Jump to ratings and reviews
Rate this book

A morte e o meteoro

Rate this book
Uma aventura literária macabra e surpreendente por um dos grandes nomes da literatura brasileira contemporânea.

A Amazônia praticamente acabou. O pouco que resta após décadas de aniquilamento é insuficiente para abrigar os kaajapukugi, uma tribo isolada e misteriosa que agora se vê diante da própria extinção. As informações precárias que temos a respeito desses índios vêm do igualmente enigmático Boaventura, um sertanista que, até onde se sabe, foi o único a ter contato com a tribo, dedicando sua vida a protegê-la do homem branco. Com a iminência do fim, Boaventura traça um plano transferir os cinquenta kaajapukugi remanescentes para o México, onde serão recebidos como refugiados políticos. A ideia causa comoção, e o mundo assiste atento aos preparativos do resgate. Todavia, Boaventura morre em circunstâncias mal explicadas, e cabe a um colega indigenista completar a operação. Assim, da noite para o dia, o plano recai sobre esse obscuro funcionário mexicano que vinha ajudando o sertanista brasileiro a levar os kaajapukugi para o México. Tendo perdido os pais há pouco tempo, e com parco conhecimento sobre a tribo, é ele quem vai narrar este assombroso romance de Joca Reiners Terron. A morte e o meteoro é uma intrincada aventura literária, que combina segredos ancestrais, índios anarquistas, insetos alucinógenos e uma viagem sangrenta pelos lugares mais sombrios do passado e do futuro. Enquanto o indigenista mexicano investiga a vida de Boaventura e as circunstâncias de sua morte, o leitor se verá em um labirinto de pistas falsas e ruas sem saída.

Audible Audio

First published October 3, 2019

7 people are currently reading
400 people want to read

About the author

Joca Reiners Terron

41 books48 followers
Joca Reiners Terron nasceu em Cuiabá, em 1968, e vive em São Paulo. Poeta, prosador, tradutor e designer gráfico, foi editor da Ciência do Acidente, selo que resgatou nomes importantes da literatura brasileira do final do século XX, como José Agrippino de Paula, Manoel Carlos Karam e Valêncio Xavier, e pela qual publicou o romance Não há nada lá (depois relançado pela Companhia das Letras) e o livro de poemas Animal anônimo. É autor também dos volumes de contos Hotel Hell, Curva de rio sujo e Sonho interrompido por guilhotina. Dele, a Companhia das Letras publicou Do fundo do poço se vê a lua, vencedor do prêmio Machado de Assis na categoria melhor romance. É criador e curador da coleção “Otra Língua” (Editora Rocco) que divulga autores inéditos e resgata relevantes escritores da América Latina, como Mario Levrero do Uruguai, Julio Ramón Ribeyro do Peru e Guadalupe Nettel do México.

Ratings & Reviews

What do you think?
Rate this book

Friends & Following

Create a free account to discover what your friends think of this book!

Community Reviews

5 stars
62 (21%)
4 stars
122 (42%)
3 stars
73 (25%)
2 stars
22 (7%)
1 star
6 (2%)
Displaying 1 - 30 of 50 reviews
Profile Image for Lealdo.
133 reviews11 followers
Read
September 25, 2021
Muito bom. Delirante e raivoso na medida.
Profile Image for Felipe Beirigo.
207 reviews20 followers
September 2, 2024
LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOKO DEMAIS!
É O FIM DO MUNDO? É ANTROPÓLOGO ASSASSINADO? É COMUNIDADE INDÍGENA? É.
Profile Image for Alexandre Willer.
Author 4 books18 followers
January 20, 2020
Na verdade, daria 3,5 mas o GR não tem essa graduação.

O livro é uma crítica ácida e crua ao extermínio dos povos indígenas e com eles o talvez reste de nossa humanidade. Flertando com o fantástico, Joca tece um quadro sombrio de um tempo que não está assim tão distante de nossa realidade considerando o atual cenário nacional e mundial.

Chega a soar premonitório ou algum tipo de documento vazado dos recônditos mais obscuros do poder, um plano de futuro que se inicia hoje, melhor, já está em execução.

Acompanhando a trajetória do último grupo indígena existente no Brasil - e talvez no mundo - vamos entendendo a quebra de origens e raízes não apenas através do olhar sorumbático destes mas através do olhar do sertanista que lhes resgatou e do funcionário de uma agência governamental que deveria zelar por eles, ambos com um senso de finitude e desesperança vendo naquele grupo de indígenas condenados ao fim espelhos de si mesmos enquanto pessoas e participantes de uma raça que deu muito errado.

O livro é uma angústia fria que desce pela garganta e aperta o peito, dá certa vergonha de ser gente e faz pensar em como cortamos quaisquer raízes que pudessem nos dar algum amparo em troca de u conforto perene de uma modernidade sem sentido.

Nesse sentido, o meteoro é apenas o encerramento de uma morte já concluida.

