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O Ateneu

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O Ateneu constitui uma das obras-primas da literatura brasileira. Autobiográfico, o livro mostra o jovem autor como personalidade sensível que se transformou em crítico impiedoso do que viveu e viu na adolescência passada no colégio interno. A obra retrata o doloroso processo de transição da infância à idade adulta.

174 pages, Hardcover

First published January 1, 1888

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About the author

Raul Pompéia

62 books16 followers
Raul d'Ávila Pompeia (April 12, 1863 — December 25, 1895) was a Brazilian novelist, short story writer and chronicler. He is famous for the Impressionist romance O Ateneu.
He is patron of the 33rd chair of the Brazilian Academy of Letters.
Pompeia was born in 1863, to Antônio d'Ávila Pompeia and Rosa Teixeira Pompeia. He ingressed in the Colégio Abílio, where he was a good student, and was the editor of school journal O Archote. In 1879, he was transferred to Colégio Pedro II, where he was developed as a orator and wrote his first book, Uma Tragédia no Amazonas.
In 1881 he moves to São Paulo in order to graduate in Law, where he was influenced by the Abolitionist and Republican ideals, and befriended Abolitionist Luís Gama. He wrote for many journals of São Paulo and Rio de Janeiro, frequently under pen name Rapp, but he had many others, such as Pompeu Stell, Um moço do povo, Lauro, Fabricius, Raul D., Raulino Palma. He published his book Canções Sem Metro and the novel As Joias da Coroa under serial form in the Jornal do Commercio.
After being reproved in 1883, he moved to Recife and there he concluded his Law course. Returning once more to Rio, he wrote his masterpiece O Ateneu in 1888.
After the Lei Áurea was proclaimed, Pompeia dedicated himself exclusively to the Republicanism, considering himself as a "Jacobin", i.e., a partisan of an authoritarian, military-led and nationalist régime whose ideological basis would be Comtean positivism. After the republic was proclaimed in Brazil, he became Mythology teacher in the Escola Nacional de Belas Artes and director of the National Library of Brazil, being named for both positions by Brazilian president Floriano Peixoto. However, as a diehard florianista,he was eventually fired from his post by President Prudente de Moraes, towards whom he was charged with disrespect in a speech he made at the burial of Floriano Peixoto, who had died untimely shortly after the end of his presidential term. He had already been personally slandered for his allegedly closet homosexuality - something which led him to challenge his former friend, the poet Olavo Bilac, to a duel in 1892; he had also broken other friendships in the same resounding fashion. Eventually, he suffered a fatal breakdown: after being slandered for his Floriano speech in a piece by journalist Luis Murat (entitled " a mad man at the cemetery"),feeling himself scorned everywhere, he killed himself in the Christmas of 1895

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482 (26%)
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300 (16%)
1 star
131 (7%)
Displaying 1 - 30 of 119 reviews
Profile Image for Walter .
463 reviews6 followers
June 6, 2018
O Ateneu é uma obra cansativa, fatigante, estafante, extenuante, exaustiva, esgotante, fadigosa, trabalhosa, laboriosa, custosa, penosa, puxada, pesado e árdua; e, por isso, na maioria do tempo, resulta complicado seguir adiante com a leitura antes do seu esperado final. O autor se recreia na sua inteligência, intelecção, intelectualidade, mentalidade, erudição e sapiência, constantemente, quase como uma obra barroca. Desta forma, o que realmente dificulta àqueles- assim como eu - mais acostumados a uma literatura mais franca, aberta, sincera, frontal, sem rodeios, clara, concreta, objetiva, explícita, imparcial, real, prática, decidida e determinada, é que Raul Pompéia se centre tão pouco na estória em si e pretenda apresentar, justificando, assim, todo um livro, na apresentação de um estilo terrivelmente hiperbolista, intenso, sobreatuado, abundante, exorbitante, acentuante etc.

Se vocês acharam tenso este textinho, imaginem uma obra de 300 páginas, imaginem O Ateneu.
Profile Image for Otavio Albano.
Author 56 books7 followers
June 10, 2015
Aos estudantes do ensino fundamental e/ou médio, literalmente obrigados a ler este livro

Primeiramente, não espere um livro genial e fácil de entender. Imagine que você se transporta ao século XIX, é "trancado" num internato só de garotos e, já adulto, descreve o tempo que passou lá. Adicione a isso o fato de que você não era um dos alunos populares, muito pelo contrário: menor e mais fraco que a maioria, sofreu bullying na mão de alguns de seus colegas e foi, no geral, um cara quieto e isolado. Ah, e não esqueça: você escreve como um adulto do século XIX, ou seja, seu vocabulário é muuuuito diferente do de hoje e grande parte das palavras soam como grego para você.

Como fazer a leitura ser menos "desagradável"? Primeiro, eu recomendo ler um livro digital, onde há a possibilidade de consultar as palavras que não conhece apenas com o toque de um dedo (Não tem um leitor como Amazon Kindle, Kobo e afins? Sem problemas, todas essas empresas têm apps gratuitos e dá pra ler no seu smartphone, em qualquer lugar).

Segundo, imagine como é sua vida no seu colégio mesmo sendo mais ou menos popular que Sérgio, o narrador e personagem principal. Você deve ter várias coisas que te irritam nele, algumas que acha legal, professores que detesta e que adora, um(a) diretor(a) carrasco(a) e muitas vezes falso(a), colegas estranhos... Tudo isso você vai encontrar no livro "O Ateneu", de uma forma, digamos, diferente. Ele narra suas aventuras, "viajando" bastante, cheio de idas e vindas (e às vezes parece que não chega a lugar nenhum).

E por que isso? Porque esse é um romance meio "híbrido". Há especialistas que o classificam como naturalista (há insinuações de homossexualidade dentro do regime fechado e opressivo do colégio); outros dizem que ele é realista, já que Sérgio passa muito tempo descrevendo psicologicamente os outros personagens; há os que dizem que o livro é impressionista ao "pintar" lugares e pessoas de forma subjetiva e metafórica; e outros afirmam que é um livro expressionista, pois o narrador reforça os fatos mais angustiantes para ele.

