Jump to ratings and reviews
Rate this book

La couleur sous la peau

Rate this book
Os irmãos Federico e Lourenço são muito diferentes. Federico, um ano mais velho, é grande, calado e carrega uma raiva latente. Lourenço é bonito, joga basquete e é “muito gente boa”. Federico é claro, “de cabelo lambido”. Lourenço é preto. Filhos de pai preto, célebre diretor-geral do instituto de perícia do Rio Grande do Sul, eles crescem sob a pressão da discriminação racial. Lourenço tenta enfrentá-la com naturalidade, e Federico se torna um incansável ativista das questões raciais.
Federico, o narrador desta história, foi moldado na violência dos subúrbios de Porto Alegre. Carrega uma dor que vem da incompletude nas relações amorosas e, sobretudo, dos enfrentamentos raciais em que não conseguiu se posicionar como achava que deveria.
Agora, com 49 anos, é chamado para uma comissão em Brasília, instituída pelo novo governo, para discutir o preenchimento das cotas raciais nas universidades. Em meio a debates tensos e burocracias absurdas, ele se recorda de eventos traumáticos da infância e da juventude. E as lembranças, agora, voltam para acossá-lo.
Marrom e amarelo é um livro que retrata diferentes aspectos de um Brasil distópico, conflagrado, da inércia do comando político à crônica tensão racial de toda a sociedade. É um romance preciso, que nos faz mergulhar nos abismos expostos do país.

240 pages, Paperback

First published August 12, 2019

71 people are currently reading
2564 people want to read

About the author

Paulo Scott

23 books65 followers
Nasceu em Porto Alegre, em 1966, e mora no Rio de Janeiro desde 2008. É autor dos romances Voláteis (Objetiva) e Habitante irreal (Alfaguara), livro ganhador do Prêmio Fundação Biblioteca Nacional 2012, concluído com o apoio da Bolsa Petrobras de Criação Literária 2010; do volume de contos Ainda orangotangos (Bertrand Brasil), adaptado para o cinema por Gustavo Spolidoro no longa-metragem de mesmo título que venceu o 13o Festival de Cinema de Milão, e do livro de poemas A timidez do monstro (Objetiva).

Ratings & Reviews

What do you think?
Rate this book

Friends & Following

Create a free account to discover what your friends think of this book!

Community Reviews

5 stars
251 (21%)
4 stars
507 (43%)
3 stars
333 (28%)
2 stars
79 (6%)
1 star
9 (<1%)
Displaying 1 - 30 of 165 reviews
Profile Image for David.
301 reviews1,437 followers
November 4, 2022
Phenotypes is Daniel Hahn's translation of Paulo Scott's Marrom e Amarelo. This book could not be more timely - an examination of Brazil's efforts to reckon with its racist past (and present) in ways that are both familiar and somewhat alien to a North Atlantic readership. One of the most interesting aspects of this issue is how Brazilians themselves conceptualize race in a way that is tied more to surface characteristics - phenotypes - than a North American understanding. Unfortunately, as fascinating as this topic may be, the narrative left a lot to be desired. The main character, a boorish cis man who functions as a surrogate for the reader, was an unlikeable louche. And the thinly sketched female characters, who were first introduced in a professional setting, were reduced to roles as the narrator's romantic interests. It’s unfortunate because there are important conversations about racial justice and colorism woven into the narrative. I just have little tolerance for this kind of story.
Profile Image for Meike.
Author 1 book4,962 followers
June 1, 2022
Nominated for the International Booker Prize 2022
Since I spent some time in São Paulo, I'm fascinated by Brazil, its history and diverse population (check out Brazil: A Biography if you want to learn more about the country) - and the people I met also told me quite a bit about racial inequality in their country, which of course takes very specific forms. Paulo Scott now tackles this topic by telling the story of two mixed-race brothers from his own home town of Porte Alegre. Federico, our narrator, is a lot lighter-skinned and a prominent advocate for racial justice in the capitol Brasilia. When he is appointed to a government commission designed to create standards for the determination of racial belonging in the context of affirmative action, his past catches up with him: His niece is arrested while carrying a weapon he and his brother Lourenço once hid in the aftermath of a deadly crime...

Two storylines play out here: On the one hand, we have a family directly confronted with the reverberations of colorism and racism. The Black father was a police men, and now his sons - who often have very different attitudes due to their different experiences in the "pigmentocracy" - and his granddaughter are longing for justice in an unjust society (where Federico is also not purely a hero, as he himself knows). In flashbacks, we learn about Federico's and Lourenço's youth, their life of poverty and inequality in the 1970's, only to jump back to the narrated time, 2016, the height of the quota discussion in which the niece participated by joining student protests (Scott has been brought up working class in Porto Alegre and was involved in student politics himself).

Then, we have the discussions in the commission aiming to categorize humans according to their skin color in the name of affoirmative action, which is, as Federico points out, an impossible task: If you deprive people of the right of self-declaration, you ascribe an identity to them according to their pigmentation, not their socilization and other intersectional factors; if you only count on self-declaration, white people might claim the tools that were designed to lift up non-white people. Who counts as Black, Brown, Indigenous, and to what degree? Can the factor of subjectivity be erased by using artificial intelligence, which is, by definition, non-human/inhumane?

Scott challenges his readers with very long sentences that are frequently stream-of-consciousness, but often also cinematic descriptions and the reflection of discussions in an intricate stylized way. This is ambitious and takes rather long to process, but the novel is worth the effort: This is the kind of book for which I love the International Booker, a hidden gem I wouldn't have known about let alone picked up if it wasn't for the Prize. But I didn't expect anything less from a judging panel around Frank Wynne: This is great stuff.

You can listen to my interview with Frank Wynne, jury president of the International Booker 2022, here.
Profile Image for Hugh.
1,293 reviews49 followers
March 20, 2022
Longlisted for the International Booker Prize 2022

I have read very little Brazilian literature, which is surprising given its size and population, so it was good to see this Brazilian book on the International Booker longlist. It is not the easiest of reads, as it is written in long sentences and paragraphs, and much of the subject matter focuses on the nuances of racial identity politics in Brazil. As the translator Daniel Hahn explains in his afterword the politics of language made this rather a difficult task to translate, which in my opinion he handled pretty well, though the English title is has a much more intimidating air of academica than the Portuguese original Marrom e Amarelo.

The narrator, like the writer, comes from the Southern city of Porto Alegre, and has been working in Brasilia on a government panel reviewing the implementation of racial quota laws for students. He is called back to his home city by a family crisis involving his darker skinned brother, whose teenage daughter is in prison having taken a gun, which the two brothers helped to hide for a friend many years earlier, to a demonstration.

