Escrever a dor para a partir dela criar um lugar para onde posso voltar os olhos. Fazer das palavras um monumento, testemunha de uma vivência que rasura para sempre uma existência. Escrever para não só transmutar essa ferida, mas para alcançar o outro e nele também despertar o desejo de escrever sua dor e poder esse outro também rever esse lugar com olhos outros.
Esse poema-fragmento é uma ficção, mas poderia não ser. Esse poema é um grito de saudade, é uma tentativa de não deixar morrer uma vida que tanto significou. Esse poema é a dor de uma perda. De tantas perdas. Que me arrebata. Esse poema é um jeito de alongar a presença de Ana. De tantas Anas. De tantos outros.
Mell Renault é escritora, tem 40 anos(2025). Mineira de Belo Horizonte. Entre diversas publicações destacam-se:
- Livros físicos: Patuá (Editora Coralina, poesia, 2019), Flor de Sal (Editora Penalux, poesia, 2020) - vencedor do prêmio de poesia da “União Brasileira de Escritores” em 2021. - Cortejo (Editora Páginas, poesia, 2021), A Remota Convenção das Mulheres (Editora Minimalismos, poesia, 2023), Na Véspera do Tempo, Redemoinho (Mondru, romance, 2023), Arqueologia da Luz (Editora Patuá, poesia, 2025).
- E-books (Kindle): Carne de Mãe (romance, 2022), Flores Antigas (contos, 2022), Fúria (conto, 2022), Manual da Tirania Doméstica (conto, 2022), Tratado Clandestino Sobre a Desistência (conto, 2022), 3 Partos (contos, 2023), um corpo que não termina (poesia, 2025), Poema sem Morte (poesia, 2025), Perder seu rosto, reencontrar (poesia, 2025).
- Edição artesanal independente: A vida Inútil (poesia, 2021), As frutas e o destino (contos, 2021), Fotogramas (poesia, 2021), Oráculo (poesia, 2022), Encantados (contos, 2022), Desatino (poesia, 2023).
Além de publicações em diversas revistas digitais, é colaboradora da Revista digital e impressa “Incomunidades” de Portugal.
É facilitadora em Oficinas de Escrita e também faz mentoria de livros e prepara originais para o mercado editorial pela LUME.