Nick Pershin tinha a vida pela frente, com sonhos e ambições, mas, ainda na infância, decidiu bater à porta da velha casa na colina e viu tudo ruir conforme foi lançado num rodamoinho repleto de morte, tragédia e uma decisão irreversível a ser tomada.
Na nova história do vencedor do Prêmio Argos de Melhor Romance, o terror brasileiro ganha um clássico moderno.
Disponível em e-book na Amazon: http://www.amazon.com.br/gp/product/B...
I used to have a really long biography, then it stopped making sense. Bios are about the past and writing is a present thing.
Want to know me? Read my books and translations.
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Want to be my agent? Dinner is on me!
That's it. Enjoy and, if you read my books, please rate and review. I reply to the ones (good or bad) that resonate with me.
If you insist on a traditional bio. Here it is:
Fábio M. Barreto was born in São Paulo, Brazil. After a prolific career as entertainment reporter and editor, he moved to Los Angeles as a correspondent, working for major Brazilian outlets.
After attending film school in 2011, he switched his focus to narrative storytelling and it's been working on it ever since. His debut novel "Filhos do Fim do Mundo" won the Best Novel of the Year Award by Argos Award in Brazil and sold thousands of copies.
He has translated novels by Neil Gaiman, George R.R. Martin, and others, plus dozens of Netflix movies and TV shows.
He currently teaches two writing courses for narrative and screenplay professionals. Barreto is also an Olympic Recurve medalist archer in Brazil and in the US.
A memória é uma coisa estranha. Li esta noveleta pela primeira vez em 9 de Julho de 2015. Odiei. Foi uma leitura sofrida. Lembro de ter me forçado a ir até o final, o qual alcancei sonolento. Não era uma escrita ruim. Era o terror. Sempre o terror. Eu tenho um problema sério com o gênero: eu não o suporto. Por alguma razão, eu tenho grande dificuldade de embarcar em uma história como essa. Ou tinha.
Reli a obra depois de ter lido muita coisa diferente. Amadureci como leitor. Conheci outros gêneros, me apaixonei pelos mais variados tipos de texto. Cheguei ao ponto de não mais escolher minhas leituras pelos gêneros, como fazia antes. Saía lendo quase qualquer coisa que cruzasse meu caminho. Quase.
Fiz uma lista de livros que me desagradaram no passado - ou que tiveram suas leituras abandonadas por mim. Iria revisitar todo. Quando o autor me confessou no twitter que minha nota baixa o assombrava e motivava a criar textos cada vez melhores, achei que já era tempo.
Encontrei outra história. Completamente diferente. Não era possível! Ou era? Eu me lembrava de algumas cenas. Me lembrava do protagonista. Mas, em minha nova leitura, tudo ganhou cor. Tudo! Me flagrei imerso nessa história, cúmplice de Nick. Tive medo. Não aquele que nos faz gritar, mas o que nos arrepia a nuca quando vemos uma criança se aproximando de uma tomada. Me emocionei. Não da maneira que nos faz chorar, mas daquela que nos torna próximos a alguém que nos segreda um momento difícil pelo qual tenha passado. Me arrepiei. Sem ressalvas, me arrepiei mesmo!
Todos temos um fantasma a enfrentar. As vezes, sai caro brigar com o passado. Eu tenho minha própria casa na colina, esperando pela minha visita. Mentira, eu tenho várias. Já revisitei algumas, é verdade. Mas outras ainda me esperam.
Espero ter a coragem de Nick. Mas espero também ter uma estratégia melhor do que a dele.
Além de tudo isso, você conhecerá um cenário muito interessante. Lembra muito as cidades pequenas espalhadas pelo interior do Brasil. Cresci em várias delas. Deu até pra enxergar as ruas.
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Por uma questão de justiça, decidi apagar a resenha antiga que escrevi e dar a nota que esta história merece. Para não fugir do passado, deixo abaixo a resenha que escrevi na ocasião em que li “A Velha Casa na Colina” pela primeira vez. Parece mesmo que li outro texto.
O conto é bem escrito como tudo o que o autor faz, mas terror é de longe o estilo de história que eu menos gosto. Até hoje não li nada desse gênero que tenha gostado, mas acredito que o problema seja mais meu do que da obra em si. Terror é a sua praia? Vai fundo!
