresso por Aristóteles ("as pessoas são boas de uma maneira e más de inúmeras"), serve de premissa e de fio condutor a esta última novela de Afonso Cruz. Curiosamente, nesta história, prova-se que as pessoas podem ser felizes de maneiras diversas e até bastante obtusas.
Afinal de contas, o que é a felicidade? Existe uma fórmula que possamos seguir? "A felicidade sempre foi um negócio e uma obsessão. Os filósofos, desde que existem, tentam mostrar-nos o caminho. Assim como os padres. (...) E os cientistas. E os ditadores." Mas não haverá grande religião ou ciência na conquista da felicidade porque "as pessoas felizes choram e temem e caem e magoam-se e gritam".
Esta novela é a busca dessa felicidade ao longo de uma vida, contrariando uma educação assente em princípios de uma duvidosa ética e no medo do outro, do desconhecido, do estrangeiro, que faz erguer fronteiras e decretar guerras e manter distâncias.
Não é o melhor livro de Afonso Cruz, mas é um boa história, que faz pensar nas escolhas que fazemos e nos motivos pelos quais as fazemos. Aconselho a sua leitura.
October 14, 2022
Terminei a leitura ontem à noite e nem sei bem o que escrever. No início, a história e a escrita cativaram-me, no fim, continuei a gostar da escrita, mas a história já me parecia rebuscada.
O protagonista fez-me lembrar um pouco o Carey da Servidão Humana, pela deformidade no pé e também pela apatia com que vive e a forma como se deixa levar pelo que o rodeia.
Foi um bom contacto com a escrita de Afonso Cruz e irei ler Sinopse de amor e guerra.
O protagonista fez-me lembrar um pouco o Carey da Servidão Humana, pela deformidade no pé e também pela apatia com que vive e a forma como se deixa levar pelo que o rodeia.
Foi um bom contacto com a escrita de Afonso Cruz e irei ler Sinopse de amor e guerra.
December 15, 2020
Não tenho lido Afonso Cruz com a assiduidade que o fiz noutros tempos. Não consigo explicar bem por que motivo isso se passa, não sei se "me fartei" de frases que me tocam o coração, mas que, por vezes, me parecem estar na narrativa apenas para isso (desculpo-me se com isto estou a "ofender" quem é leitor acérrimo do autor ou até o próprio autor) ou se foi pelo facto de a obra "Para onde vão os guarda-chuvas" não me ter arrebatado como estava à espera.
Assim sendo, parti para esta leitura com sentimentos contraditórios - por um lado, queria que me arrebatasse, que me fizesse fazer as pazes com as obras do autor; por outro, algo me dizia que ainda não seria desta. E infelizmente não foi...
Aqueceu-me o coração com algumas frases certeiras, mas a narrativa em si foi morna, com vários fios que não se entrelaçaram como eu acho que poderiam ter-se entrelaçado. Para além disso, irritou-me bastante que a letra, a fonte usada, não fosse sempre do mesmo tamanho... Porquê???
NOTA - 07/10
Assim sendo, parti para esta leitura com sentimentos contraditórios - por um lado, queria que me arrebatasse, que me fizesse fazer as pazes com as obras do autor; por outro, algo me dizia que ainda não seria desta. E infelizmente não foi...
Aqueceu-me o coração com algumas frases certeiras, mas a narrativa em si foi morna, com vários fios que não se entrelaçaram como eu acho que poderiam ter-se entrelaçado. Para além disso, irritou-me bastante que a letra, a fonte usada, não fosse sempre do mesmo tamanho... Porquê???
NOTA - 07/10
May 19, 2019
E, ao 6º livro que leio de Afonso Cruz, pela primeira vez não me senti encantada...
E não percebi a opção de usar diferentes tamanhos de letra, fez-me confusão (não sei se a culpa é da "paginação" ou do "projecto gráfico").
Felizmente ainda tenho vários livros anteriores deste autor para ler, esperando que estejam ao nível dos outros 5...
E não percebi a opção de usar diferentes tamanhos de letra, fez-me confusão (não sei se a culpa é da "paginação" ou do "projecto gráfico").
Felizmente ainda tenho vários livros anteriores deste autor para ler, esperando que estejam ao nível dos outros 5...