E por que você é obrigado a ler este livro? Pode não parecer, mas "O Ateneu" foi um livro super importante no século XIX (e ainda é!) porque a forma como foi estruturado mostra como o autor dominava a técnica da escrita, através de descrições minuciosas de um modo completamente inovador. Inovador???? Para 1888, as descrições longas e super detalhadas eram algo super inovador, acredite! É só comparar com livros mais antigos, onde as descrições eram mais pobres em detalhes e, muitas vezes, simplórias. Raul Pompéia consegue dar características físicas, psíquicas e sensoriais a pessoas, lugares, fatos... O que era inédito para autores brasileiros à época.

Com calma e um pouco de boa vontade, não é tão "terrível" assim ler esta obra. Boa sorte!
Profile Image for Luís.
2,370 reviews1,358 followers
February 6, 2025
The novel O Ateneu, one of the main works of Brazilian Naturalism, uses deterministic theory to criticize the corrupt environment of 19th-century boarding schools. Therefore, the author is tied to the idea that the environment in which an individual is inserted can influence his behavior.
In this work, Sérgio, the protagonist, is negatively influenced by his schoolmates. In this way, the school environment is portrayed as a degenerate space where children lose their innocence to enter adult life. In this sense, the criticism extends to Rio de Janeiro and Brazilian society at the time.
After all, if that was the typical formation of the heads of families of the bourgeois elite, the conclusion is that the members of Rio de Janeiro society were corrupt beings, educated to dissimulate, dishonest, play for interests, and, ultimately, follow the law of the strongest, those capable of anything to triumph for their benefit.
Profile Image for Oziel Bispo.
537 reviews85 followers
April 16, 2019
Imagine  um livro com uma síntese de tudo o que de melhor estava acontecendo na literatura brasileira do final do século XIX , com  quase todos os estilos incluídos tais como poesia, ensaios, crônicas etc . Pois bem tudo isso está incluído nesse maravilhoso livro naturalista de Raul Pompéia, com muitos traços biográficos.

O livro tem por narrador, Sérgio , já adulto 30 anos,  onde ele se recorda dos tempos em que passou em um colégio para rapazes situado no Rio de Janeiro chamado Ateneu, onde estudavam a nata da sociedade. Quando Sérgio entrou nesse colégio seu pai lhe disse: “Sérgio, vais conhecer o mundo” Sergio pensou que seu pai estava se referindo ao livros , as matérias, mas não... Sérgio iria conhecer o mundo através das inúmeras experiências vividas ali: Assédios  sexuais, corrupção e até mortes. Também através do relacionamento com várias  pessoas do colégio, das várias personagens com características diferentes uma das outras.

Diferente de Machado de Assis  que aborda os assuntos polêmicos  de forma sutil, Raul Pompéia vai diretamente ao cerne dos assuntos , mostrando a todos de forma direta o que ocorre em um colégio para jovens.

É um livro muito rico de assuntos , com personagens marcantes como Ema e o diretor Aristarco, impossível explorar todas as vertentes. Um  livro grandioso, recomendo a todos.
Profile Image for Sara Jesus.
1,673 reviews123 followers
July 16, 2018
Um livro de memórias, de saudade, de reflexões e da jornada de Sérgio desde a sua infância a sua adolescência. Foi uma obra que encontrei por acaso e adorei conhecer.

Uma história simples mas com algumas descrições filosóficas!
Profile Image for Beatriz Brêtas.
91 reviews13 followers
October 10, 2020
Apesar de poucas páginas,foi um livro extremamente denso e rebuscado tanto em relação ao conteúdo da obra quanto à escrita do autor em si.

Infelizmente,foi somente no último parágrafo,nas últimas 5 linhas,que o livro me agradou.Feliz de ter finalmente lido esse clássico da literatura brasileira mas definitivamente nunca vai ser um livro que eu vou escolher pra reler.
10 reviews
September 15, 2021
o ateneu, raul pompeia

o que que tem de realismo literário:
realismo busca uma análise crítica da sociedade, primava pela análise da elite
ateneu é um colégio onde frequenta filhos de famílias ricas

se filia ao naturalismo:
busca entender como as influências externas interferem no caráter do ser homeno- determinismo

o colégio, o ateneu, é de uma certa forma analisado e sua influência nos homens que lá frequentam

romance sugere uma prática afetiva e sexual de homosexualidade, aproxima do naturalismo tbm, mas n fala abertamente ent não eh total naturalista

é escrito em primeira pessoa, relato cheio de subjetividade - oq afasta do naturalismo e realismo

influências do impressionismo e expressionismo - deformações grotescas expressionismo) e desmorfacoes apassiveis (impressionáveis) nas descrições do livro


CAP 1 - a infância do sérgio e a fama do ateneu
começa com um discurso direto do pai do sérgio “vai descobrir o mundo”
conhecemos a infância do sérgio antes do ateneu, e das duas vezes q ele foi no ateneu antes de se matricular
a primeira vez q ele vai ele fica muito encantado
a princesa regente vai - princesa isabel - aparece um conflito do final da década de 80, monarquistas contra republicanos
Aristarco é monarquista, tradicional

CAP 2- o cotidiano no ateneu
conta como são os colegas, as aulas...
mostra como Aristarco se preocupa tanto com o dinheiro, mais preocupado com as questões impresariais da escola do q com as questões educacionais
desmaia de nervoso, vai p a infernaria, encontra uma revista pornografica la(imoralidade, hipocrisia do ateneu), conversa com rabelo que fala sobre as dinâmicas da escola “nunca tenha um protetor” (caráter sexual, ainda não claro)
sérgio tá muito sozinho, desamparado, ansioso...

