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Não Fossem as Sílabas do Sábado

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Meticulosamente burilado a partir do desamparo de uma mulher cujo futuro é interrompido pela morte inesperada do seu companheiro e pelo nascimento de uma filha que terá de criar sozinha, este romance coloca o leitor à janela do luto e diante de um recomeço: Ana perde André, Madalena perde Miguel, Catarina nasce. Uma só tragédia põe fim a histórias que não chegaram a ser traçadas e une para sempre as mulheres que lhe sobreviveram. No ringue onde elas foram lançadas, assistimos a um duro e terno embate de solidões, numa narrativa íntima, que assombra pela lucidez e comove pela universalidade.

Magistral e afinadíssimo — ainda que o tempo se deixe baralhar pelos hiatos e memórias, pelo que nunca chega a acontecer e pelo que nunca deveria ter acontecido —, Não fossem as sílabas do sábado consagra Mariana Salomão Carrara como uma das vozes mais singulares da literatura em língua portuguesa. Assenta num enredo mínimo e alcança uma proeza máxima — a de colocar a literatura ao serviço da intimidade, transportando ambas para um lugar que todos os leitores reconhecem.

Um romance lugubremente luminoso, que nos fala ao ouvido.

176 pages, Paperback

First published June 7, 2022

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4619 people want to read

About the author

Mariana Salomão Carrara

13 books359 followers
Mariana Salomão Carrara é paulistana, escritora e Defensora Pública, nascida em 1986. Tem publicados um livro de contos (Delicada uma de nós – Off-Flip, 2015), e os romances Idílico (EI, 2007), Fadas e copos no canto da casa (Quintal Edições, 2017), Se deus me chamar não vou (Editora nós, 2019, entre os 10 indicados ao Prêmio Jabuti 2020, em Romance Literário), “É sempre a hora da nossa morte amém” (Editora Nós, 2021, finalista do Prêmio São Paulo 2022 e entre os 10 indicados ao Jabuti 2022),”Não fossem as sílabas do sábado” (Todavia, junho/2022, Vencedor do Prêmio São Paulo 2023, Melhor Romance do Ano) e A árvore mais sozinha do mundo (Todavia, agosto/2024). Por contos e poemas avulsos, recebeu na juventude prêmios nacionais como Off-flip (2012), SESC-DF, Felippe D’Oliveira (2015 e 2016), Sinecol, Josué Guimarães e Ignácio de Loyola Brandão. Recebeu o segundo lugar no Prêmio Guiões (Portugal, 2019) pelo roteiro de longa-metragem É lá que eu quero morar.

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4 stars
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2 stars
72 (2%)
1 star
17 (<1%)
Displaying 1 - 30 of 551 reviews
Profile Image for Bel Rodrigues.
Author 4 books22.4k followers
January 31, 2024
"não teria feito a menor diferença. mas é importante para as tragédias que elas sejam descobertas imediatamente, porque cada segundo que elas passam ocultas vira um ano a mais de luto, isso é um capricho que as desgraças têm."

4,5⭐ com força.
94 reviews684 followers
January 14, 2025
Senti-me angustiada da primeira à última página, mas foi uma angústia feita de palavras tão bonitas que se transformou numa outra coisa.
Este vai ficar comigo, tenho a certeza.
Profile Image for Cláudia Azevedo.
387 reviews210 followers
October 22, 2024
Morte, luto, maternidade. São estes os temas centrais de Não Fossem as Sílabas de Sábado. Funciona bem como reflexão.
Profile Image for Márcio.
659 reviews1 follower
November 25, 2024
Não fossem as sílabas do sábado é um livro sobre o luto. Portanto, sobre a vida. Mas também é sobre luta. Luta para superar a dor da perda, a ausência do ser que parte, o caminhar que passa a ser mais difícil, visto que a morte de alguém querido acaba sempre por ocasionar abalos em nós. A vida a ser encarada a partir de então.