November 12, 2018
Primeiro livro que leio com sucesso do autor.
Confesso que ao início não estava a encarrilar na história. Mas comecei a achar interessante.
Parece ter contornos simples, mas depois surge todo um conjunto de vicissitudes bastante interessantes.
Não sei descrever melhor o livro sem dar um ou outro spoiler.
E o título encaixa na perfeição.
Dos melhores de 2018 👍
Confesso que ao início não estava a encarrilar na história. Mas comecei a achar interessante.
Parece ter contornos simples, mas depois surge todo um conjunto de vicissitudes bastante interessantes.
Não sei descrever melhor o livro sem dar um ou outro spoiler.
E o título encaixa na perfeição.
Dos melhores de 2018 👍
February 5, 2019
Isto vai ser difícil...primeiro porque acho que ainda estou a processar e segundo porque o final do livro não me enche as medidas.
Este é um livro sobre limites, seja eles geográficos ou mentais, sobre os muros que erguemos à nossa volta e que tantas vezes nos impedem de viver, pelo que nos limitamos a apenas "existir" ou sobreviver.
É também um livro sobre relações, mas que ficam em segundo plano, até porque todas as relações só são valorizados no "depois", como naquela máxima em que só sabemos o que tinhamos depois de o perder. E no entanto, há coisas neste livro que são muito reais, que têm mais laivos de realidade do que ficção e, talvez (apenas talvez), seja por isso que este livro deixa um sabor agridoce na boca. Porque na vida real, as distâncias muitas vezes impõem-se, sejam elas geográficas, ou simplesmente emocionais...
Este é um livro sobre limites, seja eles geográficos ou mentais, sobre os muros que erguemos à nossa volta e que tantas vezes nos impedem de viver, pelo que nos limitamos a apenas "existir" ou sobreviver.
É também um livro sobre relações, mas que ficam em segundo plano, até porque todas as relações só são valorizados no "depois", como naquela máxima em que só sabemos o que tinhamos depois de o perder. E no entanto, há coisas neste livro que são muito reais, que têm mais laivos de realidade do que ficção e, talvez (apenas talvez), seja por isso que este livro deixa um sabor agridoce na boca. Porque na vida real, as distâncias muitas vezes impõem-se, sejam elas geográficas, ou simplesmente emocionais...
September 29, 2019
É sempre um prazer ler Afonso Cruz!
Uma escrita poética, imaginativa, cheia de imagens, sons e cores que nos faz viajar... desta vez até à Cochinchina!
Uma escrita poética, imaginativa, cheia de imagens, sons e cores que nos faz viajar... desta vez até à Cochinchina!
November 11, 2018
Que livro fantástico! Mais uma obra de Afonso Cruz que enche a alma e o coração.
Foi um virar de páginas rápido com ânsia de devorar esta história maravilhosamente contada. No final ficou o vazio a aguardar por novas histórias.
Foi um virar de páginas rápido com ânsia de devorar esta história maravilhosamente contada. No final ficou o vazio a aguardar por novas histórias.
November 17, 2018
Afonso Cruz conseguiu fazê-lo outra vez: escrever um livro que me arrebata e entra diretamente para a lista dos favoritos da vida.
November 25, 2020
"- Hoje está muito frio, mas felizmente pus flores à janela, ou o Inverno seria insuportável."
"Com a alegria, todos riem de maneira semelhante, mas, face ao sofrimento, a atitude é quase sempre uma surpresa."
"Se uma pessoa souber onde vai morrer, evitará esse lugar. A vida, porém, dar-lhe-á a mão e levá-la-á a esse sítio."
"Eu seria muito infeliz num mundo feliz. Ela seria feliz em qualquer mundo."
"Com a alegria, todos riem de maneira semelhante, mas, face ao sofrimento, a atitude é quase sempre uma surpresa."
"Se uma pessoa souber onde vai morrer, evitará esse lugar. A vida, porém, dar-lhe-á a mão e levá-la-á a esse sítio."
"Eu seria muito infeliz num mundo feliz. Ela seria feliz em qualquer mundo."
November 5, 2022
Sempre adorei ler livros do Afonso Cruz, transportamo-nos para outra viagem, outros cenários e culturas com uma facilidade. Leitura fácil e fluída!
