«O escritor Henry James (1843-1916) prolongou-se numa obra literária de 135 títulos publicados entre 1864 e 1917 (na sua maior parte com o texto posteriormente revisto pelo autor) e coleccionados nos 24 volumes de The Novels and Tales of Henry James da New York Edition de 1917. Reconhecido com parcimónia pela crítica e pelo público do seu tempo, prejudicado pela fama de escritor difícil e com histórias de acção mínima espalhada por um grande número de páginas, depois da sua morte passou por um esquecimento quase absoluto até à "redescoberta" que o mantém hoje como grande referência na literatura em língua inglesa do final do século XIX. O reaparecimento deste gigante foi desde logo celebrado por T.S. Eliot e Ezra Pound; foi tema de um emocionado poema de W.H. Auden: "Oh, severo procônsul de indóceis províncias / Oh, poeta da dificuldade, querido artista consagrado", são dois dos seus versos; sugeriu ao narrador de The Green Hills of Africa (a conhecida novela de Ernest Hemingway) a sua inclusão entre os maiores escritores da América, ali associado a Stephen Crane e Mark Twain. […] Este poet of the difficult celebrado por Auden – o que afastava leitores das suas ficções mais extensas – fazia-se mais acessível quando o número de palavras aceite por jornais e revistas o constrangia à disciplina da história não diluída naquela onda larga, a que melhor servia e mais brilho dava, de resto, à sua experiência formal. James também sabia levar a bom termo um esforço de contenção que atingia com poucas páginas o que ele chamava the real thing (a coisa autêntica) – título, aliás, de um destes textos, e considerava objectivo central em toda a exposição literária. Cerca de 80 ficções dominadas por esta economia surgiram nas suas Obras Completas de Nova Iorque. Há nas ficções curtas de James bastantes surpresas ligadas à sua arte de saber insinuar conteúdos latentes sob outros explícitos, de ultrapassar as evidências do visível, de nos obrigar a descobrir qual é the figure of the carpet (o nunca descrito desenho do tapete). O Mentiroso é uma das suas pequenas novelas menos conhecidas e, apesar disso, dominada por uma cintilante singularidade.»
Henry James was an American-British author. He is regarded as a key transitional figure between literary realism and literary modernism, and is considered by many to be among the greatest novelists in the English language. He was the son of Henry James Sr. and the brother of philosopher and psychologist William James and diarist Alice James. He is best known for his novels dealing with the social and marital interplay between émigré Americans, the English, and continental Europeans, such as The Portrait of a Lady. His later works, such as The Ambassadors, The Wings of the Dove and The Golden Bowl were increasingly experimental. In describing the internal states of mind and social dynamics of his characters, James often wrote in a style in which ambiguous or contradictory motives and impressions were overlaid or juxtaposed in the discussion of a character's psyche. For their unique ambiguity, as well as for other aspects of their composition, his late works have been compared to Impressionist painting. His novella The Turn of the Screw has garnered a reputation as the most analysed and ambiguous ghost story in the English language and remains his most widely adapted work in other media. He wrote other highly regarded ghost stories, such as "The Jolly Corner". James published articles and books of criticism, travel, biography, autobiography, and plays. Born in the United States, James largely relocated to Europe as a young man, and eventually settled in England, becoming a British citizen in 1915, a year before his death. James was nominated for the Nobel Prize in Literature in 1911, 1912, and 1916. Jorge Luis Borges said "I have visited some literatures of East and West; I have compiled an encyclopedic compendium of fantastic literature; I have translated Kafka, Melville, and Bloy; I know of no stranger work than that of Henry James."
I continued my discovery of foreign classics by an American who ended up being English. A short novel in the form of an observation: a liar remains a liar, and besides, he is contagious!
This fact supports the narrator, the painter Lyon, but he ends up realizing that there is nothing he can do about it, since even his love of yesteryear, under the contagion, lies like a tooth puller.
And it's a very realistic observation that everyone has done at least once in their life. Apart from pathological liars, lol! What I liked about this novel was the style. Caustic and cynical at will, it's corrosive. I'm not going to put 46 quotes for a short story read in so much less time, but be aware that it's crammed with little passages like the one I quoted.
The only complaint, the end is a bit short and abrupt.
It is a look full of transparency that the author carries on his human colleagues, and just for that, it was worth the blow to discover it! To be continued.
