Atzavara es un pueblecito de montaña cerca de la costa de Tarragona. Paulatinamente abandonado por sus habitantes originales, ha sido tomando por gentes de la ciudad que, transformando las casas semiderruidas en mansiones espléndidas, pretenden convertirlo en su paraíso estival. En el verano de 1974 se reúne allí un grupo h eterogéneo. Son profesionales con una posición consolidada, entre los que no faltan los matrimonios liberados y los homosexuales. Procedente de otro ámbito social, se les suma un joven que pretende servirse de ellos para mejorar su posición. Cuatro narradores, desde cuatro perspectivas distintas, rememoran tiempo después ese encuentro, que el talento de Manuel Vázquez Montalbán convierte en una acedada reflexión sobre las características y las limitaciones de un determinado grupo social, el de una burguesía acomodada y moderna que se resiste a olvidar sus sueños de juventud.Colección Biblioteca Breve
Manuel Vázquez Montalbán was a prolific Spanish writer: journalist, novelist, poet, essayist, anthologue, prologist, humourist, critic, as well as a gastronome and a FC Barcelona supporter.
He studied Philosophy at Universidad Autònoma de Barcelona and was also a member of the Unified Socialist Party of Catalonia. For many years, he contributed columns and articles to the Madrid-based daily newspaper El País.
He died in Bangkok, Thailand, while returning to his home country from a speaking tour of Australia. His last book, La aznaridad, was published posthumously.
Duas décadas medeiam as minhas duas leituras deste livro. Da primeira não guardei praticamente nada na memória; apenas que a escrita de Montalbán me agradava bastante, tanto que depois deste livro li mais duas das suas obras. Da segunda, felizmente desfrutei mais e estou certo de que vai perdurar na minha memória com maior detalhe. Neste livro, Montalbán permite-nos descobrir através do olhar de 4 personagens diferentes uma parte da sociedade barcelonesa dos anos do fim da ditadura e dos primeiros anos da transição, com particular incidência no período do verão de 1974 passado por um grupo de pessoas na aldeia de Atzavara. O autor concretiza a sua opção narrativa na perfeição. Deleitei-me com a leitura de cada parte em que, para além de desvelar as facetas dessa sociedade, revela a maneira de ver essa sociedade própria de cada narrador. Assim, é um retrato tridimensional o que se vai construindo com peças provenientes de personalidades distintas. Ademais, a profundidade a que leva a exploração dessas personalidades e seus respetivos mundos, porque não partilham todos efetivamente do mesmo background, é outra das dimensões que revela a mestria do autor. Que algumas dessas 4 partes resultem mais cativantes do que outras, contudo, é inevitável. E não tanto pela capacidade do autor, mas pelas personalidades em si. O ponto alto encontrei-o na terceira parte, narrada por um escritor, parte de um dos casais heterossexuais que compunham, com a panóplia de homossexuais não assumidos e mulheres divorciadas, solteiras e mal-casadas, a fauna que se reunia em Atzavara naquele verão.
Como apontamento apenas - e que não tem a ver com o trabalho do autor -, não posso deixar de destacar pela negativa o trabalho de tradução e revisão. Nota-se em excesso a presença do espanhol original na tradução portuguesa, não só na tradução dos falsos amigos que apanharam desprevenidos os dois tradutores mais vezes do que seria desejável (e que a revisora não detetou), como na própria sintaxe das frases. É certo que traduzir do espanhol, pela sua proximidade, é uma operação delicada, mas não justifica estas falhas, que são transversais ao longo do livro.
por fin lo he acabado! lo empecé con muchas ganas y por x o por y he ido dejándolo. pues la verdad me ha gustado mucho, es exactamente lo que iba buscando, recrear el contexto social pre-transición de lo que mi amigo Alberto disfruta mucho llamando "izquierda caviar". antifranquistas pero tampoco que se note mucho. algunos capítulos sí que es cierto que se hacían un poco más aburridillos, pero otros sin embargo me los he fumado rápidamente. es mi primer libro de Vázquez Montalbán pero me ha dejado con ganas de más. crea ambientes: me imaginaba las estancias, los paisajes, los personajes, hasta los olores... y la verdad estoy contenta porque cada vez estoy perdiendo más esta capacidad de visualizar lo que lees en tu cabeza. diferentes monólogos interiores sobre un mismo momento temporal pero diferente momento vital para cada personaje. de verdad muy chulo, qué ganas de dejárselo a mi abuela y que me cuente qué piensa!!
pd: sigo en búsqueda de un libro que me ponga en situación de la vida social/cultural más liberal durante los años 60-70... necesito cosas sobre la gauche divine
É o segundo livro de Manuel Vázquez Montalbán que leio em pouco tempo, embora este, Os Alegres Rapazes de Atzavara, tenha pouco em comum com o anterior, que era mais uma aventura de Pepe Carvalho. Quer dizer, tem pouco em comum apenas nesse aspecto, do tema, mas mesmo aí há fortes pontos de ligação, como seja o carácter sempre muito social e político da escrita de MVM. Se em O Prémio a análise do autor se focalizava sobretudo nas questões ligadas ao tráfico de influências num período de transição política (da governação PSOE de González para o PP de Aznar), Os Alegres Rapazes de Atzavara tem um foco sobretudo sociológico, embora dirigido para outro momento de mudança.