Terceira entrada no projetinho de Halloween. Gostei bastante dessa noveleta do Barreto, é a primeira vez que eu leio algo dele e é uma história interessante, que mesmo sendo curtinha me fez ficar envolvida e apegada aos personagens. Eu acho que os elementos de terror e de tensão poderiam ser melhores trabalhados e construídos, especialmente na resolução final, que ficou um pouco corrida. Uma leitura curtinha e agradável para o halloween.
O texto é bem trabalhado e tem ritmo, mas os diálogos o enfraquecem, pecando por excesso ora de exposição ora de formalidade.
O autor destaca certas palavras com o uso de maiusculas (o Médico, o Xerife, o Prefeito), uma característica marcante e que faz todo sentido no livro "Filhos do Fim do Mundo" - onde os personagens nunca são nomeados -, mas que em "A Velha Casa na Colina" surge como um recurso desnecessário e que prejudica a imersão.
A essência da história não é das mais originais, mas o cenário (Pedraskaen) e os personagens tornam a leitura interessante. Talvez o autor pudesse ter elaborado um pouco mais o histórico da casa como um foco de eventos sobrenaturais ou causos suspeitos - a noveleta dá a impressão de que o caso abordado foi o único no longo período de existência da casa, o que parece estranho.
Apesar de tudo, a noveleta é uma leitura divertida, com algumas referências/homenagens bem sacadas e que apresenta um cenário interessante para futuras histórias.
Como ouvinte assíduo do Gente que Escreve, já havia ouvido muito falar da Velha Casa na Colina em Pedraskaen. Confesso que nunca fui ligado na literatura de terror. Nada do gênero, para falar a verdade. Nem filme, nem nada. Então sou totalmente novato nisso haha O que posso dizer é que, em poucas páginas, eu me envolvi bastante com o Nick e toda aquela questão. "A Velha Casa na Colina" me lembra muito também os terrores da lógica manicomial. Não sei se o Barreto conhece a história do Holocausto Brasileiro ou se já visitou o Museu da Loucura, que era o antigo hospital psiquiátrico (vulgo campo de concentração) em Barbacena, aqui em MG. Apesar de não ter ido, pelos documentários e relatos de colegas de faculdade que fizeram esta visita, a atmosfera é idêntica à casa do Médico desta história. Captou muito bem.
Quanto àquele diálogo na ponte... Sem dúvidas é a minha parte favorita da história toda!
Boas histórias de terror precisam te passar aquela sensação de pavor e de que algo pode te acontecer a qualquer momento. Um vulto passando pela escada, o som de correntes batendo no chão, um ser que não possui reflexo. Boas histórias de terror te incomodam só de você se aventurar a lê-las. E conseguir criar essa sensação não é uma tarefa simples. É preciso estimular os cinco sentidos do leitor através da sua escrita. E Fábio M. Barreto consegue fazer isso bem na história.
Aqui temos a história de Nick Pershin, um homem que possui esqueletos no armário. Quando criança ele fez parte de uma tenebrosa história que levou à morte de seu amigo de infância. Isso em uma brincadeira boba de desafio. Embora ele não tenha matado o amigo, ele foi culpado indiretamente do ocorrido. Para esquecer o que aconteceu, ele parte para outra cidade disposto a deixar aquilo tudo para trás e viver uma nova vida. Mas, quando ele recebe uma carta de seus pais pedindo que ele viesse até Pedraskaen para acompanhar os últimos momentos de sua mãe, parece que tudo retorna para assombrá-lo. E saber que a Casa que matou o seu amigo também estava envolvida na morte de sua mãe, não alivia a sua consciência. Ele precisará enfrentar os fantasmas de seu passado.