Recomendo!
Profile Image for Fellipe Fernandes.
224 reviews15 followers
March 13, 2021
A tentativa de construir uma fábula etnográfica sustentada na metafísica e, logo, numa leitura de tempo e espaço que reforça mistério e incompreensões, pode até ser material de interesse literário, mas acaba por sacrificar um bom enredo. Ao fazer a escolha narrativa da incerteza do narrador em seu relato, quase acadêmico, a história não passa de uma intenção não alcançada, uma versão pobre de um outro livro pobre chamado “Eram os Deuses Astronautas”. Duas estrelas porque, sim, existem passagens muito interessantes, bem imaginadas e construídas, mas minha impressão geral é mais para uma sinopse de uma ideia mal executada.
Profile Image for Aliaa Mohamed.
1,176 reviews2,365 followers
April 2, 2022
رواية معقدة وغريبة عن محاولة إنقاذ ما تبقى من أفراد قبيلة الكاجابوكوجي، التي تتعرض لمحاولات إبادة مستمرة من الغرباء، وسط مغامرة للتعرف عليهم وفهم طقوسهم الغرائبية، وهي التجربة التي لن تكون نهايتها سوى الكارثة
Profile Image for Fabricio.
37 reviews8 followers
January 7, 2024
Eu virei a noite lendo e ainda não consegui classificar o que li. Uma grande viagem febril que vai daqui ao fim do mundo, dos confins da Amazônia até o espaço sideral numa Terra devastada.
Profile Image for Jeferson.
3 reviews
February 1, 2021
"Cada segundo que passa é um milagre que jamais se repete"
Profile Image for Dolors.
117 reviews6 followers
September 19, 2025
Relat d'estructura complexa i molts jocs de mirall, que qüestiona temes com el colonialisme, i les diferències del "món desenvolupat" respecte d'una tribu indígena - els kaajapukugis - pel que fa a les relacions amb la comunitat, els pares, les drogues, el pas del temps, la mort...

Amb un estil d'escriptura sumptuós i moments hilarants, trobo que no acaba de ser una història totalment rodona però com a experiència lectora l'he gaudit força.
Profile Image for Carlos.
Author 13 books43 followers
December 6, 2019
O Coração das Trevas

Gênero que se tornou compreensivelmente mais presente na literatura nacional, a distopia pós-apocalíptica muitas vezes discute, por meio de uma história no futuro, questões abrangentes do presente. A Morte e o Meteoro, novo romance do escritor Joca Reiners Terron, não é uma distopia pós-apocalíptica strictu sensu, está mais para uma nota de rodapé pré-apocalíptica, mas também faz uso do mesmo recurso, colocando em pauta em sua ficção um dos temas mais urgentes (e, não por acaso, mais negados por conveniência política) do país hoje: a ameaça sempre presente de um genocídio definitivo da nossa população indígena.

A Morte e o Meteoro se passa em algum tempo indefinido no futuro em que o atual rumo das coisas não só seguiu firme como se intensificou. A mudança climática provocou desastres ambientais que levaram o Chile a desaparecer no mar. As queimadas e o avanço sobre a Amazônia transformaram a floresta em um deserto, o que leva a última tribo ainda isolada e não aculturada, os kaajapukugi, ao limite da extinção.

A tribo não tem mais mulheres e restam apenas 50 homens, a maioria já em idade avançada. Assim, o protagonista, um funcionário do governo federal mexicano, recebe a incumbência de negociar e tornar possível um pedido de asilo político dos kaajapukugi junto aos mazatecas de Oaxaca, no México, onde uma política indigenista diversa do simples assassinato adotado no Brasil ainda preserva os povos nativos.

Lidando com as consequências de um luto recente, o protagonista tem como ligação com os kaajapukugi um mítico sertanista chamado Boaventura, e essa tarefa o levará a desvendar uma trama que começa com um futurismo incômodo de tão real e termina como uma alegoria delirante da humanidade futura.

É um livro curto, urgente, brutal, mais direto e menos elíptico do que o caudaloso romance anterior, Noite Dentro da Noite. Ao mesmo tempo em que foi claramente escrito como uma reação ao agora, elementos fantásticos semeados aqui e ali pelo autor e concentrados no final impactante parecem acenar ao primeiro livro de Terron, Não Há Nada Lá.
Profile Image for كابر.
96 reviews6 followers
July 21, 2023
ـــــــــــــــــــــــــــــــــــــــــ
‏‎اسم الكتاب: الموت والنيزك
‏‎النوع: غموض ، مغامرة
‏‎الكاتب: جوكا رينيرس تيرون
‏‎عدد الصفحات: 151

الملخص:
موظف في الحكومة الفيدرالية المكسيكية ، يتلقى مهمة التفاوض وإتاحة طلب لجوء سياسي من اثنين من قبيلة الكاجابوكوجي، قبيلة ليس لديها المزيد من النساء! 50 رجلًا فقط و معظمهم متقدمون في العمر ، يبدؤون في انتحار جماعي مثير وغامض!
الطقوس الغريبة ، الحشرات غير المعروفة ، والمواد المهلوسة

في ضخم تلك الأحداث تنشأ أول رحلة مأهولة إلى المريخ من قِبل الصين ، ماذا سيحدث عندما يرتبط بطلنا بآخر أنثى من تلك القبيلة؟ وإلى ماذا ستؤدي هذه المهمة؟

"لم أرى قط إنسانًا يمشي بقناعة قوية صوب حتفه"

ـــــــــــــــــــــــــــــــــــــــ

مازلت غير قادرة على تصنيف ما قرأته. حكاية إثنوغرافية في رحلة محمومة تذهب إلى نهاية العالم ، على حدود الأمازون على أرض مدمرة أو الفضاء الخارجي!