Oliver Lyon percebeu que ele não só mentia mas levava as pessoas a sentirem-se um tanto mentirosas, mesmo (ou sobretudo) quando o contradiziam.
Estranhamente, a mentira não é um dos sete pecados mortais, mas é um dos defeitos que mais detesto nas pessoas, talvez porque implique implicitamente a subestimação da inteligência dos outros, a arrogância e a cobardia, tudo traços de personalidade que abomino. No entanto, o mentiroso a que esta novela se refere já ascendeu a uma esfera superior, à dos mitómanos.
- Como pessoa era um encanto, apesar do seu lado monstruoso. - Lado monstruoso? – disse Lyon. - É um refinado mentiroso. (…) - Bem, confesso que lhe notei um sabor romântico. - Oh! Nem sempre é romântico. Tanto mente sobre as horas como mente sobre o nome do chapeleiro. Parece que há pessoas assim.
Durante a estadia numa mansão da província inglesa onde irá pintar o retrato do proprietário nonagenário, Oliver Lyon, sentado à mesa com 25 convidados, fica fascinado com um homem garboso e magnético que tem à sua frente, o coronel Capadose. Observando melhor os restantes comensais, descobre também com grande espanto uma mulher a quem em tempos fez a corte e que o repudiou, que afinal é agora casada com esse galã.
- O que se pensa por aqui a seu respeito? - Ah! Pergunta de mais! Só posso dizer o que eu penso. E penso que é áspera. - O que apenas se deve a ser honesta e franca. - O senhor acha que eu gosto das pessoas pela frequência com que nos iludem?
Capadose, no entanto, tem uma fraqueza: é um mentiroso compulsivo. Fascinado com a patologia desse militar tão charmoso e talvez por ter sido preterido por Everina ou por ainda ter sentimentos por ela, Lyon arma um estratagema para desmascará-lo e, deste modo, testar a possível cumplicidade da esposa.
Quando o seu marido executava uma dessas cabriolas que eram mais forte característica da sua conversa, não teria visto à volta um sorriso – não o teria sentido? Como era possível uma mulher da sua qualidade suportá-lo dia após dia, ano após ano, sem existir uma alteração dessa qualidade? Mas só acreditaria nessa alteração quando a ouvisse mentir. Era um problema que o fascinava, e até certo ponto o exasperava.
Poderá a pintura expor a alma do retratado?
Estariam eles, portanto, em condições de classificar com nota alta a pintura que ele próprio queria dotar de excepcional profundidade – uma obra-prima de caracterização subtil, de legítima perfídia. Durante anos sonhara realizar qualquer coisa onde a marca do psicólogo fosse tão boa como a do pintor e ali, tinha, enfim, o seu tema.
De Henry James, enfim, já sabemos que é um retratista da psicologia e das relações humanas, com as suas heroínas sempre ciosas das suas lealdades, mesmo quando o leitor as acha capazes e merecedoras de melhor.
Se me tivessem dado a ler este conto sem a indicação do autor diria que tinha sido escrito por Machado de Assis; a estética, a captação de uma situação cria um ambiente muito machadino.
Por trás de um grande mentiroso, uma mulher que não o podendo redimir, o protege por amor e cumplicidade. Assim foi educada por ele. Diz o ditado que se apanha mais depressa um mentiroso que um coxo, mas Henry James com toda a sua mestria apanha-o com um retrato-denúncia (físico e psicológico) pintado por um artista.
«Para a mentira forjada sob pressão da necessidade pode ordinariamente encontrar-se lugar conveniente, como para uma pessoa que se apresenta com uma ordem do autor na primeira noite de uma peça. Mas a mentira meramente de luxo é o cavalheiro sem passe ou sem bilhete que se instala com um mocho no corredor. De uma só possível acusação absolvia Lyon o seu vitorioso rival: intrigava-o que, apesar de irreprimível, nunca se tivesse visto enrascado no serviço militar.»
Una lectura muy visual, que me mantuvo totalmente absorta, sin poder detener mis ojos y mi mente, me gustan esos textos que no tienes ni idea por donde tirarán, de esos que te asombran.
Narrado con muchísimo arte, con una prosa elegante, una forma de relatar intensa, toda esta mezcla me mantuvo totalmente ensimismada con los ojos abiertos como platos, llenos de sorpresa.
