Quando decide pôr fim a um casamento de vinte e sete anos, Laura, uma prestigiada violinista, revisita os principais momentos da sua vida: em criança, o amor pelo violino, o único capaz de preencher os silêncios de uma infância solitária; na transição para a idade adulta, a busca por respostas - ou talvez a compreensão de como se formulam melhor as perguntas; e a certeza de que é na música, sempre na música, que verdadeiramente se encontra.
No prolongamento da catarse, a chegada à maioridade, Álvaro e uma história de amor sem grandes sobressaltos, mas também sem grande entusiasmo; uma parceria apática em casa e na orquestra; e o início do fim: a digressão que faz sozinha pela Europa, a relação com Thomas, um clarinetista austríaco mais novo do que ela, e a tomada de consciência de que é sempre possível fazer voltar a vibrar uma corda que há muito se calou.
Um romance intenso e emocionalmente poderoso, centrado na autodescoberta e no confronto com a dor do fim de um ciclo.
«Como uma maestrina, Lénia Rufino conduz-nos pela alma humana e as suas variações, um discurso melódico que fala dos grandes desígnios sem esquecer as distorções ou a corda que parte. O que mais podemos esperar da Literatura?» João Pinto Coelho, Prémio LeYa
nasceu em 1979, em Lisboa. Cresceu nos subúrbios, rodeada de livros. Devia ter estudado Psicologia Criminal, a sua grande paixão a par da escrita, mas acabou por se licenciar em Publicidade e Marketing. Aos dez anos, escreveu o seu primeiro conto e decidiu que, um dia, haveria de ser escritora. Demorou trinta e dois anos a conseguir. Em 2021, publicou o seu primeiro romance, O Lugar das Árvores Tristes. Aclamado pelos leitores e pela crítica, chegou ao Brasil em abril de 2023.
Nem todas as histórias têm de ser mirabulantes, fantasiosas, misteriosas. Algumas podem ser bonitas pela forma como nos entregam emoções que iremos reconhecer como podendo ser nossas – ou não. Nem todas as histórias têm de ser feitas de Heróis e Vilões. Algumas podem ser compostas por personagens imperfeitas, indecisas, impulsivas, à deriva, aborrecidas ou, até, fracas, mas sem maldade no coração.
A escrita da Lénia é o par de dança perfeito para a melodia desta história pautada por fins e recomeços. Numa partitura que enaltece tanto a música quanto o silêncio, seguimos Laura, mas também Álvaro, seu marido (um homem cheio de parênteses) e Thomas – cuja juventude inquietante lhe pulsa no sangue.
Não leiam este livro à espera que seja semelhante ao "O lugar das árvores tristes": não é. O primeiro é voltado para fora. Este é visceral e mais contemplativo. Eu gostei muito desta volta para dentro que a Lénia deu, mas percebo que não seja para todos.
E a escrita? Já falei dela, eu sei. Mas repito-me neste elogio porque a escrita... está cada vez melhor!
Parabéns, Lénia! O mais difícil já está, agora que venha o terceiro.
Infelizmente, ficou muito aquém das minhas expectativas.
A escrita é lindíssima, flui muito bem, o livro está extremamente bem escrito, mas esperava uma história com mais ação. Sobretudo depois do último livro, queria algo que prendesse mais. Sei que não é justo exigirmos isto de um autor, sei que não é correto querermos algo assim ou assado porque não somos nós que criamos a história. Mas, lamentavelmente, criei uma imagem deste novo livro que não tive. Mas a culpa é só minha que tinha as expectativas muito altas. Queria mais ritmo, mais reviravolta, não queria algo tão flat…
Se procuram histórias mais introspectivas, esta é uma boa opção! Porque a história é bonita! Eu é que claramente não estava no mood certo para a ler.
“Obriguei-nos ao silêncio com que nunca soubemos viver.”
“A música, o fio que nos unira ao início, seria agora o que mais sofreria. Mais do que eu. Mais do que ele. Mais do que nós. Porque nenhum de nós continuaria a tocar da mesma forma. A seguir haveria dor. E a dor, embora possa ser transformadora, também consegue ser um carrasco.”
“Até lá, o vazio era uma casa difícil de habitar, contudo a única morada capaz de me acolher.”
“All in, girl.”
Lénia, senti que a tua essência está aqui – mas notei uma grande evolução na escrita — mais fluida, cada palavra no seu devido lugar, sem meias medidas.
Na minha opinião, um dos teus pontos fortes é esta melancolia e introspecção que colocas nas palavras ao retratar as emoções das personagens, como se fossem uma sensação palpável, como se as palavras nos envolvessem.
“Silêncio no Coração dos Pássaros”, como uma música cantada, e este viver entre o passado e o presente, contado a três vozes.