4 ⭐️
4 ⭐️
May 3, 2019
8,5 de 10*
“Princípio de Karenina” é o mais recente romance de Afonso Cruz. Nele, conhecemos um homem que escreve uma longa carta a uma filha que não conhece. Nele percebemos, igualmente, os acontecimentos que levaram a que tal sucedesse. Mas, na realidade, não é o mais importante. Como numa viagem, quando leio um livro de Afonso Cruz, o que importa não é o destino, mas sim o percurso até lá.
Comentário completo em:
https://abibliotecadajoao.blogspot.co...
“Princípio de Karenina” é o mais recente romance de Afonso Cruz. Nele, conhecemos um homem que escreve uma longa carta a uma filha que não conhece. Nele percebemos, igualmente, os acontecimentos que levaram a que tal sucedesse. Mas, na realidade, não é o mais importante. Como numa viagem, quando leio um livro de Afonso Cruz, o que importa não é o destino, mas sim o percurso até lá.
Comentário completo em:
https://abibliotecadajoao.blogspot.co...
May 18, 2023
Principio de Karenina de
Afonso Cruz
"A minha mãe gostou sempre da deformidade com que nasci. Durante muito tempo não consegui perceber o motivo, mas seria algo que marcaria toda a minha vida. A imperfeição. A imperfeição salvar-me-ia com igual intensidade e na mesma medida que me faria sofrer."
Este livro está escrito sob a forma de carta de um pai á filha que nunca conheceu. Este pai relata a sua vida desde a infância, fala sobre a sua família, a sua fisionomia e de que forma essa condicionou a sua vida e explica-lhe em que circunstâncias conheceu a mãe dela.
Narrada na primeira pessoa, a história sublinha a forma como a figura paterna revela ao filho o pânico visceral face ao mundo desconhecido. "Nunca saia do seu país,menino, nunca saia de casa o mais que estritamente necessário, que é perigoso."
A mãe, por sua vez, muito doce e protetora,
"A minha mãe abraçava-me todas as noites quando eu me deitava, todas as noites ao inclinar-se sobre mim, parecia despedir-se. Acho que ela sentia mesmo isso, que por cada dia que passava havia uma parte de mim ou dela que ia embora."
O Dr. Vala, o amigo Dois Metros e a mulher, a Fernanda da farmácia,todas elas personagens fundamentais na vida de um rapaz nascido com uma deficiência física, razão pela qual se sente “desajeitado, assimétrico e desequilibrado” temos ainda as tias do Norte, três beatas religiosas com cheiro “enjoativamente doce de água-de-colónia misturada com sótão.”
De Portugal passando pelo Vietname e Cambodja, é por lá que o narrador, e também personagem principal desta história, procura encontrar-se e conhecer a sua história. No fim fica em nós essa grande questão que já todos um dia fizemos. O que é a felicidade ? será possivel medi-la e quanto tempo dura?
Com uma forma de escrever muito cativante e com um vocabulário rico e variado, e que me fez saborear com prazer cada página o autor prende-nos com mensagens muito fortes e assertivas sobre as várias maneiras de encarar o mundo e a vida.
Leiam vale muito a pena ...
Afonso Cruz
"A minha mãe gostou sempre da deformidade com que nasci. Durante muito tempo não consegui perceber o motivo, mas seria algo que marcaria toda a minha vida. A imperfeição. A imperfeição salvar-me-ia com igual intensidade e na mesma medida que me faria sofrer."
Este livro está escrito sob a forma de carta de um pai á filha que nunca conheceu. Este pai relata a sua vida desde a infância, fala sobre a sua família, a sua fisionomia e de que forma essa condicionou a sua vida e explica-lhe em que circunstâncias conheceu a mãe dela.
Narrada na primeira pessoa, a história sublinha a forma como a figura paterna revela ao filho o pânico visceral face ao mundo desconhecido. "Nunca saia do seu país,menino, nunca saia de casa o mais que estritamente necessário, que é perigoso."
A mãe, por sua vez, muito doce e protetora,
"A minha mãe abraçava-me todas as noites quando eu me deitava, todas as noites ao inclinar-se sobre mim, parecia despedir-se. Acho que ela sentia mesmo isso, que por cada dia que passava havia uma parte de mim ou dela que ia embora."
