Numa época em que famosos se convertem e velhos ateus se afirmam cristãos culturais, há uma pressão para os evangélicos estarem à altura de uma fé mais sofisticada, veneranda e respeitável. Busca-se estar no lado certo da luta pela salvação da civilização ocidental, e os olhos se encantam com figuras que defendam o cristianismo com poder. Parece ter expirado o prazo de validade da suficiência da Palavra de Deus, e é hora de dar lugar aos novos "superapóstolos".
Conforme nos lembra Tiago Cavaco, nada disso é realmente o apóstolo Paulo na segunda carta que escreveu aos coríntios já mostrava que o caminho não se faz de aparências, por muito eficazes que pareçam. A um mundo ansioso por ver vitórias culturais, Deus pode responder não respondendo. São preferíveis três nãos de Deus quando neles a graça de Jesus se torna o que basta para nós.
Gosto do diagóstico feito ao mundo, mas o que é feito ao evangelicalismo parece-me mais uma identificação de sintomas, não a descoberta da doença.
É sempre bom ler ideias que nos são queridas. Melhor é ler aquelas que estão próximas o suficiente do que nos é precioso para as rejeitarmos com a maior das intensidades. Consegui ter os dois sentimentos neste livro.
Muito bom! O capítulo 2, por exemplo, onde o autor discute a primazia da palavra sobre as imagens, é excelente. Dei 4 estrelas apenas por uma escorregada ao final, no ABC do Ners.
Baita livro, poderia facilmente dar nota maior, porém muitas vezes vi o autor derrapando nos próprios excessos. Estou ciente de não se tratar de nenhum manuscrito profundo ou exposição de argumentos teológicos, é evidente não estarmos diante de grandes pretensões (ainda assim nobres), falo de caprichos pessoais meus, que mesmo na posição de alguém dividindo convergências, ainda sentiu-se incomodado.