What do you think?
Rate this book
A tua melanina
Margarida nasceu e cresceu no Estado Novo, mas tinha uma personalidade que não estava de acordo com os valores de então.
Ela era livre, curiosa e não gostava que lhe dissessem o que podia ou não podia fazer.
E foi assim que se apaixonou por Francisco, um angolano alto e elegante que foi parar ao Porto para jogar futebol nas Antas.
E como eram ambos jovens, bonitos e não se enquadravam bem no lugar que a sociedade recortou para eles, envolveram-se com toda a paixão que os corpos jovens possuem.
E dessa paixão nasceu um bebé, metade português, metade angolano. Pele demasiado escura para Portugal, demasiado clara para Angola.
Gabriel cresce solitário e sempre obediente e de cabeça baixa, ensinado por uma mãe que tem medo do racismo e da discriminação contra o filho. Esta é uma saga familiar parte autobiográfica, parte ficção, sobre o amor que não cura tudo, sobre identidade e busca pela felicidade.
Ela era livre, curiosa e não gostava que lhe dissessem o que podia ou não podia fazer.
E foi assim que se apaixonou por Francisco, um angolano alto e elegante que foi parar ao Porto para jogar futebol nas Antas.
E como eram ambos jovens, bonitos e não se enquadravam bem no lugar que a sociedade recortou para eles, envolveram-se com toda a paixão que os corpos jovens possuem.
E dessa paixão nasceu um bebé, metade português, metade angolano. Pele demasiado escura para Portugal, demasiado clara para Angola.
Gabriel cresce solitário e sempre obediente e de cabeça baixa, ensinado por uma mãe que tem medo do racismo e da discriminação contra o filho. Esta é uma saga familiar parte autobiográfica, parte ficção, sobre o amor que não cura tudo, sobre identidade e busca pela felicidade.
336 pages, Paperback
Published October 21, 2024
3 people are currently reading
76 people want to read
About the author
Stephanie Vasconcelos
2 books2 followersFilha de uma mãe russa e de um pai luso-angolano, cresceu em Portugal até completar o ensino secundário. Em Inglaterra, estudou Comunicação e Língua Francesa e é mestre em Jornalismo Multimédia. Atualmente, mãe e casada, reside em Angola onde é especialista em comunicação para uma multinacional. Já viveu em sete países e é pela escrita que aborda a realidade do multiculturalismo, identidade racial, migração a interseccionalidade como plataformas para a compreensão do ser humano e para a sua própria compreensão.
Ratings & Reviews
Friends & Following
Create a free account to discover what your friends think of this book!
Community Reviews
Displaying 1 - 7 of 7 reviews
November 1, 2025
In this book, the author makes us time travel to a period where mixed relationships were seen as social leprosy.
Being Black myself, and not necessarily having been exposed to racism at first, I saw through her words what people think and never say aloud, but that's how they speak at home, that's how they speak with their best friends. It raised my awareness to such a point that I realized it's not that I’ve never been exposed to racism, I just had a filter. And now, seeing through the lens of this book, I see that it is everywhere, unfortunately.
Even in a society that tends to be more open and mixed, like here in Portugal, I never felt like I belonged. Somehow I feel like I disturb the people around me, because where I live right now, the people who clean, the people at the front door, the people who do maintenance, they look like me.
I would love to thank the author for bringing up this topic in such a natural way. In those first 100 pages, I felt like I was in the room where everything is happening. I could feel the hate, the stares... I could feel all the bad emotions.
This book is one of the most triggering books I’ve ever read, and I mean this in a good way, because I could feel the emotion, and maybe that was the author’s aim.
I’m very grateful to her for writing in a way that had that kind of influence on me. Thank you very much, Stephanie.
Being Black myself, and not necessarily having been exposed to racism at first, I saw through her words what people think and never say aloud, but that's how they speak at home, that's how they speak with their best friends. It raised my awareness to such a point that I realized it's not that I’ve never been exposed to racism, I just had a filter. And now, seeing through the lens of this book, I see that it is everywhere, unfortunately.