CAP 3- a dinâmica entre protegido e protetor

começa na piscina (onde eles tomam banho) onde sérgio é ajudado por saches, começa aí uma relação, sanches era exemplar era um vigilante, sérgio por conta de todo o seu desamparo acaba aceitando ele como protetor, começam a ter uma relação e sanches é bem meloso (ai tem a sugestão mais clara dessas relações talvez homosexualidade) até q o sanches fala algo p o sérgio q ele repele (possível declaração)
notas do sérgio melhoram cm o sanches qnd acaba a relação por conta da “declaração” ele piora na escola
no final, cena da astronomia, fica duas coisas claras: arrogância de Aristarco (aponta para uma estrela, e indica o nome errado e n adimite o erro) e inocência de sérgio ( acha Aristarco corajoso por apontar as estrelas pq “da verrugas”)

CAP 4- Punições do ateneu e a religiosidade do sérgio

começa com uma relação de culpa, de encomodo, com tudo q aconteceu com o sanches
e se apega a religião, a uma santa q ganhou da prima - se apega a família
notas q caíram: comportamento negativo, se isola
se aproxima do franco: o mais “rebelde” é o saco de pancada das punições da escola
aí vemos o sistema de punição do ateneu (notas e anotações são expostas para todos )
franco apronta uma recebe uma punição e eh humilhado pela escola toda
nisso sente vontade de vinganca e leva o sérgio como testemunha
ele quebra garrafas de vidro e espalha cacos pelo banheiro
sergio fica muito nervoso com a situação, não sabe muito o q fazer
ai vai p a capela da escola a noite p rezar e pedir q nada aconteça
acaba capotando e no dia seguinte os meninos voltam do banho e nada aconteceu
sergio fica muito aliviado
acaba associando a religião as coisas ruins q aconteceram cm ele
e se afasta da religião


CAP 5- a ruptura concreta do sérgio com a religião e uma leitura naturalista no ateneu

sérgio se aproxima de barreto, que eh muito cristão, cristão meio fundamentalista, radical, punitivista

o sérgio se impressiona muito negativamente com isso e se desencanta muito severamente com a religião

volta p casa e tem uma conversa cm o pai sobre o seu baixo rendimento escolar e volta muito transformado: aluno melhor, mais aplicado, “fazia o minimo p passar despercebido”
voltou com um plano anarquista de destruir o aristarco

Ângela aparece, empregada da casa do Aristarco. Angela= angelical, mas de angelical ela n tem nd, ela eh posta como uma sedutora, brinca muito com a sedução com os meninos

ela eh motivadora de um conflito entre dois funcionários da escola que disputam o amor dela e onde um no final mata o outro

perspectiva típica da época de que as mulheres são o grande pecado do mundo, que faz os homens entrarem em conflito

esses dois homens de maneira muito típica do naturalismo eh um conflito entre um homem negro e um homem pardo. e quem mata eh o negro
o negro eh zoomorfizado- comparado a um touro

nessa cena o Bento Alves imobiliza o assassino, e começa a ser respeitado por todos, mesmo n sendo um aluno exemplar em nd
perspectiva naturalista de que os melhores vencem

Nearco da Fonseca chega ao ateneu, filho de um homem influente, que acha q o filho eh um ótimo ginasta, porém quando ele faz uma apresentação se mostra medíocre, mas mesmo assim aristarco aplaude o menino
se mostra q o aplauso eh p o pai, p agradá-lo, puxar o saco dele

CAP 6- A vida cultural no ateneu o desdobramento das insinuações sexuais do colégio e a rivalidade/fidelidade dos alunos do ateneu

o Nearco da Fonseca se torna um grande intelectual da escola
cria um grêmio literário onde eles tem várias conversas, leituras em grupo...
sérgio se interessa
começa tbm a frequentar a biblioteca
se aproxima lá de Bento alves

eles meio q começam um namorico, nada claro...
tinha uma perspectiva muito típica da época de que as relações sexuais entre homossexuais era muito próxima a heterossexualidade de tp ( uma mulher frágil e homem forte) ou seja sempre um dos homem deveria fazer parte de um papel desses - perspectiva biologisante

e o sérgio assume o papel da mulher

conferências em nome do grêmio - Dr Cláudio

primeira palestra eh sobre literatura brasileira mas que logo se torna político e dois pais entram em conflito na plateia, um pai mais conservador e outro mais progressista/ liberal

segunda palestra sobre arte- perspectiva determinista
arte eh fruto de uma determinação biológica dos seres humanos que eh a sua necessidade de se alimentar e de amor
mais elevada das artes- literatura

Cláudio- visão parnasiana sobre a arte, “a arte é inutil”
livro tem linguagem lapidado de maneira parnasiana

em seguida temos o Malheiro, aluno pardo, pele marrom e o Bento Alves vivem um conflito sobre qm eh o mais “forte” da escola
disputa provocada pelo Barbalho, tendo como motivação o namorico do sérgio com o bento alves
eles não vão se dedurar, se protegem, ninguém dedura pq os outros tem medo da força deles
naturalismo - mais fortes detém o poder sobre os mais fracos

CAP 7- o tédio da vida escolar no ateneu e os caprichos do aristarco

estratégias que os meninos tem para acabar com o tédio no ateneu

a direção vai descobrindo quais são e eles vão criando novos...

fazem: comércio de selos, telegrama

tem conversas nos quartos a noite

caprichos do aristarco:
banda da escola- apresentações na cidade- propaganda, alta sociedade cultural carioca fica encantada com a qualidade da banda
trás frutos p escola- p o aristarco

um dos meninos da banda q o aristarco adora, eh colocado como pretendente da filha dele

esse menino, Romulo, sofre zoações na escola por ser gordo, “ mestre cook”, Sergio faz parte desses zoações. - buling

Romulo bate nele, ele quer se vingar

Sérgio desenha super bem, tá orgulhoso do desenho q vai ser apresentado, mais alguém estraga o desenho

Os garotos desenham o Aristarco- capricho dele tbm

CAP 8- o lazer no ateneu a perseguição as relações homossexuais e o negócio educacional

começa com um novo ano eletivo começando
fazem excursões fora da escola

cena em q eles comem no passeio - descrição expressionista :
muito grotesca, deformando, criando angústia, mostrando a podridão

prof venâncio declama poemas claramente ridículos, aí começa a chover e ele continua lendo - cena ridícula

Aristarco encontra um bilhete
ele fala “temos uma garota chamada cândida no ateneu, que levou um bilhete para seu namorado”
na verdade eh o Cândido, colocado na perspectiva da homossexualidade da época, é a mulher da relação.

