No dia em que o pai se envolve numa briga com um casal gay, a mãe descobre que o filho Gabriel, de 5 anos, se apresentou na casa dos amiguinhos como uma menina.
Esse é o ponto de partida de Ninguém Com Esse Nome, série de ficção que acompanha uma família já marcada por um trauma passado e que precisa lidar com a busca do filho caçula por descobrir quem é. Toda criada em cima de ligações telefônicas, a série atravessa 12 anos de transformação de uma família liderada por Karen, vivida por Cláudia Abreu. Em forma de drama e outras vezes de comédia, acompanhamos como cada um lida com a questã a avó ultra-religiosa, o pai machão, o irmão defensor, a tia superprotetora e as amigas desinformadas. Passada no Brasil entre 2012 e 2024, essa família toca corações e arranca risadas com as descobertas da mãe, da criança trans e todos que as rodeiam.
Produzida e dirigida por João Jardim e escrita por Galba Gogóia e Manuela Cantuária, a série faz rir e chorar na mesma medida, e se baseia numa extensa pesquisa feita com famílias que passaram por situações semelhantes.
Reflexões muito interessantes sobre a relação de temas contemporâneos dentro de famílias. Como lidar com assuntos dos quais desconhecemos? Estamos preparados para essas mudanças? Recomendo bastante
Ninguém com esse nome é um livro que merece todas as cinco estrelas que pode receber. A narrativa, centrada na luta de uma mãe trans, Karen, traz à tona questões profundas sobre identidade e aceitação familiar. Desde a primeira página, somos apresentados a uma trama que mescla drama e comédia, proporcionando momentos de reflexão e também de risadas genuínas.
A obra se destaca pela forma sensível com que aborda a descoberta da identidade de Gabriel, um menino de cinco anos que se apresenta como uma menina. Essa jornada não é apenas sobre a criança, mas sobre como cada membro da família – da avó ultra-religiosa ao pai machão e à tia superprotetora – reage a essa nova realidade. A escrita de Galba Gogóia e Manuela Cantuária é notável, pois consegue capturar a complexidade das emoções humanas em situações tão delicadas.
O que realmente me impressionou foi a autenticidade na representação das experiências familiares. A pesquisa extensa realizada pelos autores com famílias que passaram por situações semelhantes confere ao livro um realismo tocante. Cada capítulo é um convite para refletir sobre o amor incondicional e as dificuldades enfrentadas por aqueles que buscam ser verdadeiros consigo mesmos e com os outros.
A construção da personagem Karen é particularmente marcante; sua jornada é um relato sincero e emocionante de uma mãe lutando para ser a melhor para sua filha. A forma como ela navega entre momentos de vulnerabilidade e força é inspiradora. Além disso, os personagens coadjuvantes trazem uma diversidade de reações que enriquecem a narrativa, fazendo com que o leitor se identifique com diferentes perspectivas.
Em suma, Ninguém com esse nome não é apenas um livro; é uma experiência emocional que toca corações e provoca risadas. É um retrato poderoso da luta por aceitação e amor familiar em meio às transformações sociais contemporâneas. Recomendo fortemente a todos que buscam uma história envolvente e significativa. Sem dúvida, cinco estrelas bem merecidas!