Atormentados pelos crimes que cometeu em seu primeiro ano como bruxo, tudo que Hugo mais queria naquele início de 1998 era paz de espírito, para que pudesse ao menos tentar ser uma pessoa melhor. Porém, sua paz é interrompida quando uma comissão truculenta do governo invade o Rio de Janeiro, ameaçando uniformizar todo o comportamento, calar toda a dissensão, e Hugo não é o único com segredos a esconder. Para combater um inimigo inteligente e sedutor como o temido Alto Comissário, no entanto, será necessário muito mais do que apenas magia. Será preciso caráter. Mas o medo paralisa, o poder fascina, e entre lutar por seus amigos, ou lutar por si próprio, Hugo terá de enfrentar uma batalha muito maior do que imaginava. Uma batalha com sua própria consciência.
Renata Pacheco Ventura é uma jornalista e escritora brasileira de ficção, conhecida pelos livros de fantasia A Arma Escarlate e A Comissão Chapeleira, da série A Arma Escarlate, em que utiliza a fantasia para falar da realidade brasileira, abordando temas sérios como desigualdade social, preconceito, abandono, drogas e corrupção.
Em homenagem ao Viny, hoje a resenha é em pt-br mesmo. Aguentem haha
Quando A Casa de Anne Frank, museu que relembra a história da menina judia mundialmente conhecida por seu diário, completou 75 anos, lançou uma matéria indagando como poderiam manter aquela história e os horrores da Segunda Grande Guerra vivos no imaginário de uma geração que não viveu, nem conviveu, com os sobreviventes da WW II. Mas porquê isso é tão importante?
Para que a crueldade que aconteceu jamais se repita. Por isso os acadêmicos de História existem, aliás. Para lembrar a humanidade de seus erros e acertos e previnir, por meio da memória, que a barbárie volte.
No nosso país, no entanto, temos enfrentado uma onda de autoritarismo que, dentre outros absurdos mais, pede pela barbárie - a volta da ditadura militar.
Um país que não pune seus criminosos e ditadores está fadado à tal. Desde a ditadura de Deodoro da Fonseca, passando pela Era Vargas e pela ditadura civil-militar dos anos 1960: parece tradição que a cada 30 anos enfrentemos o autoritarismo e a barbárie outra vez.
E é agora que "A Comissão Chapeleira" entra. Renata Ventura cumpre de maneira extraordinária seu papel social como escritora, jovem, brasileira, e outros mais: relembra a sociedade e ensina ao seu público infanto-juvenil os horrores de um regime ditatorial.
Em meus 23 anos de vida nunca vi alguém narrar de forma tão crua e precisa como uma ditadura funciona e suas consequências sociais e pessoais a cada um dos personagens que a enfrentaram. Foi necessário, para isso, um tanto enorme de sensibilidade da autora.
Fico muito feliz de conhecer essa saga e espero que em um futuro próximo, possamos debatê-la em sala de aula.
"Todo mundo erra. O verdadeiro culpado é aquele que repete os erros" - Capí, no capítulo "Judas".
É tanta coisa acontecendo que você é bombardeado de emoção - mas de um jeito excelente. Nada fica solto ou sem sentido e tudo tem o seu devido impacto. A criatividade de Renata Ventura parece não acabar. Claro, esse é um estilo de livros diferente, até mesmo na sua linguagem, então não é para todo mundo, mas é incrível do começo ao fim. O livro é eletrizante em todo momento. Agora parte com spoilers:
Eu cabulei uma metade das minhas aulas hoje pra finalizar o livro 🤡🤡🤡 (e não me arrependo, eram aulas chatas). Eu estou com um pouco de preguicinha, porque as críticas que eu tenho a esse livro são as mesmas quanto as do primeiro, embora em grau menor. Várias cenas podiam ser cortadas, a história sintetizada pra umas 550 pgs. Parece que a autora tem uma necessidade muito grande em transpor tudo que ela construiu no worldbuilding pro livro. Aquela cena ~totalmente dispensável~ de puro fan-service aos fanboys de H*rry P*tt*r (não me refiro às mais sutis, só a uma cena em específico, extremamente vergonha alheia). E também há uma questão quanto a descrição um pouco estereotipada que não chega a ser problemática, mas é algo meio chato a se atentar mais pra melhorar no futuro. Fora isso, eu achei o livro magnífico (como demonstra a minha nota, né, mores). É dinâmico, tem uma storyline bem amarrada e uma construção de mundo e ambientação interessantíssimas, personagens profundos com vocabulário único (uma das coisas que mais admiro em qualquer escritor), além de bastante diversidade e uma carga enorme de sociologia, filosofia, história, geografia, antropologia, teologia, política etc etc etc.
