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Put some farofa

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Don’t repair the mess. The house is yours. I make question. Pardon anything. Go with god. Come back always. Publicada em julho de 2014, a crônica que dá título a este volume, que cria uma conversa imaginária entre um brasileiro e um gringo visitando o Brasil durante a Copa, rapidamente se tornou um viral de internet com mais de 230 mil compartilhamentos, até ser comentada em artigo do Washington Post.
Trata-se de uma amostra da verve humorística - embebida de zeitgeist, crítica ferina e muito afeto - de Gregorio Duvivier, um dos autores mais inventivos e promissores do Brasil na atualidade. Reunindo o melhor de sua produção ficcional, Put some farofa traz textos publicados na Folha de S.Paulo e esquetes escritos para o canal Porta dos Fundos, além de alguns inéditos.
Se Gregorio revela o raro dom da multiplicidade, tendo despontado no cenário cultural brasileiro ao mesmo tempo como ator, roteirista, comediante, cronista e poeta, também múltiplo é este volume, que transita entre ficções, memórias de infância, ensaios sobre artistas que o influenciaram, artigos de opinião, exercícios de estilo e experimentações sem fim. Os textos vão da pauta que está sendo debatida naquele dia no jornal ao completo nonsense; do lirismo ao humor escrachado; do íntimo ao universal.
No conjunto, o que espanta no autor é o frescor, a coragem, e, sobretudo, a capacidade inesgotável de se renovar a cada semana, contando sempre com a inteligência e a sensibilidade do leitor.

206 pages, Paperback

First published November 5, 2014

13 people are currently reading
146 people want to read

About the author

Gregorio Duvivier

20 books131 followers
Gregório Byington Duvivier é um ator, humorista, escritor, roteirista e poeta brasileiro. Ficou conhecido pelo seu trabalho no cinema e no teatro e, a partir de 2012, destacou-se como um dos criadores dos esquetes da série Porta dos Fundos, veiculada pelo Youtube.

É autor dos livros "A partir de amanhã eu juro que a vida vai ser agora" , "Ligue os pontos - Poemas de amor e Big Bang" e "Put Some Farofa".Também assina uma coluna semanal na Folha de São Paulo.

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31 (4%)
1 star
9 (1%)
Displaying 1 - 30 of 42 reviews
Profile Image for Daniel Oliva.
10 reviews
February 6, 2017
adoro a escrita dele.
gosto mais das partes "Gregório" e menos "porta dos fundos"
Profile Image for Barbara Maidel.
109 reviews43 followers
February 14, 2024
QUANDO É BOM, É MUITO BOM

Acho uma pena que Gregorio Duvivier tenha enveredado pro pior do progressismo, e de forma progressiva — já chegou ao estágio em que aceita ser corrigido ao fugir duma linha única de raciocínio, e desculpando-se naquele tom de atrizes da Globo que não aguentam o berreiro digital: “estou sempre aprendendo”. Alguém com tanto talento pro humor e pro roteiro se submetendo à tralha que engorda as redes sociais com opiniões ruins — que porcaria.

Muitos textos compilados neste Put some farofa mostram a habilidade de Duvivier como observador comportamental. Certamente isso é feito olhando o mundo sentado em ombros de gigantes — esse pessoal do humor parece se inspirar bastante em humoristas doutrora ou contemporâneos —, mas mesmo assim impressiona: a publicação é de 2014, quando Gregorio tinha 28 anos, então pode-se dizer que tudo daqui nasceu numa idade em que a maioria dos aspirantes a escritor não está criando nada que preste. Acho que foi a terceira ou a quarta vez que li este livro — que tem roteiros do Porta dos Fundos e crônicas pra Folha de S.Paulo —, mas agora fiz questão de marcar meus textos favoritos: de 78, salvei na íntegra 31. Abaixo, transcrevo quatro deles.