A dor é ainda maior quando essa morte é ocasionada por um ato de uma terceira pessoa, como no exemplo que se torna aos poucos costumeiro de se ouvir sobre pessoas altamente embrigadas que insistem em dirigir, ocasionado desastres em que a vida de pessoas inocentes são levadas tão facilmente como uma folha que cai de um galho de uma árvore. Mortes por imprudência e negligência em pensar que nossos atos têm reflexos nas vidas das pessoas que encontramos no caminho. Aqui, a luta e o luto andam praticamente de mãos dadas, na tentativa de superar o inexplicável, tentar entender a ausência de quem não deveria estar ausente.

Mariana Salomão trata em seu livro dessa forma de luto/luta de uma dor ocasionada por uma morte que não deveria ser. Trata também da necessidade de se respeitar o luto, pois que pode levar meses, mas também pode levar anos para amainar. Mas é muito mais do que isso.

É a história de Ana, que aos 30 anos se vê só após a morte trágica e sem sentido do marido, André, por imprudência de um vizinho. Não só, mas grávida de uma menina que virá a se chamar Catarina. Não só, mas inicialmente obrigada a aceitar a constante presença de Madalena, mulher do homem que causou a morte de seu marido. E é das situações mais exdruxulas, como essa, que por vezes surgem as amizades verdadeiras, não aquelas de ocasião, que tem dificuldade de entender o luto de alguém quando esse sentimento toma mais tempo do que elas julgam necessário, ainda mais num época de edonismo e constante procura da felicidade.

Diria que a sua leitura não é feita de flash-backs, mas é preciso que o leitor esteja atento às idas e vindas da narrativa, que de um momento para outro pode avançar ou retroceder sem aviso. Mas essa é a magia da escrita de Mariana Salomão, da capacidade do texto contemporâneo de criar formas que podem traduzir sentimentos e sensações. A leitura ganha muito com isso e o leitor ainda mais.

Respeitemos os lutos e as lutas, e a literatura feita com a beleza que encontramos em livros como "as sílabas do sábado".
Profile Image for Rita.
883 reviews188 followers
October 21, 2025
Não é que o tempo diminua a saudade, o que ele faz é diluir a memória.

Esta frase surge quase no fim do romance, mas resume o assunto do livro: a perda de um ente querido, o luto e as suas diversas fases, a perda das memórias conjuntas, etc.

É a história de duas mulheres, Ana e Madalena, que se cruzam devido a uma tragédia:

Faz mais de nove anos que estou presa dentro daquela meia hora.
Na frente do prédio os dois homens amalgamados no asfalto, (.) O André dobrado ao meio, os paramédicos tentando separar os dois, (.) só entendi ao olhar para o lado e ver o nosso porteiro, ele tinha os olhos alargados (.) e quando ele me encarou essa água toda despencou de repente assim em dois jatos de lágrima e só então desmaiei.


Acabam, apesar da mágoa, por se ajudar mutuamente a reaprender a viver na nova realidade.

Embora, no início, tenha sentido alguma resistência ao estilo de escrita da autora, depois de lhe apanhar o jeito tornou-se uma excelente leitura. Vou querer ler mais de Mariana Salomão Carrara.
Profile Image for Marta Silva.
281 reviews97 followers
January 17, 2025

“Já não sei se minha lembrança é de amar o André ou de ser muito jovem. Não é que o tempo diminua a saudade, o que ele faz é diluir a memória.”

Apesar de se tratar de um tema sensível, o luto e a consequente reconstrução de uma nova vida, não consegui me conectar com a protagonista desta história.
Esperava mais desta leitura…
Profile Image for Luciana.
511 reviews156 followers
September 8, 2022
"Não teria feito a menor diferença. Mas é importante para as tragédias que elas sejam descobertas imediatamente."