Bento Alves agride o Sérgio, talvez por medo pelo namorico

Aristarco chega na briga e briga muito com o Sérgio - eles tem um conflito físico

Bento Alves sai do ateneu

No final desse dia contornado - todos ficam com medo da situação pq “todos são culpados...”
se juntam todos p fazer uma revolta, da goiabada... bananada

Aristarco pede desculpas em vez de puni-los, por conta do medo de perder alunos...dinheiro
interesse econômico

o romance talvez eh o primeiro romance autoficcional brasileiro, primeira tendência de autoficção - Raul Pompeia estudou em um colégio chamado Abílio, nome do dono, grande magnata da educação na época, colégio da alta sociedade, muito conservador. Conhecidencias que aproximam Sérgio e Raul. Inclusive o homossexualismo.


CAP 9- a transição do Sérgio de protegido para protetor

Se aproxima de um menino q chama Egbert, que eh sensível, branco, loiro... Sérgio se interessa pelo físico dele
começam a ter uma relação, linha tenua entre namoro e amizade

Sérgio assume a posição de protetor e Egbert de protegido

Os dois vão p a casa de Aristarco para um jantar e nesse jantar Sérgio se encanta pela Dona Ema (anagrama p mãe, figura materna) ela ocupa para Sérgio ora uma posição maternal ora uma posição carnal, de paixão

E foi ali que a relação com Egbert começou a esfriar

CAP 10- a disvinculacao de Sérgio das relações homossexuais

começa com uma prova de avaliação de todas as escolas, rigidez do sistema educacional e hierarquia entre escolas fica evidente

na volta p o colégio ele mostra como ele rompe a relação com o Egbert, tudo por conta da Ema
Difusa a ideia da homossexualidade e do papel da Ema

Sérgio muda de alá no colégio, vai dormir em outro lugar
nesse outro lugar fica muito evidente essas relações homossexuais e fica muito evidente a hierarquia entre os garotos efeminados e os garotos másculos
e que os efeminados seriam mais fracos/inferiores
ainda assim, os garotos efeminados se orgulhavam da postura próxima do feminino deles pq eles poderiam ser uma mulher mlh, pq não eram mulheres
(machismo e homofobia)
na época o livro não era conservador, era até transgressor e progressista

além de tudo a homossexualidade deveria ser superada - Ângela faz esse papel através da sedução, todos os garotos eram vencidos pela Ângela

Os garotos abrem uma passagem entre a casa do Aristarco e o Ateneu e Sérgio vinga do Romulo ( mestre cook)
Romulo fica presa em algum lugar

CAP 11- as distorções educacionais do internato o ateneu

esse cap começa com uma fala do dr cláudio, conferência sobre educação
defende q a escola deve reproduzir dentro de si a sociedade para q os alunos se preparem p a sociedade - simulação da vida adulta
p isso n existe mlh escola q um internato p isso
Raul Pompeia não adere a isso, ele alerta o leitor de q n eh isso q tem q acontecer
pq:
logo dps disso o Franco recebe uma punição muito severa e ele morre naquela situação
franco- fraco, morre “pelo sistema”

Raul questiona esse espaço escolar

acontece uma cerimônia de homenagem ao Aristarco- angustiante, irritante pelo fato dele ter acabado de “matar” o Franco

nessa cerimônia princesa isabel aparece

Aristarco- Aristocracia / ele eh muito conservador, aprox cm a princesa

Aristarco eh homenageado e fica encomendado qnd dão flores p o busto dele, ele sente ciúmes do busto de e tira as flores e eh tido como humilde pelo ato - ridículo

mentalidade competitiva das famílias em relação os filhos serem melhores....

gancho p o último cap

CAP 12- o fim do ateneu

alunos entram em férias e Sérgio fica no colégio pq a família estava viajando

instituição tá muito vazia ele tá quase sozinho
ai chega um aluno novo, família achava-o muito inadequado e foi mandado nas férias msm p o Ateneu p ser “corrigido”, já q a escola tinha essa fama de corrigir os alunos

esse garoto se chama Américo, ele eh do interior
Américo- América

ele coloca fogo no ateneu, fim do império do Aristarco, Américo desaparece e Dona Ema tbm desaparece
Como se a Dona ema usasse a oportunidade do caos p vazar, sair daquela vida

América bota fogo em uma estrutura velha, conservadora

Raul Pompeia eh abertamente republicano - fracasso do ateneu e perda do império do Aristarco eh um registro do fracasso da monarquia no Brasil - tese por trás do livro - usar o espaço ateneu p mostrar os atrasos de uma estrutura social política já incompatível com os dias dele

perda do conservadorismo nas mãos do Américo

COMENTÁRIOS FINAIS - CONCLUSÃO:

Livro que tem elementos de vários estilos/estéticas/movimentos artísticos

realismo no ateneu:
perspectiva social e psicológica
psicológico :
enredo em 1 pessoa, olhar da sociedade a partir da subjetividade do Sérgio, que é o narrador.
social:
registro do fracasso do conservadorismo monárquico através da metáfora com o ateneu pegando fogo

dentro do realismo, principalmente o psicólogico, temos no livro o
impressionismo:
ligado a subjetividade individual do narrador e a visão dele sobre o mundo
recursos impressionistas:
-hipálage, prosopopeia, sinestesia
-ações temporalmente imprecisas e duradouras
-substantivo abstrato em substituição de adjetivo (respiração de cansaço,gelado da parede, perseguindo a fuga de um graveto)
características que deixam o texto mais difuso e confuso mas também mais bonito

naturalismo:

influência de teses deterministas!