ناقش الكتاب نغمة التهديد الدائم المتمثل في إبادة جماعية نهائية للسكان الأصليين ، كأول قراءة لي في هذا النوع من المواضيع محاولة رؤيتي للمكان والزمان اجتاحها الغموض وعدم الفهم ، هناك أجزاء تم تخيلها وبناءها جيدًا لكن لم أكن على أتم استعداد لما واجهت

شعرت بالتناهي واليأس مع الأحداث ، انهيار الأصول والجذور ربما يحدث في اي مكان في العالم الآن ليس فقط داخل القصة الخيالية أو في البرازيل تحديدًا كما ذكر ، رأيت صورة قاتمة في وقت قصير عن واقعنا بالنظر إلى السيناريو العالمي الحالي. هل هي خطة للمستقبل ستبدأ؟ أم إنها قيد التنفيذ بالفعل؟

ما قراته لم يكن شيء عاديًا ، النيزك هو مجرد إغلاق لموت محقق بالفعل ، بؤس بارد ،قصير ، وحشي، ومباشر مع خاتمة عنيفة لرثاء حزن لا يمكن تصوره أبدًا!

السرد منظم في فقرات طويلة ، لكن اعتقد ان علامات الترقيم عقدة لدار النشر (الخان)! ، بعض المصطلحات كنت افضّل ترجمتها كما تم ترجمة بعضها اثناء السرد او في هامش الصفحات

_______________
Profile Image for Sara.
558 reviews197 followers
April 28, 2022
جذبتني فكرتها ابتداءً، كم تُرجم من أعمال تتحدث عن الأمازون وسكانه الأصليين؟ نادراً. ذكرتني برواية (تويا) لأشرف العشماوي.

لم أتوقع أن تكون سردية تماماً ولم أتوقع الحبكة بهذا الشكل، ولكن استمتعت بجزء كبير منها، ثم خيبتني النهاية والربع الأخير بكامله للأسف..

هناك كلمات ومصطلحات كان يجدر بالمترجم توضيح معانيها في الهوامش أو على الأقل كتابتها باللغة الإنجليزية أو البرتغالية لتسهيل البحث عنها في جوجل مثل: تنسانهان، تيوناناكاتل، قلانس..الخ.
28 reviews
October 24, 2024
Étrange lecture. Conte fantastique et mystique sur les derniers tribus indiennes du Mexique. Je n’ai pas tout compris mais suis resté scotcher du début à la fin par ce livre
Profile Image for Norberto de Assis.
87 reviews1 follower
Read
December 26, 2024
Em A Morte e o Meteoro, Joca Reiners Terron constrói uma narrativa em que o legado de Coração das Trevas, de Joseph Conrad, encontra uma travessia cósmica e pós-moderna. Dividido em quatro capítulos curtos, acompanhamos a história da fuga do Brasil e da Amazônia destruída de uma comunidade de 50 indígenas em extinção: os kaajapukugi. Cabe a Boaventura, uma espécie de Kurtz indigenista, conduzi-los até um santuário no México. Contudo, Boaventura morre misteriosamente, e o narrador da história, um funcionário público da Funai, assume a responsabilidade de concluir o plano, não sem antes entrar em um vórtex conspiratório. Este é o enredo inicial de A Morte e o Meteoro. Como sugere, a narrativa ressoa com a ficção especulativa ao imaginar o futuro próximo da Terra, de uma Gaia caminhando a passos largos rumo a um desfiladeiro. E, como toda ficção especulativa, o que ela traz de mais marcante são as rimas com o tempo presente, construídas por meio de metáforas e metonímias.

“Os kaajapukugi trajavam vestes cerimoniais de palha inteiriças com chapéus e máscaras que lhes deixavam à mostra apenas a parte inferior das pernas. Não carregavam bagagem ou sacolas, e pisaram nos degraus em ritmo pausado e uníssono, como se provassem os pés descalços o material de que eram feitos, até atingirem o tapete tão vermelho quanto insensato estendido para recebê-los. Parecia a chegada à Terra de seres de outro planeta.” (p. 28)

O trecho acima ganha significância por sua semiótica: o estranhamento das civilizações ocidentais em relação aos povos originários é aqui expresso como se eles fossem “alienígenas” (o próprio narrador constata isso um pouco adiante). Contudo, as principais rimas são narrativas. Com o avanço da história, após o suicídio coletivo dos kaajapukugi ao final do primeiro capítulo, o narrador encontra uma gravação em vídeo de Boaventura, que revela sua história, assim como Charles Marlow em Coração das Trevas. É por meio dessa gravação que Boaventura admite o horror que cometeu nas terras dos kaajapukugi e como sobreviveu a uma flecha que alvejou seu rosto. Boaventura é o típico “bom moço” da sociedade ocidental e atua como avatar de um ideário colonizador:

“Aos poucos, percebi que desejava apagar meu sobrenome e me tornar outra pessoa. No fundo, desejava ser um selvagem como aquele que disparou seu arco contra mim, com suficiente livre-arbítrio para decidir se um homem devia viver ou morrer, sem obedecer a ordens de ninguém.” (p. 48)

A flecha dos kaajapukugi, em sua presença simbólica, ecoa a narrativa de Conrad: o horror não apenas é testemunhado, mas praticado. Boaventura, a figura central do romance, pode ser lido como uma releitura contemporânea do capitão Kurtz, mas, em vez de sucumbir ao horror com suas últimas palavras, sobrevive o suficiente para perpetuar seus próprios horrores e desejos. Sua morte, um suicídio forçado, não carrega a carga trágica de um destino interrompido, mas uma constatação: o Grande Mal, aquele que opera a máquina colonizadora, morre tranquilamente após a devastação.