El arte predomina en todo el relato, me fue imposible no visualizar todo lo que leía.
No tengo ningún personaje favorito, todos de algún modo me impactaron bastante por su peculiar forma de ser.
Lleno de palabras en torno a la pintura, magistrales, es un relato relativamente corto, pero tan enormemente grande en cuando a sensaciones.
Me hago una pregunta desde hace unas horas ¿Cómo se puede representar un retrato con algo que no se ve a simple vista? Algo que es una cualidad que tiene una persona.
¿No os parece una definición bellísima de lo que es la mentira? “Tiene una visión interior de lo que podrían ser las cosas, de lo que deberían ser, y contribuye a la buena causa con una mera modificación de los matices”.
No puedo decir mucho más, es cortito pero muy profundo, os aseguro que la imaginación no os descansara en ningún momento.
Esto no fue leer por leer, fue leer el arte de la escritura en estado puro al 100 por 100.
Posdata: Pero nunca olvidéis que la historia que cuenta un libro no siempre es igual.
Extractos del libro:
Examinaba en primer lugar los libros de los estantes y los grabados de las paredes. Consideraba que estos elementos eran una pauta para valorar la cultura, e incluso el carácter de los anfitriones.
En conjunto, era como si aquella mujer fuera ya en sí un retrato bastante malo pero caro, pintado a toda prisa por un pincel eminente.
Estaba orgulloso de su edad, pero avergonzado por los achaques que ésta acarreaba.
Era uno de esos ancianos que son un fabuloso depósito de archivos.
Pues uno no pinta retratos durante tantos años, sin llegar a adquirir ciertas aptitudes como psicólogo.
Su técnica solía consistir en afirmar lo falso más que en negar lo verdadero.
Estaba mucho más concentrado en lo que sentía su corazón que en su trabajo.
Tuvo la satisfacción de sentir cómo la vida crecía y crecía bajo su pincel, hasta un límite que rara vez había experimentado con anterioridad.
Otra vez James con sus mujeres encantadoras e intachables que, de manera un tanto misteriosa para el narrador, se unen a seductores cuya dudosa catadura moral resulta evidente para todo el mundo menos para ellas.
En esta ocasión el "misterio" se afronta de manera más directa que en otros ejemplos. El final tampoco es el acostumbrado. Solo por eso, la novela ya merece el aprecio de los que somos fans de James.
Apenas um escritor extraordinariamente singular na sua criatividade, conseguiria escrever uma novela com apenas 115 páginas e nos deixar em suspenso da primeira à última. Henry James tem, indubitavelmente, essa capacidade. Embora o enredo de “O Mentiroso” se afaste do das narrativas densamente misteriosas com que nos habituara, como por exemplo, “O Aperto do Parafuso” ou “Os Manuscritos de Aspen” (o meu preferido), a este também não ficamos indiferentes.
O cenário inicial desta novela, tem por pano de fundo o interior rural e aristocrático da Inglaterra, concretamente, Hertfordshire, onde um grupo numeroso da sociedade burguesa de finais de oitocentos se reúne para confraternizar num jantar precedido da prática do ignominioso desporto nacional – a caça, na manhã seguinte. Na mesa, encontram-se, o célebre retratista Oliver Lyon, os anfitriões, Mr e Mrs Ashmore e, entre outros convidados, o casal Capadose, cuja mulher, Evelina, de grande beleza e feições perfeitas, privara com o pintor num tempo anterior, em Munique. Sem acreditar na fortuna e sucesso de Lyon, Mrs Capadose regressaria a Londres, onde conheceria Clement com quem desposaria. E nesse jantar, o pintor revê a amada: “Durante um momento, a sua face apenas disse ‘como vês, continuo bonita’, tendo ele mentalmente acrescentado’ sim, o que não me dá nenhuma vantagem”.
Mas a personagem principal desta excelente trama é Clement Capadose, o marido, que nesse jantar revela uma faceta peculiar: a de um mentiroso compulsivo. Contudo, não perverso, como podem ser algumas pessoas que adquirem, ou lhes são inatas, esse atributo. No fundo, Mr Capadose é um contador de histórias, um “raconteur”, com uma enorme imaginação, o que seria, no mínimo risível, se esse facto, não levasse Olivier Lyon a suspeitar que a amada pudesse ser conspurcada pela arte da mentira, o que assumia no seu espírito “uma forma trágica”.