An interesting read, but probably not a book I could recommend wholeheartedly.
Profile Image for Paula Mota.
1,667 reviews567 followers
March 29, 2022
“Phenotypes” – Longlisted for the International Booker Prize 2022

“Marrom e Amarelo” transmitiu-me a energia, a raiva e a tensão que esperava de “O Avesso da Pele”. Mais, deu-me aquilo que espero num livro que denuncie injustiças e preconceitos: que o faça através de uma história credível com personagens que pareçam pessoas e não representantes de causas. Não é só de racismo e dos problemas sociais daí advindos que esta obra fala; aborda também a interessante questão do colorismo, num país que é muito mais do que verde e amarelo.
O livro abre com o protagonista, Federico, a chegar à primeira reunião de uma comissão onde se discute a introdução de um software capaz de decidir quem tem realmente direito a ingressar na universidade através do sistema de cotas dedicado às minorias, visto que, ao que parece, não basta que uma pessoa se identifique como negro ou indígena, é necessário haver critérios mais objectivos, que afaste todas as dúvidas e polémicas.

Aqueles oito faziam parte de uma comissão idealizada pelo novo governo pra achar uma solução adequada, candidata a ser uma das tantas soluções adequadas equivocadas do novo governo, pro caos que, de súbito, tinha se tornado a aplicação da política de cotas raciais pra estudantes no Brasil, país sonâmbulo, gigante ex-colônia da coroa portuguesa na América do Sul, rotulado mundo afora como o lugar da harmonia étnica, da miscigenação que tinha dado certo, lugar onde a prática de homens brancos estuprando mulheres negras e mulheres indígenas tinha corrido solta por séculos e, como em quase todas as terras baptizadas de O Novo Mundo, tinha sido assimilada, atenuada, esquecida.

Federico chefia uma ONG, é um activista e um estudioso do colorismo no Brasil, mas antes de mais, e talvez por esse motivo, é o irmão mais velho de Lourenço que, por ser mais escuro do que ele, cresceu a ser discriminado e ofendido, o que sempre feriu mais o seu orgulho de irmão protector do que o próprio Lourenço, mais descontraído e aparentemente em paz com a sua cor.

Mas se tu não tivesse tido um filho escuro e um filho desbotado e, no lugar, tivesse dois filhos desbotados ou dois filhos escuros, tu nunca ia ficar batendo nessa tecla de que a gente é uma família negra, provoco. Pode ser mais explícito, mocinho, ela diz. É esse negócio de ser negro, mãe, É que, às vezes as pessoas estranham isso d’eu me afirmar como negro, isso d’eu demarcar que sou negro, explico. Mas tu é negro, um negro pardo, ela observa, Qual é o drama, pergunta.

Instalado em Brasília, Federico tem de regressar a Porto Alegre, ao bairro do Partenon, onde cresceu, devido a um problema de família, a detenção da sobrinha numa manifestação.

Pois é, O bairro, Cara, Me conta, Que trabalho tu fez pra gurizada preta aqui do Partenon nos últimos 10 anos, nos últimos 15 anos, perguntou, Cara, tu não fez nada pelo teu bairro, acusou, Eu saí da merda porque me deram uma chance e me grudei nela, falou. Que bom, devolvi. E ter saído da merda é o que me autoriza a dizer pra otário-arigó, quando eu encontro um, que ele acha que tá abafando, mas não tá, ele disse. Agradeço a dia, eu disse. Tu é metidão, Federico, sempre foi, Olha tua cor, olha o teu cabelo, o jeito que tu usa esse teu cabelo lambido, Tu tem essa tua casca de branco, essa pele passe-livre do caralho, Tu nunca vai entender o que é ser preto, ser um fodido perseguido 24 horas na rua rua, no teu bairro, na tua cidade.

As palavras de Paulo Scott parecem projectadas de rajada no papel, sem pausas, sem espaços em branco, sem distinção entre narração e diálogos, mas paradoxalmente proporcionam uma leitura rápida, e a abundância de calão nunca foi um entrave, facilmente subentendido ou compreendido com uma pesquisa rápida na Internet.
Profile Image for Cláudia Azevedo.
395 reviews218 followers
May 9, 2022
Federico é o amarelo, Lourenço é o marrom. Os dois são irmãos do Rio Grande do Sul, têm a mesma ascendência, mas fenótipos diferentes.
A questão dos fenótipos, da identidade e da identificação racial é, de resto, central. Aos 49 anos, Federico é presidente de uma ONG e integra uma comissão, em Brasília, que discute a criação de um software para evitar fraudes na reivindicação das quotas no ensino.
"Eram pardos de araque, como vinham sendo tachados pelos alunos pretos e pardos escuros que se organizaram em núcleos de militância negra e passaram a circular em patrulhas de averiguação fenotípica pelos campi de várias universidades, pardos claros sem qualquer traço fenotípico que pudesse ligá-los ao grupo étnico dos negros, pardos que não tinham, segundo os integrantes das patrulhas, a dimensão do que é viver mergulhado até o último fio de cabelo na geografia inóspita da hierarquia racial no Brasil, pardos afroconvenientes."
De repente o tom do livro muda radicalmente e parece um policial. A sobrinha de Federico é presa por razões que envolvem um segredo do passado. Um segredo que alguém quer revelar.
O ritmo da leitura é frenético, não deixa tempo para respirar, dá vontade de ler até ao fim de um só trago. Mas nem tudo é bom. Senti que algumas personagens nada acrescentavam e que os temas ficavam suspensos para não mais serem retomados. Com muita pena minha. Este livro podia ter sido dois!
Depois, vem aquele fim. Fui só eu que fiquei frustrada com aquele fim? Não pode.
Profile Image for Paul Fulcher.
Author 2 books1,959 followers
December 3, 2022
Longlisted for the 2022 International Booker Prize

Phenotypes from indy press And Other Stories is Daniel Hahn's translation of Philip Scott's 2019 novel Marrom e Amarelo.

It opens, including a wonderful second sentence, in Brasilia in the mid-2010s:

The official came up, opened the door without pausing to ask permission, stepped inside and gestured for me to join him. I stood in front of eight unfamiliar people waiting for me, those eight who made up the commission devised by the new government to find an adequate solution, just the latest in the new government’s long list of mistaken adequate solutions, to the chaos that had resulted, suddenly, from implementing a policy of racial quotas for students in Brazil, that sleepwalking country, the giant ex- colony of the Portuguese crown in South America, branded across the world as a place of ethnic harmony, of oh so very successful miscegenation, a place where the practice of white men raping black and indigenous women had been allowed to run wild for centuries, and, as in almost all those lands christened the New World, had been assimilated, mitigated, forgotten, a place where, in the twentieth century, nobody ever dared, let alone seriously, to propose a law forbidding a black from getting together with a white, white with indigenous, indigenous with black, a country that’s number one in the rankings of the planet’s so- called racial democracies, an emblem of a kind of friendliness that is unique, indecipherable, and which people who don’t know any better tend to generalise as being a sign of the unrivalled warmth of Brazil.