“Boaventura olhou fixamente para a câmera do computador e balançou a cabeça devagar, em sinal de negativa. Notei que os ruídos na gravação cessaram, e, a não ser pelo ranger da cadeira onde ele estava sentado e mexia as pernas com nervosismo, o quarto mergulhou em quietude.” (p. 50)

A forma do diário em vídeo de Boaventura instaura uma narrativa em abismo: é a história contada por aquele que registra e se registra, ampliando a reflexão sobre a colonização não apenas como tema, mas como estrutura narrativa. Esse recurso evoca o diário de campo antropológico, mas também dialoga com gêneros que perpetuam o olhar colonizador, questionando os limites entre observação e apropriação. Esse formato também amplifica a metalinguagem, tornando-se parte do comentário crítico. Assim como Conrad transformou a viagem pelo Congo em uma metáfora da escuridão interna e externa, Terron utiliza o diário em vídeo de Boaventura para revelar o abismo moral do protagonista e, ao mesmo tempo, da modernidade colonizadora. Um abismo dentro de um abismo.

Outra camada de complexidade emerge nas rimas narrativas, que sugerem um diálogo entre A Morte e o Meteoro e Pedro Páramo, de Juan Rulfo. O pai do narrador, professor universitário, possuía uma edição com dedicatória do próprio autor, que ele, num ápice de vontade desprendida, joga fora junto aos bens paternos. Boaventura, por sua vez, rapta, molesta e estupra a única mulher kaajapukugi, que acaba engravidando. Após o suicídio da indígena — perpetuando assim a extinção do povo kaajapukugi — Boaventura busca redenção ao entregar o filho. Aqui, enquanto o romance de Rulfo narra a busca do filho pelo pai ausente, Terron apresenta uma desconstrução dessa busca: o narrador não busca o pai, mas deseja se libertar de sua herança. Por outro lado, Boaventura encarna uma figura paterna que não apenas repete o ciclo de violência, mas o intensifica. Essa dualidade — filhos assombrados por pais ausentes ou violentos — sugere o peso de uma paternidade marcada pela destruição. O filho de Boaventura, um homem branco e mestiço, maior do que todos os outros kaajapukugi, não foi a salvação do povo, mas a constatação de sua própria destruição:

“Meu plano tinha falhado, não havia salvação para os kaajapukugi. A índia pariu um menino em vez de uma mulher. E morreu. Agora só restavam homens entre eles.” (p. 94)

Ao amarrar a narrativa, Terron também tensiona as concepções ocidentais e indígenas do tempo, contrastando a linearidade produtivista capitalista com a cosmogonia cíclica dos kaajapukugi. Enquanto o homem ocidental busca a imortalidade e a perpetuação infinita de seus recursos e narrativas, os kaajapukugi representam uma visão contrária: um retorno à repetição, à finitude que reforça a interdependência entre seres e ciclos — talvez uma alusão ao plano de imanência deleuziano.

“Ao contrário da jovialidade e da integralidade que permitem ao homem branco na juventude, enquanto ainda está subindo a montanha e, portanto, não vê a morte do outro lado, viver ignorando o que o aguarda, o kaajapukugi encarava a morte e a via com melancolia desde cedo.” (p. 99)

Dentro das concepções de tempo articuladas no romance, destaca-se a narrativa paralela de uma corrida espacial rumo a Marte. Neste mundo especulativo de A Morte e o Meteoro, são os chineses, ao enviar um único casal, que conseguem colonizar Marte. E, veja só, o narrador descobre que um pictograma dos kaajapukugi mostrado na gravação nada mais é do que uma representação de um traje espacial.

“O mecanismo de recuar e avançar do tocador de vídeo me pareceu fascinante, e fiquei movendo para a frente e para trás a barra de rolagem por um tempo indefinido. O que minha imaginação via naquele instante era sincrônico, mas a realidade estava condicionada à linearidade, como aquele vídeo também estava. No vídeo existia um antes e um depois; já o mesmo não ocorria na vida.” (p. 106)

Os trajes cerimoniais dos kaajapukugi, que evocam astronautas, conectam a cosmogonia indígena a uma reflexão sobre o tempo e o espaço: os kaajapukugi são, antes de tudo, chrononautas, viajantes de um tempo não linear, que antecipam o fim do mundo apresentado no final de A Morte e o Meteoro.

Ainda há salvação para a humanidade ocidental, que se pensa infinita? O romance parece nos perguntar. Como diz Ailton Krenak em Ideias para Adiar o Fim do Mundo: “O fim do mundo talvez seja uma breve interrupção de um estado de prazer extasiante que a gente não quer perder”. Um tempo linear, um tempo de recursos infinitos, nada mais é do que uma mentira criada por nossa concepção de mundo. Escute os kaajapukugi e leia A Morte e o Meteoro para se preparar.
Profile Image for Violeta Gómez.
48 reviews4 followers
December 27, 2024
El fin de la vida en la tierra tendrá lugar en el mismo lugar en el que se origina: la selva primigenia. En esta novela, Joca Reiners conjuga el apocalipsis con el trabajo antropológico indigenista, la ridícula noción blanca occidental de querer organizar el mundo de acuerdo a su mirada y sus categorías y la manera en la que el tiempo deja de existir y lo único que queda es un eterno retorno.

