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Un chien au milieu du chemin
Ce livre nous raconte l'histoire de deux personnages : José Viriato, un homme qui vit en récupérant des objets usagés dans les poubelles pour les remettre en état et les vendre, et sa voisine, la mystérieuse et fuyante Beatriz, surnommée "La tueuse"... Un héritage lié à une histoire d'amour malheureuse. Pour échapper à un passé difficile et ne plus avoir à se confronter aux autres, ces deux personnages choisissent de vivre seuls. La vie va les ré Beatriz, plus âgée, tombe malade et a besoin d'aide ; Viriato la lui apportera. Au fur et à mesure du récit chacun pénètre dans l'espace de l'autre, un appartement qui déborde de cartons scellés depuis des années pour Beatriz et un autre dans lequel les chiens sont rois pour Viriato.
Isabela Figueiredo est née à Maputo en 1963 de parents portugais. Elle quitte le Mozambique au moment de l'indépendance du pays en 1975. Après des études de lettres elle devient professeur de portugais et journaliste. Son premier livre Carnet de mémoires coloniales, publié en septembre 2021 a reçu le Prix des lecteurs - Littératures européennes de Cognac 2022. Son deuxième, La Grosse, a été publié en septembre 2023, a reçu le prix Laure Bataillon 2024.
Isabela Figueiredo est née à Maputo en 1963 de parents portugais. Elle quitte le Mozambique au moment de l'indépendance du pays en 1975. Après des études de lettres elle devient professeur de portugais et journaliste. Son premier livre Carnet de mémoires coloniales, publié en septembre 2021 a reçu le Prix des lecteurs - Littératures européennes de Cognac 2022. Son deuxième, La Grosse, a été publié en septembre 2023, a reçu le prix Laure Bataillon 2024.
245 pages, Kindle Edition
First published January 1, 2022
78 people are currently reading
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About the author
Isabela Figueiredo
15 books315 followersIsabela Figueiredo nasceu em Lourenço Marques, Moçambique, hoje Maputo, em 1963. Após a independência de Moçambique, em 1975, rumou a Portugal, incorporando o contingente de retornados. Foi jornalista no Diário de Notícias e é professora de Português. Estudou Línguas e Literaturas Lusófonas, Sociologia das Religiões e Questões de Género. Publicou os seus primeiros textos no extinto suplemento DN Jovem, do Diário de Notícias, em 1983.
É autora de Conto É Como Quem Diz (Odivelas: Europress, 1988), novela que recebeu o primeiro prémio da Mostra Portuguesa de Artes e Ideias, em 1988, e de Caderno de Memórias Coloniais, cuja primeira edição data de 2009. Escreve regularmente no blogue Novo Mundo. Desenvolve workshops de escrita criativa e participa em seminários e conferências sobre as suas principais áreas de interesse: estratégias de poder, de exclusão/inclusão, colonialismo dos territórios, géneros, corpo, culturas e espécies.
É autora de Conto É Como Quem Diz (Odivelas: Europress, 1988), novela que recebeu o primeiro prémio da Mostra Portuguesa de Artes e Ideias, em 1988, e de Caderno de Memórias Coloniais, cuja primeira edição data de 2009. Escreve regularmente no blogue Novo Mundo. Desenvolve workshops de escrita criativa e participa em seminários e conferências sobre as suas principais áreas de interesse: estratégias de poder, de exclusão/inclusão, colonialismo dos territórios, géneros, corpo, culturas e espécies.