Our narrator is Federico, a 49 year-old, introduced to the rest of the commission by the official: He reported that I had been one of the founders of the Global Social Forum in Porto Alegre, that I was an important researcher into the so- called hierarchy of skin colours, on pigmentocracy and its logic in Brazil, on the perversity of colourism, on compensatory policies and their lack of understanding among the Brazilian élites.

The commission has been established to determine an objective solution to how to judge who qualifies as black under the quota systems introduced in universities, and other places, particularly in a society that claims to be color-blind and where skin colour is measured on a spectrum rather than in discrete categories. This article in Foreign Policy explains the issues that arose with the policy in practice:

For Brazil’s black activists, however, the breach of the country’s unofficial color-blindness has also been accompanied by suspicion over race fraud: people taking advantage of affirmative action policies never meant for them in the first place.

“These spots are for people who are phenotypically black,” Mailson Santiago, a history major at the Federal University of Pelotas and a member of the student activist group Setorial Negro, told me. “It’s not for people with black grandmothers.”

But in a country as uniquely diverse as Brazil — where 43 percent of citizens identify as mixed-race, and 30 percent of those who think of themselves as white have black ancestors — it’s not immediately clear where the line between races should be drawn, nor who should get to draw it, and using what criteria. These questions have now engulfed college campuses, the public sector, and the courts.
.

and how this led to a situation where "affirmative-action race tribunals are measuring skull shape and nose width to determine who counts as disadvantaged."

Federico himself (as the author) is from a family where he is notably lighter skinned that his brother, so that, phenotypically, they may be seen as white and black respectively, and their own life experiences are also different in terms of the prejudice encountered. Indeed this difference became apparent to Federico and his brother Lourenço when the former was 7 and the latter 6, and Lourenço started to be treated with disdain by their schoolfriends.

yes we were, we were real brothers, never mind that by the standards of those who were asking, by the standards of Porto Alegre, by the standards of that Brazil of that year nineteen seventy- three, I, with my very fair skin and straight brown hair verging on the blond, was considered white, and he, my brother, with dark skin, dark brown curly hair verging on the black, albeit with the same hooked nose, kind of wide, as mine and the same mouth with a thinner upper lip and thicker lower lip like mine, was considered black, insisting on asking my mother what race we really were, ignoring her responses about how colours and races didn’t matter, that deep in our bones we were all the same, paying no mind to her assurances or to the fact that on the birth certificates drawn up at the Zone 2 Notary Office of the Porto Alegre Civil Registry of Births, Marriages and Deaths, according to the notary criteria implemented in the decade of the nineteen- sixties in the far south of Brazil, both he and I were registered as being mixed, while for her part, my mother, who knows, perhaps she was acknowledging all the while to herself that this business of one son being subjected to a kind of violence that the other son would never experience was a real piece of bad luck, just a seriously shitty quirk of fate, but of course speaking aloud the same words that would be repeated many times not only in the year seventy- three, but throughout my childhood, that we were all black, that she with her light skin and straight brown hair and my father with his dark if less dark than my brother’s skin and really curly black hair, and then my brother and I as well, that our family was a black family, even at my eighth birthday, when my aunt, my mother’s sister, showed up with her two kids, both considered white by the standards of nineteen seventy- four, not to mention the decades that followed, and with a cousin of theirs too, a proper little menace, oh so proud of his whiteness at that party of dark people, a kid my age, who, at a certain noisy interval in the process of children bonding at a birthday party, selected me as his adversary and started going on about how, in spite of my having hair that could be plastered down and lightened by the sun, my father’s hair was still all fuzzy, all frizzy, and it was only good for cleaning the mud off the sole of his own father’s shoe, his father who was white and had proper straight blond hair,

The novel's blurb concludes "exploratory rather than didactic, a story of crime, street-life and regret as much as a satirical novel of ideas, Phenotypes is a seething masterpiece of rage and reconciliation", and I think my relative disappointment was based on it not being the book I hoped. The opening pages had led me to expect a Kafkesque satire of bureaucracy as the commission came up with ever more contorted ways to draw a racial line, and a novel of ideas exploring the very real issues of what defines disadvantage (social conditions, family history or skin colour and other phenotypes).

But the commission's work rather fades into the background quite quickly, with it mainly serving to give Federico a love interest as part of his mid-life crisis, with him soon ending up in bed with another commission member (the prose in this quote rather a contrast to the erudite opening):

At the third dinner, the one the following night, at the Arab Emporium in 215- South, no sooner had we settled at the table than she notified me that she’d changed her mind, that she no longer wanted to know why a handsome, healthy guy like me was in such a strange mood, that what she could do was respect me and continue to be available to meet me at night for us to do fun things, without fucking, like two friends who are attracted to each other can always do. Two new friends who have managed to find the secret code to making Brasília less dull than it was before, I said. And she agreed. We went out five more times, twice to the movies, three times for dinner. At one of them we ended up at the hotel where she was staying, and we fucked, and it was good.

The novel alternates between the present day and an incident in August 1984 (during the summer olympics and just after Joachim Cruz had won gold in the men's 800m, and when Federico would be 18), in the brother's home town of Porto Alegre, one which has follow-on implications over 30 years later for Lourenço's daughter, a student activist in the same city, and the novel's action soons moves back to Porto Alegre. There Federico tries to hook-up again with his girlfriend from 1984, who also helps him understand the actions taken by Lourenço's daughter, and also starts to doubt whether his years of social activism have really achived anything worthwhile:

I said it was quite possible Brasília was no longer doing me much good, that I was feeling weird there anyway, that coming to Porto Alegre to face this whole situation had helped me understand how out of place I was in so- called real life, I admitted how brutal I was finding it looking back and seeing how little difference everything I’d done had made, that, overall, after my nearly fifty years, I was starting to resent the sturdiness of my mediocrity, my inability, despite years of activism, to have created a single enlightened, salvational idea, a single idea that was truly transformational,

I think had I approached this with the correct expectations I would have appreciated it more, but for me there was too much coming-of-age-finally-at-49 and not enough on phenotypes (perhaps even the different English-language title was unhelpful in creating expectations), and the novel's language at its best is, in Hahn's translation, a highlight, but I have to say a disappointment for me. 2.5 stars rounded down to 2 as this was initially so promising.
Profile Image for Fátima Linhares.
934 reviews339 followers
September 22, 2022
No início da leitura confesso que não estava a perceber grande coisa, culpa da minha pouca disponibilidade mental e também um bocadinho da forma como o autor narra a história, que, até me habituar, parecia um pouco confusa. A alternância entre dois espaços temporais - 1984 e 2016 - também não me foi logo percetível, mas depois de me ambientar a coisa fluiu muito bem.