Me la devoré en un día y me dejó con la boca abierta.
Profile Image for Nai.
30 reviews12 followers
September 18, 2025
Le doy 4 estrellas porque creo que realmente el autor lo merece. No valoro la historia, sino el esfuerzo. Ni el título, ni la sinopsis de la contraportada, ni siquiera las reviews de aquí, se acercan a lo que realmente explica el libro. Si no fuese consciente de lo difícil que debe ser escribir con tanta imaginación, y con las escenas peliculeras como el final, le hubiese puesto 1 (porque ha sido una de esas lecturas en las que he leído deprisa con tal de que acabara, algo que odio hacer).

He odiado a Boaventura. Mucho. Y las últimas páginas dan para un ensayo filosófico. Las arrancaría del libro y se las enviaría a Anagrama para que hiciese un cuaderno de los suyos.

Es como Pedro Páramo: un libro que tienes que releer para coger toda su esencia. Con una vez no es suficiente. Ni de coña me vuelvo a meter con los kaajapukugis y menos con Boaventura, pero quizá dentro de 20 años lo encuentro en mi biblioteca y consigo entender al señor al que he cogido tanta manía.
Profile Image for Taghreed Jamal El Deen.
702 reviews680 followers
October 19, 2025
قبيلة من سكان الأمازون الأصليين، لم يتبقّ منها سوى خمسون رجلاً وامرأة، يحملون معتقداتهم الخفية وطقوسهم الغرائبية، عالقون تحت محاولات لإنقاذهم يختبئ وراءها الكثير من الخبث والاستغلال واللاإنسانية.

رواية بأجواء غريبة وسوداوية، من الصعب الخروج منها وقد فهمتَها تماماً، لكن رغم ذلك تبقى مثيرة للاهتمام.

" أولئك الهنود المتمردون، المناهضون لأي شكل من أشكال الزعامة، والفوضويون لدرجة أنهم يعرفون أنه لا يوجد أي عرق متميز، وأنه لا يوجد أي إنسان ملك على أي شيء "
Profile Image for Harvey Hênio.
617 reviews2 followers
August 12, 2021
“A morte e o meteoro” se passa em um futuro distópico. A Amazônia praticamente não mais existe. O efeito estufa se encontra numa etapa praticamente irreversível. O degelo das calotas polares aumentou o nível dos oceanos e países como o Chile e, aparentemente muitos outros, foram engolidos pelas águas.
Em meio a esse caos e ao desencanto, a sobrevivência da última tribo de índios – os misteriosos e reclusos kaajapukugi – está ameaçada pois o último reduto ainda “selvagem” da Amazônia, onde eles vivem, está prestes a desaparecer. Boaventura, um enigmático e amargurado sertanista – o único que já teve contato com os kaajapukugi – trama, então, transferir os kaajapukugi para o México onde ainda existem áreas de preservação. Uma vez no México os kaajapukugi protagonizam um dramático e misterioso suicídio coletivo que ocorre de forma concomitante à morte, igualmente misteriosa de Boaventura. Um indigenista mexicano, o narrador da história, encarregado de receber e encaminhar os kaajapukugi se dedica a esclarecer as causas do suicídio coletivo e a morte de Boaventura.
Em meio a essa trama surgem de forma bem concatenada a primeira viagem tripulada a Marte, levada à efeito pelos chineses, mistérios arcanos, insetos desconhecidos, substâncias alucinógenas e “anarcoambientalistas”.
A narrativa estruturada em longos, tensos e densos parágrafos prende a atenção e o clima melancólico e desencantado dos personagens, frutos de um mundo em dissolução, provoca um incômodo “deja vu”.
Esse breve e bem escrito romance traz, na solução do mistério em torno dos kaajapukugi uma sutil e interessante “homenagem” ao clássico “Planeta dos Macacos” e o final apocalíptico é abrupto e chocante.
Mais um grande trabalho do premiado autor do também ótimo “Noite dentro da noite”.

Profile Image for Daniela Ejzykowicz.
19 reviews1 follower
June 9, 2020
Ainda não sei bem como me senti lendo o livro, ele tem uma grande mudança de caminho do meio para o final que realmente te pega despreparado, mas não foi meu estilo de escrita favorito.
Profile Image for Anderson Brum.
78 reviews1 follower
November 17, 2024
Primeira narrativa de Joca Reiners Terron que eu pude ler, A morte e o meteoro é uma obra que trabalha com uma crítica forte ao genocídio dos povos indígenas e todas as problemáticas relacionadas ao clima que também acompanham esse processo (e a nossa sociedade como um todo). Assim, utiliza-se de elementos distópicos que são alicercados pela ancestralidade indígena na construção de uma história.

A ancestralidade aqui trabalhada se relaciona com os povos originários indígenas, com a presença de uma história narrada (em ao menos dois capítulos) a partir dos relatos de Boaventura – um homem branco (e o Grande Mal) que tem exatamente o mesmo comportamento que homens brancos tiveram no Brasil quando tivemos a chegada dos europeus no nosso país. Boaventura se interessa pelos indígenas desde criança, opta por estudar antropologia e se torna um pesquisador – e em uma de suas pesquisas acaba por repetir o ciclo de abuso ao manter a “relação” que “possui” com a indígena que não tem seu nome sendo mencionado (outra violência que é realizada por Boaventura). Boaventura engravida a indígena e posteriormente a prostitui para traficantes em troca do “pagamento” de suas dívidas com bebidas e drogas. Após a morte da indígena, Boaventura parte com seu filho e busca a “redenção” – e eu achei muito curiosa a utilização dessa palavra – que “acontece” por meio das suas “visitas” futuras aos kaajapukugi e nas suas “propostas” de salvá-los da extinção e levá-los para o México. Obviamente, Boaventura nada mais é do que uma alegoria ao papel do “salvador branco” que temos na nossa sociedade até hoje – e em semanas como essa (a de uma eleição tão importante e com o resultado que ocorreu) ficam ainda mais falantes.

