Júlia, uma adolescente de 13 anos, passa horas trancada no quarto, conectada ao Discord. Aos poucos, deixa de ser a menina doce e comunicativa que todos conheciam. Torna-se agressiva, isolada, emocionalmente instável. "Coisas da adolescência", pensou o pai. Mas, por trás da porta fechada, sua filha mergulhava em um submundo digital ― sombrio, manipulador e destrutivo. Aconteceu com Minha Filha é o relato real, contado sob pseudônimo, de um pai que enfrentou um dos piores pesadelos da era ver sua filha envolvida com comunidades tóxicas online, se automutilar, simular um enforcamento e passar por internações em hospitais e clínica psiquiátrica. Mais do que uma narrativa impactante, este livro é um alerta necessário sobre os perigos invisíveis das telas e o poder silencioso das redes sociais sobre a saúde mental dos adolescentes. Ao mesmo tempo, mostra que, mesmo em meio ao caos, é possível reconstruir laços, resgatar afetos e recomeçar.
bem, este livro esteve todo o tempo a falar à volta do real problema e não chegou nunca a aborda-lo. sim, existem enormes problemas na internet, mas porque é q crianças/jovens deparando-se com eles, ao invés de fugir, se sentem atraídas por isso? o livro não fala disso. e acho q essa foi a maior falha deste pai. toda a situação é horrível. o q esta família passou é horrível. mas se calhar este pai tem q perceber q foi um pai ausente, e o problema parte daí. ele usa todo o discursinho de "sou um pai liberal" qd na realidade ele é um pai q não reparou em coisas q desconhecidos da criança notaram em apenas horas de contacto com a criança. ou o surreal de só notar que a cara da filha está paralisada no dia seguinte. a criança sentia-se profundamente só. e mais, parece-me q também se sentia profundamente sem qualquer valor, e por isso aulas, futuro, não tinham qq sentido para ela, pq ela achava q nunca iria conseguir atingir nada/fazer nada bem. só quando ela finalmente ganha um objetivo para ela (fisioterapia da cara), q faz sentido para ela, q só depende dela e q ela consegue ver resultados do q ela alcança, com alguém a dar-lhe dedicação, dps de haver pessoas q mostram q não desistem dela, é q ela finalmente começa a mudar.
eu tb tenho muitos problemas com a forma como o autor fala sobre os problemas da filha: "fingimento", "teatro", "desmascara-la". eu sei q qd se está em sofrimento e/ou choque, o nosso cérebro pensa coisas horríveis mas porra, tanta vez? e dps pareceu-me q as profissionais de saúde estavam a alimentar este discurso o q tb me deixou um sabor amargo na boca.
por último, como este pai acha q o problema é só a internet, acho q ele não percebeu de todo o problema da filha. surpreendeu-me um total de zero surgirem ansiedades ou compulsões "depois" de ela se curar do vício da internet. surpreendeu-me zero a preocupação com o corpo. mas este pai, por ver a filha "bem" por uns meses achava q ela ia deixar os medicamentos. enfim.
sobre o livro em si e a sua importância: fala superficialmente sobre o problema da internet e de grupos perigosos do discord, mas não apresenta nenhuma solução além de proibição total de uso de internet e controlo absoluto da vida, da intimidade e da privacidade da criança/adolescente. em parte alguma mostra como falar com a criança/adolescente, como acolher os seus problemas, como ajudar de uma forma positiva e não de uma forma de reforça padrões de abuso. é verdade q fala de uma questão de muitos adultos/encarregados de educação não estão a par (e isso é muito importante), e de como plataformas "inocentes" são caminhos para outras mais "perigosas", mas é só isso.
diabolizar a internet e ter uma abordagem de completo não uso não é a solução. é necessário falar de um uso consciente e saudável. a internet não é uma droga. a internet é uma ferramenta.
desejo-lhes tudo de bom, mas este livro não é bom.
TL;DR: pai ausente e um bocado alheio a toda a realidade. filha com um problema bem maior que vício em internet. livro muito superficial.
This entire review has been hidden because of spoilers.
sinto que há imensos assuntos que, como sociedade, decidimos ignorar porque são demasiado obscuros ou demasiado difíceis de lidar. mas esse é o grande erro que permite que histórias como a da júlia continuem a acontecer. ler este livro, e passar a sua mensagem, já é um passo gigante que acho que todos deviamos tomar.
pais, ainda-não pais, nunca-pais, todos deviam ler. não é só sobre filhos, é sobre todos aqueles que podem estar expostos a estas redes de sofrer e ver sofrer, por gosto. é das coisas mais perigosas da atualidade porque, ao contrário de outros esquemas, acontece no recanto de um quarto apenas iluminado pela tela inicial do pc. e isto nem sempre é “uma fase”, nem sempre é “mais umas horas ao computador”, nem sempre é “os adolescentes de hoje em dia são assim”. é preciso intervir nos primeiros sinais descritos no livro (daí ser tão importante lê-lo, já que o próprio autor lhe chama um “manual contra os perigos da vida digital a que os nossos filhos estão expostos”). pode acontecer com o seu filho, o seu sobrinho, o miúdo que costuma ver descer a sua rua de bicicleta, o filho do mecânico,… qualquer um, em tenra idade, é ingénuo o suficiente para cair num “desafio-te a cortares-te” se receber uma data de emojis a bater palmas como resposta.
se isto não vos tiver convencido a ler o livro, talvez isto convença: os ganhos com a venda do livro vão ser doados a uma instituição que apoia projetos de educação mediática em escolas públicas de todo o brasil (o livro é escrito por um brasileiro e não vai ser traduzido para o português de portugal e, por enquanto, ainda não está à venda no nosso país, mas podem encomendá-lo online).
Uma história forte e muito atual! Com certeza, uma leitura necessária e que ajudará muitas famílias com crianças pequenas, sejam filhos, netos, primos ou irmãos. Muito obrigada a esse pai corajoso e forte por compartilhar uma parte muito sensível de sua história! Deus te abençoe.