Se me perguntarem sobre o que era o livro não sei bem como responder, mas vou tentar. Fala de racismo, de relações familiares e de questões sociais. Isto na realidade brasileira, que é um grande panelão de culturas e de cores, tão grande que nem eles conseguem encaixar em nenhuma divisão. E também não seria preciso, pois somos todos pessoas. Gostei da história e de ver que o nosso narrador, o Federico, não é visto sob o mesmo prisma por todos, algo de que se calhar nem ele se apercebe. Tinha-se como uma espécie de anjo protetor do irmão mais novo, Lourenço, mas não se apercebia de certas nuances que eram importantes. Era um conhecido defensor das minorias, mas era visto por alguns como um racista, branco e privilegiado, apesar de ser de uma família de negros.

Foi a primeira leitura terminada para o #emsetembrolemosbrasil e gostei bastante.
Profile Image for Tiago Germano.
Author 21 books124 followers
October 27, 2020
O habitante real

"Nenhuma boa história é leve (...), nenhuma boa história deixa de fora o que é denso, o que é pesado", diz a mãe de Federico no mais recente romance de Paulo Scott, "Marrom e Amarelo". Se, em 2011, o autor abria a década com um livro que veio a se tornar um dos mais relevantes da ficção brasileira contemporânea ("O Habitante Irreal"), Scott fecha esta mesma década com outra pedra de igual quilate: uma obra-prima, leve em sua aparência, mas pesada, densa como um pequeno diamante.

Isso não é pouco para um escritor que, nos últimos anos, intercalou um trabalho poético coeso com dois breves acidentes de percurso narrativos: os romances "Íthaca Road" e "O Ano em que Vivi de Literatura". Com uma boa dose do experimentalismo deste, e a concisão exercitada naquele, "Marrom e Amarelo" marca a volta do escritor a um tema atávico não somente em sua literatura, mas em sua biografia e na de um país permeado por conflitos étnicos, sob o véu da cordialidade e da democracia racial.

Federico, protagonista da história, é um ativista escalado para uma comissão responsável pelo desenvolvimento de um software que pretende otimizar o processo de seleção de candidatos às políticas de cotas das universidades brasileiras. Há uma forma simples de explicar a ideia da comissão, exposta no título de um documento tão longo quanto o início deste parágrafo. É pela controvérsia dessa simplicidade que Federico se vê empurrado na espiral atordoante de seu passado: o software pretende submeter os candidatos às cotas a uma "régua de cor", avaliando se cada um é "preto o suficiente" para merecer a reparação histórica pressuposta pelas vagas.

O próprio Federico, nesta paleta fenotípica que um membro da comissão compara à cartela de cores do site de uma marca de tintas, é um "imenso não lugar" difícil de ser "gerenciado": filho de uma família negra, ele é apenas um pardo de "cabelo lambido" se comparado ao seu irmão mais novo Lourenço - um talento no basquete, uma pequena celebridade do bairro pobre do Partenon, em Porto Alegre. O entrelugar de Federico não está apenas na sua pele: ele também é filho de um perito criminal, num bairro da metrópole onde o filho de um "polícia", para o bem ou para o mal, é sempre um alvo.

Capítulos no passado (narrando o presente) e no presente (narrando o passado) são intercalados numa estrutura cheia destes sutis artifícios. Roberta, filha de Lourenço e sobrinha de Federico, é quase uma projeção em antípoda do tio: e é uma episódio desencadeado por ele com implicações no futuro da jovem que coloca Lourenço em face da raiva, uma característica de sua personalidade proveniente da soma de todas as ambiguidades de sua vida (a contundência do racismo e sua suposta condescendência, não sendo ele o "preto ideal" que talvez seja o seu irmão).

Em que pese o final abrupto, o romance tem uma técnica impecável, com seus diálogos labirínticos, entremeados na narração, que dão alta voltagem às cenas de tensão e de clímax. Há uma completa isomorfia entre o texto e o seu personagem: como Federico, o livro todo parece sempre prestes a explodir em nossas mãos, mesmo nos momentos de calmaria e nos hiatos proporcionados pela relação entre o protagonista e as duas personagens femininas de maior significância na trama, Bárbara e Andiara.

Certa vez um amigo me falou que lhe chamava a atenção uma veia saltada no pescoço de Paulo Scott, sempre que ele falava em público. Em "Marrom e Amarelo" esta veia está saltada nas páginas - e, nossa, como ela pulsa.
Profile Image for Julia Landgraf.
156 reviews82 followers
August 4, 2020
Tive dificuldade em definir quantas estrelas daria a essa leitura: não que eu não tenha gostado, mas foi "ok". Aborda uma temática importante e interessante mas de forma superficial, porque nos traz algumas anedotas sem devidamente explorá-las ou promover uma reflexão maior do que o impacto delas em si. Para mim, o livro parece não ter começo e nem final; é como se fosse simplesmente um recorte de uma história inacabada - entendo que muitas pessoas gostam desse tipo de narrativa, mas para mim costuma ser decepcionante. Muitas pontas soltas e pinceladas em questões importantes sem aprofundamento.
Profile Image for Rita.
906 reviews185 followers
April 11, 2022
Disunited Colours of Brazil



Se há uma coisa que Paulo Scott consegue fazer neste pequeno romance é juntar uma série de temas num assunto ainda maior, e cujo debate é uma constante na sociedade brasileira, A hierarquia racial no Brasil.

É inexplicável como um país com a maior miscigenação do mundo continua sem conseguir assumir o que é, e insiste em olhar-se ao espelho e ver aquilo que não é.

(…) Brasil, país sonâmbulo, gigante ex-colônia da coroa portuguesa na América do Sul, rotulado mundo afora como o lugar da harmonia étnica, da miscigenação que tinha dado certo,(…)

Não! O Brasil não é um lugar de harmonia étnica, e o Sul, por razões históricas, é talvez o lugar onde o racismo é mais vincado, não tivesse sido o Rio Grande do Sul colonizado por alemães, italianos e açorianos (portugueses).
E se hoje em dia ainda é descaradamente visível essa separação social, por pantone, na sociedade gaúcha, resta-nos imaginar como seria nos anos 70 e 80 do século XX.

No início da história acompanhamos as motivações e propostas de cada um dos membros de um grupo de trabalho que tem em mãos a elaboração de software de avaliação e padronização para fins de seleção em primeira instância administrativa dos candidatos pretos, pardos e indígenas a vagas reservadas para cotistas no ensino público federal.