MAS ANTES,
(julho de 2013)

ela saiu de casa batendo a porta. Mas antes, ele tinha mandado ela tomar no cu. Mas antes, ela tinha pedido que ele pelo menos limpasse a merda que fez. Mas antes, ele tinha derramado vinho no tapete. Mas antes, ela tinha duvidado de que ele derramaria o vinho todo no tapete. Mas antes, ele tinha dito que derramaria o vinho todo no tapete. Mas antes, ela tinha dito que não era culpa dela que ele não tinha um emprego. Mas antes, ele tinha dito que ela não precisava jogar na cara que ele não tinha dinheiro nem para comprar um tapete. Mas antes, ela tinha dito que a mãe dela merecia respeito, afinal de contas era ela quem tinha mobiliado o apartamento, do ventilador ao tapete. Mas antes, ele tinha dito que a mãe dela era uma vaca. Mas antes, a mãe dela tinha saído do apartamento batendo a porta. Mas antes, ele tinha pedido que a mãe dela saísse, de preferência sem bater a porta. Mas antes, a mãe dela tinha dito que ele estava mais gordo. Mas antes, ele tinha dito que a mãe dela estava mais velha. Mas antes, a mãe dela perguntou se ele tinha conseguido o emprego. Mas antes, ele disse que a mãe dela chegar de surpresa era só o que faltava. Mas antes, a mãe dela tinha chegado de surpresa. Mas antes, eles tinham se beijado e pedido desculpas e prometido que não iam brigar. Mas antes, ele perguntou por que é que nada que ele faz nunca está bom. Mas antes, ela tinha reclamado que ele não sabia nem abrir um vinho. Mas antes, ele tinha tentado abrir um vinho. Mas antes, ela tinha sugerido que ele abrisse o vinho. Mas antes, eles tinham se beijado. Mas antes, eles tinham deixado os filhos na casa da irmã dele. Mas antes, eles tinham dito que seria uma noite linda. Mas antes, eles tinham passado no supermercado e comprado o melhor vinho. Mas antes, ela tinha dito que tinha muito orgulho do marido que ele era. Mas antes, ele tinha chorado porque não era assim que ele se imaginava aos trinta e cinco. Mas antes, ele tinha sido recusado na entrevista de emprego. Mas antes, ela tinha dito que confiava cegamente nele. Mas antes, ele tinha dito que era só uma entrevista de emprego, e que nada estava certo ainda. Mas antes, eles tinham combinado de comemorar as duas coisas, o aniversário e o emprego novo. Mas antes, eles tinham acordado e percebido que, naquela noite, eles comemorariam sete anos juntos. Mas antes, eles tinham sido felizes. Isso antes.

*

A VIDA NO HOSPÍCIO
(setembro de 2013)

JORGE
Nada mais divertido que morar num hospício. Dá trabalho se fingir de louco. Mas vale a pena. O aluguel é de graça, a comida não é ruim e você ainda tem diversão vinte e quatro horas por dia. Melhor que TV a cabo. Tem um gordo que acha que é Napoleão. A parte engraçada é que ele é gordo. E tem dois metros de altura. E nem sabe direito quem foi Napoleão. Tem a Dona Valda, que acha que é dona disso aqui. Tem um louco, o Edmir, que acha que eu sou um armário e inventou que quer guardar coisas dentro de mim. Às vezes passa horas me perseguindo. É hilário. Outro dia tivemos um embate físico. Mas nada grave.

EDMIR
Eu devia ter feito veterinária, passava o dia cuidando de gatinho. Mas não. Passo o dia limpando cocô na parede e conversando com Napoleão. De todos os ramos da enfermagem, saúde mental é o mais ingrato. Sobretudo num hospício moderninho onde o paciente não usa camisa de força. Outro dia tomei um tabefe do Jorge, que não queria tomar o Haldol e saiu gritando: “Eu não sou seu armário!”. Pra piorar, a Dona Valda, que é a proprietária disso aqui, me obriga a tomar um remedinho. Ela diz que é bom pra eu sentir na pele o que os loucos sentem. Resultado: tremedeira, babação. Eu devia ter feito veterinária.

VALDA
Eu comecei isso aqui pra ganhar dinheiro. Mas acabei me apegando. Hoje em dia tem gente querendo comprar o terreno e fazer um estacionamento. Mas eu não vendo por nada nesse mundo. Os pacientes precisam de mim. O Edmir é um que eu tenho vontade de levar pra casa. Um amor de pessoa. De todos os loucos é o que tá aqui há mais tempo. E até hoje acha que é enfermeiro. Usa jaleco e tudo. Às vezes tenta empurrar um remédio goela abaixo dos outros e termina em briga. Não faz por mal. Mas o meu preferido mesmo é o nosso Napoleão de dois metros de altura. Um amor de pessoa. Ah, não vendo isso aqui por nada nesse mundo.