Uma história que tem os ingredientes que costumam conquistar o meu coração: um caminho íngreme, de mãos dadas com a jornada emocional destas personagens; o peso que as decisões podem ter na nossa vida; e como os pequenos detalhes moldam quem somos — o que a torna, entre outras coisas, mais madura e humana. ♥️
Que privilégio ter acompanhado esta história desde o início!
Adorava ter gostado tanto deste livro como do primeiro. Juro.
Adoro a Lénia. Adoro tudo o que escreve e a forma exímia como o faz. Neste livro, não foi exceção. No entanto, a história não me convenceu e nem consegui entender muito bem as personagens.
Conta-nos a história de Laura, uma violinista casada há 27 anos que decide terminar o seu casamento com Álvaro, que também trabalha com ela. O livro começa com o fim do casamento — isto não é spoiler — e, a partir daí, segue-se uma série de capítulos em várias perspectivas, para percebermos o que levou aquela rutura.
Não sei explicar porquê, mas a protagonista, Laura, irritou-me solenemente. Sempre indecisa, sem saber o que fazer, ou o que quer mas, acima de tudo, com um nível de egoísmo acima da média. O marido, Álvaro, pareceu-me um tanso, sempre disposto a aceitar que a mulher o amasse em pedaços. A certa altura, apeteceu-me abaná-lo e acordá-lo, dar-lhe uma chapada e chamá-lo à razão.
A história explora uma crise de identidade, o autoconhecimento, o facto de estarmos perdidos e não sabermos bem o que queremos e como nos vamos encontrar. É uma história muito mais introspetiva, sem as reviravoltas do “Lugar das Árvores Tristes” (que sinceramente também esperei que existissem). É muito mais parado, muito mais focado na protagonista, no que está a sentir e na forma como se relaciona com as outras personagens.
Uma camada que achei muito interessante, foi a profissão de Laura. É violinista e o leitor vai acompanhá-la numa digressão europeia com uma orquestra. Muito fixe a ideia. Porém, achei que isso podia ter sido melhor explorado pela autora. Ficamos a saber muito pouco dos seus colegas, de como é tocar numa orquestra, entre muitas outros detalhes que podiam ter acrescentado muito à história.
A trama passa-se em várias cidades ao longo do tempo e não há muitos detalhes acerca dos locais por onde Laura passou. O que viu, o que sentiu, a que cheirava, o que faziam as pessoas na rua, como se mexiam, como eram as ruas. Enquanto leitor, preciso de sentir essa sensorialidade e ali não aconteceu.
Está extremamente bem escrito e, por isso, dou-lhe as 3 estrelas. Mas, não me convenceu, com muita pena minha.
Foi o primeiro livro da autora que li, e fiquei claramente apaixonada pela prosa.
Laura, uma instrumentista de orquestra de 50 anos toma a decisão de terminar o seu casamento de mais de vinte anos com o Álvaro. Depois é só um recuar no tempo e ouvir 3 naradores diferentes. As suas versões dos acontecimentos, os seus sentimentos. Não há vilões aqui, há apenas uma mulher que deseja recuperar a sua existência, um homem apaixonado pela sua mulher ... e talvez um pouco acomodado à vivência do dia a dia.
Gostei muito deste segundo livro da Lénia Rufino. A escrita é irrepreensível, riquíssima, com uma cadência perfeita. O estilo é completamente diferente do primeiro, o que me agradou, porque gosto de ler sobre sentimentos. Nota-se uma evolução na sua maturidade enquanto escritora, que já se adivinhava no seu substack. Estou certa de que a Lénia poderá escrever sobre o que lhe apetecer. Ficarei ansiosa à espera do próximo.
Depois de “O Lugar das Árvores Tristes” aguardava com ansiedade o novo livro de Lénia Rufino! “Silêncio no Coração dos Pássaros” veio, finalmente, preencher esta necessidade de voltar a ler esta autora.
Posso dizer, desde já, que gostei muito desta leitura. Ainda que a escrita esteja mais madura, voltei a encontrar a Lénia nestas páginas. A forma como escreve e que tanto me encantou no livro anterior, volta a estar presente, trazendo-nos uma história completamente diferente.
Aqui temos Laura e Álvaro, um casal com uma longa relação que vamos conhecer no momento em que este casamento termina. Ao longo do livro vamos perceber o que os levou a este momento, porque as situações não acontecem por isto ou por aquilo, mas antes pelo acumular de muitas coisas…
Gostei particularmente da forma como cada personagem é real, com defeitos e virtudes, mas sem estereótipos. Não há aqui ninguém para servir de alvo à nossa revolta face à situação. Quer Laura, quer Álvaro são duas pessoas acima de tudo francas uma com a outra (apesar de um acontecimento…) e que são amigos suficientes para se tentarem ajudar no meio da sua tempestade.