O retratista integra este grupo por ter contratualizado pintar o retrato de David Ashmore, pai do proprietário da mansão onde decorre a reunião, que supomos refletir a construção de uma “wonderful house”, daquelas inspiradas por Inigo Jones e que ilustram a paisagem rural inglesa, octogenário, por quem o pintor sente, do ponto de vista artístico, uma enorme atração: “Porque o seu prazer estaria na possibilidade de poder pintar no velho homem o rubor emurchecido de uma maçã de inverno, sobretudo se o seu olhar continuasse vivo e o cabelo branco fizesse bom remate ao seu ar glacial”. E foram nas sessões em que pintava o seu modelo que Lyon ficou a conhecer algo mais da personalidade e Mr Capadose: “Ele nada tem de um individuo traste – diz o ancião. Não há nele maldade nem mal intenção; não rouba, nem trapaceia, nem joga nem bebe; é muito simpático … tem muito apego à sua mulher, é extremoso para a sua filha. Só não é capaz de uma resposta exata”. E, nos três dias de convívio, Lyon pôde observar que Mr Capadose era um “mentiroso platónico … que não atua com expectativa de ganho ou desejo de causar dano. Trata-se da arte pela arte, e é incitado pelo amor à beleza”, concluiria.
Então Lyon decide, gratuitamente e para provar a si mesmo a sua destreza, pintar o retrato de Clement. Mas um quadro em que fosse assegurado o perfil psicológico, no qual a sua peculiar característica estaria incluída. “O mentiroso compulsivo só é bem sucedido se tiver um rosto que não reflita a sua estratégia de engano”, lemos no prefácio assinado por Aníbal Fernandes. E terá sido esse o grande desafio assumido por Lyon. Se o conseguiu ou não, quais foram as consequências, como se sentiu traído, dececionado, como a sua alma se transfigurou numa amargura, é algo que deixo aos possíveis interessados em conhecer como Henry James trabalhou e intensificou a conclusão.
Não considero que “O Mentiroso” reflita a grandiosidade literária de Henry James. Mas ainda assim e do meu ponto de vista, consiste num exercício narrativo assaz interessante. Mas também sou muito suspeita pois o escritor inglês encontra-se na lista dos meus autores preferidos de todos os tempos :)
Se narra la historia, contada por un observador externo, de Oliver Lyon, afamado pintor inglés, que se reencuentra por casualidad con un antiguo amor, en una cena en casa de un conocido.
Para su sorpresa, la dama se ha casado con un personaje extravagante y exótico, el coronel Capadose, un hombre atento y caballeroso, pero aquejado de un contumaz vicio: la mentira.
Lyon, tratando de impresionar a su ex amor para recuperar su cariño, se propone hacer un retrato de su marido en el que quede expuesto a los ojos de todo el mundo el defecto que le domina.
Es un libro increíble por la psicología de sus personajes.
James solía jugar con los puntos de vista y los narradores para conseguir efectos de perplejidad en el lector.
Tiene un final "Jamesiano", donde los delirios interpretativos se desplegarán como desmentidos reiterados de la imaginación frente a la realidad de los hechos.
Una novela cortita pero intensa en la descripción psicológica de los personajes. Me ha gustado mucho la forma de escribir, tan sencilla y artística de Henry James
J'aurais mis qelques années à sortir ce livre de ma PAL mais quelques jours à peine pour dévorer cette nouvelle très bien écrite. Première rencontre avec Henry James approuvée !
ha sido una novela muy intrigante que no permitía que el lector dejara de pasar hojas y hojas hasta descubrir el final. final por cierto un tanto agridulce, no hay más allá en la mente y el deseo de Lyon, pero la esperanza del lector en si en realidad sí existe algo más está presente.
Siempre es un placer volver a leer a Henry James, pero esta novela, me ha dejado entusiasmada. Me ha gustado mucho los giros los temas que toca, el como te hace pensar y reflexionar. Admiración pura es la que tengo y siempre voy a tener pero esta joya es simplemente eso una joya, muy poco conocida.
“¡Muy sencillo, mi querido amigo, si una mujer está enamorada! ¿No suelen mentir ellas también, la mayoría de las veces? En ese campo son auténticas «expertas». Y se las arreglan muy bien si les sale un compañero de reparto” ~ El mentiroso de Henry James.
Traducción: Pilar Adón.