JAIME
Nunca aprovei a forma como a saúde mental era tratada no Brasil. Meu pai morreu num hospício, lobotomizado, no mesmo ano em que eu me formei em medicina. Me especializei em psiquiatria. Inventei meu próprio método. Aqui não tem lobotomia, eletrochoque nem camisa de força. Todo o mundo aqui é louco. E todo o mundo é médico. Me visto de Napoleão porque foi a fantasia que eu consegui alugar. Eu deveria ter pesquisado mais sobre o personagem. Se eu soubesse que ele media um metro e meio teria escolhido outra fantasia.

*

TRADUÇÃO SIMULTÂNEA
(março de 2014)

Sala de transmissão do Oscar. Um tradutor simultâneo tenta traduzir para o telespectador tudo o que acontece no palco.
ELE Billy Cristal: Boa noite, vocês são uma plateia mais bonita do que Mountain Rockwa… O ator fez um trocadilho, uma piada que faz referência ao fato de que há uma montanha homônima ao ator Rockward, bom, isso não tem tradução…
ELA A comediante Ellen De Generes retrucou dizendo: isso quer dizer que você não estava presente no Tonight Show no dia em que, bom o Tonight Show é um programa de John Stewart, isso foi uma piada mais voltada ao público americano, mesmo, que acompanha a programação televisiva, não cabe traduzir.
ELE Billy Cristal, novamente: obrigado Miley Cyrus, por nos… bem, ele está fazendo referência a uma celebridade local, é uma piada de atualidade, a atriz, famosa pelo papel de Hannah Montana, recentemente, bom, essa tem que acompanhar o noticiário americano pra entender. Não cabe aqui narrar, enfim. Steve Martin arremedou com uma piada referente à Miley Cyrus que eu perdi porque estava explicando a piada anterior da Miley Cyrus.
ELA E para apresentar o prêmio de Melhor Atriz, Whoopy Goldberg. O público aplaude intensamente. Com a palavra Whoopy Goldberg, que diz: hua-ha baby ooo, isso não tem tradução, é apenas isso mesmo que significa, uma série de onomatopeias. Acrescidas de um pouco de humor visual, uma piada imagética. Ou talvez seja a imitação de alguém que eu não conheço. O público ri, não sei exatamente por quê. Fica o mistério.
ELE Com a palavra Billy Crystal. Negros não gostam de, bom, eu não vou traduzir essa piada, em português ela fica parecendo racista, mas ela é calcada no fato, digo: no preconceito de que negros não teriam o hábito de, bom, acho que ele está falando dos negros americanos. Whoopy volta ao palco.
ELA Bom, Whoopy arremedou com alguma coisa que eu não entendi, acho que foi uma brincadeira com Billy, eles são amigos de longa data, foi uma piada interna. Billy responde com outro trocadilho, um chiste linguístico, intraduzível, baseado no fato de que duas palavras de significados opostos em inglês têm uma sonoridade parecida em inglês. Whoopy responde com: oh, no he didn’t. É uma piada de repetição, uma running gag, fazendo referência a uma piada anterior que eu não havia traduzido pois eu estava traduzindo uma outra piada que eu tampouco havia traduzido, assim como agora eu perdi alguma coisa que provavelmente foi uma piada pois o público está rindo. O público agora está aplaudindo, de tanto rir. Esse Oscar está se revelando especialmente divertido para quem está lá.