de meio- meio é o ateneu, o contexto escolar repressivo do Ateneu induz comportamentos nos alunos

de raça-
- indígenas: Batista Carlos sai da escola
- Negros: não fazem parte dos estudantes e os trabalhadores são violentos
- Brancos : são intelectual e fisicamente superiores na hierarquia da escola
darwinismo social-
os seres física e intelectualmente mais fortes ocupam espaços de superioridade na escola
- protetores e protegidos
- homens e mulheres
- alunos vigilantes
- alunos destacados pelo seu porte físico são hierarquicamente superiores, mesmo que não oficialmente

descrições caricaturais:
distorções que levam a destacar o que é grotesco

animalização/zoomorfizacao:
(caretas de símio...)


expressionismo:
- hipérboles, cores e emoções intensas, proposopeia

parnasianismo:
- formalidade excessiva
- reflexão do de cláudio sobre o desengajamento da arte em relação a qualquer elemento que não seja a própria arte

simbolismo:
- sonoridade (aliteração, assonância, muitas vezes nas descrições impressionistas)
- subjetividade

temas em o ateneu:

o patriarcado:
reprodução sem questionamento
mulher como causa de conflitos

homossexualidade:
vista como algo a ser superado, estágio de subdesenvolvimento moral (“Ângela dominava-os a todos, e venciam-os”)
hierarquia entre homossexuais másculos e efeminados eq


a escola em o ateneu:
- a elitização da escola
- o proselitismo de Aristarco ( alunos recebem tratamento diferenciado a partir da influência político-econômica da família, a assiduidade no pagamento de mensalidades)
- o punitivusmo da escola (alunos castigados e humilhados)
- perspectiva de que a escola deveria ser um espaço reprodutor das injustiças da sociedade para preparar os alunos do mundo ( Raul Pompeia faz o leitor concordar com essa fala do de cláudio, p depois fazê-lo questionar isso)
-
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Profile Image for SalieriNextdoor.
1 review1 follower
Read
June 15, 2022
O Ateneu é uma obra única no cenário brasileiro em relação à sua composição: concatenando elementos realistas e naturalistas, e incorporando mesmo o impressionismo literário, constrói uma narrativa acrônica da vida em um internato da época. Tratando-se de uma obra escrita no ano da abolição da escravatura e no penúltimo ano do Império, traz consigo as contradições sociais de um período de instabilidade.

Nesta obra, Raul Pompéia não se limita a criticar internatos da época por si, mas, como deixado explícito ao fim da obra, mostra o internato como um microcosmo — um espelho da sociedade fluminense do fim do século XIX. Tal microcosmo é representado como um local de sofrimento e opressão, neste sentido uma representação idêntica à realidade. Desta forma, Pompéia vê a humanidade com pessimismo, mas traz a música e a arte como objetos de beleza, reproduzindo explicitamente a concepção pessimista do filósofo alemão: "[...]efeitos comoventes da música de Schopenhauer".

Apesar de narrada em primeira pessoa, o narrador personagem da obra não se trata do protagonista retratado na história, mas sim uma versão futura do mesmo protagonista, que traz recordações de sua infância no Ateneu. Desta forma, vê-se frequentemente a alternância entre as percepções juvenis do Sérgio do internato e as ponderações maduras do Sérgio narrador, além de divagações do narrador que acabam por fugir à cronologia dos fatos. O impressionismo da obra mostra-se em suas descrições físicas: ao descrever personagens ou até mesmo lugares, as percepções de Sérgio incluem-se como parte integral das características objetivas.
"Os gestos, calmos, soberanos, eram de um rei — o autocrata excelso dos silabários; a pausa hierática do andar deixava sentir o esforço, a cada passo, que ele fazia para levar adiante, de empurrão, o progresso do ensino publico; o olhar fulgurante, sob a crispação áspera dos supercílios de monstro japonês, penetrando de luz as almas circunstantes — era a educação da inteligência; o queixo, severamente escanhoado, de orelha a orelha, lembrava a lisura das consciências limpas — era a educação moral. A própria estatura, na imobilidade do gesto, na mudez do vulto, a simples estatura dizia dele: aqui está um grande homem... não vêem os cavados de Golias?!... Retorça-se sobre tudo isto um par de bigodes, volutas maciças de fios alvos, torneadas a capricho, cobrindo os lábios fecho de prata sobre o silêncio de ouro, que tão belamente impunha como o retraimento fecundo do seu espírito, — teremos esboçado, moralmente, materialmente, o perfil do ilustre diretor."

A obra, como naturalista, segue o preceito do determinismo social: Sérgio é moldado conforme o meio que está, o Ateneu. Tal conceito é unido a uma ideia de dinâmicas de sexo, em que Sérgio frequentemente se percebe e percebe outros garotos como incorporando o sexo feminino, à medida que se colocam sob a proteção de outro garoto e tomam um papel passivo de submissão. Sérgio vê tal dinâmica como parte necessária de seu processo de amadurecimento no Ateneu, no qual fenômenos como o homossexualismo são retratados não como fatos por si só, mas como consequência de uma relação masculina-feminina entre dois garotos.

Criticando a burguesia da época, Pompéia personifica-a no diretor, Aristarco (trocadilho imediato com aristocrata), que coloca-se em uma espécie de culto à personalidade, apresentando-se como a própria educação em pessoa. Igualmente integral ao Ateneu é a idolatria às normas, que contudo podem ser facilmente contornadas pelo diretor caso a aplicação destas regras venham a lhe causar possíveis prejuízos.

Em dois momentos da obra, há discursos emitidos pela personagem Dr. Cláudio que, praticamente avulsos ao restante da obra, servem como uma espécie de reflexo das ideias do autor. O autor apresenta a arte como a secularização dos instintos eróticos humanos, e assim não a considera nem sequer amoral, mas imoral, e positivamente tal:
"Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente selvagem, a arte é a superioridade humana — acima dos preceitos que se combatem, acima das religiões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia e como o êxtase."

Pompéia coloca a arte acima de qualquer outro conceito humano, seja a religião ou a ciência — assim indo mesmo contra o positivismo corrente da época —, novamente invocando as ideias de Schopenhauer, trazendo a arte como a forma única de externar os sentimentos e o amor, independentemente do que pensem os outros indivíduos.