Simultaneamente conta-nos a história de dois irmãos pertencentes a uma família multirracial, em que um [Federico ] de pele bem clara, cabelo liso castanho bem claro puxando pro loiro, era considerado um branco, e ele, o meu irmão, [Lorenzo] de pele marrom escura, cabelo crespo castanho-escuro beirando o preto, embora com o mesmo nariz adunco e médio largo que o meu e a mesma boca de lábio superior fino e lábio inferior grosso que a minha, era considerado um negro,

A narrativa não é linear, o presente e o passado dos irmãos vai-se misturando, e actos do passado vão ter repercussões no presente.
Há na escrita de Scott um sentido de urgência, parágrafos enormes que nos tiram o folego e uma certa oralidade na escrita, que nos empurra constantemente para a próxima página.
Há muitos assuntos abordados (racismo, cotas raciais, militância, humilhação racial, branquitude, colorismo etc) que poderiam ter sido mais explorados, mas que a uma certa altura desaparecem da história.
A mesma coisa acontece com as personagens, tirando o amarelo pouco ou nada ficamos a saber dos outros.
Embora ache que é um bom livro, fiquei com aquela sensação de muita parra pouca uva.
Profile Image for Matthew Ted.
1,008 reviews1,040 followers
September 2, 2022
94th book of 2022.

Real good stuff. A bit depressing that this didn't even make the shortlist, when something as bad as Cursed Bunny did. This and Melchor should have made it, I think. Structurally this one is just fascinating, with so many threads that open and close before they're resolved. It feels like Scott gives us a clue or at least mentions it himself on p.168,
But I have to say, she said, I don't know if I like the way you didn't let the songs end, Oh, I really don't understand why you do that, why you didn't let them end, not a one, she says, questioningly. They do end, I say, They just don't end the way whoever made the record wanted them to end.

Scott, of course, wanted the chapters to end the way they do. It feels like there are all these scenes, over several decades, floating about, unfinished, but in a way finished, too. Somehow it works. The paragraphs are huge, Bernhard-sized, and the sentences are very Marquezian. Probably gets boring comparing every Latin American text to Marquez but it is there. But yeah, highly recommended, a look at contemporary Brazil, its racism, justice system, and the plight of two brothers with a black father and white mother. One of those brothers being our white passing narrator who struggles with his identity and understanding his brother's. There's a lot going on in 200 pages and somehow Scott controls almost all of it. Talent, big time. Definitely up there in the International list from this year.
Profile Image for Bhárbara Senne.
59 reviews4 followers
August 5, 2020


bah, esperava BEM mais. não só da questão racial, mas principalmente sobre a vivência do personagem (e autor) sobre ser branco, mas ter pai e irmão negros, que é algo que me interessa e também perpassa minha própria história. achei que o autor até começa a propor algo, mas se perde no meio do caminho. o livro termina DO NADA, a história só começa, mas não vai pra lugar nenhum.
Profile Image for Darryl Suite.
713 reviews812 followers
March 22, 2022
Maybe 3.5. On a subject matter level, this is probably the most fascinating and illuminating book I’ve read all year. But the way it’s explored was a bit of a letdown. This book suggests that Brazilians view race in a wildly different way than the Western world’s understanding, with a focus on body characteristics (nose, lips, hair color, shade of skin, etc) as a determining factor of race. It was really interesting, (Real life admission: I knew a Brazilian guy who viewed race this way, which gave a lot of us pause, but at the time it never occurred to me that it may have been a cultural thing, I just assumed it was his individual stance) but the book is weighed down with info dumps, expository dialogue, strong female characters who then suddenly become merely love interests, a romance that really doesn’t work with this story, etc.

I still liked it, but it was disappointing in so many ways. I’d read something else by Scott tho. What I liked, I really liked.
Profile Image for Luciana.
516 reviews162 followers
March 31, 2021
O autor possui uma ótima premissa, uma vez que a obra inicialmente se propõe a falar sobre identidade, reconhecimento e pertencimento, no entanto, infelizmente há muitas aberturas e poucas conclusões, fazendo com que o leitor termine a obra buscando entender o por quê de determinados capítulos, já que não foram desenvolvidos e nem finalizados.

É praxe que uma boa narrativa venha a ser clara, captando e envolvendo o leitor, compreendo os estilos de escrita, mas não consigo imergir quando há supressão de sinais de pontuação, tornando a leitura menos prazeirosa, confusa, sem sentido.

Quanto a ambientação, estamos diante de uma fragmentada história de Federico, de forma não linear, vemos partes que o marcaram em sua trajetória de jovem pertencente à uma família negra, em Porto Alegre, assim como as relações daqueles próximos a si, como o irmão, a sobrinha e o pai. Como não há fluxo, nenhuma história foi finalizada. O que ocorrerá com a sobrinha? O que ocorrerá com o projeto de cotas abandonado? O que ocorrerá na mudança para Porto Alegre e com o relacionamento inicial em Brasília?
É, portanto, verdadeiramente uma pena que esses pontos sobressaem a narrativa, de forma que não recomendaria.
Profile Image for Blaine.
343 reviews38 followers
May 15, 2022
Compelling exploration of racial identity in Brazil as it has developed over the past 30 years. Although written from the perspective of one 49 year old mixed race man who can pass for white, it voices the perspectives of at least eight other characters in four separate time frames using minimally marked dialogue, while maintaining a consistent, distinctive narrative style.

Highly recommended.
Profile Image for Areeb Ahmad (Bankrupt_Bookworm).
753 reviews262 followers
May 30, 2022
"Tense at the suspicion that I'm only one tiny part of his worries, of his war, I stay at the table watching my father move away, he who has always been so clear to me and to my brother that he sees himself as a man who is neither better nor worse than other men, carrying with him his rage and his intention not to make mistakes, never to make a single mistake."



Based on the title, the synopsis, and the start of the novel, my GR friend Paul and I had similarly expected the book to be "a Kafkaesque satire of bureaucracy as the commission came up with ever more contorted ways to draw a racial line, a novel of ideas exploring the very real issues of what defines disadvantage." There was a lot of scope for nicely exploring how phenotypical expression is not a straightforward method for racial evaluation, and how these phenotypes come together to give the lie against a simple history, in the vein of Derek Walcott and Rienzi Crusz.

Hence, it is disappointing to see this strand of the narrative shoved on the back burner after a few chapters with Scott choosing to center a truly mundane mid-life crisis characterized by clashing love interests—the one that got away and the current object of adoration—along with past events coming to bear on the future. Still, there are appreciable elements. The chapters set in the present move chronologically while the past chapters go further and further back. Beyond structure, the prose with its bounty of sumptuous run-on sentences fills the mouth.



(I received a finished copy from the publisher in exchange for an honest review.)
Profile Image for Tylkotrocheczytam.
158 reviews26 followers
December 2, 2025
W świetle niedawnych wydarzeń w Brazylii, które krążyły w mojej internetowej orbicie, obraz tego kraju może kojarzyć się głównie z koncertem Lady Gagi w Rio de Janeiro; twarze wesołych i rozśpiewanych mieszkańców odcisnęły się w międzynarodowej pamięci, utwierdzając raczej pozytywny stereotyp tego kraju. Ameryka Południowa najczęściej występuje w roli tła do różnych seriali o kartelach narkotykowych, lecz rzadko ich bohaterowie posługują się językiem portugalskim. Przyznam więc, że o rasizmie w tym państwie niewiele wiedziałam.