O Dr. Vala, o amigo Dois Metros e a mulher, a Fernanda da farmácia,todas elas personagens fundamentais na vida de um rapaz nascido com uma deficiência física, razão pela qual se sente “desajeitado, assimétrico e desequilibrado” temos ainda as tias do Norte, três beatas religiosas com cheiro “enjoativamente doce de água-de-colónia misturada com sótão.”
De Portugal passando pelo Vietname e Cambodja, é por lá que o narrador, e também personagem principal desta história, procura encontrar-se e conhecer a sua história. No fim fica em nós essa grande questão que já todos um dia fizemos. O que é a felicidade ? será possivel medi-la e quanto tempo dura?
Com uma forma de escrever muito cativante e com um vocabulário rico e variado, e que me fez saborear com prazer cada página o autor prende-nos com mensagens muito fortes e assertivas sobre as várias maneiras de encarar o mundo e a vida.
Leiam vale muito a pena ...
December 21, 2018
Que livro tão bonito!!
Leiam e surpreendam-se com a escrita de Afonso Cruz.
Gostei de outros livros, mas este superou-os e não porque os outros fossem maus - claro que gosto mais de uns do que outros -, mas porque este parecendo simples, fez-me pensar, sorrir e ficar de lágrimas nos olhos. Pena por o ter acabado, mas contente por o ter lido.
Leiam e surpreendam-se com a escrita de Afonso Cruz.
Gostei de outros livros, mas este superou-os e não porque os outros fossem maus - claro que gosto mais de uns do que outros -, mas porque este parecendo simples, fez-me pensar, sorrir e ficar de lágrimas nos olhos. Pena por o ter acabado, mas contente por o ter lido.
November 8, 2024
Ao estilo Afonso Cruz, não desilude.
Bem escrito, numa narrativa bem construída, com uma profundidade no ponto, poético e belo.
Daquelas leituras que tinhas, que merecem ser revisitadas.
Não sendo a primeira leitura do autor, torna-se injusta qualquer classificação que faça. depois do vamos comprar um poeta ou para onde vão os guarda-chuvas será sempre difícil encontrar um novo 5⭐️. Mas não vou desistir de os procurar 😊
Bem escrito, numa narrativa bem construída, com uma profundidade no ponto, poético e belo.
Daquelas leituras que tinhas, que merecem ser revisitadas.
Não sendo a primeira leitura do autor, torna-se injusta qualquer classificação que faça. depois do vamos comprar um poeta ou para onde vão os guarda-chuvas será sempre difícil encontrar um novo 5⭐️. Mas não vou desistir de os procurar 😊
January 22, 2019
Opinião no blog:
https://clarocomoaagua.blogs.sapo.pt/...
Já não consigo escrever uma opinião sobre um livro do Afonso Cruz sem repetir as seis ou sete opiniões que já escrevi sobre obras suas.
Desta vez o autor traz-nos uma dissertação sobre a felicidade, será possível medi-la e quanto tempo dura, sob a forma de carta de um pai à filha que nunca conheceu. Este pai relata a sua vida desde a infância, fala sobre a sua família, a sua fisionomia e de que forma essa condicionou a sua vida e explica-lhe em que circunstâncias conheceu a mãe dela. Um dos pontos diferenciadores desta obra, pontos esses característicos de todas as obras do Afonso Cruz, são as diversas referências a "Anna Karenina" de Tolstoi. Para aqueles que já tiverem lido esta obra maior do autor russo, essas referências resultam não apenas em pausas na leitura mas em momentos de introspecção e de reflexão sobre a passagem do tempo, os segredos e quase sempre sobre a busca da felicidade. Outro ponto diferenciador da obra são as fotografias que separam as cerca de cinco ou seis partes que constituem a obra.
Mas não só de Tolstoi vive este "Princípio de Karenina", Afonso Cruz continua a viagem pelo Mundo iniciada em "Jalan Jalan", desta feita pelo Vietname e Cambodja, é por lá que o narrador, e também personagem principal desta história, procura encontrar-se e conhecer a sua história.