Even in a society that tends to be more open and mixed, like here in Portugal, I never felt like I belonged. Somehow I feel like I disturb the people around me, because where I live right now, the people who clean, the people at the front door, the people who do maintenance, they look like me.
I would love to thank the author for bringing up this topic in such a natural way. In those first 100 pages, I felt like I was in the room where everything is happening. I could feel the hate, the stares... I could feel all the bad emotions.
This book is one of the most triggering books I’ve ever read, and I mean this in a good way, because I could feel the emotion, and maybe that was the author’s aim.
I’m very grateful to her for writing in a way that had that kind of influence on me. Thank you very much, Stephanie.
January 4, 2025
Gostei muito ! Uma história de amores falhados por força das circunstâncias e diferenças de sociedades que ainda hoje teimam estar presentes.
Eu mesma sou filha de uma “retornada” e tenho na família um casal de tios “multicultural” ela portuguesa ele angolano. Saiu de Angola casado com a minha tia, fugindo da guerra,ele, sem vontade de regressar dizendo que a Angola que conhecia morreu… Ele mesmo que,quando a filha molata, sendo portuguesa, vivendo em Portugal quis casar com um branco, não foi do seu agrado… Ainda que o tenha aceite, não havia outra solução… não foi uma relação fácil…
Criada eu na linha de Sintra, tenho vários amigo com este sentimento, não sou de lado nenhum… Chega a ser estranho ler um livro que se passou em outros tempos mas que ainda assim é consegue ser tão presente.
Lia facilmente outro livro da Stephanie ☺️
Eu mesma sou filha de uma “retornada” e tenho na família um casal de tios “multicultural” ela portuguesa ele angolano. Saiu de Angola casado com a minha tia, fugindo da guerra,ele, sem vontade de regressar dizendo que a Angola que conhecia morreu… Ele mesmo que,quando a filha molata, sendo portuguesa, vivendo em Portugal quis casar com um branco, não foi do seu agrado… Ainda que o tenha aceite, não havia outra solução… não foi uma relação fácil…
Criada eu na linha de Sintra, tenho vários amigo com este sentimento, não sou de lado nenhum… Chega a ser estranho ler um livro que se passou em outros tempos mas que ainda assim é consegue ser tão presente.
Lia facilmente outro livro da Stephanie ☺️
February 9, 2025
Beautifully and tenderly written.
A journey to an incredibly hurtful times stretched in the courage of these unexpected and unwanted couple that go through vile paths to uphold and shield their love from a world far behind their (naive) colourful minds.
What a precious debut from Stephanie Vasconcelos, undoubtedly deserving of accolades and set her on the radar of promising young writers.
Ooh, and the cover is SUPAAAA 🤎💛🤍
A journey to an incredibly hurtful times stretched in the courage of these unexpected and unwanted couple that go through vile paths to uphold and shield their love from a world far behind their (naive) colourful minds.
What a precious debut from Stephanie Vasconcelos, undoubtedly deserving of accolades and set her on the radar of promising young writers.
Ooh, and the cover is SUPAAAA 🤎💛🤍
November 13, 2024
📚 A Tua Melanina, uma saga familiar que combina elementos autobiográficos com ficção, é a porta de entrada para o mundo criado — e em parte vivido — por Stephanie Vasconcelos, uma jovem autora de talento cujo estilo se destaca por uma beleza profunda e comovente.
📚 Neste romance de estreia, Stephanie traça com mestria a história de uma família que carrega tanto o peso de um amor proibido como a herança do racismo, navegando habilmente entre momentos de leveza e paixão, e outros de melancolia e lirismo pungente. A autora domina a linguagem com uma sensibilidade única, tecendo metáforas subtis e imagens poéticas que vão além da superfície da narrativa. As suas descrições, com um ritmo natural, dão vida ao romance, transportando-nos para o Portugal do Estado Novo e oferecendo uma visão intimista e compassiva das personagens. Cada cena é uma pincelada emocional que nos aproxima, primeiro de Margarida e depois de Gabriel, levando-nos a sentir tanto a ternura como a dor de serem quem são.
