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Crepúsculo do Império : Portugal e as Guerras de Descolonização

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As guerras travadas por Portugal entre 1961 e 1975, com vista à preservação do seu secular império ultramarino, são impossíveis de ignorar em qualquer balanço histórico ao 25 de Abril de 1974.

Quando se assinalam 50 anos sobre essa data e se revisitam as circunstâncias do tumultuoso processo de descolonização que se desenrolou em várias partes de África e da Ásia, e também na metrópole, este volume apresenta um grande estado da questão sobre os últimos anos do colonialismo português.

Reunindo a colaboração de mais de três dezenas de autores oriundos de várias instituições portuguesas e internacionais, bem como de especialistas reconhecidos na área da história, da estratégia e das ciências militares, esta é uma obra que familiarizará o público com algumas das investigações mais inovadoras acerca das guerras coloniais de Portugal, num olhar que procura integrar facetas menos conhecidas desses conflitos (a participação feminina, os prisioneiros de guerra, o fenómeno da deserção, a propaganda, os africanos que combateram pelo império, as sequelas físicas e psicológicas dos antigos combatentes), assim como a perspetiva dos movimentos nacionalistas africanos

800 pages, Paperback

First published January 1, 2024

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About the author

Pedro Aires Oliveira

34 books7 followers
PEDRO AIRES DE OLIVEIRA nasceu em Lisboa, a 18 de Julho de 1971. É licenciado em História pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (1994), Mestre em História dos Séculos XIX e XX (secção século XX) (1998) e Doutorado em História Institucional e Política Contemporânea (2007) pela mesma universidade e Agregado em História Moderna e Contemporânea, pelo ISCTE (2023).
É Professor Auxiliar com Agregação do Departamento de História da FCSH/UNL (2008-), investigador integrado do Instituto de História Contemporânea da FCSH-UNL, do qual foi presidente (2015-2021) e investigador colaborador do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20/UC). Foi Docente convidado no curso de Relações Internacionais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (1997-2000) e Colaborador no Departamento de Estudos Políticos da FCSH-UNL (2006-2008). Entre 1999 e 2003 foi chefe de redacção da revista Política Internacional e entre 2004 e 2008 foi chefe de redacção da revista Relações Internacionais. Nos seus interesses de investigação incluem-se a História Contemporânea, a História das Relações Internacionais, o Colonialismo e Descolonização, a História Contemporânea de Portugal e a Política Externa Portuguesa. Foi coordenador do projecto Memória Oral da Diplomacia Portuguesa (2012-2013), patrocinado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

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Profile Image for Artur Coelho.
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February 1, 2025
Não é muito fácil, por cá, debater as guerras coloniais de forma isenta. A memória ainda é viva, e as visões políticas interferem com a anáise dos acontecimentos. É indício disso o não haver uma indicação única que desgine este momento da história portuguesa. Para uns, é a guerra colonial, para outros, de libertação, e há os acérrimos defensores da velha ideia de guerra ultramarina. O afastamento ainda não é suficiente para que emoções políticas contaminem o olhar histórico.

Mas temos de o fazer. Este conflito pesou no Portugal dos anos 60 e 70. Foi um sorvedouro de homens e recursos, causou vítimas e destruição de parte a parte, e terminou com um vazio de poder gerador de guerras civis que se prolongaram no tempo. Foi travado de forma eficaz com poucos meios por forças relutantes, que sabiam a impossibilidade da missão imposta por um governo. O peso moral recai sobre os governantes, o anquilosado e repressivo Estado Novo de Salazar e Caetano sempre recusou aceitar os ventos da história, defendendo ideários impossíveis, e com isso condenando povos e países à guerra. O fim do regime trouxe o fim do conflito, e a desmoralização dos militares, chamados a matar e morrer em África num conflito que sabiam sem fim nem finalidade, foi um dos grandes motivadores do 25 de abril.

Pessoalmente, vejo este conflito, estes anos de guerra (não me tocaram diretamente, o meu pai foi um dos afortunados que, no seu serviço militar, ficou colocado em Lisboa e não foi destacado para a guerra), como um profundo desperdício. Das vidas humanas, civis e militares. De recursos de um país estruturalmente pobre que queimou uma parte significativa da sua riqueza em armamento para sustentar uma luta perdida e imoral.

A riqueza deste livro é enorme, apresentando diferentes perspetivas sobre a guerra, vindas de todos os lados do conflito. Espelha visões factuais, geoestratégicas, sociais e económicas. Tanto nos fala do posicionamento face à NATO na tomada de decisões relativas à guerra como à importância da literatura e outras artes, quer como propaganda dos movimentos de libertação quer como memória dos combatentes. Num capítulo analisamos a economia da industria militar portuguesa, noutro o papel da mulher nos movimentos de libertação. São contributos para um conhecimento profundo de um conflito que nos sangrou (a todos, portugueses e povos colonizados), muito importante para a construção de análises que se saibam afastar dos discursos de veneno ideológico que demasiadas vezes sublinham as discussões sobre a guerra colonial.
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