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Anónimos de Abril
Neste livro conta-se e canta-se a história de mulheres e homens que lutaram pela Liberdade, mas cujo nome pouco dirá à maior parte dos portugueses. A ideia nasceu em homenagem a Celeste Caeiro, a mulher “anónima”, que trabalhava num restaurante, e que num gesto ímpar deu cravos à Revolução – oferecendo-lhe assim a designação de Revolução dos Cravos. Como Celeste Caeiro muitas outras figuras abriram caminho à Liberdade na luta contra a ditadura – muitas vezes pagando essa coragem com a própria vida. Os Anónimos de Abril aqui reunidos são os protagonistas das canções a que serviram de inspiração e que podem ser ouvidas por intermédio de um QR Code. Por isso, este livro é também um disco.
159 pages, Hardcover
Published March 20, 2025
2 people want to read
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Community Reviews
Displaying 1 - 2 of 2 reviews
July 4, 2025
Um livro necessário, um tributo comovente.
Gostei imenso deste livro. Anónimos de Abril não é apenas um registo histórico — é um agradecimento profundo a todos os que lutaram pela nossa liberdade e pagaram, muitos deles, com a vida. É também um alerta contra o esquecimento.
Nomes como Fernando Giesteira, José Barneto, João Arruda ou Fernando Reis, entre tantos outros, viveram e morreram na sombra, muitas vezes sem o devido reconhecimento. Falamos hoje da clandestinidade com alguma leveza, como se fosse um episódio romântico ou simbólico da luta, mas esquecemo-nos de que ela cobrou um preço altíssimo. Albina Fernandes, por exemplo, foi levada ao suicídio e à impossibilidade de ver a filha crescer — uma tragédia pessoal que é também política.
O livro lembra-nos ainda que muitos dos torturadores da PIDE, como Óscar Cardoso, que brutalizou Aurora Rodrigues e foi responsável por tantas mortes e sofrimento, foram mais tarde saneados mas continuaram a beneficiar de subvenções vitalícias pagas por instituições democráticas.
É perturbador pensar como a democracia, em nome da reconciliação, acabou por proteger alguns dos seus algozes — ao mesmo tempo que esqueceu tantos dos seus verdadeiros heróis.
Este livro é, por isso, um ato de justiça. Que os seus nomes não se apaguem. Que o 25 de Abril não seja apenas uma data, mas um compromisso de memória.
Gostei imenso deste livro. Anónimos de Abril não é apenas um registo histórico — é um agradecimento profundo a todos os que lutaram pela nossa liberdade e pagaram, muitos deles, com a vida. É também um alerta contra o esquecimento.
Nomes como Fernando Giesteira, José Barneto, João Arruda ou Fernando Reis, entre tantos outros, viveram e morreram na sombra, muitas vezes sem o devido reconhecimento. Falamos hoje da clandestinidade com alguma leveza, como se fosse um episódio romântico ou simbólico da luta, mas esquecemo-nos de que ela cobrou um preço altíssimo. Albina Fernandes, por exemplo, foi levada ao suicídio e à impossibilidade de ver a filha crescer — uma tragédia pessoal que é também política.
O livro lembra-nos ainda que muitos dos torturadores da PIDE, como Óscar Cardoso, que brutalizou Aurora Rodrigues e foi responsável por tantas mortes e sofrimento, foram mais tarde saneados mas continuaram a beneficiar de subvenções vitalícias pagas por instituições democráticas.
É perturbador pensar como a democracia, em nome da reconciliação, acabou por proteger alguns dos seus algozes — ao mesmo tempo que esqueceu tantos dos seus verdadeiros heróis.
Este livro é, por isso, um ato de justiça. Que os seus nomes não se apaguem. Que o 25 de Abril não seja apenas uma data, mas um compromisso de memória.
July 4, 2025
"Nem sequer foram julgados pelos crimes que cometeram. A democracia permitiu que morressem tranquilos na cama. A democracia desrespeitou os torturados, os mortos e os perseguidos. Como desrespeita os mais fracos. É daqui que resulta que tivessem branqueado o que hoje se atrevam a negar. Primeiro, branqueiam, depois, negam, e, por fim, repetem. É assim que nascem os neofascistas. E isso é que é grave. Dos pides, não quero nada."
Um livro muito bem conseguido, honesto e emocionante. Deixa-me em lágrimas e com um peso no coração ao pensar em todo o sofrimento infligido ao longo deste regime odioso; mais ainda, ao olhar em volta e ver o desdém e ódio destilados uns meros 50 anos depois.
Existem diversas modalidades de estado. Os Estados socialistas, os Estados capitalistas e o estado a que chegámos. Espero que, um dia, consigamos acabar com o estado a que chegámos.
Um livro muito bem conseguido, honesto e emocionante. Deixa-me em lágrimas e com um peso no coração ao pensar em todo o sofrimento infligido ao longo deste regime odioso; mais ainda, ao olhar em volta e ver o desdém e ódio destilados uns meros 50 anos depois.
Existem diversas modalidades de estado. Os Estados socialistas, os Estados capitalistas e o estado a que chegámos. Espero que, um dia, consigamos acabar com o estado a que chegámos.
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