"O facto de os figos serem flores que crescem para dentro fez-me concluir duas coisas,
a primeira,
que não precisam do mundo exterior, são como era o meu pai e abominam a barbárie, viram as costas às janelas, ao exterior.
segunda,
são um exemplo de humildade, de modéstia. A flor, que deveriam exibir ao mundo, guardam-na sem qualquer demonstração de vaidade. Os figos não querem saber de elogios e discursos laudatórios (ainda que também não se abram às críticas). OS figos, escrevi no caderno de contas, florescem para Deus, que é o único capaz de admirar o que acontece dentro das coisas sem as partir, sem as matar, sem as destruir."
Não dá para destronar Para Onde Vão os Guarda-chuvas, nem tão pouco assumir a posição que Flores tem no meu coração ou mesmo a de Jesus Cristo bebia Cerveja, mas é um livro incrível, diferente de todos os outros mas tão ao jeito de Afonso Cruz.
Devia pensar em falar sobre os livros do autor porque já não é fácil arrumá-los no meu coração, está tudo um pouco confuso. O que importa reter é que devem lê-los, se não todos, pelo menos estes três que referi.
https://clarocomoaagua.blogs.sapo.pt/...
Já não consigo escrever uma opinião sobre um livro do Afonso Cruz sem repetir as seis ou sete opiniões que já escrevi sobre obras suas.
Desta vez o autor traz-nos uma dissertação sobre a felicidade, será possível medi-la e quanto tempo dura, sob a forma de carta de um pai à filha que nunca conheceu. Este pai relata a sua vida desde a infância, fala sobre a sua família, a sua fisionomia e de que forma essa condicionou a sua vida e explica-lhe em que circunstâncias conheceu a mãe dela. Um dos pontos diferenciadores desta obra, pontos esses característicos de todas as obras do Afonso Cruz, são as diversas referências a "Anna Karenina" de Tolstoi. Para aqueles que já tiverem lido esta obra maior do autor russo, essas referências resultam não apenas em pausas na leitura mas em momentos de introspecção e de reflexão sobre a passagem do tempo, os segredos e quase sempre sobre a busca da felicidade. Outro ponto diferenciador da obra são as fotografias que separam as cerca de cinco ou seis partes que constituem a obra.
Mas não só de Tolstoi vive este "Princípio de Karenina", Afonso Cruz continua a viagem pelo Mundo iniciada em "Jalan Jalan", desta feita pelo Vietname e Cambodja, é por lá que o narrador, e também personagem principal desta história, procura encontrar-se e conhecer a sua história.
"O facto de os figos serem flores que crescem para dentro fez-me concluir duas coisas,
a primeira,
que não precisam do mundo exterior, são como era o meu pai e abominam a barbárie, viram as costas às janelas, ao exterior.
segunda,
são um exemplo de humildade, de modéstia. A flor, que deveriam exibir ao mundo, guardam-na sem qualquer demonstração de vaidade. Os figos não querem saber de elogios e discursos laudatórios (ainda que também não se abram às críticas). OS figos, escrevi no caderno de contas, florescem para Deus, que é o único capaz de admirar o que acontece dentro das coisas sem as partir, sem as matar, sem as destruir."
Não dá para destronar Para Onde Vão os Guarda-chuvas, nem tão pouco assumir a posição que Flores tem no meu coração ou mesmo a de Jesus Cristo bebia Cerveja, mas é um livro incrível, diferente de todos os outros mas tão ao jeito de Afonso Cruz.
Devia pensar em falar sobre os livros do autor porque já não é fácil arrumá-los no meu coração, está tudo um pouco confuso. O que importa reter é que devem lê-los, se não todos, pelo menos estes três que referi.
February 26, 2020
O meu primeiro livro do autor.
Uma escrita que nos inquieta na nossa própria forma de viver, a segurança e a estabilidade que tanto procuramos não resultam numa vida plena e feliz .É o que acontece com o nosso personagem, que começamos a acompanhar com 8 anos até à vida adulta.
" Todas as famílias felizes se parecem, todas as infelizes são infelizes à sua maneira"
Uma escrita que nos inquieta na nossa própria forma de viver, a segurança e a estabilidade que tanto procuramos não resultam numa vida plena e feliz .É o que acontece com o nosso personagem, que começamos a acompanhar com 8 anos até à vida adulta.