É assim que começa o radiante romance sobre a vida, a dor e a ausência de Mariana Carrara, onde mediante as vicissitudes da vida, somos levados a acompanhar a tragédia de Ana, André e Madalena, que é na verdade a tragédia de todos nós, que somos por vezes açoitados pela ondas da vida, que ora nos devolvem intactos ora feridos, ou por vezes nos levam embora em silêncio.

Contando sobre a vida e a morte, a surpresa e o desespero, vamos caminhando com a escritora pelo caminho da dor, da descoberta e principalmente, do tempo, que se não aplaca e diminui a saudade, ao menos faz diluir a memória de quem não mais aqui está. Com o trio improvável, com a culpa envolta do acidente, tanto Ana como Madalena descobrem que apesar da vida ser uma máquina gigante, monstruosa e cheia de dentes e por mais que "entramos e saímos da vida dos outros feito fossem uma casa de praia alugada, arrebatada de amores no início do verão e depois sendo a porta que bate lacrando a imundície no final da temporada", ainda há muito espaço e tempo para perdoar, voltar atrás e abraçar todo o mundo.

É por isso, que assim como Humanos exemplares de Juliana Leite, este aqui é uma obra belíssima, triste e delicada sobre a vida, o tempo e o perigo que estamos expostos pela própria inconstância que é viver. Quanto a mim, absolutamente amei a leitura, não havendo nada aqui que não tenha gostado, espero relê-la em breve.
Profile Image for Solange Cunha.
274 reviews43 followers
February 15, 2023
O livro me envolveu muitíssimo nas primeiras 60 páginas, mas depois me pareceu que há diversos capítulos para encher linguiça, muitas repetições. Entendo que seja uma estratégia para o tema (elaboração do luto), mas realmente me pareceu um pouco cansativo. Não consegui me emocionar, embora seja um tema muito caro a mim.

O final novelesco da Globo com ares de composição me deixou desanimada.
Profile Image for Álvaro Curia.
Author 2 books522 followers
March 27, 2024
Melhor livro de 2024, até agora.
Levarei para a vida.
Profile Image for Iris.
Author 19 books650 followers
February 8, 2025
Esse livro é um dos melhores retratos de como o luto nos transforma. Ele define o resto das nossas vidas a partir do momento que acontece, ainda mais quando é precoce e inesperado. Mariana Salomão Carrara fala sobre o amargor que a perda provoca em nós, como olhamos apenas para nossa dor e acabamos nos distanciando do resto — e reaprender a viver depois disso pode levar anos. É difícil para quem perde enxergar o que outras pessoas que também perderam estão sentindo. Nada importa além da gente, do que aquilo que nos foi tirado de repente. Ela faz isso de uma forma tão bonita, tão sincera. Um dos favoritos do ano, sem dúvidas.
Profile Image for Manoela Bueno.
35 reviews7 followers
July 26, 2022
Parece raso tentar conter esse livro em um esquema que tem limite de 5 estrelas - o que transborda isso? Como delimitar as pulsões, o vai e vêm agonizado dessas palavras, a brutalidade sadística de levar uma bofetada na cara e amar cada segundo daquilo?
Incrivelmente honesto, narrativa exigente do tipo e se eu ficar acordada mais um pouquinho se eu forçar os olhos a ficarem abertos por mais 15 minutinhos pra poder ler, pra saber o que vêm depois dessa facada?
O melhor livro de literatura contemporânea brasileira que li nos últimos tempos. Vai precisar de muito, muito mesmo, pra ser superado.
Profile Image for Marta Cava.
544 reviews1,112 followers
Read
August 26, 2025
Crec que no havia llegit mai un llibre sobre el dol tan cru, realista, pessimista, devastador i dolorós com aquest.
Profile Image for sophia.
170 reviews88 followers
May 12, 2025
esse foi o primeiro livro que li da mariana, e, como sempre faço, comecei a leitura sem saber o que esperar. esse é um dos encantos de ler sem ler as sinopses: a história nos toma de surpresa. eu não sabia o quanto esse livro iria mexer comigo, não apenas pelo tema do luto, mas pela forma como ele se infiltra nas pequenas coisas do cotidiano.