Considerações Finais: o Capí é hétero 😭😭😭 (ah, é, e também: o livro é incrível, leiam)
Essa foi sem dúvidas uma bela continuação, o livro apesar de grande não é maçante e foi muito bem desenvolvido. Este segundo volume trás os personagens principais lutando contra a opressão e a favor da liberdade após a chegada da Comissão Chapeleira na Korkovado. Novos personagens bem interessantes foram introduzidos , assim como o universo criado pela Renata foi ampliado. É incrível também ver como personagens bem construídos prendem um leitor em uma história, você fica feliz por eles com a mesma intensidade com q fica triste e acredite, impossível não ficar de coração partido lendo esse livro, misericórdia foi uma coisa q a autora não teve. No geral, o tempo é muito bem gasto, somos levados a refletir sobre muitas coisas presentes em nossa realidade, e ainda o motivo de pq às vezes subestimamos a literatura nacional, ambos os volumes dessa série são um exemplo de pq isso não deve ser feito.
3.5 a primeira parte foi pura politicagem muita lacração em referência a política brasileira algumas partes até exagerado e meio maçante, mas entendo que foi um background importante pro resto do livro. a segunda parte é finalmente quando a história começa de verdade mas a terceira parte é EXCEPCIONAL o arco dos refugiados e a luta na sala das lágrimas foram intensas e imersivas. o índio e o hugo passaram as 600 paginas competindo pra ver quem é mais INSUPORTAVEL pqp pontos extremamente negativos: tudo sobre zumbi. deu vontade até de rasgar essas páginas do livro de tão absurdas que são sera q precisava mesmo dos trechos com o neville? extremamente desnecessario pra estabelecer essa história como individual continuar com essas pequenas refs a harry potter bobeira mesmo
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Assim como no primeiro livro, devo dizer que as comparações com Harry Potter são bem rasas. Renata Ventura leva seu protagonista por caminhos que Rowling nunca ousou trilhar. Eu senti raiva, senti pena, compaixão e raiva de novo pelo Hugo, e essa a beleza de um personagem bem escrito: a profundidade, as múltiplas facetas.
Como escritor, espero eu um dia ser capaz de criar personagens assim.
Um ponto negativo para mim é o excesso de "textão". Não me entenda mal, todos são absolutamente necessários, porém elaborados demais, floreados demais para caber na boca de adolescentes. Achei cansativo em algumas partes mas, repito, necessários para construção do clima em que se passa o enredo.
Muito irônico como uma série que é baseada no universo de outra consegue ser uma das leituras mais únicas e especiais. Renata Ventura, pessoa maravilhosa e sem o mínimo de misericórdia, acaba de passar voando pro topo da minha lista de escritores brasileiros favoritos.
Mas não se enganem pela escrita jovial, esse livro lida (bem) com temas muito pesados.
CW: violência contra crianças, tortura, violência sexual, pedofilia, suicídio.
Renata ventura, favor pagar os próximos 10 anos de terapia que sinto que precisarei após terminar esse livro! Amo ver o crescimento do Hugo/Idá. Amo a complexidade e o desenvolvimento de cada personagem. Amo as referências. Amo como me sinto conectada com a história: dou risada, rio, choro, sofro, fico angustiada e tantas outras coisas junto com as personagens. Fã dessa saga! <3
Fiquei muito apaixonada por este livro, absolutamente magnífico. Amo a forma como o protagonista se equilibra entre herói/anti-herói, sempre em luta com a própria consciência. Excelente!!
O livro é incrível de todos os sentidos. Os últimos capítulos então, me fizeram de fato a ter uma conexão ainda maior com a história. Vale muito a pena conhecer.