📚 Há momentos em que a narrativa assume uma leveza quase musical, evocando a euforia dos primeiros amores; noutros, mergulha num lirismo melancólico, onde as palavras refletem o peso da discriminação e da luta identitária. Esta capacidade de transição fluida e emotiva torna a leitura envolvente e genuína, tocando o leitor em múltiplas dimensões.
💡Stephanie Vasconcelos revela-se, assim, uma voz promissora na literatura contemporânea, e espero ter o privilégio de ler muitas mais obras suas.
📚 Neste romance de estreia, Stephanie traça com mestria a história de uma família que carrega tanto o peso de um amor proibido como a herança do racismo, navegando habilmente entre momentos de leveza e paixão, e outros de melancolia e lirismo pungente. A autora domina a linguagem com uma sensibilidade única, tecendo metáforas subtis e imagens poéticas que vão além da superfície da narrativa. As suas descrições, com um ritmo natural, dão vida ao romance, transportando-nos para o Portugal do Estado Novo e oferecendo uma visão intimista e compassiva das personagens. Cada cena é uma pincelada emocional que nos aproxima, primeiro de Margarida e depois de Gabriel, levando-nos a sentir tanto a ternura como a dor de serem quem são.
📚 Há momentos em que a narrativa assume uma leveza quase musical, evocando a euforia dos primeiros amores; noutros, mergulha num lirismo melancólico, onde as palavras refletem o peso da discriminação e da luta identitária. Esta capacidade de transição fluida e emotiva torna a leitura envolvente e genuína, tocando o leitor em múltiplas dimensões.
💡Stephanie Vasconcelos revela-se, assim, uma voz promissora na literatura contemporânea, e espero ter o privilégio de ler muitas mais obras suas.
November 28, 2025
Uma voz autêntica e poderosa que transforma sentimentos complexos em algo muito acessível. Gostei imenso da fluidez do texto e da forma como cada palavra parece ter o peso certo. É uma obra que fica connosco muito depois da última página.
May 1, 2025
Beautifully written debut romance!
A tale of love and the many circumstances that can challenge it.
A tale of love and the many circumstances that can challenge it.
August 27, 2025
A minha opinião em vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=AkkhP...
A escrita da Stephanie surpreendeu-me muito: é cuidada, bonita e cheia de sensibilidade. Nota-se que ela não está a escrever “porque sim”, mas a partir de uma história que lhe é próxima, inspirada pela família.
Quanto ao livro, gostei bastante da forma como retrata as tensões raciais e sociais em Portugal e Angola, desde os tempos do Estado Novo até à vida adulta da personagem principal. Achei original a forma como o protagonista nunca se sente completamente integrado: demasiado escuro para ser visto como branco em Portugal, demasiado claro para se sentir em casa em Angola. Essa dualidade está muito bem explorada e torna a leitura envolvente.
Se há um “mas”, para mim foi o final, que senti um pouco apressado. Gostava que a relação do protagonista com o pai tivesse sido mais desenvolvida, e que certas etapas da vida adulta tivessem tido mais espaço. Ainda assim, não retira qualidade ao conjunto. É um livro forte, com uma voz própria e diferente do habitual no panorama português.
A escrita da Stephanie surpreendeu-me muito: é cuidada, bonita e cheia de sensibilidade. Nota-se que ela não está a escrever “porque sim”, mas a partir de uma história que lhe é próxima, inspirada pela família.
Quanto ao livro, gostei bastante da forma como retrata as tensões raciais e sociais em Portugal e Angola, desde os tempos do Estado Novo até à vida adulta da personagem principal. Achei original a forma como o protagonista nunca se sente completamente integrado: demasiado escuro para ser visto como branco em Portugal, demasiado claro para se sentir em casa em Angola. Essa dualidade está muito bem explorada e torna a leitura envolvente.
Se há um “mas”, para mim foi o final, que senti um pouco apressado. Gostava que a relação do protagonista com o pai tivesse sido mais desenvolvida, e que certas etapas da vida adulta tivessem tido mais espaço. Ainda assim, não retira qualidade ao conjunto. É um livro forte, com uma voz própria e diferente do habitual no panorama português.
Displaying 1 - 7 of 7 reviews