o luto, na história de ana, não é apenas sobre a morte do marido. claro, o evento que dá início a tudo é absurda, mas a dor que vem depois é muito mais silenciosa, muito mais insidiosa. o que me tocou profundamente foi a maneira como o luto se espalha, como ele se infiltra em todos os cantos da vida de ana. não se trata apenas das emoções, mas dos espaços físicos que ela ocupa. a maneira como ela descreve a sensação de entrar em casa e não reconhecer mais os cômodos, o ambiente que antes era compartilhado com ele, como se cada canto da casa carregasse a marca da ausência. é uma dor invisível, mas profundamente real. o luto está na necessidade de se reencontrar com a própria casa, com os próprios objetos, com a memória do que já foi. e isso é, de longe, muito mais difícil de lidar do que a própria morte.

e, nesse processo, uma frase que mudou a química do meu cérebro a partir de hoje é: "não é que o tempo diminua a saudade, o que ele faz é diluir a memória."essa frase resume exatamente o que acontece com ana: o tempo não apaga a saudade, mas muda a maneira como lidamos com ela. a memória se torna mais difusa, mais tênue, e a dor se transforma em eco, um resíduo do que um dia foi. a ideia de que a saudade se dilui ao longo do tempo, mas não desaparece, é central no livro. não se trata de esquecer. é sobre aprender a conviver com o que foi perdido.

a maternidade, então, surge como mais uma camada nesse processo de transformação. ana está grávida e terá que encarar o peso e a responsabilidade da maternidade sozinha. a sensação de solidão é avassaladora, especialmente porque todos ao seu redor acabam se afastando. esse fardo se soma ao luto pela perda de andré, tornando a dor ainda mais complexa e multifacetada. e quem aparece para ajudar é madalena, a viúva do homem que causou o acidente. ela é uma presença desconfortável e inesperada, mas, aos poucos, se torna um apoio para ana.

senti falta de saber mais sobre madalena, mas talvez seja essa a natureza do luto: a gente não consegue enxergar ninguém direito mesmo. todo mundo fica borrado. até a gente.

não fossem as sílabas do sábado não é sobre grandes reviravoltas ou momentos de drama excessivo. é sobre a dor silenciosa que se instala, sobre o vazio deixado pela perda e sobre o que resta quando a vida segue. é sobre a luta de aprender a viver com a ausência, ao mesmo tempo em que se encontra forças para seguir em frente, para reconhecer a casa, a vida e a si mesma de uma nova maneira. um livro delicado e profundo, que fala sobre os silêncios da vida, as pequenas ausências que formam a saudade.
Profile Image for Margarida Galante.
452 reviews41 followers
March 4, 2025
Este é um livro sobre luto, sobre viver com a angústia de perder repentinamente alguém que amamos. O vazio que quem morre deixa no espaço de vivência comum, que está presente nos objetos e no quotidiano, que quem fica não consegue retomar.

A autora consegue transmitir o sofrimento desta perda de forma pungente. É uma leitura pesada em que se sente a dor de uma forma muito próxima, em que quase entramos na cabeça de Ana e na sua luta. É um livro carregado de sofrimento.

Mas esta é também uma história sobre sororidade. Madalena vive o seu luto através do apoio que dá a Ana e será essencial para que a vida continue a acontecer.
Eu gostaria de ter sabido mais sobre Madalena, sobre as suas motivações e sentimentos, mas percebo que aqui se trata apenas do luto de Ana.