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Displaying 1 - 30 of 350 reviews
December 18, 2022
4,5*
[Recensão temporária de quem não tem tempo para nada e usa os poucos neurónios que lhe restam somente para ler, mas quer impingir este livro a toda a gente até dia 24]
Se ainda não têm prenda para o leitor da vossa vida, se querem ler já uma história de Natal que é mais do que o batido “abraço quentinho” e vos faz pensar em vidas diferentes das vossas, se têm ou tiveram uma avó com garra mas amorosa como eu tive, se gostam de cães e de animais em geral, se são vegetarianos ou alguma vez pensaram em sê-lo (o quê, nunca pensaram em sê-lo?!), corram para a livraria mais próxima e aviem uns quantos exemplares. Esta minha recomendação é a minha prenda de Natal para vocês e, depois, em troca, venham cá dizer coisas. Não se aceitam reclamações.
Até lá fiquem com estas palavras de “Um Cão no Meio do Caminho”:
Nota sobre fruta feia:
Não há vidas melhores que outras.
As maçãs da mesma árvore crescem com diversas formas e tamanhos.
Algumas crescem aleijadas. Os sabores da maçã mais bonita e o da maçã aleijada são iguais.
[Recensão temporária de quem não tem tempo para nada e usa os poucos neurónios que lhe restam somente para ler, mas quer impingir este livro a toda a gente até dia 24]
Se ainda não têm prenda para o leitor da vossa vida, se querem ler já uma história de Natal que é mais do que o batido “abraço quentinho” e vos faz pensar em vidas diferentes das vossas, se têm ou tiveram uma avó com garra mas amorosa como eu tive, se gostam de cães e de animais em geral, se são vegetarianos ou alguma vez pensaram em sê-lo (o quê, nunca pensaram em sê-lo?!), corram para a livraria mais próxima e aviem uns quantos exemplares. Esta minha recomendação é a minha prenda de Natal para vocês e, depois, em troca, venham cá dizer coisas. Não se aceitam reclamações.
Até lá fiquem com estas palavras de “Um Cão no Meio do Caminho”:
Nota sobre fruta feia:
Não há vidas melhores que outras.
As maçãs da mesma árvore crescem com diversas formas e tamanhos.
Algumas crescem aleijadas. Os sabores da maçã mais bonita e o da maçã aleijada são iguais.
January 23, 2023
Gostei tanto mas tanto deste livro...que agora quero conhecer melhor esta autora :)
Recomendo bastante :)
Recomendo bastante :)
May 18, 2023
Terminei esta leitura deliciada com as duas vozes protagonistas desta história, adorei!
September 12, 2023
3,5*
Ninguém entra na nossa vida por acaso. E ninguém sai sem consequências. Um Cão no Meio do Caminho é sobre todas as pessoas e animais que se cruzam com o José e com a sua vizinha, em diferentes fases da vida. É sobre as marcas da infância, o amor e as doenças mentais. É sobre uma amizade improvável e redentora. É sobre a capacidade de renovação e cura em todas as idades. Apesar das muitas mortes e desgraças que relata, é um livro sobre esperança.
Quanto à Isabela Figueiredo, a sua escrita é sábia e madura, coloca-nos na senda das respostas para as grandes questões.
Ninguém entra na nossa vida por acaso. E ninguém sai sem consequências. Um Cão no Meio do Caminho é sobre todas as pessoas e animais que se cruzam com o José e com a sua vizinha, em diferentes fases da vida. É sobre as marcas da infância, o amor e as doenças mentais. É sobre uma amizade improvável e redentora. É sobre a capacidade de renovação e cura em todas as idades. Apesar das muitas mortes e desgraças que relata, é um livro sobre esperança.
Quanto à Isabela Figueiredo, a sua escrita é sábia e madura, coloca-nos na senda das respostas para as grandes questões.
October 26, 2024
Lido de um só fôlego. Maravilhoso.
January 12, 2023
Não almejo perfeição. Não acredito nela. Na liberdade, sim. Quero ser livre. Sempre o quis acima de tudo.
Uma história sobre solidão e sofrimento, mas acima de tudo de liberdade.
Uma história sobre solidão e sofrimento, mas acima de tudo de liberdade.