Nesse contexto, A Morte e o Meteoro retrata a herança de um passado colonial em relação aos povos originários enquanto apresenta uma narrativa de descobrimento por meio do vídeo deixado por Boaventura para explicar quem eram os “selvagens” e os seus comportamentos para ajudar o protagonista da trama – que está em uma missão de tentar impedir a extinção dos kaajapukugi, tribo isolada que vive no que resta da Amazônia. Percebemos que as violências aparecem ao longo de um ciclo de repetições – o estupro, a extinção, a exploração das terras e das pessoas.

Outro ponto a ser discutido sobre A Morte e o Meteoro está nas questões climáticas e na ação do homem para com a natureza. Só de termos um ambiente de extinção de povos e de fim da amazonia, isso automaticamente se torna um dos principais pontos da narrativa – e eu acredito que a reta final com a presença do meteoro intensifica esse acontecimento (por mais que eu tenha achado que isso veio “do nada” em questão de pistas narrativas, acabou se justificando justamente pelo cenário climático).

Ao todo, foi um livro bem interessante pra mim e que eu dei 3 estrelas pela maneira como fui me relacionando com a história. Li ele para uma disciplina do doutorado e os paragráfos escritos acima formam exatamente os comentários que realizei sobre a minha leitura do livro na sala de aula.
Profile Image for Gabrielle Alves.
97 reviews5 followers
August 13, 2025
Besouros hematófagos, genocídio, rituais sagrados, viagem para Marte.

Esse livro não estava nas minhas listas, nem no meu radar. Navegando pela Audible, me convenci a ouvir. Primeiro por se passar na região do Alto Purus (AC) e ter como tema os povos isolados. Depois, por propor uma narrativa que flerta com a distopia — gênero que sempre me fascinou, mas do qual me afastei conforme a própria realidade foi se tornando distópica demais.

A proposta é inusitada: um indigenista mexicano é encarregado de repatriar os últimos 50 indígenas kaajapukugi (povo fictício) do Brasil para o México, num futuro em que quase não há mais floresta amazônica e a funai já se tornou sucata. Comecei achando que seria uma fábula ecológica, mas o livro rapidamente mergulha no terror, numa vergonha de nós como sociedade, especialmente quando surgem os mistérios em torno do sertanista brasileiro assassinado, que, de acordo com os boatos, dedicou a vida à proteção desse povo. Ouvi em audiobook e confesso: não consegui parar até saber o final.

Poréémm, o desfecho foi apressado e confuso. Ficou evidente a tentativa de homenagear Juan Rulfo, especialmente Pedro Páramo, ao incorporar elementos sobrenaturais e narrativas fragmentadas. Mas confesso que a construção desse universo não me soou tão fluida ou bem resolvida. A mensagem final — “precisamos cuidar do planeta antes que seja tarde demais//só um meteoro nos salvará de nós mesmos” — não é inovadora, e os delírios sobre Marte e astronautas me pareceram uma viagem paralela que talvez funcione melhor para leitores mais familiarizados com sci-fi. E, claro, o autor, branco, ainda se equilibra na linha tênue de inventar uma cosmologia de um povo fictício ((até agora não sei se existe ou não um limite ético, moral, para se fazer isso na literatura, mesmo sendo ficção)). Além de tudo lembrei agora que ele desenha a Survival International como a ONG de "reparação histórica", liderando e articulando ações de repatriação de ossadas, tudo bem isso é uma distopia, mas a cultura é criadas nessas sutilezas e achei curiosa essa construção da funai como o “estado sucateado” e a organização estrangeira como a “salvadora da amazônia”, enfim a realidade tem em ensinado muito.

Os kaajapukugi viveram e morreram juntos, ao contrário dos brancos que vivem separados e se unem apenas na hora da morte ou nem isso.


Boaventura revelou que ouvia programas radiofônicos em sua juventude, principalmente os da Rádio Relógio, emissora de ondas curtas do Rio de Janeiro cujo bordão repetido ao final da programação noturna dizia que cada segundo que passa é um milagre que jamais se repete.


O mana era comparável a uma consciência coletiva que se deslocasse a uma velocidade superior à da luz, a trezentos mil quilômetros por segundo, e rompesse a ilusão representada pela distinção entre passado, presente e futuro.
Profile Image for Joseph Awad.
65 reviews11 followers
August 26, 2024
الموت والنيزك

تبدأ الرواية واقعية تماماً حد المباشرة ببيان إدانة للعجرفة الاستعمارية وموظف حكومي في مهمة رسمية، لكن مع تقدم الأحداث تغدو الأحداث سوداوية في بعض الأماكن وغرائبية في أماكن أخرى إلى أن ينهار كل شيء فجأة عند النهاية. في البداية يكون كل ما يشغل بالك هو كيف يمكن لأحد أن يقدم طلب لجوء لسكان أصليين يعيشون في غابات الأمازون في عزلة تامة لكندا؟ سؤال عملي بحت يتراوح بين التشكيك والاقتناع، ما عدا ذلك فكل ما يحدث هو في عالم طبيعي تماماً. لكن مع تقدم الأحداث تتغلغل الرواية داخل نفوس أبطالها الذين ينهارون رويداًِ رويداً تحت وطأة ضمير مثقل بذنب لا نفهم ما هو بعد. أبطال القصة عموماً أشخاص مجهدون نفسياً ومتقلبون ويزداودن تشتتاً مع تقدم أحداث الرواية فلا تعرف إذا ما كنت قادراً على الثقة بما يروونه.