"Pode ser obscena na opinião da moralidade: Leda; pode ser cruel: Roma em chamas, que espetáculo!"
E assim, com o espetáculo de um protesto artístico de Pompéia contra as contradições do macrocosmo fluminense, a memoração encerra-se com o microcosmo do Ateneu a ser consumido por chamas.
117 reviews1 follower
November 15, 2022
finalmente terminando esse livro, aleluia, achei extremamente chato por razões que estou com preguiça de detalhar no momento... quem sabe eu volte aqui depois para fazer um comentário mais elaborado, mas resumindo:

se for pra ler um coming-of-age, um livro que aborda a homossexualidade, uma história sobre um rapazinho entrando num internato e lá dentro é um tipo de microcosmo da sociedade, onde imperam a opressão, maus tratos, violência... fique com "o jovem torless" do musil, é uma leitura muito mais agradável, acessível e gratificante; "o ateneu" é altamente maçante e o sentimento ao terminar é de alívio; duas estrelas só porque não é de todo ruim, mas eu poderia ter passado sem essa leitura.
Profile Image for Andre.
95 reviews7 followers
March 23, 2016
Maybe Machado de Assis spoiled me with amazing Realism novels, but this one failed to impress. I found the story to be very dull and quite painful to read, and the school being a metaphor for society didn't rub me the right way. I know the narrator is an adult talking about his childhood memories, filtered through his years, but I would have liked a more innocent view on things, appropriate to the years he spent at the school. I did, however, enjoy reading the nods to homosexuality, which is rare to find in Brazilian literature. Not a book I'd rush to read again.
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May 14, 2019
Um dos piores pecados do ensino médio brasileiro é forçar a garotada a ler livros do séc. XIX com vocabulário radicalmente diferente, muito concentrados no ideário da época, etc. Ser forçado a ler "Dom Casmurro" aos 16 anos, por exemplo, é dose pra leão, um atentado contra quem está tentando construir sua vontade de ler.

"Dom Casmurro", "Os sertões" e outros clássicos são melhor lidos quando temos maturidade para entender os dilemas das personagens e acompanhar melhor a história. "O ateneu" é um desses casos.

Escrito por Raul Pompéia quando este tinha meros 25 anos (o autor iria cometer suicídio poucos anos depois), "O Ateneu" é uma leitura curta (menos de 300 págs.), mas extremamente densa, sobre suas memórias como estudante num internato no Rio de Janeiro na segunda metade do séc. XIX. Pompéia se farta de usar metáforas, metonímias, cenas cromáticas e simbolismos, talvez em excesso, para narrar a trajetória psicológica do menino Sérgio em suas amizades, rivalidades e primeiros amores na escola.

Muitas passagens me fizeram lembrar de meu tempo na escola primária, uma época nada nostálgica na qual muitos de nós estão preocupados com questões de sociabilidade, aceitação, auto-imagem, etc. Os personagens, com a exceção do diretor Aristarco, estão apenas levemente esboçados e quase se confundem uns com os outros. Alguns capítulos em que Pompeia descreve minuciosamente a arquitetura do Ateneu como uma metáfora para a dimensão interna das personagens são um belo pé no saco. Mas a parte final, em que Sérgio encontra algum tipo de serenidade no meio de uma tragédia, vale pelas imagens simbolistas.

É um livro de prosa bem-cuidada com algumas boas imagens, apesar de um pouco pedante. Lido na excelente edição da Ateliê Editorial, com apresentação e abundantes notas explicativas.
Profile Image for Bruno.
34 reviews38 followers
November 15, 2014
Livro fantasticamente chato. Explico cientificamente. Cansativas, não, EXAUSTIVAS, MAÇANTES descrições líricas permeadas por hipérboles, parábolas, metáforas profundas baseadas em exímia mitologia grega. Tudo isso para descrever.... um fio de uma pipa... um almoço num refeitório... um jogo de bolinhas de gude... As idéias não andam, permanecem em intermináveis circuncolóquios que chegam a durar ATÉ 10 páginas (as vezes mais) de floreios (influência barroca aliás), um atrás do outro, um atrás do outro, de form que parece que nunca vão acabar!

Isso sem contar que a cada parágrafo tem que recorrer 2, 3, 4, 5(!)vezes ao dicionário, numa linguagem hermética até para a época, tornando a leitura cansativa à exaustão.

Aliás pra que linguagem, lírica, rebuscada com influência de mitologia greco romana para falar do cotidiano de uma escola!?

O autor parece um padre. daqueles que consideram conteúdo tudo e retórica nem tanto. O livro parece uma daquelas homilias intermináveis de uma missa muito chata de um padre que não dá bola nem um pouco em tornar a missa cativante. O autor parece ter profundo prazer em exibir seus conhecimentos de história e filosofia clássica.

Ainda assim vale 4 estrelas e vale a pena ser lido por todos por fazer uma descrição apurada dos colégio internos que sempre são descritos como lugares cabulosos por quem esteve num. Isso em qualquer língua, sejam os colégios ingleses do filme inglês "if" e aquele do clipe do Pink Floyd ( o the wall completo) sejam os daqui (que aliás se inspiraram nos de lá)
Profile Image for Carlos Silva.
82 reviews14 followers
February 17, 2020
Normalmente quando leio um livro fico imaginando como seria transportar certas cenas dele para um desenho, e quanto mais cenas interessantes eu quero retratar no final do livro, mais alta seria a nota. Dessa vez, quando terminei de ler, a única coisa que eu queria fazer era fechar o livro e esquecer o que acabei de ler, as poucas cenas minimamente interessantes dele são as subentendidas e não as relatadas, as que dão a entender que o autor queria contar mais coisas, mas não podia expressamente pra não assustar o público leitor da época.