" Todas as famílias felizes se parecem, todas as infelizes são infelizes à sua maneira"
July 6, 2023
The only reason i’m not bawling my eyes out right now is because i’m in my uni library otherwise God- 😭
November 26, 2018
Uma boa história numa narrativa cuidada e bem desenvolvida, somente maculada pelos enxertos desajustados do que aparentemente o narrador quer mostrar que sabe e relacionar com a história (não vão os incautos perder a possibilidade de reconhecer todas as referências).
Na qualidade de fã do Stan Lee, tenho um coraçãozinho de purpurinas para toda a narrativa hiper-explicativa. Mas onde Stan the Man pretendia clarificar a sua ânsia menina, há escritas que são modos de pavoneio.
Citando o mui amado provedor «O artista é um bom artista. Não havia necessidade.»
Na qualidade de fã do Stan Lee, tenho um coraçãozinho de purpurinas para toda a narrativa hiper-explicativa. Mas onde Stan the Man pretendia clarificar a sua ânsia menina, há escritas que são modos de pavoneio.
Citando o mui amado provedor «O artista é um bom artista. Não havia necessidade.»
March 5, 2022
(4.5)
Uma história tão bonita e tão tocante.
Sobre perda. Perda de quem amamos, perda de nós mesmos, perda de lugares, de momentos, de possibilidades, de felicidade, de amor.
Também sobre felicidade, o que é isso de ser feliz, o que é ser imperfeito, o que é ser infeliz. Sobre encontrar esperança, beleza e felicidade no inesperado, no próximo e no distante.
Sobre medo e coragem, sobre limites, proximidade e distâncias. Sobre o que é o estrangeiro, o diferente. Sobre os nossos valores e os nossos casulos.
O meu favorito de Afonso Cruz dos que li até agora.
Uma história tão bonita e tão tocante.
Sobre perda. Perda de quem amamos, perda de nós mesmos, perda de lugares, de momentos, de possibilidades, de felicidade, de amor.
Também sobre felicidade, o que é isso de ser feliz, o que é ser imperfeito, o que é ser infeliz. Sobre encontrar esperança, beleza e felicidade no inesperado, no próximo e no distante.
Sobre medo e coragem, sobre limites, proximidade e distâncias. Sobre o que é o estrangeiro, o diferente. Sobre os nossos valores e os nossos casulos.
O meu favorito de Afonso Cruz dos que li até agora.
January 3, 2019
É incrível como Afonso Cruz consegue transmitir sentimentos tão profundos através das suas palavras. Em “Princípio de Karenina” um sentimento de melancolia acompanhou-me na minha leitura, não algo triste, mas um regular olhar em direção ao horizonte a matutar sobre a complexidade da vida.
A história pode ser brevemente resumida como uma longa carta de um pai a uma filha que “não conhece”, num momento sem retorno. Filho de uma família abastada, o narrador foi educado desde pequeno a temer a “distância”, o desconhecido, tudo aquilo que está para além das estreitas fronteiras da sua aldeia. Já adulto, apercebe-se de que a “distância” pode revelar coisas maravilhosas quando se apaixona perdidamente pela nova criada, que veio do Oriente. Mas será o amor suficiente para ele romper com as amarras que o prendem a casa?
Não ter medo do desconhecido, ousar ir em frente (mesmo que os outros nos puxem para trás), conhecer outras paragens e culturas são algumas das mensagens que retirei deste livro magnífico. Penso que não vale a pena dizer mais nada… Leiam, por favor!
A história pode ser brevemente resumida como uma longa carta de um pai a uma filha que “não conhece”, num momento sem retorno. Filho de uma família abastada, o narrador foi educado desde pequeno a temer a “distância”, o desconhecido, tudo aquilo que está para além das estreitas fronteiras da sua aldeia. Já adulto, apercebe-se de que a “distância” pode revelar coisas maravilhosas quando se apaixona perdidamente pela nova criada, que veio do Oriente. Mas será o amor suficiente para ele romper com as amarras que o prendem a casa?
Não ter medo do desconhecido, ousar ir em frente (mesmo que os outros nos puxem para trás), conhecer outras paragens e culturas são algumas das mensagens que retirei deste livro magnífico. Penso que não vale a pena dizer mais nada… Leiam, por favor!