Existem apenas dois apontamentos que não posso deixar de fazer, que se prendem com a forma. O uso recorrente dos parênteses que me incomodaram um pouco e a repetição da palavra silêncio no início do livro. Contudo, nenhum destes dois pontos estragou a minha leitura, que foi, de facto, muito agradável e interessante. E que deixa o leitor a reflectir no final da narrativa!
"Mais tarde, percebi que já nada poderia salvar-nos do naufrágio, havíamos- nos transformado em duas ilhas que haveriam de se afastar cada vez mais... ...Há algum tempo que ambos sabíamos que o nosso castelo se estava a desmoronar, mas creio que nenhum de nós teve a capacidade de lidar com isso numa perspectiva de recuperação. Talvez o cansaço ou o hábito ou o desgaste tenha sido o que nos levou ali, àquele momento em que desliguei o telefone com a sensação de que havia um antes e um depois, de que o que deixara em Lisboa não seria nunca aquilo a que haveria de voltar no final deste Verão. "
Laura tem um casamento aparentemente feliz com Álvaro, não têm filhos, são ambos músicos, ela violinista, ele violoncelista e praticamente vivem um para o outro há 27 anos. Quando Laura é convidada para uma digressão pela Europa e conhece Thomas, um jovem clarinetista que integra a mesma orquestra onde Laura vai tocar, os alicerces do seu casamento caem com estrondo. A violinista começa uma dolorosa introspecção da sua vida conjugal e chega à conclusão que já não é a mesma mulher que saíu de Lisboa. Ao que chamava de amor torna-se claro para ela que era habituação, rotina e que ela precisa de mais, precisa de se reencontrar. Neste seu novo romance Lénia Rufino convida-nos a viajar até à mente de uma mulher de meia- idade que faz um balanço à sua vida e ao seu casamento, vamos conhecer as suas dúvidas, angústias e indecisões. Este livro é narrado a três vozes, Laura, Álvaro e Thomas e assim vamos conhecer o ponto de vista de cada um, às vezes a percepção de um não é o que realmente aconteceu para o outro e no fim só temos uma certeza: nada é definitivo nesta vida. Silêncio no Coração dos Pássaros é um livro introspectivo e intimista onde a autora através da sua escrita sensível e cuidada conduz-nos através das várias camadas da natureza humana tendo sempre como pano de fundo a música clássica.
"O mais difícil é só entendermos o quanto alguma coisa nos faltava quando aparece algo que nos faz transbordar."
A escrita da Lénia é incrível e nota-se uma evolução face ao seu primeiro livro, o que é surpreendente, como é que esta mulher consegue melhorar ainda mais? Porém, a temática deste livro não me tocou no coração como o primeiro da autora, nem é um tema que eu goste particularmente de ler nesta perspectiva.
Gostei bastante das reflexões de amor próprio, pessoa singular e pessoa enquanto metade de um casal, mudanças de vontades e desejos com a idade. Os saltos temporais e mudanças de perspectiva também acrescentaram muito à história. No entanto, eu não me consegui ligar emocionalmente a nenhuma das personagens - principalmente à Laura - e isso fez com que a minha experiência de leitura não fosse perfeita. Confesso que nos primeiros dois terços estava muito investida, mas no último terço se tornou um pouco maçador estar "dentro" da cabeça da Laura. Isto em nada é culpa do livro, penso que seja mesmo este tema que não é o meu "cup of tea".
Venham mais livros escritos pela Lénia, pois este mundo precisa.
Em primeiro lugar, tenho de destacar a construção destas personagens, feita de forma exemplar. Envolvemo-nos nos seus pensamentos, compreendemos as suas ações, as suas motivações e torcemos por todas, mesmo que seja impossível que todas tenham aquilo que pretendem.
Mas, de todas as personagens, tenho de falar de Laura. Posso estar longe dos cinquenta e nunca ter terminado uma relação longuíssima, mas aquela sensação de estar perdida é universal e transparece de tal maneira que nos sentimos perdidos com ela. Embora ela esteja numa verdadeira crise, conseguimos compreendê-la totalmente e não hesitamos por um momento em desejar que ela encontre a pessoa que quer ser, com uma vida que a preencha por completo e não apenas pela metade.
Depois, claro, há a escrita. A escrita da Lénia está muito bonita e afinada nesta história e é isso que nos envolve por completo nesta onda de melancolia.