No Verão de 1974, enquanto Franco inicia a longa agonia que o levaria, mais de um ano depois, à morte, um grupo de gente bem da sociedade de Barcelona, professores, arquitectos, gente dos negócios, escritores, reune-se como habitualmente numa estância balnear catalã (o modelo será Sitges). O clima de abertura democrática que a doença de Franco promete agita os ânimos e baralha os dados, e a descoberta da revolução sexual, em todos os seus matizes, acrescenta tempêro. O livro é composto por quatro partes, cada qual com o seu narrador, sempre um dos intervenientes na acção. Os pontos de vista são muito diferentes, e vão desde o outsider do grupo, aos seus membros mais ortodoxos. Esta diversidade de vozes traz não apenas diferentes pontos de vista em relação aos mesmos acontecimentos, mas vai tecendo as diversas linhas narrativas que vão compondo, digamos assim, o universo ficcional do livro.
Montalbán desenvolve este verdadeiro puzzle com um domínio absoluto, como já acontecia em O Prémio, que era, igualmente, uma narrativa feita de fragmentos, e que se vão encaixando com perfeição uns nos outros e à medida que o livro avança. O único defeito que, na minha opinião, o livro tem, é que as personagens são muito tratadas quase como borboletas numa exposição, falta-lhes alguma densidade dramática que nos faça verdadeiramente envolver no seu mundo. Isto acontece mais com uns narradores do que com outros, é claro, mas no geral é claro que o que interessa ao autor, mais do que o seu destino de personagens de ficção, é o modo como se comportam em condições quase de um laboratório sociológico.
Ando numa fase de conhecer, pela leitura, novos autores e chegou agora a vez de Manuel Vázquez Montalbán. A obra escolhida foi a ideal, pois o livro agradou-me muito. Estamos a falar das reuniões de Verão, numa aldeia perto de Barcelona, e com casas recuperadas por gente de classe média alta, que ali se junta, numa altura de transição na vida política e social catalã, pois é de gente da Catalunha que se fala neste livro, numa iminente morte de Franco, nomeadamente no Verão de 1974. Esse grupo de pessoas estão essencialmente distribuídas em três grupos - os homossexuais masculinos, as quarentonas em crise matrimonial e dois ou três casais heterossexuais, mas muito "open mind". Cada Verão aparecem personagens adicionais que "enriquecem" o quotidiano daquela gente. O autor escolhe quatro desses personagens para nos dar uma visão multifacetada daqueles períodos e daquelas vivências. Talvez o primeiro capítulo, ligado a um dos "outsiders", Vicente, e ainda mais a um inesperado aparecimento de uma personagem ainda mais fora de toda aquela envolvência, um amigo desse Vicente, fosse o que mais me agradou, pois aí é feita a apresentação de toda a fauna ali reunida, vista um pouco "por fora"... Mas os restantes capítulos, cada um baseado na vida mais detalhada de algum dos veraneantes são muito importantes pois vão preenchendo lacunas, naturalmente existentes nesse primeiro capítulo. E até o último dos capítulos tem algo de inesperado, com um reencontro particularmente curioso. Verdadeiramente curioso é todo o livro, com uma visão de uma sociedade muito particular e num contexto local e temporal deveras especial. Claro que fico com vontade de ler mais livros de RVM.
Manuel Vázquez Montalbán, en su obra, despliega un retrato vívido y conmovedor de la sociedad catalana de los años 70, marcada por las sombras del franquismo y el aliento de un cambio inminente. La narrativa se teje con una aguda ironía que revela las contradicciones de una generación que se encuentra atrapada entre la represión y las ansias de liberación. Montalbán, mediante una prosa incisiva, disecciona no solo el contexto político, sino también las costumbres y el modo de vida de un sector social dispuesto a cuestionar lo establecido.
Con un enfoque casi sociológico y psicológico, el autor transforma el relato en una parábola implacable, donde cada personaje se convierte en símbolo de la lucha interna entre el conformismo y la rebelión. A través de su mirada desencantada, pero tierna, Montalbán exige cuentas a su propia generación, planteando interrogantes sobre la identidad y la moral en tiempos de cambio. La obra se erige como un espejo que refleja las esperanzas y frustraciones de los españoles en busca de su esencia, convirtiéndose así en un estudio profundo y necesario de las dinámicas sociales de una época vibrante y turbulenta.
Ενδιαφέρουσα εξέλιξη, πολύ όμορφες εικόνες και περιγραφή της συγκεκριμένης εποχής και του σκεπτικού των ηρώων, εξαιρετικά καλογραμμένο. Ένα ευχάριστο ανάγνωσμα με τον συγγραφέα να σε εκπλήσσει σε κάθε κεφάλαιο.
Casi todo monólogo alternando las voces de los protagonistas y reproduciendo de modo fiel su manera de sentir las experiencias vividas y los acontecimientos históricos del momento. La narrativa es tan visual que te traslada a un tiempo y a un lugar pero aunque hay capítulos muy buenos, hay otros tan sosos y densos que me han aburrido bastante.
Es un libro que se devora. Es maravilloso ver las cuatro narraciones simultáneas, sin apenas solapamientos. Te hace pensar, mucho, sobre la sociedad de la época y la consideración de ciertos grupos sociales que ahora pasamos por alto.
Recomiendo su lectura encarecidamente, me ha encantado. Deja una sensación de rabia y de injusticia, comprensible por la época.
Este libro es una joya oculta y muy poco conocida, al menos para mí. Lo encontré casi por casualidad y lo he devorado. Me ha dado una perspectiva nueva sobre la transición de una manera amable a la vez que cruel