June 25, 2023
Mais um livro fabuloso de Afonso Cruz. Numa escrita poética, metafórica com descrições cinematográficas, o autor narra a história de uma personagem que conta a sua vida à filha que nunca conheceu.
Diria que este livro apresenta dois grandes eixos de ideias: rotina, escuridão, medo, infelicidade e novidade, claridade e felicidade. O primeiro imposto pelo pai e seguido pelo filho, o segundo provocado pela chegada da estrangeira.
“Passados tantos anos, ainda sinto um sabor estranho na boca quando pronuncio a palavra que a tua mãe disse na sala, no dia em que a conhecemos, a palavra que começou o derradeiro ataque contra o edifício que eu construíra com os blocos de pedra da educação paterna.” (p. 101)
January 31, 2019
“Se uma pessoa souber onde vai morrer, evitará esse lugar. A vida, porém, dar-lhe-a a mão e levá-la-a a esse sítio”
Read
January 11, 2020This is one of those short, very carefully crafted books that manages to pack quite a punch despite- or perhaps due to- its very compact nature. It has much of the essence of the short story but has the narrative scope of the novel, it is not mere coincidence that the very title directly refers one of the most impressive novels the Western canon can boast of.
With that said, the relation to Anna Karenina is somewhat oblique and is interestingly achieved via quotations of Ursula le Guinn regarding it, thus imparting a complex intertextuality that does not drag down the text proper because it is relegated to chapter headings.
At the heart of Princípio de Karenina is the notion of 'foreign' as 'threatening to the very self' and how it is only overcoming this phobic distrust of the world that the self can realize itself; otherwise stagnation, emotional atrophy and eventual decay of one's faculties must needs follows. This major theme is realized in the narrator's father, a man of authorities who harks all the traditional values of stability, home and family in the most stolid and inflexible manner possible. While never overtly mentioned, there are hints that chronologically the story takes place during Salazar's regime (the Colonial War is taking place at one point) and the narrator's father, with his heavy handed notions drilled into the child's mind from the most tender of ages- home above all, church close to it, the village is already dangerous territory and anything beyond it is sheer savagery-is very much the hallmark of the Portuguese take on fascism as it actually happened. It is all here, including the fetishization of rurality as the 'heartland' of the nation; the narrator's family is comfortably established as farm owners who live off rents as much as from actual agricultural production.
The agent of change that draws the narrator from this terrible mental shackles is, as it is so often, love. More precisely, a woman from Vietnam- the very representative of that which is beyond 'far'- with whom the narrator falls in love. The love story angle is briefly told and all the more poignant for it.
For such a short book, there is much going on in this one. Disability literature as the narrator is lame , a condition that both causes him intense suffering and ultimately saves him; migrant literature for the woman's role as one is crucial to much that happens; women's issues literature, for lack of a better term, as it has a sensibility for the lives of women and arguably sees the feminine as essential; Princípio de Karenina falls under all these, covering much ground in a deliberately stripped down prose that works remarkably well.
With that said, the relation to Anna Karenina is somewhat oblique and is interestingly achieved via quotations of Ursula le Guinn regarding it, thus imparting a complex intertextuality that does not drag down the text proper because it is relegated to chapter headings.
At the heart of Princípio de Karenina is the notion of 'foreign' as 'threatening to the very self' and how it is only overcoming this phobic distrust of the world that the self can realize itself; otherwise stagnation, emotional atrophy and eventual decay of one's faculties must needs follows. This major theme is realized in the narrator's father, a man of authorities who harks all the traditional values of stability, home and family in the most stolid and inflexible manner possible. While never overtly mentioned, there are hints that chronologically the story takes place during Salazar's regime (the Colonial War is taking place at one point) and the narrator's father, with his heavy handed notions drilled into the child's mind from the most tender of ages- home above all, church close to it, the village is already dangerous territory and anything beyond it is sheer savagery-is very much the hallmark of the Portuguese take on fascism as it actually happened. It is all here, including the fetishization of rurality as the 'heartland' of the nation; the narrator's family is comfortably established as farm owners who live off rents as much as from actual agricultural production.
The agent of change that draws the narrator from this terrible mental shackles is, as it is so often, love. More precisely, a woman from Vietnam- the very representative of that which is beyond 'far'- with whom the narrator falls in love. The love story angle is briefly told and all the more poignant for it.
