AQUILEANO / NEW ADULT / GRUMPY X SUNSHINE / STRANGERS TO LOVERS / VIZINHOS
Apesar de serem completamente diferentes, Marcos e Levi têm uma coisa em não estão nem um pouco interessados em um relacionamento.
Marcos é guitarrista e está começando a chamar certa atenção, mas é muito inseguro. Abalado com o fim de um relacionamento abusivo que minou seu amor próprio, suas certezas e seus sonhos, acabou seguindo os conselhos dos pais e prestando vestibular para engenharia, deixando de lado sua verdadeira paixã a música.
Levi está planejando se mudar para Berlim no próximo ano para se especializar naquilo que mais ama e finalmente deixar o passado para trás. É tatuador e um artista muito talentoso, mas tem medo de perder as pessoas que ama, como aconteceu em toda a sua vida. Determinado, teimoso e irritadiço, prefere relações casuais e se orgulha de nunca se apaixonar. Ou quase nunca.
Se de um lado Marcos cresceu em um ambiente que sufocava todas as suas tentativas de andar com as próprias pernas, do outro, Levi foi abandonado muito cedo e obrigado a crescer rápido demais. Os dois estão determinados a apenas se divertir, mas quando se tornam vizinhos e começam a passar cada vez mais tempo juntos, a conexão que existe entre eles passa a ser difícil de ignorar.
Marcos quer conquistar o mundo e Levi, reconstruir o seu. Nessa história com muita música, arte e um toque de drama, eles serão forçados a olhar para dentro e questionar seus próprios objetivos. Juntos, vão perceber que arrancar o band-aid pode ser uma chance de recomeçar.
A primeira vez que esbarrei com esse livro, pensei racionalmente: essa história não é para mim. A explicação é simples: detesto histórias com músicos tanto quanto detesto histórias com tatuadores ou qualquer tipo de artista plástico. Na grande maioria das vezes, os autores desses livros usam a música ou a tatuagem como uma forma de estilizar a história, o problema é que em 99,9% dos casos, eles nunca sabem de verdade sobre o que estão falando e é quase sempre algo óbvio: fazem um personagem alternativo, mas nunca alternativo o suficiente para torná-lo algo não-comercial. Não vou vir aqui e falar que “Às Sete da Noite” foge completamente dos estereótipos do gênero, mas ele pelo menos não decepciona quando os traz à tona, honestamente, acho que ficou um pouquinho a desejar um aprofundamento maior da paixão do Levi com as tatuagens, mas eu gosto de como foi abordado a relação do Marcos com a música, as cenas em que ele está tocando são especialmente intensas.
Como uma paulista clássica, ler esse livro foi uma experiência muito divertida, existiam lugares que eu sabia tão bem onde eram que quase conseguia adivinhar as ruas exatas de onde ficavam (sejamos honestos, Marcos e Levi moravam com certeza na Cohab 2 de Itaquera). Fui pega de surpresa ao ler sobre o Festival das Cerejeiras no Parque do Carmo porque eu também cresci indo todo ano lá com a minha mãe, tirando fotos das cerejeiras e interagindo com os cosplayers. Foi quase como ler sobre fragmentos da minha vida e, sem dúvidas, foi um ponto tão pessoal que depois eu não consegui largar o livro, era como se eu realmente conhecesse o Levi e o Marcos, adicionou uma camada de verossimilhança a eles tão grande que eu não consegui os abandonar antes de escutar o “E viveram felizes para sempre...”.
Marcos e Levi são fascinantes, cada um da sua maneira, acho que é impossível não gostar especialmente do Levi (ok, talvez o cabelo longo e as tatuagens tenham alguma influência sobre isso, mas o que eu posso fazer se o meu tipo e o do Marcos é o mesmo?), mas eu adoro que a autora não tenha feito como muitos autores ao escrever um casal onde um deles tem um passado muito trágico e traumático e se esquecido de desenvolver um passado decente para o segundo personagem.
A química dos dois, o desenvolvimento do romance e as cenas mais hot são bem explícitas (o suficiente para me ter me deixado envergonhada de estar lendo isso às oito da manhã dentro de um ônibus lotado). Marcos e Levi (Mevi? Larcos? Lercos?) são fofíssimos juntos e me deixaram completamente rendida pelos dois, juro.
Minhas únicas críticas ao livro são a falta de desenvolvimento nos conflitos mais essenciais, tipo, eles não duram o suficiente, o Marcos se resolve com a família muito rápido, o ex dele tem uma aparição pouco impactante, tudo dá muito certo para ele com a banda, e o Levi, bem, ele tem um conflito um pouco mais longo com o pai dele, mas tipo... no fim das contas, tudo se resolve bem rápido, e o bloqueio emocional do Levi também é algo que não tem quase conflito para ser resolvido. A outra crítica que eu tenho é o quanto esse livro se alonga, honestamente, já vi isso em alguns livros de romance, tipo, existe um momento claro onde a história acaba, mas o autor ou a autora vai empurrando o livro como se dissesse “E eles viveram MUITO felizes para TODO sempre MESMO!!!!”, tipo... Eu entendo que o Levi ir para a Alemanha era essencial, mas... não existia mais nenhum conflito relevante para justificar mais cinco capítulos sobre isso, esses últimos cinco capítulos parecem um conto extra do casal, sabe? Completamente desnecessário. Eu entendi que eles viveram felizes para sempre, não precisava me mostrar eles se casando. Ah, uma crítica bônus, os horários nunca têm relevância verdadeira na história, não faz sentido nenhum os títulos de todos os capítulos e do próprio livro serem horários.
No geral, o livro é bom, bem divertido. Pretendo ler outros livros da autora.
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Hoje vou escrever sobre o livro Às Sete da Noite, do autor Kali Shieda. Somos conduzidos por uma história profunda, em que dois jovens se reconhecem e se conectam, dando asas a um amor lindo.
Como se abrir para a vida quando ela nos quebra? Marcos e Levi conseguiram — um dia de cada vez, apesar dos traumas. Deram-se a chance de viver um amor tranquilo e, ao mesmo tempo, avassalador.
Amei demais o livro e a forma como os personagens foram se desenvolvendo ao longo da leitura. Ri, chorei e me senti parte daquele mundo — tão real, que me tocou ainda mais. Por ser uma história real, ela carrega uma beleza única, que pulsa em cada linha.
Super recomendo! Você vai rir muito e, se for meio manteiga como eu, também vai derramar umas lágrimas.
Os quatro já têm um lugar especial no meu coração, mas Camila e Marcos… ah, esses dois eu amo com força!
Que venham mais livros assim: reais, humanos, com a vida vibrando em cada página.