O título do livro é lindo e acentua o carácter aleatório do trágico momento em que André morreu. Mais sílaba ou menos sílaba, tudo pode mudar num segundo.
Profile Image for Gabrielle Cunha.
424 reviews105 followers
January 22, 2023
Acho que esse foi um dos livros mais confusos e elucidativos sobre luto que li. Cheguei a ter raiva da Ana em boa parte do tempo. Mas me fez pensar muito sobre o quão particular é luto. Ela levou anos pra superar (na verdade não sei se chegou ou chegará a superar). Então é tudo muito real, especialmente a raiva. E tudo escrito com a enorme sensibilidade que a Mariana Salomão Carrara possui.
Profile Image for Ema.
800 reviews83 followers
April 12, 2025
3,5*

Não é um livro leve, está carregado de luto do início ao fim, tanto que foi um pouco penoso voltar a pegar nele depois das pausas. A protagonista está em constante sofrimento e não percebemos muito bem que tipo de relação ela cria com outra personagem (aparentemente importante e sempre presente), é talvez demasiado autocentrada para sair de si e ter alguma empatia. Contudo, consigo entender que um trauma desta magnitude mude a forma como a pessoa se relaciona com o exterior (qualquer exterior), e que isso possa levar a anos e anos de clausura emocional e relacional. Quanto à escrita, sem deixar de ser bonita e algo poética, e de me emocionar em alguns momentos, por vezes é repetitiva e demasiado coloquial (a não presença de inúmeras vírgulas fez-me perder do raciocínio várias vezes). Não sei se este livro sofreu por tabela, uma vez que li anteriormente um livro sobre luto (também uma mulher que perdeu o companheiro) que adorei e considero superior. Conclusão, gostei, mas poderia ter gostado mais.
Profile Image for Re_leituras.
15 reviews
October 21, 2025
Livraço da Mariana Salomão Carrara. É sobre o luto, mas também sobre a vida, a solidão, as amizades, a maternidade. É sobre tanto que nem sei. Sei que é preciso ler, pois Mariana escreve bem demais, cria personagens que existem, que nos envolvem e permanecem com a gente. Meu primeiro livro favorito do ano. Um livro superlativo: livríssimo. Só lendo pra entender.
Profile Image for Renata Fraga.
6 reviews9 followers
March 15, 2023
"(...) nada disso é para sempre, quantas pessoas estão se lembrando disso, que felizes estão essas pessoas distraídas da morte e no entanto que imperceptível é essa felicidade que só se pode constatar nos instantes em que nos escapa."

que livro lindo! a escrita da Mariana Salomão Carrara é de uma sensibilidade imensa.
Profile Image for Diogo Pereira.
64 reviews29 followers
May 2, 2025
É uma tremenda incursão no âmago do luto, escrito tão delicadamente, tão bem, tão novo, tão bom.
Profile Image for Óscar Moreno (OscarBooker).
406 reviews527 followers
September 3, 2025
La verdad es que es un libro sumamente bello que a quienes les interese leer sobre el luto/duelo es indispensable.

La autora crea un “performance”, aunque no es muy correcto el término, que ejemplifica de manera macro el proceso de luto y como puede ser un bucle sin fin de dolor y pérdida. Cada capítulo funciona como un micro relato que brinca en el tiempo para mostrar cómo lo vivió Ana su luto.

Lo interesante es comparar el luto de Ana con el de Madalena y entender que no todos lo vivimos igual. No hay forma de estandarizar este proceso tan personal y difícil.

En sí las historias de cada capítulo son sencillas y cotidianas, pero cuando lo ves desde lo “macro” entiendes la línea general que une todo y lo aprecias aún más.

En fin, es un libro bellísimo. Escrito de una forma muy hermosa que hace que todo sea aún mejor.
Profile Image for Isabel (bel.books) Terenzi.
27 reviews9 followers
July 6, 2022
"...que felizes estão essas pessoas distraídas da morte e no entanto que imperceptível é essa felicidade que só se pode constatar nos instantes em que nos escapa."