Desde que eu li O Céu de Lilly que eu havia me encantado com a escrita do autor. Através de suas linhas, Barreto nos entrega os sentimentos e as sensações de tudo o que se encontra ao nosso redor. Se buscarmos imaginar o cenário que ele descreve e fecharmos nossos olhos, somos capazes de visualizar e escutar o ambiente. Os ventos, as vozes, o cenário. Chamamos isso de escrita sensorial. Se tem um lugar onde uma escrita sensorial funciona bem é no gênero do terror. Porque é aquele que mais pede uma imersão do leitor no que está sendo proposto a ele. Livros de terror brincam com a nossa capacidade de sentir medo ou pavor. Não são muitos os autores que conseguem brincar com as nossas sensações. Um dos momentos mais impactantes em A Velha Casa na Colina é quando estamos dentro da casa e somos capazes de ouvir e sentir o vento no rosto, os sons de almas desejando libertação, a risada maquiavélica do Médico ao fundo.
Estamos diante de uma jornada de redenção. Nick precisa enfrentar aquilo que lhe causou pavor. Não dá mais para simplesmente fugir e deixar tudo para trás. O que aconteceu naquele dia fez com que o protagonista não tivesse a possibilidade de fazer as pazes consigo mesmo. Ele entende que o retorno a Pedraskaen é um sinal para ele retornar à Casa e resolver suas pendências. Mesmo que para isso ele precise colocar sua vida em risco. Desde que ele chega até a cidade, Nick se conscientiza de que ele não sairá ileso completamente daquele confronto. E a paz de seu espírito é válido mesmo que o preço a ser pago seja muito alto.
A única coisa que eu não gostei aqui foi a transição entre o real e o sobrenatural. A aceitação de que existem forças malignas por trás dos acontecimentos. Eu entendi todo o trauma que Nick passou naquele dia com seu amigo, mas eu não sei se alguém mais racional aceitaria tão fácil o fato de que uma força maligna teria causado aquilo. Existe esse limiar entre o fantástico e o real que o gênero do terror brinca bastante. Sempre duvidamo disso. O Nick grande poderia ter associado àquilo a uma situação acidental e visto que aquela história de Casa assombrada era algo de sua imaginação quando era menor. Ou até uma forma de ele aceitar que não teria tido qualquer envolvimento no acidente ("não fui eu... foi a Casa"). Essa transição poderia ter sido feita de uma forma mais sutil e menos apressada.
Outro elemento que ficou na minha cabeça é o quanto eu adorei O Céu de Lilly. Fica complicado comparar outro trabalho do autor em relação a algo que teve um impacto tão profundo em minha experiência como leitor. Enfim, recomendo demais os trabalhos do Fábio M. Barreto. Com uma escrita sensorial, um personagem atormentado, porém muito interessante, ele consegue nos entregar uma história de apavorar, testando todos os limites de nossa crença na salvação do espirito. E o final é explosivo!
De modo geral, gostei do livro. Adoro o gênero e este formato mais curto, de contos e noveletas para histórias de terror e suspense são excelentes para aquela leitura rápida. Diversão garantida. O livro de Barreto tem pontos muito legais, de arrepiar, tanto na tensão como na emoção (sem spoilers). Só não gosto muito - mas aí é um problema mais meu do que dele - do nome dos personagens em inglês e uma ambientação pouco brasileira. Não sei se essa obra faz parte de um projeto original em língua inglesa, mas, algumas vezes, me senti lendo uma tradução, e não uma obra em língua original. Talvez essa escolha tenha sido proposital, buscando atingir um mercado anglofono, por exemplo. Mas esse é o único ponto que me incomoda. Adorei as sutilezas das homenagens aos "monstros sagrados" do horror.
Essa é a primeira obra de Fabio Barreto que leio, e sinceramente fiquei inpressionado. Apesar de ser um conto (texto curto), ele conseguiu desenvolver muito bem o personagem principal e o seu antagonista, me prendendo à cada detalhe revelado. Realmente mostra a capacidade do autor em desenvolver textos de qualidade. Estou ancioso para ler outros materiais dele!
“A Velha Casa na Colina”, conto de Fábio M. Barreto, é uma bela história de terror para contar à noite, à beira de uma fogueira, visando acabar com a noite de sono das crianças. O autor faz uso de uma série de tropes do gênero, bem costurados e com ótimo ritmo. Ao meu ver, o maior trunfo do conto está na área cinzenta em que a narrativa leva sobre a natureza dos fatos, se sobrenaturais, se coincidências, se fruto da imaginação dos personagens… Rápido e visual, “A Velha Casa na Colina” deixa o leitor com gostinho de quero mais.