Po lekturze, wydaje mi się to wszystko lepiej sklejać w całość – Brazylia tak jak i inne byłe kolonie mierzą się z przeszłością naznaczoną niewolnictwem. I tu również osoby o postrzeganym pochodzeniu „europejskim” są raczej faworyzowane. Różnice zaakcentowane w tej powieści opierają się na historii dwóch mężczyzn. Choć są braćmi, jeden z nich ma dużo jaśniejszy odcień skóry niż drugi.

Po opisie sama nie spodziewałam się historii, która złapie moją uwagę aż z taką mocą. Otóż zaczyna się od tego, że ten o jaśniejszym kolorze skóry dołącza do komisji, która ma określić pewną strategię radzenia sobie z kwotami wprowadzonymi na uczelniach. Ku wyjaśnieniu – rząd wprowadził pewną pulę miejsc dla grup dyskryminowanych, ale jak to bywa, nie wszystkim w kraju spodobało się to rozwiąznie,

Po kilku dniach odbiera telefon, który porusza jego światem. Wychodzi on ze swojego wygodnego trybu życia, wraca w rodzinne strony i mierzy się z niezamkniętymi sprawami. Dodam, że styl narracji jest często nieprzerwanym ciągiem świadomości, nie zawsze zakończonym kropkami. Dzięki temu jesteśmy wrzuceni w różne wywody i sytuacje, które przeżywamy wraz z Federico.

Wyróżnię tu więc zarówno wyjątkowość pióra Scotta, który bazuje na swoich doświadczeniach, jak i samą historię, łączącą teraźniejszość ze wspomnieniami oraz tę dziką, pędzącą rzekę jaką są myśli postaci przedstawionej. Kawałek dobrej literatury, która z jakiegoś powodu została przemilczana przy premierze. A porusza. I zostaje w głowie.
Profile Image for Gregory Duke.
960 reviews183 followers
March 31, 2022
The ending is so insanely sudden that I actually gasped, so that's really something. Regardless, Scott's novel is JUICY. There are a hundred different plot threads that are dropped and recur and are finished but are still somewhat left entirely open but they're done! There's a racial quota commission, a mid-life crisis, a gun, bureaucratic harassment, a teenage girl that may or may not be primed for terrorist action, and more. It's thrilling. All of these chunky, multiclausal sentences (which really seem to be the globally chic literary mode these past few years) come together as an extremely close character study of Federico, a white-passing mixed man who struggles to understand his brother's black experience and does everything in his power to work against racism but is, instead, just consumed by a deep-set (probably intergenerational) rage. Also cool to see Brazil's conception of race, because it does not really match up with America's. Much to glean and learn. I wish I knew people who have read/are reading this so we could just have a pleasant chat. Where's the book club?
Profile Image for Suellen Rubira.
954 reviews89 followers
December 10, 2020
Eu tô tentando entender o hype desse livro. O tema é muito necesaário, sem dúvidas. Mas faltou algo. Quando o livro acaba tu fica: oq? Isso?

Não é ruiim, só ñ me pegou mesmo.
Profile Image for Larissa Luz.
102 reviews2 followers
November 20, 2021
Gostei bastante. Quando acabou, fiquei com vontade de mais (não de um jeito ruim, como se o fim não tivesse sido suficiente).

É só que leria mais uma quantas páginas de um livro como esse.
Profile Image for Kamila Kunda.
430 reviews356 followers
September 24, 2025
Paulo Scott’s “Phenotypes” is quite a unique novel in the way how it addresses racism, or rather reactions and responses to racism in Brazil in microscale, on example of one family, colleagues and friends of the main protagonist Federico. In dense, long, complex prose - which somehow loosens up as the story progresses just as Federico loses his need for control - Scott explores layers of race, identity, family relationships and privilege in contemporary Brazil, contrasting Brasilia with Porto Alegre.

The story of two brothers - one with lighter skin and one darker, and their interdependency, is the background of a compelling meditation on how colourism and systemic inequality shape not only public perception but also intimate family relationships. The book’s strength lies in its ability to combine sharp social and political commentary with deeply personal storytelling, never feeling preachy while still confronting uncomfortable truths about prejudice and prevalent biases. I was impressed by how multi-layered all this is, the nuance that’s so often lacking in Anglophone literature.

Federico’s inner conflicts, his passivity, his disillusions, his burnout, are depicted very convincingly. Ghosts of the tragedy that took place in 1984 reappear out of the blue and impact characters’ lives, which adds an extra layer of complexity and shows generational and structural differences in addressing racial prejudices. Through fluid shifts in time and memory, the novel achieves an almost cinematic quality, allowing readers to inhabit multiple perspectives and reflect on how past injustices reverberate in the present.

What makes “Phenotypes” particularly thought-provoking, in my opinion, is its nuanced portrayal of identity as something lived, negotiated, and constantly redefined. The novel is both intimate and expansive, a seemingly simple family drama that opens into a broader social critique. Powerful, unsettling and truly encouraging deeper reflection on how we talk about diversity in our societies and ensure all voices are respected.
Profile Image for Diana Passy.
140 reviews319 followers
Read
March 1, 2020
"Se tem coisa que essa minha empresa me ensina todos os dias é que os ricos estão ficando cada vez mais medrosos e covardes e, por isso, cada vez piores, Que a turma dos que acham os negros uma gente asquerosa só está aumentando, Que o racismo na cabeça dessa gente rica é coisa que não vai acabar tão cedo, Ingênuo de quem pensar o contrário"

"o que me estragou de verdade foi a crise de choro que o gordo alto que deu o soco teve logo em seguida que o sargento bateu com a cabeça no piso, o choro que revelou não a sua valentia, mas o seu desespero, o desespero de quem, tendo a mesma idade que eu, sabia que tinha estragado sua vida, estragado a própria vida por não se deixar humilhar"
Profile Image for Teresa Cintra.
58 reviews2 followers
July 12, 2024
gostei bastante. sobre raiva, medo, a tensão permanente que vem com isso e a impossibilidade de voltar ao ponto onde nada disso existia em ti
Profile Image for Andreia Marques.
199 reviews7 followers
February 16, 2021
Três estrelas, e não duas, pelo tema.

"o que me estragou de verdade foi a crise de choro que o gordo alto que deu o soco teve logo em seguida que o sargento bateu com a cabeça no piso, o choro que revelou não a sua valentia, mas o seu desespero, o desespero de quem, tendo a mesma idade que eu, sabia que tinha estragado sua vida, estragado a própria vida por não se deixar humilhar"

Um livro com o esqueleto certo: uma crítica da dificuldade do Brasil em alinhar-se com o seu passado... enfrentar os problemas que advêm do racismo - de uma forma séria e adulta - e que são sem duvida chave na formação de um país. A acompanhar e a estruturar esta lição do presente, participa a história de dois irmãos filhos do mesmo pai e mãe, mas com características fenotípicas distintas, que no Brasil, (e não só obvs) são cruciais no Brasil: um é negro, o outro é pardo. O Marrom e o Amarelo.