هذه التركيبة بين الراوي غير الموثوق والشخصيات غير المستقرة، تجعل الرواية سوداوية الطابع أقرب إلى فيلم "نوار" حيث المكان ثقيل الوطأة والأجواء الكئيبة والأشخاص الذين يعانون من ثقل وجودهم ذاته بشكل مستعص وغير مبرر.

لا يمكن لنا أن نعرف إذا كانت الرواية تتحدث عن أزمة حقيقة تتعلق بالسكان الأصليين أم أنها إسقاط على شيء ما، فالعالم الذي تتحدث عنه الرواية بعيد جغرافياً هناك في أمريكا اللاتينية وبعيد في الزمن حيث تدور الأحداث بين السبعينات وزمن ما غير محدد المعالم تماماً لكنه ليس حاضرنا بكل تأكيد.

إلا أن ذلك لا يهم، فتناول الرواية للموضوع مؤثر أياً يكن الحال. وهي لا تناقش فقط ما يحصل للسكان الأصليين البدائيين من تشريد وانقراض، بل ما يحدث للآخرين، أو نحن بمعنى ما، نتيجة لما يحدث للسكان الإصليين، فالإبادة التي تشهدها الشعوب البدائية هي قتل لأنفسنا بطريقة ما، وإن كانت الطريقة التي تدور بها العواقب لتصل إلينا في دورتها لا تبدو مقنعة في كل الأوقات، إلا أنهت مؤثرة وتترك الانطباع المرجو.

إذا سلمنا أن الأبطال هم نحن كلنا المتحضرون والغزاة وأن السكان الأصليين هم الآخر، فهي بذلك قصة تروينا ونحن نعاين الآخر، لكن لا الآخر من خارجنا ولا الراوي منا، فكلاهما غريب عنا ومنفصل، الراوي تائه في عالم حقيقي لكنه رمادي حد الإحباط، والأصليون في عوالمهم البعيدة لكن حضورهم قوي بشكل لا يمكن تجاهله ومهدد في كل لحظة وكأن هناك قوة ما خفية سوف تتكشف في أي لحظة.

إلا أن هذه القوة الخفية لا تلبث أن تظهر، إذ مع تقدم الأحداث يبدو العالم الحقيقي وكأنه يبتعد ويتشظى مثله مثل وعي أبطال الرواية الذي ينهار رويداً رويداً مع فهمهم لحقائق الأمور وكأن عبء العالم هو أكبر من أن يمكن تحمله، لتجتمع الخيوط في النهاية ويتبين أن ما لم نقدره يوماً حق قدره قادر على تدميرنا، وما نخربه هنا يستفيد منه آخرون في مكان آخر لكن لا لشيء أكثر من الهرب من هذه الأرض إذ لا مكان ناج عليها، فالنيزك وصل وسوف يحرق كل شيء.
Profile Image for Leandro Blacha.
Author 12 books39 followers
November 3, 2025
En estos días leí dos libros que me fascinaron. De esos que toman riesgos, que no podés soltar, que te llevan a otro estado y te meten en un viaje especial. Uno es "La muerte y el meteoro" de Joca Reiners Terron.

La novela empieza con los preparativos del traslado de los sobrevivientes de una tribu muy misteriosa del Amazonia a Oaxaca, como refugiados; mientras en otro rincón del mundo los chinos están por lanzar una misión para la exploración de Marte.

El narrador de "La muerte y el meteoro" es un antropólogo que hereda la tarea por la muerte de un colega, Boaventura, quien más conocía el mundo de los kaajapukugi. Estos, hasta entonces, vivieron aislados, pero su ecosistema se fue destruyendo al punto que se secaron los ríos, y desaparecieron los escarabajos que les permitían el contacto con sus dioses, gracias a una sustancia alucinógena: el tinsáanhán. Son menos de 50 hombres, como cáscaras sin alma, con una lengua que suena alienígena, tan extraña como los trajes ceremoniales que visten.

Como es de esperar, la llegada de los kaajapukugi pronto deriva en una situación trágica que abre muchas preguntas sobre la naturaleza de la tribu, y el narrador deberá desentrañar su cosmovosión a partir de las palabras dejadas por Boaventura.

Conozcan al Gran Mal! Weird de excelencia, baby.