Narrado en primera persona por un pintor reconocido, El mentiroso cuenta la relación de este con una mujer con la que se reencuentra en una fiesta tras años sin verla. En otro tiempo habían mantenido una relación y sigue enamorado de ella así que queda sorprendido cuando descubre que ella está felizmente casada y con una hija. El marido, un hombre rico y guapo y, por lo visto bastante aventurero. Sin embargo, no todo lo que cuenta es cierto y el pintor descubre que es bastante fantasioso y sus relatos son todos pura invención. Así que con el objetivo de dejar en evidencia que es un mentiroso y recuperar a su amada, idea un plan pero ya sabéis, en asuntos de pareja es mejor no interferir.
Siempre voy con un poco de temor cuando inicio una historia de Henry James pero he de decir que El mentiroso me ha encantado de principio a fin. Estructurada en tres capítulos, la novela se lee de un tirón; está muy bien hilvanada y desde el primer momento te sumerges en la historia.
Henry James consegue mostrar perfeitamente como um mentiroso compulsivo é capaz de contagiar todos à sua volta, como ao mentir descaradamente acaba por ele próprio acreditar na realidade alterada e mesmo quando todos os que o rodeiam sabem a verdade ele irá sempre manter a postura e até mesmo culpar alguém inocente
This entire review has been hidden because of spoilers.
Fue una lectura bastante ligera y rápida, pero no deja de presentarnos una historia bastante peculiar. Oliver Lyon, nuestro protagonista que es un pintor, se encuentra con la mujer que aún recuerda con un amor, Everina Capadose. Ella se casó con el Coronel Capadose que a simple vista parece bastante inteligente y encantador, pero con el defecto de mentir compulsivamente. Lyon quiere retratar al Coronel para así quitar la venda de los ojos de Everina y que acepte que no fue la mejor opción como matrimonio. Pero el defecto del Coronel no es el único presente, ya que Lyon posee una increíble imaginación hasta llegar a especular sobre los sentimientos y pensamientos de los demás personajes, hasta el punto en que fantasea con que sus sentimientos son recíprocos con Everina. El Coronel no es más que un alter ego de Lyon.
This entire review has been hidden because of spoilers.
A painter tries to figure out whether his ex is actually aware of what an inveterate liar her husband is.
Like his other stories, the novel is less philosophical or conceptual than an execution of an interesting premise, and the characters' reactions to what they have been given. But is not naturalistic like Zola, it feels natural and ordinary without being mundane which would have been pathetic. This emotional voyeurism, as someone has called it, is evenly paced and allows you to soak and watch; even if you don't like the characters or their occupations. If you are like me and you are feeling too restless to concentrate on something heavy or too impatient to follow the plot of a good detective novel, let James come in and slow time for you.
A simple little story of how a portrait artist encounters his old flame, now happily married to an inveterate liar. The woman's loyalty to her husband reveals his (the artist's) good fortune in having 'lost' her. I very often find it interesting to read stories from the late nineteenth century. Autres temps, autres moeurs.
A história começa interessante, mas a medida que vai se desenvolvendo, infelizmente fica devagar demais, sem movimentos e mesmo sem os insights mais profundos, tão presentes em outros trabalhos de Henry James.
O tema central é a mentira.
A narrativa é sobre um artista que pinta retratos. Ele é convidado a fazer um quadro de um idoso na casa dele. Lá ele reencontra um antigo amor, hoje casada com o filho desse senhor. O marido dela é uma pessoa atraente e simpática, mas extremamente mentirosa. A moça sabe o quanto o marido é compulsivo nas mentiras dele, mas o ama acima de tudo isso. E o artista fica pê na vida e quer entender tudo isso, sentimentalmente e racionalmente, já que percebe que ainda a ama.
James levanta no início da narrativa interessantes questões sobre como admiramos as pessoas, como nesse diálogo:
"-O senhor acha que aprecio as pessoas na proporção em que são falsas? - Acho que todos nós o fazemos enquanto não as descobrimos, disse Lyon"
Ainda mais interessante, é o julgamento de uma possível positividade da "mentira":
"Ele é um mentiroso platônico', chegou Lyon a dizer a para si mesmo. Não mente com o objetivo de ganhar alguma coisa ou de ferir alguém. É apenas uma questão da arte pela arte. É uma espécie de amor pelo belo. Ele tem uma clara visão interior do que deveria ser, do que deve ser, e trabalha na boa causa apenas na substituição da tonalidade. Ele põe colorido onde deve haver. Por acaso, não é isso mesmo que faço na minha profissão?"