*

SE O PRÉDIO TIVESSE TRINTA ANDARES
(agosto de 2013)

Eu queria que esse prédio tivesse trinta andares. Ou de repente dois. Se tivesse trinta eu ia fazer amizade com todo o mundo que mora aqui. Se tivesse dois eu não ia falar é com ninguém. Mas se tivesse dois andares eles não iam precisar de ascensorista. Um elevador de dois andares não precisa nem de botão. Tinha que ter é trinta. Nove andares é que não dá. Quando o rapaz do 701 fala bom dia seu Zé, eu digo bom dia, como vai o senhor, e ele diz mais ou menos a minha hérnia voltou a atacar, e eu digo tem um remédio excelente pra hérnia, é só pegar um pouco de sálvia e colocar num potinho, pronto já chegou no sete. Ele diz me explica da próxima vez pra gente não prender o elevador, só que ele não vai lembrar de perguntar e nem eu vou lembrar de contar e mesmo que eu lembre não vai ter mais clima nenhum de falar de hérnia. A gente só quer falar de hérnia quando a gente tá com hérnia e olhe lá, uma vez minha esposa disse. Isso foi antes dela me largar. Ela disse que eu só falo coisa que não interessa a ninguém na hora que ninguém quer saber. Mas isso faz muito tempo. Ela não falava era com ninguém. Mas ela não mexia com elevador. Aí é fácil. Quando a gente mexe com elevador é diferente. A gente mexe com seres humanos. E acaba se envolvendo. Nove andares é o bastante pra ouvir um pouquinho da conversa da moça bonita que trabalha no 902 e saber que a patroa dela não gosta de batata corada, só de batata noisette, e quando eu pergunto como é que é uma batata noisette, ela diz é redondinha e crocante, e quando eu pergunto como é que faz batata noisette, já tá na altura do sexto andar e eu penso que não vai dar tempo dela explicar, e quando eu penso isso já tá no sete e ela diz é complicado não vai dar tempo de eu explicar, e aí eu digo bem que o prédio podia ter trinta andares só pra você me explicar, e ela diz Deus me livre, morro de medo de altura, mas se o prédio tivesse trinta andares eu ia dizer a gente pode até namorar, e ela ia dizer taí, isso não é uma má ideia, daí a gente ia parar o elevador e namorar ali mesmo. Se o prédio tivesse trinta andares. Só que não tem. E a porta já abriu há muito tempo e ela já foi embora e disse tchau seu Zé. E não fiz nem uma amizade daquelas de sair pra tomar uma cerveja depois do expediente. Ah, se esse prédio tivesse trinta andares. Mas não. Minha mulher é que tinha razão. Eu não vou mais falar é com ninguém.


Put some farofa é uma mistura de humor e sensibilidade. Nem todos os textos são bons, mas os que são bons são muito bons. Recomendo.
Profile Image for Carmela Pedinni.
8 reviews4 followers
November 4, 2016
★★★½

O primeiro livro do Gregorio Duvivier que li na vida com certeza não será também o último – nesse caso, fico feliz em dizer, os últimos e os primeiros não tem qualquer correlação.

Entrei em contato com Put some farofa daquele jeito gostoso de entrar em contato com livros que a gente desconhece, de autores com os quais a gente nunca se importou: por meio daquele amigo que recebeu de um colega um livro que um conhecido deste terceiro ouviu alguém falar que era bom.

“Posso pegar emprestado?” Perguntei pro tal do meu amigo, já arrancando brutalmente o livro das mãos dele. O que queriam que eu fizesse? Eu sou de Áries.

Para minha supresa, ele simplesmente disse que sim. Sem mais nem menos. O livro era meu, por quanto tempo eu quisesse. Foi desnecessário: li o livro em dois dias.

No geral, não tenho como palpitar sobre os textos em si: é preciso lê-los. Não é o tipo de coisa que dá para explicar. Não por ser complexo demais, ou vago demais, ou qualquer outra coisa em excesso, mas porque o forte das crônicas é atingir cada um de um ângulo diferente, apesar de falarem sobre temas tão cotidianos e comuns a muitos dos seus leitores.

Por isso, vou dar uma notinha para cada um dos aspectos gerais do livro e, ao final, citar meus textos favoritos em cada tema:

Os textos em si: ★★★★

A organização da coletânea: ★★★½

O “inédito” no livro: ★★★

Formatação, diagramação, capa, estilo e afins: ★★★★

Nota final: ★★★½

Resumão/TLDR:

Os textos do Gregório são excelentes (leiam!) e a capa e formatação são muito bem feitinhos (se bem que um amigo meu ficou reclamando um bocado sobre como “é narcísico se colocar na capa do próprio livro, e ainda por cima com essa cara!” Discordei). Porém a organização da coletânea não é excepcional e não está à altura dos textos em si.