Um resumo de minha experiência: Um livro que eu só queria que terminasse logo.
E não é no bom sentido, daqueles que você quer saber mais, era só pra terminar e esquecer mesmo.
Profile Image for Sofia.
54 reviews1 follower
March 7, 2022
Não é tão ruim quanto você pensa. Sim, você, aluno do ensino medio/cursinho que está sendo obrigado a ler para o vestibular. Minha dica é, além de perceber as características do gênero para a prova, que você preste mais atenção no enredo, porque pode até tornar o livro mais legal. Se você está lendo essa edição, não leia a introdução, vá direto para os capítulos e leia depois de terminar o livro, porque tem spoilers. Sim, é chato, maçante, mas você aguenta. Vai ter partes que você vai entender tudo e partes que você não vai entender nada. Afinal, esse livro foi escrito em 1888. Mas tente fazer o melhor que pode para aproveitar esse livro, isso deixa ele muito melhor.
Profile Image for Eric Rocha.
89 reviews2 followers
October 14, 2013
Nota mental: lembrar de me preparar melhor antes de ler um livro escrito em 1888.
Profile Image for João.
44 reviews17 followers
January 15, 2024
"Ainda mais, segundo um traçado naturalíssimo de filiação, o sentimento da simetria, trasladado para a esfera das relações sociais, serviu de plano à organização das religiões, filhas do pavor, e das moralidades, invenção das maiorias de fracos. Com o predomínio insensato das religiões, o amor deixou de ser um fenómeno, passou a ser um ridículo ou uma coisa obscena."

"Cada rosto amável daquela infância era a máscara de uma falsidade, o prospecto de uma traição. Vestia-se ali de pureza a malícia corruptora, a ambição grosseira, a intriga, a bajulação. a covardia, a inveja, a sensualidade brejeira das caricaturas eróticas, a desconfiança selvagem da incapacidade, a emulação deprimida do despeito, a impotência, o colégio, barbaria de humanidade incipiente, sob o fetichismo do Mestre, confederação de instintos em evidência, paixões, fraquezas, vergonhas, que a sociedade exagera e complica em proporção de escala, respeitando o tipo embrionário, caracterizando a hora presente, tão desagradável para nós, que só vemos azul o passado, porque é ilusão e distância."
Profile Image for Maria Eduarda Martins.
4 reviews1 follower
October 14, 2020
Apesar da dificuldade de entender esse livro em MUITOS momentos devido ao fato de ser uma narração desconexa e com várias informações soltas, eu achei bem legal algumas partes, principalmente o desfecho.
Profile Image for Guilherme.
89 reviews6 followers
August 25, 2017
O clássico de Raul Pompeia é uma das grandes experiências do século XIX em língua portuguesa, prenunciando a estética que seria explorada profundamente pelos modernistas portugueses como Mário de Sá-Carneiro e José Saramago, bem como os brasileiros do tipo como C. Lispector e Graciliano Ramos. O estilo impressionista/expressionista de Pompeia tem o seu lastro queirosiano, já que é notável seu uso da cor, da temperatura e da adjetivação nada ortodoxa para pintar os quadros da escola, mas certamente há algo de inovador, na medida em que suas "crônicas da saudades" têm um teor confessional assustadoramente profundo.
A breve narrativa de Sérgio sobre a escola assume caminhos diferentes em diversos níveis, sendo que, em primeira leitura, fica evidente os jogos de influência e poder num ambiente hostil, mas, em caráter mais profundo, acredito que aspectos sociológicos de estratificação num Brasil prestes a proclamar a república em que a figura paterna e materna são confundidas com estruturas externas socialmente construídas são levados de forma subjacente. Uma leitura nesse viés se fortalece se se levar em consideração as relações fraternas, paternas, maternas, amorosas e sexuais, familiares, heterossexuais e homossexuais todas confusas nas figuras que circulam no Ateneu, dependendo em grande parte de estruturas de imposição e tráfico de influências, bem como manipulação numa estratificação em que o alto poder oligárquico desbanca a origem aristocrata dos meninos do internato. Ademais, a simbologia romana que percorre todo o romance paira como um espectro dessas organizações em processo de falência, culminando na morte de Franco e no incêndio da escola; símiles impressionantes de figuras como Sêneca e Nero.
O aspecto psicológico da obra também dificilmente pode ser descartado ou desviado numa leitura mais séria, sendo que se pode traçar aspectos fortes de manias e busca de identidades nas figurações diversas que surgem na narrativa. Sérgio, acima de todos, permanece como um voyer, me parece, dessas estruturas psicológicas, projetando a si em outras figuras como Sanches, Egbert, D. Ema e outros.
Um romance para ler e reler sempre.
Profile Image for Gui.
21 reviews
August 4, 2025
(Lido em português)
O Ateneu de Raul Pompéia é uma obra importante e conhecida do naturalismo brasileiro, escrita em 1888 pouco antes da Proclamação da Rep��blica, é uma fotografia de sua época e, de certa forma, uma autobiografia do autor.

O enredo começa quando o narrador, Sérgio, menino de apenas 11 anos, é enviado pela família ao internato chamado Ateneu, colégio de elite do Rio de Janeiro. Para ele, que conta a história já adulto no futuro, este foi o momento de perda de sua inocência, como ilustra bem a fala de seu pai: "Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta." O livro então conta as aventuras e desventuras que Sérgio encontrará à porta do Ateneu, sendo as disgraças mais recorrentes do que o contrário.

O livro dá muita ênfase no fator do determinismo social, característica fundamental do Naturalismo e que, pessoalmente, acho muito interessante. Mas a história em si, não me agradou muito. A mensagem é boa, e o livro é interessante, mas admito que para mim foi custosa a leitura. O linguajar é um grande obstáculo: Pompéia era um grande "intelectual", e sinto que fez questão de impor isso, o que não é necessariamente ruim, mas acho que desvia a atenção de outros fatores importantes como a mensagem por trás. Talvez outras obras sejam mais acessíveis, como O Cortiço e O Mulato de Aluísio Azevedo.