Publicó Las afueras, con traducción de Antonio Jiménez Morato.
Profile Image for Dido.
39 reviews3 followers
April 25, 2025
Uf... no sé por dónde empezar. Primero lo bueno: la escritura es deslumbrante, con frases complejas y una adjetivación que deleita.
¿Lo malo? Puf... es muy meh... lo que comienza como denuncia y con bastantes y muy interesantes datos reales etograficos termina siendo una fantasía posapocalíptica de corte conspiranoico. Casi me parece oir a G. A. Tsoukalos gritando "¡Aliens!" al final del libro. Y lo peor de todo es que lleva a ... ¡Nada!
Además, la masculinidad del libro apesta. Y no es coincidencia, creo que ese fantasioso deseo de que todo reviente antes de hacer frente a tus problemas o implicarse en mejorar la situación y la masculinidad apabullante del libro están relacionados. Ya es el segundo libro que me topo de este corte en menos de un año -ojos en blanco-.
Me gustaría decir que me ha impactado el final, como a otros comentarios, pero fracamente, la violación y prostitución de la india sin nombre me han traumatizado más que el previsible final.
Ni siquiera puedo decir que me ha disgustado, es peor que eso, es que me ha dejado fría. Es un quiero y no puedo cuyo objetivo, si es que el autor tuvo alguno, se desfigura conforme pasan las páginas, como si el autor quisiera articular un discurso y luego se olvidase completamente ¿y esos indios Mad Max? En fin...
Profile Image for Rodrigo Pérez.
Author 18 books183 followers
May 30, 2025
Uno de los conceptos más importantes que analizó Derrida dentro de su filosofía es el de la herencia. Derrida piensa, en Los espectros de Marx, en la forma como se leyó El capital y las ideas marxistas, y cómo se fueron desdoblando a través del tiempo en una serie de opciones que intentaron acoplarse a las nuevas formas del capital, que siempre encontraban una manera de adaptarse. Y es que el concepto de herencia, lejos de ser algo estático, es una de las ideas más potentes para pensar la forma en la cual construimos nuestra cultura hoy en día.

Ailton Krenak, en su obra Futuro ancestral, justamente apunta —sin decirlo— al gran problema de la herencia. Porque ¿qué es lo ancestral?, ¿cuáles son los ancestros que decidimos tomar de esos ancestros para construir el futuro posible? Es justamente esta idea sobre la disputa entre futuro, herencia y ancestros la que se desdobla en la obra La muerte y el meteoro, de Joca Reiners. [continúa]
Reseña completa en:

Herencias en un tiempo sobrepuesto. El gran mal de colonizar el futuro
Profile Image for Nourhan Al-Kayyal.
122 reviews2 followers
July 17, 2025
"الشرّ العظيم، الإنسان الأبيض هو الشرّ العظيم."

📖 جوكا رينيرس تيرون – الموت والنيزك

هذه الرواية بنهايتها واحدة من أغرب وأدهش ما قرأت.

يتناول الكاتب موضوع إبادة السكان الأصليين وتهجيرهم من أراضيهم في غابات الأمازون، وجرائم الإنسان الأبيض التي لا تنتهي بحقهم، حتى وإن غطاها بقناع زائف من التعاطف والاهتمام.

يسرد تيرون ذلك من خلال قصّة قبيلة متخيّلة أسماها "الكاجابّوكوجي"، الذين لم يتبقَّ منها سوى ٥٠ شخصاً أحياء، يطلبون اللجوء السياسي إلى أحد قرى حواضن الهنود في المكسيك. لكن أثناء الرحلة يحدث ما هو غير متوقّع: يُعثر عليهم جميعاً موتى، ومعهم الرجل المسؤول عن ملفهم، في ظروف مريبة وغامضة.

ما السر وراء هذه القبيلة؟ وماذا كان يخفي من تولّى قضيتهم؟
كل ذلك يتكشف تدريجياً في سطور الرواية، التي رغم صغر حجمها تتطلب تركيزاً كبيراً، لأن التفاصيل الصغيرة فيها تحمل مفاتيح لفهم نهايتها الصادمة.

من الروايات المدهشة فعلاً، وأوصي بها لمن يريد تجربة أدبية مختلفة.
ورغم أنّ القبيلة في الرواية متخيّلة، فإنها تعبّر بصدق عن واقع الإبادة والانتهاك الذي تعرّض له السكّان الأصليون في أمريكا الجنوبية على يد الأوروبيين.
ولمن يبحث عن رواية تتوسّع أكثر في هذا السياق وتستند إلى وقائع تاريخية، أرشّح "حلم السلتي" لماريو بارغاس يوسا 👍
Profile Image for Paige Stephens.
380 reviews2 followers
December 19, 2024
4 stars

I read this for my Portuguese translation class, and ended up translating the first 1500 words or so into English for my final project. I found it super interesting, although it was a difficult read. I think Boaventura was a super fascinating character, and I liked how the author explored the implications of an entire Amazon tribe requesting political asylum in Mexico, and the ethics of contacting an uncontacted group of people. I really liked the story-within-a-story format with Boaventura's video recording. The topics align with my research this semester on climate action in the Brazilian Amazon, so I found that part interesting. I wish I could discuss it in a class though.
17 reviews
October 14, 2025
o começo é a parte mais difícil do livro, porque você não sabe o que está acontecendo e é muito difícil se quer identificar os personagens. O assunto central nesse início não os Kaajapukugi, mas eles não são os protagonistas, nem chegam a ganhar um nome próprio (pareceu proposital, inclusive) e por isso é difícil se importar com esse tanto de acontecimento de gente sem identidade.

Dps o protagonista (ou co-protagonista) vai ficar chorando pelos pais mortos, mas nessa parte tem vários flashbacks interessantes. Aí, quando parece que o livro tá indo pra algum lugar, você entende o nome do livro e tudo acaba.

enfim, no mais eu gostei e vou procurar mais sobre o autor

3,5/5 ⭐
Displaying 1 - 30 of 50 reviews

Can't find what you're looking for?

Get help and learn more about the design.