90%+ dos textos do livro já haviam sido publicados previamente: on-line, pela Folha, no Porta... o elemento do inédito é precário, e nesse sentido o livro como um todo só agrada a quem não é macaco velho de Gregório Duvivier (como eu). Aos ávidos fãs? A prateleira de exposição na parte mais visível da estante depois de 10 minutos de leitura.

TEXTOS FAVORITOS:

“Românticos”: Breve história da internet, Assunto urgente.
Saudosistas: Meus pais, O homem de 2003, Carvana e Mnouchkine.
Políticos: História real, A família brasileira, É menina, Xingamento, É menino, Moda reaça.
Porta dos Fundos: Terapia de casal, Tribunal, Crianças, Pão nosso, Chuteira, A boa de segunda, Pobres, Cross fit consciente.
Outros: Nuances, Pardon anything, O ovo, A vida no hospício, Tempo e contratempo, Spoilers.
Profile Image for Jullyana Menezes.
2 reviews2 followers
November 27, 2015
Já acompanho as criações dele através do Porta dos fundos e da coluna da folha, algumas das quais estão no livro, além de outras crônicas inéditas. Leitura leve que traz reflexões e críticas de uma forma sutil e cômica que Gregório sempre tem nos seus textos (ou Duvivier, pra vocês pensarem que somos grandes amigos). Recomendo muito :)
Profile Image for Milena.
132 reviews2 followers
March 16, 2015
Mescla texto das colunas para folha, crônicas, enredos para o Porta dos Fundos e alguns relatos autobiográficos. Gostei muito desse garoto! Possui uma sensibilidade e uma percepção aflorada, refletindo em textos que tratam de assuntos polêmicos, mas sem perder a ternura. Recomendo!
Profile Image for Bruna Miranda.
Author 17 books795 followers
February 24, 2015
Um belo dia encontrei (sabe-se lá como) a crônica Pardon Anything que inspirou e deu título a esse livro e me apaixonei. Nunca tinha notado o comediante/ator/escritor Gregorio Duvivier, mas essa crônica me cativou de uma forma que não consigo explicar. Depois de ler Put Some Farofa, não tenho dúvidas que ele é meu novo melhor amigo platônico -- quem ler, vai entender.
Profile Image for Sofia.
67 reviews
April 9, 2015
Eu gostei MUITO desse livro, muito mais que eu achava que ia gostar.
Duvivier é incrível.

Leiam.
Profile Image for Henrique Fendrich.
1,021 reviews26 followers
January 21, 2024
Gregorio Duvivier – o cronista, pois são muitos – não se limita a narrar uma experiência pessoal, a contar uma história engraçadinha ou comovente do cotidiano, a comentar uma notícia do jornal, ou ainda a relembrar com nostalgia do passado, à maneira de tantos cronistas depois que Rubem Braga praticamente definiu os contornos do gênero. O que mais chama a atenção nas crônicas de Gregorio publicadas em “Put some farofa” (Companhia das Letras, 2014) é a ousadia criativa e a sua capacidade de brincar com a realidade, seja fazendo textos em que a primeira pessoa não é ele ou imaginando situações absurdas, como as conversas entre o Gregorio de hoje e o Gregorio do passado. É como se o cronista usasse como mote um “como seria se…” e a partir disso começasse a escrever. Como seria se um brasileiro tentasse fazer a recepção de boas vindas a um gringo durante a Copa do Mundo? – e a isso se seguiu um dos textos mais brincalhões do livro, cheio de achados linguísticos e de onde inclusive se tira o nome da obra.

Lá estão também textos em que a ironia se sustenta do começo ao fim, isto é, o cronista não se dá ao trabalho de explicar que está fazendo um gracejo. São características que filiam este livro a uma tradição iniciada na crônica pelo próprio Machado de Assis e que, de uns tempos para cá, tem se tornado cada vez mais rara. Já ninguém mais usa a crônica para dizer o contrário do que se pensa – pois se dizendo exatamente o que se pensa já se arrasta um turbilhão de incompreensões! E, embora Gregorio não tenha a mesma sutileza do Velho Bruxo, é de se imaginar que muitos leitores caiam nas armadilhas do seu texto. O cronista, nitidamente, se diverte escrevendo e criando. O resultado reforça a crônica como um gênero bastante inventivo e indissociável da literatura.