Uma de minhas passagens prediletas do livro, onde o diretor do Ateneu, Aristarco, discute sobre a difícil missão da escola:

Durante o tempo da visita, não falou Aristarco senão das suas lutas, suores que lhe custava a mocidade e que não eram justamente apreciados. “Um trabalho insano! Moderar, animar, corrigir esta massa de caracteres, onde começa a ferver o fermento das inclinações; encontrar e encaminhar a natureza na época dos violentos ímpetos; amordaçar excessivos ardores; retemperar o animo dos que se dão por vencidos precocemente; espreitar, adivinhar os temperamentos; prevenir a corrupção; desiludir as aparências sedutoras do mal; aproveitar os alvoroços do sangue para os nobres ensinamentos; prevenir a depravação dos inocentes; espiar os sítios obscuros; fiscalizar as amizades; desconfiar das hipocrisias; ser amoroso, ser violento, ser firme; triunfar dos sentimentos de compaixão para ser correto; proceder com segurança, para depois duvidar; punir para pedir perdão depois... Um labor ingrato, titânico, que extenua a alma, que nos deixa acabrunhados ao anoitecer de hoje, para recomeçar com o dia de amanhã... Ah! meus amigos, conclui ofegante, não é o espírito que me custa, não é o estudo dos rapazes a minha preocupação... É o caráter! Não é a preguiça o inimigo, é a imoralidade!”

Aristarco tinha para esta palavra uma entonação especial, comprimida e terrível, que nunca mais esquece quem a ouviu dos seus lábios. “A imoralidade!”
Profile Image for Bru Fritsche.
101 reviews
September 12, 2021
Eu ia dizer q esperava algo diferente desse livro, mas na verdade eu não sei o que esperava. Tive um fascínio muito grande por essa história quando estava no ensino médio, mas esse fascínio não me preparou e não foi suficiente pra linguagem enrolada, difícil, hermética e desnecessariamente comprida. Foi difícil entender o que u
o autor queria dizer, me senti totalmente deslocada e sem entender o propósito de tudo. Comecei o livro, passei por ele e terminei sem entender onde queria chegar. Houveram, sim, alguns assuntos breves e interessantes, como a exaltação de Aristarco que escondia que na verdade era alguém de intelecto medíocre, os abusos emocionais e a crueldade que emanava nos estudantes. Mas foram coisas repentinas, breves e na maioria rasas.

Fiquei decepcionada, mesmo tendo percebido logo no começo que não seria grandes coisas. Acho que ainda não tenho intelecto suficiente pra compreendê-lo, talvez? Mas foi uma boa experiência ler e me desafiar. Talvez um dia ainda consiga aprecia-ló. Mas, se for honesta, não consigo dar mais do que 2,5 estrelas… Faz parte, também!
Profile Image for Trajano Lima.
82 reviews
October 12, 2022
A história poderia ter sido muito emocionante, cheia de diversão, tramas, experiências da meninice, heroísmo, mistérios e descobertas tendo como palco o colégio Ateneu. Mas ao invés disso, esse Raul Pompéia me entrega uma história sem rumo, sem nexo, com uma linguagem rebuscada, com muita narrativa, sem desenvolver personagens e cansativa de se ler. É um clássico na literatura brasileira pelo pioneirismo da autobiografia e pelo estilo naturalista, reduzindo o homem a um ser na multidão, passível de humilhação, paixões enrustidas, realizações interrompidas, corrupto e sem propósito. Com esforço, pesquisa e reflexão, chega-se à conclusão de que a obra é um retrato da sociedade brasileira do século XIX. Por fim, o apogeu e queda do colégio Ateneu retrata exatamente a existência dessa obra - um grande nome na literatura, destaque na história, mas dentro só lixo e que termina em cinzas. Lamentável que nossos jovens são obrigados pelo ensino brasileiro a perderem tempo lendo esse livro.
Profile Image for Jaqueline Gomes.
9 reviews6 followers
April 24, 2015
Tenho um pouco de ódio de autor que precisa de um livro inteiro pra enrolar e só deixar o último capítulo bom e interessante, o que também é o motivo pelo qual nunca abandono livros.
Raul Pompeia foi considerado o melhor autor de realismo depois do Machado, li isso em algum lugar e dei um voto de confiança, ledo engano, nada de Machado ou de realismo, as descrições são tão longas, enfadonhas e desnecessárias que me lembrou José de Alencar. Mas foi lido, no esforço e o final guardava algumas coisas legais, como alguns insights sobre educação e o trechinho abaixo sobre Saudade, ele se refere a saudade dos tempos de colégio, e quem é que não fica muito nostalgico com eles?

"Saudades verdadeiramente? Puras recordações, saudades talvez, se ponderarmos que o tempo é a ocasião passageira dos fatos, mas sobretudo - o funeral para sempre das horas. "
Profile Image for Mariana.
56 reviews
July 11, 2021
Abandonado com sucesso. Li até um pouco mais da metade e larguei, porque ZERO CONDIÇÕES. Talvez em um futuro remoto eu releia só pra ver como era esse negócio.
“O Ateneu” tem uma linguagem hermética que se torna exaustivamente pedante ao longo da narrativa. E a narrativa? Não acontece nada. NADA. Pelo menos nada interessante. Dizem que o final é emocionante, mas eu não iria até o final desse livro sem ser paga pra isso.
Parafraseando alguns amigos da Letras: você lê 2 páginas, mas parece que foram 30. Cansativo, entediante e pernóstico.
Profile Image for misael.
383 reviews32 followers
July 31, 2017
*3,5 estrelas
Um grande clássico da literatura brasileira. Um livro muito descritivo, com o seu principal núcleo narrativo muito interessante e com uma forma de narração encantadora. As ilustrações do autor acrescentam um imenso valor à obra.
Ainda assim, pessoalmente, não adorei o livro e achei-o, em alguns pontos, cansativo, até porque, como termo de comparação a literatura brasileira clássica, tinha só Machado de Assis, e a Machado nada se compara, né?
(Portugal 😃)
Profile Image for carolzinha.
122 reviews7 followers
September 29, 2020
gostei mais do que esperava, da pra divagar e pensar bastante sobre
Profile Image for Vitoria Carolina.
51 reviews
November 29, 2021
Esse livro é TERRÍVEL de chato, meu deus até hoje me pergunto como consegui chegar na página vinte
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