De uma forma geral... não fiquei satisfeita com este livro, esperava discussões mais longas e reveladoras.
Fechei este livro com mais perguntas do que respostas. Mas nunca é tempo perdido, mais ainda com este tema em que todos nós devemos interiorizar e "desconstruir" de forma individual para uma mudança conjunta.
Profile Image for Maitê.
764 reviews
January 1, 2021
Eu não curto muito esse estilo de escrita, que as vezes me parece ser formado de muitas palavras vazias, páginas e páginas de nada dito. Não tem beleza.
Mas o que segura essa leitura é o tema. Um filho de negro, mas que passa como branco, vivendo a luta do seu irmão gêmeo negro. Faz disso sua vida, sem nunca de fato ter a mesma experiência, ou saber o que ele passa. É lugar de fala que se diz né, demora um pouco para ele entender isso.
Profile Image for Rebecca G. ⚓️.
87 reviews
December 2, 2019
A tentativa de imitar o Saramago na hora da escrita é um pecado, bem como o fato de não ter um final propriamente dito e muitas pontas soltas. Contudo, o tema abordado é de extrema relevância e mostra nuances interessantes na questão racial.
This entire review has been hidden because of spoilers.
Profile Image for Gabrielle Cunha.
429 reviews114 followers
November 21, 2020
Achei a história com um potencial imenso, mas tudo meio que se perde. Fica na superficialidade.


A leitura me fez perceber que não suporto essa ausência de pontos, travessões, parágrafos. ARGH.
Profile Image for Wibsson.
37 reviews3 followers
Read
February 13, 2020
Nada se resolve em Marrom e Amarelo,de Paulo Scott, o que é estranho para uma obra que se mostra como um romance político. Seu protagonista, Federico, ainda que de fato ocupe o centro da narrativa, serve mais como um ponto de onde se ramifica uma enorme teia de relações, conflitos e aporias.

Começamos o romance em uma reunião do chamado novo governo (algo como o governo Temer, jamais nomeado, mas já com muitos traços do Brasil de Bolsonaro, um governo de impasse e transição, assim como é o romance), na qual se discute uma política em torno das cotas raciais. Federico é de família negra, mas sua pele é de cor clara, o que o coloca na categoria dos mestiços, ou mesmo o faz passar por branco em algumas situações. A cena inicial é interessante, o narrador é irônico, há alguns resquícios de Paul Beatty ou de David Foster Wallace em algumas frases, mas essa reunião política conflituosa serve mais para apresentar tipos e estabelecer relações entre personagens do que para se afirmar como o grande e único dilema da obra. O conflito em torno da comissão das cotas e os dilemas políticos de atuar ou não em um governo tão questionável permanecem, mas não ocupam o centro do palco. Talvez esse centro seja ocupado pelo incidente com Roberta, sobrinha do narrador, pega com uma arma que Federico e seu irmão ocultaram no passado. Mas o romance nunca se detém exclusivamente em um problema ou em outro, tampouco os resolve: eles vão se acumulando, formando um tipo de ruído intermitente a cercar o protagonista, como é dito a ele por uma amiga e ex-namorada em dado momento da narrativa:

"Vamos ser otimistas, e tocou no meu peito. Botei minha mão sobre a mão dela. E, no mesmo segundo,ela recolheu. Torço pra que este momento, que é crítico, te traga o silêncio necessário, o silêncio que eu sempre falei que tu precisa encontrar, que pode dar uma boa diminuída nesse ruído que te envolveu, Te envolveu e tu te apegou, ela disse. Tua velha tese, repliquei. Não, É mais do que isso Fedê, É fato, Esse ruído pra onde tu arrasta todos os outros ruídos que surgem na tua frente, jurando que acumular ruídos vai ser combustível, vai ser saída, não funciona, Eu já te disse, No excesso tu só vai encontrar miragem, promessa que nunca vai se cumprir, observou. Aquela sentença sobre eu não conseguir me centrar emocionalmente, e sobre não encontrar o silêncio necessário, bateu no meu peito como uma bigorna".


Casos amorosos, situações insólitas do passado ou do presente, tudo isso funciona com tal carga que há cenas que poderiam funcionar perfeitamente sozinhas: a cena do alistamento, na qual um sargento abusa e tortura jovens negros até receber um soco na boca; o confronto entre Federico e um desafeto do passado, branco, agora ocupando posição de poder; os encontros do protagonista com sua antiga paixão Bárbara, agora uma fisioterapeuta de sucesso; a visita de Federico à uma casa de show no Partenon que é gerida por um garoto que guarda profundos ressentimentos, levando suas mágoas até a questionamentos a respeito da representação política popular. Enfim, são todas cenas que vão adicionando sedimentos e problemas, pondo questões que parecem insolúveis.

Federico vive em um estado de esgotamento. Velho militante, coordenador de uma ONG, sente a exaustão de uma vida na qual parece que a antiga atividade política já não faz mais sentido. O desencanto com o ativismo, que já era imenso em Habitante Irreal, obra de 2011 do autor, aqui retorna em um romance que parece gritar a cada página que nada vai ficar bem, nada vai se resolver. O timing do lançamento do livro nos faz pensar no Brasil real do ano de 2016, onde se passa o presente da narrativa. O Brasil de Marrom e Amarelo é um país entregue, que não merece esperanças. Não há saídas: as comissões governamentais encaram problemas irresolúveis; a ação violenta juvenil, apesar de admirável por sua tenacidade, também parece conduzir a becos sem saída; a negociação com os homens à frente da lei parece impossível, pois há uma camada de ressentimento incapaz de ser superada, ... enfim, nada parece andar.
*
A prosa de Paulo Scott parece estar sempre na corda bamba, prestes a ruir. É de uma fragilidade sincera, fruto da entrega e do risco de construir diálogos tão colado ao presente, tão próximos da conjuntura. Seus personagens, em discussões, podem enfiar teses sociais sobre o Brasil, a desigualdade racial e a luta de classes, em uma prosa que tenta ao mesmo tempo conciliar a fluidez da oralidade com a dissertação de críticas sociais, como no trecho em que o protagonista dialoga com um antigo desafeto, agora em um posto de poder:

"Esse é o problema de gente braca da elite porto-alegrense, como tu, vocês não cedem espaço, Vocês nunca estão errados, Cara, vocês estavam completamente errados, na postura, na atitude, Estavam exercendo a todo gás o privilégio de brancos endinheirados de vocês, Fazendo questão que os desqualificados da periferia continuassem invisíveis aguentando o que tivesse de aguentar de vocês."


Ou quando o protagonista dialoga com um jovem que cresceu no antigo bairro do Partenon e ouve algumas verdades:

"Tu não sabe o que é ser raça, Não te mete a defensor da causa, seu palmito zé roela oportunista de merda, E pensa três vezes antes de voltar aqui de novo, Se tu vier, e eu tiver aqui, pode dar um ruim bem grande pro teu lado, Te aligeira, e virou o martelinho de vodca que estava servindo".