Também foram incluídos vários esquetes feitos para o Porta dos Fundos e é preciso dizer que eles funcionam muito bem como crônicas. É como se fossem aqueles diálogos que a gente se acostumou a ler nos textos do Verissimo – um bom sinônimo para cronista inventivo, e que é inclusive apontado por Gregorio como referência. É claro que toda essa criatividade não é sem propósito. Com ela o cronista espera mais do que algumas risadinhas: quer passar o seu ponto de vista sobre temas em discussão na sociedade. No caso de Gregorio, o seu humor normalmente se volta contra o conservadorismo (ele fala em “moda reaça”), sobretudo no que diz respeito à legalização da maconha, a homofobia e o aborto. O Deus em que não acredita também é um personagem recorrente.

Embora a maior parte das crônicas tenha mesmo um objetivo humorístico, existem outras quase líricas, como a do ascensorista que queria que o prédio fosse mais alto para poder ficar mais tempo conversando com as pessoas que usam o elevador. Há também alguns de cunho mais pessoal, como quando fala do amor de seus pais, da síndrome do seu irmão ou da sua vida de baixinho. Por fim, são feitos alguns tributos à algumas das inspirações de Gregorio, como Hugo Carvana, Ariane Mnouchkine, Millôr Fernandes e Monty Python. Mas o forte do livro são mesmos os textos humorísticos – e a coragem de quem ousa criar na crônica.
Profile Image for Jucá.
61 reviews
September 20, 2019
Por algum motivo, que até o presente ainda não compreendi, no momento estou numa onda de leituras curtas. Contos e pequenos textos nunca me pareceram tão agradáveis. Até HQs valem, basta ser curto. Pra cês terem noção, tava cogitando comprar um livro das fabulas de esopo de tão desesperado por algo curto que não envolva realidade.

Enfim, fui levar uns livros pra minha melhor amiga de SP que ela havia deixado comigo e acabei pegando esse pra dar uma lida (rápida) no avião. Li metade.
Peguei hoje de novo pra dar uma segunda lida (mais rápida ainda), li a outra metade.

Como alguém que nunca tinha lido nada do Gregório tenho que dizer que superou minhas expectativas. A escrita dele é muito boa e tranquila de ler, parece que cê tá na frente dele e ele tá conversando contigo.

Não curti muito a organização dos textos, as vezes sentia que tava há muito tempo no mesmo assunto. De qualquer forma, a 3a parte, Put Some Farofa, foi a melhor pra mim. Ri horrores.

Porém o conto favorito foi o "Não estou aqui". Como alguém que nunca está aqui também, acho que tenho propriedade pra dizer que ele passou muito bem a sensação de não estar.

