Pensadora da comida, Neide Rigo é uma cronista de mão cheia. Neste livro, ela conta sua relação generosa e simples com a comida e seus encontros com pessoas que trazem repertórios vegetais e culinários de diversas trajetórias culturais. Entusiasta das PANC (plantas alimentícias não convencionais), Neide busca mapear o que há de local a ser incorporado à mesa em cada cidade, em cada regiã uma fruta específica daqui ou dali, uma folhagem que parece mato, uma semente normalmente descartada, tudo isso pode ser aproveitado numa alimentação saudável se houver um olhar atento e disposição para a pesquisa. Neide é uma curiosa do que as pessoas em conversas e oficinas com moradores e merendeiras de várias cidades do Brasil, ela faz do seu dia a dia um fluxo de trocas e convívio pessoal. Aqui ela compartilha o que colheu nessas trocas, narra a experiência da horta pública que construiu com a vizinhança no seu bairro da Lapa em São Paulo, apresenta o conceito de PANC e como sensibilizar a todos para sua existência, dá dicas de receita fáceis e improvisadas com os alimentos disponíveis (inclusive aqueles que muitos nem saberiam reconhecer como alimentos), fala da importância da biodiversidade em contraposição à monocultura para o equilíbrio climático e social, ensina um modo de ser ético e cheio de fruição, rico e generoso com a vida simples. O livro é um convite para olhar ao redor, se conectar com a terra e o mundo vegetal e fazer da comida comum um modo de viver e pensar. Baseado em textos publicados em seu blog e na mídia impressa (revista Caras e caderno Paladar de O Estado de São Paulo) selecionados pela organizadora Bianca Barbosa Chizzolini, o material foi inteiramente reescrito e costurado por Neide para dar forma a este novo livro.
Neide Rigo nasceu e se criou na periferia da cidade de São Paulo. Formou-se em Nutrição pela USP e ainda está em formação, aprendendo na prática, nos livros, nos filmes e com as pessoas que encontra nos lugares por onde anda, sobre plantas e comidas. Casada, tem uma filha e um netinho, a quem dedica parte do tempo ensi- nando sobre como enxerga a vida.
Falei prum amigo que tinha terminado de ler e ele falou, "nossa, deve dar muita vontade de ter um sítio pra fazer uma roça, né?", sim! Mas esse livro não é sobre isso. É sobre entender que qualquer lugar pode ser roça, o que acontece é que nos afastamos tanto da relação com o alimento que parece que tem que ser láááá longe, num sítio por exemplo, e vai se amparando na real dificuldade dessa ideia e não toma a mínima vergonha na cara pra ter pelo menos um vazinho de cheiro verde em casa. Leitura urgente!!!
Ai que vontade de fazer uma horta comunitária, um forno solar, aprender todos os matos da rua que dá para comer, conhecer todos os produtores locais, comer tucumã na Amazônia m. Delícia de livro.
Lido em 5 dias. Um livro belíssimo com um pouco do precioso conhecimento da Neide e sua visão sobre a comida e o mundo. Vontade de ler mais livros dela. E agora o sonho conhecê-la pessoalmente em um curso presencial ficou mais forte. Pra quem gosta de pensar o comer, a relação com a natureza e a cidade, é uma ótima pedida.
Fantástico. A maneira como a Neide enxerga o ato de comer trazendo sua visão social, política e curiosa à mesa é uma coisa linda. Parece que estamos tomando um cafezinho na casa dela enquanto ela prepara um bolo. Desenrolar crítico nota 10.