No desenrolar da história, Lyon vai mudando de opinião em sua contemplação da mentira. Se no início ele até acha algum tipo de poética, ele passa a compreender que nem sempre a justificativa de se aumentar uma narrativa não significa realmente reinventá-la.
Então percebe que o ato de mentir pode chegar à extremos doentios de uma fantasia completa, que incluem até a violência e a acusação de um inocente por um crime que jamais cometeu.
Tudo isso pela simples manutenção de um personagem falso de si mesmo, que de tanto mentir, acredita que a verdade é a própria mentira.
E o outro, um cúmplice que vê as mentiras de seu companheiro(a), justifica sua cumplicidade não por pena dele (a), mas, acredite se quiser: por amor.
I've mentioned Henry James before on another review and how impenetrable his later novels can be. But his earlier works and some of his shorter stories or novellas can still be enjoyed by the modern intelligent reader. No one ever gets knifed in James' fiction. No banks are ever robbed, no battles are ever fought. Rather, James builds his stories around social situations and problems among the privileged class during Gilded Age, say 1870-1914 -- a very brief era for those who thought it would go on forever.
In THE LIAR, Mr. Lyon, a famous artist, comes across an old flame when visiting an English country house for a weekend. When he was a young artist in training he had proposed and she had rejected him -- and now here she is, as beautiful as ever and still plainly decent and filled with integrity. Her name now is Mrs Capados, wife of a colonel home from the wars in India -- a manly fellow; confident, admired by men. Macho even.
At dinner, Capados confides to Lyon to avoid the last bedroom down the upper hall. It is seriously haunted. Previous visitors who spent just one night there were terrified -- desperate to leave early the next morning.
Well, the warning has the opposite effect on Lyon; he is bursting to witness the ghost and asks that his bedroom be changed. But the host is only amused and tells Lyon that Capados is a chronic liar. He doesn't lie for malice or profit. He just tells whoppers to the unsuspecting. His friends are tolerant and his victims are too sheepish to do anything about their humiliation.
But Lyon is still curious; this time about the wife, his former love. How does she, who once was so forthright, deal with her husband's mendacity? Is she ashamed? Does she argue with him in private? Does she contradict him in public? Does she love him so much that she no longer cares?
Lyon decides to get some revenge – the husband for duping him with his tall tale and the wife who rejected him for this colossal liar. He proposes to paint a portrait of the husband but plans to style it in such a way that all the world will see what a snake he really is.
I will leave the plot here for you to discover another of James' late 19th century works of literature in its highest and most delicate expression. .
El mentiroso, obra deliciosa, aunque demasiado corta, del gran autor Henry James, me ha parecido fascinante.
El estilo narrativo de James es claro y sencillo; y con enorme maestría es capaz de llevarnos a través de una historia, donde el autor juega con nosotros al escondite, nos sugiere y nos oculta información. Este efecto lo consigue haciendo que el lector conozca toda la historia a través de los ojos de Lyon, de forma que solo conocemos una versión de la misma. Este sugerir "a medias" parece ser un elemento característico que se aprecia en buena parte de las novelas del autor inglés.
Centrándonos en la historia, sin desvelar nada, poco se puede decir, salvo que el personaje del pintor, es lo que motiva la novela. La visión idealizada de su antiguo amor, casada con un mentiroso compulsivo, lleva a Lyon a idear un plan para, según él, desengañar a Everina y conseguir una oportunidad de recuperarla. A partir de ahí, la novela se desliza entre el triángulo sentimental y un cúmulo de engaños, hasta un final insólito e imprevisible.
La verdad es que merece la pena leerla, y no solo por su corta duración, si no por la capacidad del autor inglés para desconcertar y sugerir al lector.
Passées les premières pages de présentation des personnages et du décor un peu plates, j’ai été totalement entraînée dans ce récit superposant de plus en plus un lacis de symboles et de questionnements toujours plus vertigineux.
Le mensonge, l’amour, le dépit d’être rejeté, la fiction, le travail de l’artiste, tout cela se mêle dans une délicate mise en abime du réalisme qui, comme le menteur, ment pour l’amour de l’art mais dont la fiction fait apparaître avec tant de force la nature du réel qu’elle peut en devenir insupportable à celui qui y contemple son reflet.