For such a short book, there is much going on in this one. Disability literature as the narrator is lame , a condition that both causes him intense suffering and ultimately saves him; migrant literature for the woman's role as one is crucial to much that happens; women's issues literature, for lack of a better term, as it has a sensibility for the lives of women and arguably sees the feminine as essential; Princípio de Karenina falls under all these, covering much ground in a deliberately stripped down prose that works remarkably well.
March 17, 2021
Escrevo no momento imediatamente após terminar de ler. Levei 2 dias a ler "Princípio de Karenina". É alguma espécie de record para mim, já que só precisei de pegar quatro vezes no livro para o acabar.
Para isso contribuem vários fatores: a escrita simples mas desafiante, os capítulos curtos e a perícia de deixar um desejo de encontrar conclusão para o dilema em curso das personagens.
Diria que a ideia base do livro é original qb: um pai escreve uma carta uma filha. Quando peguei no livro tinha-me esquecido dessa sinopse e, por isso, foi uma agradável surpresa perceber o propósito da narração.
Uma das melhores qualidades de Afonso Cruz volta a vir ao de cima: a perícia na construção de personagens complexas, verosímeis mas ao mesmo tempo originais.
Gostei muito deste livro. Dá vontade de ir pegar já em mais Afonso Cruz. Vale muito a pena ler estas 190 páginas desafiantes na história, mas fáceis de ler.
Para isso contribuem vários fatores: a escrita simples mas desafiante, os capítulos curtos e a perícia de deixar um desejo de encontrar conclusão para o dilema em curso das personagens.
Diria que a ideia base do livro é original qb: um pai escreve uma carta uma filha. Quando peguei no livro tinha-me esquecido dessa sinopse e, por isso, foi uma agradável surpresa perceber o propósito da narração.
Uma das melhores qualidades de Afonso Cruz volta a vir ao de cima: a perícia na construção de personagens complexas, verosímeis mas ao mesmo tempo originais.
Gostei muito deste livro. Dá vontade de ir pegar já em mais Afonso Cruz. Vale muito a pena ler estas 190 páginas desafiantes na história, mas fáceis de ler.
July 22, 2020
3,5.. a minha estreia com o autor... gostei mas não me conseguiu envolver e deslumbrar como gostaria... vou ler mais livros do autor, visto que conseguiu despertar a minha curiosidade e acredito que existam outras obras que vão mais de encontro ao meu gosto 😊
August 24, 2022
“Não existe felicidade na igualdade e na monotonia. As famílias felizes terão de ser imperfeitas (ou seja, diferentes umas das outras), é impossível ser feliz sem dor, como diz a música, pergunte ao seu orixá, o amor só é bom se doer. A felicidade é um estado especial que só pode existir se incluir no seu seio uma certa dose de infelicidade, por muito paradoxal que possa parecer. Sem desequilíbrio nada se move. Um círculo está em constante desequilíbrio, É bom para fazer andar os carros. Os quadrados não têm essa possibilidade. (...) Mas a vida que vale a pena ser vivida precisa do desequilíbrio. De viajar. De abrir janelas.
Os seres vivos são desequílibristas.”
Os seres vivos são desequílibristas.”
March 25, 2021
Para Miguel Jesus, convidado do podcast no episódio 41, este livro é muito especial. Tem um grande apreço por Afonso Cruz, e não só por ser músico. Para ele, o autor português consegue algo muito bom nesta carta de um pai a uma filha que conhece.
No episódio, lê-nos uma passagem de "Princípio de Karenina", um livro que eu, Magda, li em dois dias. Os capítulos curtos ajudam muito a essa leitura rápida, mas atenta.
Num episódio que podes ouvir aqui: https://linktr.ee/pontofinalparagrafo
No episódio, lê-nos uma passagem de "Princípio de Karenina", um livro que eu, Magda, li em dois dias. Os capítulos curtos ajudam muito a essa leitura rápida, mas atenta.
Num episódio que podes ouvir aqui: https://linktr.ee/pontofinalparagrafo
April 16, 2019
Muito, muito bonito.
«reconheço-te desde sempre.»
«reconheço-te desde sempre.»
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