Numa entrevista famosa, Clarice Lispector apresentava deste modo a amiga Lygia Fagundes Telles: «Com Lygia, há o hábito de se escrever que ela é uma das melhores contistas do Brasil. Mas do jeitinho como escrevem parece que é só entre as mulheres escritoras que ela é boa. Erro. Lygia é também entre os homens escritores um dos escritores maiores.» Nesta selecção de vinte narrativas breves, procuramos captar alguns dos traços mais marcantes e originais da arte do conto de Lygia Fagundes Telles. A vida dos objectos, das «coisas pequenas, minúcias» e a vida das personagens entrelaçam‑se aqui por caminhos que implicam, numa narração meticulosa, um jogo metamórfico sempre latente: estranha ciranda entre o mundo das pessoas, da natureza, ou dos materiais que sustenta um insólito mapa das relações humanas e dos seus desencontros — na família, no amor, na loucura, ou na infância, esse «tempo descabelado, selvagem» no qual a autora diz ter começado a escrever.
Lygia Fagundes Telles (born April 19, 1923) is a Brazilian novelist and short-story writer. She was born in São Paulo and is one of Brazil's most important living writers.
Her first book of short stories, Praia Viva (Living Beach), was published in 1944. In 1949 got the Afonso Arinos award for her short stories book O Cacto Vermelho (Red Cactus). Among her most successful books are Ciranda de Pedra (The Marble Dance) (1954), Verão no Aquário (1963), Antes do Baile Verde (1970), Seminário dos Ratos (1977) and As Horas Nuas, (1989). The book Antes do Baile Verde won the Best Foreign Women Writers Grand Prix in Cannes (France) in 1969.
Her most famous novel is As Meninas (The Girl in the Photograph), which tells the story of three young women in the early 1970s, a hard time in the political history of Brazil due to the repression by the military dictatorship. In 2005 she won the Camões Prize, the greatest literary award in the Portuguese language.[1]
She is one of the three female members of the Brazilian Academy of Letters.
Lygia Fagundes Telles foi uma excelente contista e este pequeno livro com vinte contos foi o escolhido. Os objectos estão presentes e a sua existência notada nos episódios que nos são contados em situações dramáticas, críticas ou decisivas na vida das personagens. Contos negros. Mortais. Místicos. Metafísicos. Trágicos. Morte, medo e solidão. Vergonha, humilhação. Marcam pelos sentimentos que expressam que não são alegres e leves mas não consigo escolher o preferido. Vários, como “Venha ver o pôr do sol”, “O menino” ou “W.M.” Pungentes.