Um triângulo amoroso contado a três vozes, porque uma história de amor tem sempre vários lados, tal como uma orquestra tem vários instrumentos e todos são necessários. Aqui, todas as personagens são “dirigidas” pelo maestro Amor, seja ele qual for. Este é um livro de uma Lénia mais introspetiva, mais consciente do poder das palavras. É inegável a evolução da escrita da autora: cada palavra é escolhida como as notas musicais numa partitura. Quem está à espera de uma história semelhante à do primeiro livro, terá uma desilusão. É um livro contado entre o passado e o presente, cheio de melancolia, de emoção, de sentimentos que se mesclam. É um livro de perda, de desamor, de reencontro. De uma relação que se deixa desgastar e termina. De coragem para assumir o fim. E deve ser lido de forma lenta, apreciando cada sentimento. Apesar de muito bem escrito, este livro não me chegou ao coração como o primeiro da autora. Talvez pelo tema, pela tristeza do fim de uma relação, talvez por ter estado à espera de uma reviravolta que não acontece. Nem tinha de acontecer… Mas é, sem dúvida, um livro muito bom. Parabéns, Lénia! Fico à espera do próximo!
Que livro intenso. e que escrita madura e crua. Sinto que é preciso muito maturidade para realmente compreender este livro. A Lénia cresceu e este segundo livro é a prova viva disso mesmo.
Mais um incrível livro da Lénia. Enquanto o primeiro era mais envolto em mistério, este é o mais cru e "direto" possível.
Não há nada neste livro que esteja a mais. É uma história que nos faz viajar até ao nosso íntimo, que faz olhar um pouco para tantas Lauras e Álvaros que conhecemos na nossa vida e é uma história que não nos deixa escolher lados. Esta é a vida real. Uma história introspectiva, uma viagem pelo amor, pelos sonhos, pela liberdade e qual o seu preço.
“Percebia agora que há caminhos que se fazem sem olhar para mapas, em que vamos andando e, quando reparamos, estamos já a anos-luz de quem éramos não muito tempo antes.” ✨
Fiquei encantada com a escrita da autora, uma escrita simples mas melancólica e que nos arrebata de sentimentos. A forma como a autora nos faz navegar na história torna impossível pousar o livro e acabei por o ler praticamente de uma só vez. Acho que é um livro maduro, que nos fala de uma relação desgastada pelo tempo, uma relação que não foi alimentada e acabou por ficar esquecida pelo tempo. Mas, acaba por ser essencialmente um livro sobre auto-descoberta mesmo depois de um casamento longo, um livro sobre seguir em frente, enfrentando menos intrínsecos que nos corroem e que nos fazem vacilar por medo do que não sabemos, por medo do incerto.
Contudo, não consegui criar uma ligação enorme com as personagens porque embora entenda o que a autora nos queria mostrar se torna (para mim) difícil compreender algumas coisas no rumo da história.
Algumas considerações: + o título do livro é lindíssimo e foi isso que me cativou - não me senti atraída por nenhum dos personagens. Acho que nenhum deles, tirando talvez Laura, tivesse sido muito aprofundado
Gostei muito. Muito bom para refletir sobre relações longas, sobre a dificuldade de mudar hábitos e relações mesmo quando estás não nos trazem felicidade. Uma excelente reflexão sobre o facto de não haver idade para mudar de vida. Uma escrita belíssima.
Silêncio no Coração dos Pássaros é uma viagem de autodescoberta, mostrando-nos que não temos de viver um conto de fadas para experienciarmos o encanto. Podemos, até, andar à deriva, mas há acordes que não se silenciam. Não nos silenciam. E, no final, conscientes de que já não temos de ficar no mesmo lugar, conseguimos renascer.
Ainda estou a assimilar o desenlace surpreendente desta jornada de amor e desamor. Foi uma dança de avanços e recuos, de procura por respostas. A Laura fez de guia nesta viagem ao interior do seu coração adormecido num relacionamento morno, acomodado, e que decide não se contentar. No fim, acho que a honestidade venceu, mas não sem desconforto, dor ou uma boa dose de solidão. Gostei dos capítulos curtos e de ter as perspectivas dos diferentes personagens sobre os vários momentos da narrativa.
Nem sei bem o que dizer, o livro está super bem escrito e as personagens estão muito bem construídas parecem mesmo reais. Adorei este livro e recomendo vivamente 🫶🏻
Que a Lenia escreve bem eu já sabia e por isso os primeiros capítulos deste livro mexeram bastante comigo. Larguei durante uns tempos à espera de uma altura melhor.
Um livro com perspectivas diferentes que nos faz pensar e sentir a par com os personagens
Através de uma escrita maravilhosa e cuidada ( e com música acompanhar nos) vamos fazendo esta viagem de mãos dadas com as personagens.
A Lénia escreveu um livro sobre o amor e sobre as pessoas. O amor nas suas mais variadas formas, mas, acima de tudo, o amor próprio. E foi isso que mais gostei neste livro: a simplicidade com que a Lénia nos deixa explorar as emoções das várias personagens, abrindo o coração de todas elas, sem medos, com uma fragilidade madura que nos faz sentir um pouco de cada uma delas. Este livro não vai deixar indiferente quem o lê, não pode. Obrigada, Lénia! Mais uma vez, foi um prazer ler-te e vou recomendar este livro a todos os que me ouvem.