Igualmente, a narrativa também corre riscos enormes quando, ao voltar ao passado, o narrador insere elementos como matérias de jornal ou eventos históricos específicos dos anos 1980 que exibem o calendário não só da política como do mundo pop, na leitura de matérias específicas de jornais, em trechos como:

"Quiti, dezoito anos, aluna da Biblioteconomia, filha de professora da rede de ensino do estado e de gerente da Caixa Econômica Federal, está lendo em voz alta trechos dum artigo sobre Purple Rain, o sexto disco do Prince, artigo escrito pelo jornalista Pepe Escobar, na Folha de São Paulo de dois dias atrás, (...). Na matéria diz que o Prince é um jovem Dionísio negro, que, como artista do mundo pop, seu plano é subverter as relações sociais pela explosão da libido desenfreada".


Ou quando mais à frente outra personagem lê o jornal, dessa vez uma matéria envolvendo o poeta Décio Pignatari:

"separa um artigo do Décio Pignatari pra ler.Começa,mas não tem o carisma da Quiti. Alguns vão se dispersando durante sua leitura. Então, no final do texto, ela, que está sentada na grama e não vai deixar de chamar atenção, que é sua por direito,fica de pé, retoma. Se não for otimismo excessivo, concluo que para alguma coisa está conribuindo o cínico domínio dos militares sobre o povo brasileiro nestas duas décadas, Estamos deixando de ser otimistas, Povo otimista é povo subdesenvolvido, É preciso ser pessimista, O pessimismo não se deixa engrupir e aprende a distinguir o valor e a qualidade das coisas e das gentes, Mal você esboça um sorriso e o poder enfia a mão no seu bolso".


São trechos que podem gerar a desconfiança de tratar-se apenas de evidências de pesquisa do autor, pequenos recursos para alimentar o desejo chamado nostalgia, produzir um investimento afetivo a partir de elementos culturais do passado. Mas esse excesso, suposta gordura, é parte do maior atrativo da prosa de Paulo Scott, o que talvez suas frases tenham de mais sedutor, as especificações, a dignidade que suas frases conferem à marca de uma calça, um modelo de um tênis, a data de lançamento de um disco. Tudo isso compõe o mapa afetivo que ele quer colocar em cena, lado a lado com todos os conflitos que são expostos.

Paulo Scott narrou muito satifatoriamente um país tomado por impasses, sua prosa registra de alguma forma o esgotamento da Nova República e a impossibilidade de nossa democracia e dos mecanismos criados pela sociedade civil resolverem todos os conflitos que atravessam o Brasil.
Ainda que o romance acabe com uma viagem, a busca por um reencontro com Anísio, um antigo amigo, deixando uma última nota tímida de esperança, e ainda que a grande decisão de Federico seja voltar à sua cidade Natal e talvez recomeçar, ainda assim tudo parece terrivelmente desencantado, como se o mero fato de sobreviver já fosse muita coisa.
This entire review has been hidden because of spoilers.
Profile Image for Tasos.
389 reviews88 followers
July 3, 2025
Όταν οι δύο αγαπημένοι σου συγγραφείς είναι ο Σαραμάγκου κι ο Κρασναχορκάι, είναι κάπως νομοτελειακό να χαρίζεις το αναγνωστικό σου βασίλειο όποτε συναντάς μακροπερίοδο λόγο, ειδικά όταν αυτός χρησιμοποιείται τόσο οργανικά στην ανάδειξη των θεματικών, όσο στους Φαινότυπους του Βραζιλιάνου Πάουλο Σκοτ, ένα έργο που καταδύεται στο λαβύρινθο της φυλετικής ταυτότητας, στην παγίδα της εσωτερικευμένης ενοχής και στον ακήρυχτο πόλεμο που μαίνεται ανάμεσα στον μακραίωνο συστημικό ρατσισμό και στο φαινομενικά ουδέτερο χρωματικά κι εξευγενισμένο παρόν.

Κεντρικός ήρωας είναι ένας "ανοιχτόχρωμος" μαύρος άντρας που ταξιδεύει από το Πόρτο Αλέγκρε στη Μπραζίλια για να συμμετάσχει σε μια κυβερνητική επιτροπή περί φυλετικών ποσοστώσεων για την εισαγωγή στο πανεπιστήμιο, όπου σύντομα αναδεικνύονται τα αδιέξοδα της αλγοριθμικής λογικής σε έναν γόρδιο δεσμό φυλετικών καταβολών, αποχρώσεων του δέρματος, πολιτισμικών αυτοπροσδιορισμών και ανεδαφικών πολιτικών ιστορικής αποκατάστασης, που μετατρέπουν οποιαδήποτε ορθολογική προσέγγιση σε μια απέλπιδα απόπειρα τιθάσευσης της πολυπολιτισμικής και πολυφυλετικής εντροπίας που αποτελεί η Βραζιλία.

Ταυτόχρονα ένα τραυματικό γεγονός από το παρελθόν καλεί τον ήρωα πίσω στη γενέτειρά του κι έρχεται να δυναμιτίσει τη σχέση του με τον πιο σκουρόχρωμο αδερφό του, ανοίγοντας και πάλι τις πληγές που χαράχτηκαν πάνω στην οικογένειά τους από την κοινωνική αμφισημία της φυλετικής κατηγοριοποίησης, από την βιολογική τυχαιότητα της επιφανειακής ένδειξης του δέρματος, από έναν φαινοτυπικό δείκτη που καθορίζει μοίρες και καταδικάζει άδικα και βίαια ολόκληρες ζωές.

Κι εδώ έρχεται ο μακροπερίοδος λόγος για να καταδείξει και να υπογραμμίσει το χάος μιας χώρας διηνεκών συγκρούσεων και παραλογισμών, όπου η κοινωνική συγκατάβαση και συμβίωση εκρήγνυται σε ξεσπάσματα αναίτιας (;) βίας και εξωραΐζεται με προγραμματικές δηλώσεις ουτοπικών πολιτικών, όπου οι εσωτερικές αντιφάσεις και τα συνειδησιακά αδιέξοδα μετατρέπονται σε μια κατακερματισμένη αφήγηση υπό κατάρρευση, η οποία αρθρώνει ωστόσο έναν πολιτικό λόγο καίριο και δυναμικό, μαχητικό μέχρι το (μη) τέλος, ακόμα μια πολύ έξυπνη επιλογή του συγγραφέα που αφήνει τα πάντα μετέωρα, όπως μετέωρο είναι το παρόν, πόσο μάλλον το μέλλον, της ίδιας της Βραζιλίας.

Displaying 1 - 30 of 165 reviews

Can't find what you're looking for?

Get help and learn more about the design.