J’ai adoré aussi la discrétion de cette nouvelle qui se finit sur un silence, celui de l’hypocrisie et du mensonge mais aussi celui de l’auteur qui nous laisse tracer notre propre interprétation et nous interroger sur le silence de la femme désirée, l’acceptation de la destruction de l’œuvre, l’ambivalence du troublant personnage du peintre
Un mentiroso carismático y un pintor que quiere desenmascararlo. Disfruté mucho esta novelita corta y su traducción. Los diálogos se sienten muy precisos, verosímiles, aunque no me guste usar mucha esa palabra. Se siente la incomodidad de los personajes, lo que ocultan, lo que prefieren omitir. Hubo algo muy placentero en el ritmo de la narración y las metáforas. Es muy diferente a “Otra vuelta de tuerca”, el otro que leí de Henry James, pero me mantuvo con una tensión parecida. Lo leí con la pasión con la que se escucha un detallado cagüin.
“Ni por asomo puede usted considerar a este hombre un sinvergüenza. Lo que hace no perjudica a nadie. No tiene mala intención. No roba ni estafa. Tampoco juega ni bebe. Es muy amable. Está apegado a su esposa, y es cariñoso con sus hijos. Simplemente, no es capaz de ofrecer una respuesta sincera”
C'est l'histoire d'un peintre, d'un colonel et de sa femme (ancien modèle du peintre dont il est secrètement épris). le colonel est un personnage fascinant d'audace et de culot puisque mythomane invétéré. le peintre décide donc, sous couvert de leur nouvelle amitié et pour se rapprocher de la dame, d'exécuter le portrait du trublion. Mais la vérité, connue de tous, est-elle prête à être admise par les principaux intéressés ?
Un style très théâtral servi par un langage soutenu et délicieusement complexe. Des personnages caricaturaux mais torturés. Une fin avortée qui surprend et fait dire "ah tiens !". Un petit récit très sympathique d'un grand auteur. On sent qu'il en reste encore sous le pied après cette lecture.
No resulta difícil encontrar en este relato de Henry James no pocas reminiscencias de El retrato de Dorian Gray -fue escrito ocho años después de la obra de Oscar Wilde-, tanto en la forma como en la escena final, cuando todo se precipita y lo más humano que nos define sale a la luz.
El mentiroso es una obra corta, muy corta, que en un principio nos dibuja un retrato social apurado que dura prácticamente la mitad de la obra, para después convertirse en otra historia que explora el alma humana y la verdad.
Muy bien escrita, una prosa que se desliza deliciosamente, que no deja lugar al aburrimiento. Un trío de personajes interesantes, y una tensión que va acumulándose durante todo el relato: ¿qué va a pasar? ¿cómo desenmascarará al mentiroso?, ¿ella sabe que él sabe lo que está pasando? Etc.
Y puede que esas mismas preguntas hayan provocado que el final me desilusionara un poco. Es ciertamente inesperado, pero me esperaba otra cosa. Dado que Henry James demostró talento para el drama y la comicidad, el final me dejó un poco triste.
عن كبرياء زوجة و كبرياء عاشق هو يريد فضح زوج معشوقته، وهي تريد التستر على زوجها هو يريدها ان تعود كما كانت، وهي تريد البقاء على ما هي عليه هي تدرك كم هو نزيه، وهو يستبعد كونها كاذبه هي لا تراه مناسباً لها كزوج، وهو لا يراه مناسبة لزوجها ليس دافعه نحو زوجها الغيرة بل الاحتقار، وليس دافعها نحو زوجها الحب بل المصلحة.
La traduction m'a perturbée au début mais j'en ai beaucoup apprécié la qualité par la suite.
L'histoire est autour d'un menteur, de sa femme et d'un homme amoureux de cette dernière. Comme elle semble nier/ne pas se rendre compte des mensonges de son mari, le peintre amoureux d'elle va tenter un portrait de son mari qui révélera sa vraie nature.
This entire review has been hidden because of spoilers.
pues justo lo que quería y esperaba q fuese (es decir, entretenido, victoriano y bastante incel). pero bueno, me ha gustado y aunque me ha costado meterme al final estaba enganchadísimaaa, solo me ha faltado un momento d venganza al final