e falando em não estar: tchauzinho, até a próxima.
Profile Image for Carla Mendes.
164 reviews4 followers
April 22, 2020
Adoro a escrita do Gregorio. Virar uma página e não saber se vou dar uma gargalhada no próximo sketch ou emocionar me na próxima crónica. Sorrir, engolir em seco, pensar nisto ou naquilo, mudar o meu ponto de vista. Este "Put some farofa" vem apenas reafirmar que muito mais do que um dos roteirista da Porta dos Fundos, o Gregorio é um escritor, poeta e tem um coração do tamanho do mundo.
Profile Image for Vitor.
65 reviews
March 4, 2024
Gostei bastante, os textos são muito bem escritos e inteligentes. A parte Cruzada elucidativa a favor da família brasileira foi a minha favorita, mas, de maneira geral, as quatro foram geniais. Em vários textos eu senti que eu estava ouvindo o Gregório falar diretamente comigo, conseguia ouvir a voz dele na minha cabeça.
Profile Image for Leila Mota.
640 reviews6 followers
January 13, 2017
Um autor com boas referências, mas mesmo assim, uma surpresa. Boa. Nem todos os textos são maravilhosos, ou do meu gosto. Mas a maioria, sim, tem qualidade suficiente, a meu ver. Criativos e alguns viscerais.
Profile Image for Marcela.
19 reviews2 followers
February 18, 2021
3 estrelas e meia eu diria, um livro bom, engraçadinho em algumas partes, profundo em algumas outras, mas não me identifiquei com algumas coisas que poderiam ser identificaveis caso houvesse uma bagagem mais parecida com o autor talvez.....bonzinho kkkkk
Profile Image for Lannie.
455 reviews11 followers
July 7, 2021
I read this in the original Portuguese from my sister-in-law's book shelf. Gregorio has always been a funny writer and I love Porta dos Fundos (Backdoor sketch comedy online, check it out, there are subtitles), so a series of short stories is a perfect match for his wit.
Profile Image for Filipe Lobo.
14 reviews
July 26, 2017
os textos escritos por ele sobre monty python renderam uma estrelinha a mais. maravilhosos.
Profile Image for Ana Júlia.
43 reviews
Read
July 12, 2022
sim eu li esse livro na época que o gregório era do
porta (sim, eu gostava de porta dos fundos)
Profile Image for Izaias Zacca.
12 reviews
March 12, 2019
O autor consegue nos fazer refletir sobre temas importantes, nos entreter com humor inteligente, nos entediar com história desnecessárias e relaxar depois de um dia cansativo de trabalho.
Profile Image for Vinícius.
147 reviews10 followers
May 17, 2016
Gregório Duvivier tem uma linguagem dinâmica, divertida e simples. Seu apelo popular é grande, mas isto não o impede de trazer conteúdo em seus textos e roteiros. Put Some Farofa é uma coletânea de textos especiais, colunas para a Folha de São Paulo e roteiros para o Porta dos Fundos. O livro é leve e flui com naturalidade, capaz de impressionar a cada virar de páginas. Descobri que boa parte dos meus vídeos preferidos do Porta são de autoria dele, um homem com um olho afiado para tecer críticas à sociedade atual. Ele fala da exploração mediática do pobre, fala de performances pessoais, fala da relação do brasileiro com estrangeirismos e sua amistosidade (na crônica que dá nome ao livro). É um livro atual que pincela muito bem a cultura pop dos anos 10.
Profile Image for Jefferson Melo.
Author 1 book2 followers
February 10, 2015
Apesar de Gregorio ser nacionalmente conhecido pelo "Porta do Fundos" é justamente fora da tela onde ele brilha. Seus textos são agridoces - pode não ser para todos, mas definitivamente para muitos. Incrível também perceber como seus roteiros do "Porta" funcionam tão bem - ou melhor - em "Put Some Farofa On". Gregorio pode ser lembrado pela sua cara de cachorro que caiu da mudança, mas com certeza não será esquecido pelas suas crônicas.
Profile Image for Gabriela.
170 reviews17 followers
July 21, 2016
Gosto muito dos textos do Gregorio e também acompanhei o Porta dos Fundos por algum tempo e sempre gostei do estilo de escrita dele.

No livro, reunião de textos e esquetes e roteirinhos, senti falta de mais textos inéditos... Muita coisa eu já conhecia e me lembrava de ter visto em forma de vídeo, mas vale a pena a leitura.

É um livro leve, gostoso, cheio de boas sacadas. Passa rápido mas fica na memória.
Tem um quê de Luis Fernando Verissimo... :)
3.5.
Profile Image for Heliene.
Author 1 book
February 23, 2016
Um pouco decepcionante descobrir que o livro tem pouco conteúdo inédito, os textos já tinham sido publicados na Folha e os roteiros, gravados no Porta dos Fundos. Gosto do tipo de humor do autor, mas acredito que o livro não foi além do material já conhecido e produzido. O Grande-amor-da-vida e Finch na Lua são os únicos textos que eu recomendaria a leitura.
Profile Image for Suellen Rubira.
954 reviews89 followers
July 19, 2015
Além de alguns textos usados nos vídeos do Porta dos Fundos, muitas crônicas inteligentes sobre política, religião, vida, morte. Atenção especial para Xingamento, abordando de maneira direta muitas questões do feminismo.
Profile Image for Gi Marques.
69 reviews5 followers
January 3, 2015
amo o Gregorio, sou suspeita pra falar, mas as crônicas são incríveis. ele é cotidiano, real, palpável e, se fosse um audiobook e eu fechasse os olhos, me sentiria num bar papeando com um amigo. =)
Displaying 1 - 30 of 42 reviews

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