É sábado. Madalena não está em casa. Ana não está em casa. Miguel está em casa. André está em casa. Ana liga para André e pede que ele vá ajudá-la a carregar um quadro. André sai de casa. Ana percebe que André está demorando muito e decide voltar sozinha. Ana escuta o som da ambulância. Ana vê dois homens emaranhados no chão. André está embaixo. Miguel está em cima. Ambos estão sem vida. Ana desmaia. Ana está grávida.

É assim que somos apresentados a essa história que vai tratar da relação entre essas duas mulheres, Ana e Madalena, após o acidente que resultou na morte dos seus maridos. Ambas se unem por esse fato e pela culpa que carregam, além da solidão em que se encontram pelo luto compartilhado.

O livro é narrado por Ana, então só vemos o seu lado e o que ela pensa sobre Madalena, onde ela constantemente reflete sobre as inúmeras formas pelas quais o acidente poderia ter sido evitado. Se o porteiro tivesse falado um pouco mais com André, se ela tivesse demorado um pouco mais para fazer a ligação, se Miguel tivesse demorado um segundo a mais ou a menos...

Não é a primeira vez que eu falo sobre a escrita da Mariana Salomão Carrara. A forma como ela escreve sobre sentimentos é extremamente única e nos coloca para dentro da história, mesmo que ela seja marcada por poucos acontecimentos. Indico fortemente qualquer livro escrito por ela!

https://www.instagram.com/p/CfrNK_1uhwy/
Profile Image for liv ✶.
276 reviews18 followers
February 18, 2025
okay, esse tornou um dos meus livros favoritos da vida. a forma que ela fala de amor, de luto, de começos, meios e fins e tudo tão entrelaçado, parece que estou vivendo dentro dela.

13/02/2025

Reli Não Fossem as Sílabas do Sábado dessa vez no audiobook, narrado pela própria Mariana Salomão Carrara, e posso reafirmar sem hesitação: é meu livro favorito. A voz da autora deu ainda mais força às palavras, intensificando a dor, a culpa e a humanidade que já haviam me atravessado na primeira leitura.

Livros sobre luto e perda, para mim, são livros sobre a vida. Porque quando alguém morre, quem fica precisa aprender a continuar – e isso nunca é simples. A culpa sempre se instala de alguma forma, nos arrastando para lugares que jamais imaginaríamos. Mariana escreve sobre isso com uma honestidade crua, sem floreios ou concessões, fazendo com que a gente sinta tudo junto com as personagens: o desamparo de Ana, a presença insistente de Francisca, a força silenciosa de Madalena.

A tragédia que tira André da vida de Ana também a coloca em contato com outras mulheres – algumas que estavam ali o tempo todo, outras que surgem como um eco do mesmo sofrimento. É lindo ver como, entre dor e silêncios, elas se tornam uma família, ainda que torta, ainda que marcada pela perda.

Esse é um livro que exige pausas, mas que também dá vontade de devorar. A dor aqui não é para nos afundar, mas para nos lembrar que, mesmo entre destroços, algo novo sempre pode nascer.

Nota: 5★
Profile Image for emanu ✧.
253 reviews25 followers
January 8, 2025
(4.5 ★) primeira leitura do ano e como é bom dizer que foi uma leitura maravilhosa :) inclusive, o audiobook que tá disponível na audible, narrado pela própria mariana salomão carrara, é MARAVILHOSO! indico demais

esse livro é um turbilhão de sentimentos! é um livro sobre luto (da maneira mais melancólica que o luto pode se apresentar), mas o que mais impressionou foi a maneira extremamente REAL que a mariana retrata a vida após uma tragédia - como, em muitos momentos, você sente ódio por pessoas que não são culpadas da tragédia que te ocorreu, mas ainda assim aprende a viver com isso

muito bom mesmo!
Profile Image for Marcela Cor.
80 reviews3 followers
June 13, 2025
Comecei não gostando muito, achando as frases meio formuladas demais para serem literárias, meio pretensioso... mas foi me conquistando e no fim foi uma boa leitura sim
Displaying 1 - 30 of 551 reviews

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