February 17, 2023
" Na cidade ninguém se mete na vida de ninguém. Mais a mais as pessoas não são de fiar. Para quê conhecer mais gente? Mais tarde ou mais cedo abandonam-nos, roubam-nos o que antes nos ofereceram, atiram-nos à cara o que julgamos não ter importância. Alguém que nos amou nos quererá ver pelas costas. "
José Viriato e Beatriz são vizinhos num bairro na Margem Sul mas não se conhecem pessoalmente até ao dia em que Beatriz, doente pede ajuda a José, pois tal como o próprio José, vive sozinha e não tem mais ninguém a quem recorrer.
A partir deste dia os dois fazem confidências um ao outro, através de analepses, vão recordando o passado : José conta a sua infância, adolescência, a relação com os seus pais, o seu amor pelos animais e fala sobre a avó Josefa, a mulher que o criou e que é muito importante na sua vida . Beatriz por seu lado recorda um grande amor e como esse amor a destruiu emocionalmente, sobre a mãe, o seu amor pela fotografia e as suas perdas ao longo do tempo. Através destes relatos vamos conhecer duas personagens riquíssimas, fortes e peculiares, José Viriato o Apanhador e Restaurador de lixo e Beatriz, a Matadora e Acumuladora de recordações materiais do seu passado.
Este foi o primeiro livro que li de Isabela Figueiredo e fiquei rendida à sua escrita elegante, arrebatadora e que tornou José e Beatriz em duas personagens fortes, inteligentes e honestas, que se apoiam um no outro para tentar vencer um grande flagelo da sociedade moderna: a solidão.
Um livro maravilhoso, visceral e que nos comove imenso!
José Viriato e Beatriz são vizinhos num bairro na Margem Sul mas não se conhecem pessoalmente até ao dia em que Beatriz, doente pede ajuda a José, pois tal como o próprio José, vive sozinha e não tem mais ninguém a quem recorrer.
A partir deste dia os dois fazem confidências um ao outro, através de analepses, vão recordando o passado : José conta a sua infância, adolescência, a relação com os seus pais, o seu amor pelos animais e fala sobre a avó Josefa, a mulher que o criou e que é muito importante na sua vida . Beatriz por seu lado recorda um grande amor e como esse amor a destruiu emocionalmente, sobre a mãe, o seu amor pela fotografia e as suas perdas ao longo do tempo. Através destes relatos vamos conhecer duas personagens riquíssimas, fortes e peculiares, José Viriato o Apanhador e Restaurador de lixo e Beatriz, a Matadora e Acumuladora de recordações materiais do seu passado.
Este foi o primeiro livro que li de Isabela Figueiredo e fiquei rendida à sua escrita elegante, arrebatadora e que tornou José e Beatriz em duas personagens fortes, inteligentes e honestas, que se apoiam um no outro para tentar vencer um grande flagelo da sociedade moderna: a solidão.
Um livro maravilhoso, visceral e que nos comove imenso!
June 22, 2024
Foi tão, tão saboroso regressar a Isabela Figueiredo, com uma história deveras aconchegante!
NOTA - 09/10
NOTA - 09/10
November 1, 2023
Foi o meu primeiro livro de Isabela Figueiredo, mas fiquei tão impressionado que vou ter de ler o seu livro anterior, bastante mais conhecido. A autora escreve numa forma imensamente apurada. Do lado formal, usa um registo económico, dizendo apenas o necessário, específico e concreto. Já a estrutura narrativa desenvolve-se a partir da atmosfera que dá conta do mundo que condiciona os personagens e os faz mover, agarrando assim o nosso interesse. Sobre aquilo que tem para dizer, sendo relevante, não é, talvez para mim, o mais interessante, também talvez porque me deixei impressionar bastante com o estilo. É raro ver disto em Portugal. Os nosso escritores tendem a deixar-se levar pelos simbolismos ou pela poética, raramente aceitam que um romance é acima de tudo um processo de contar uma história. Não tem de, não deve, ser mais do que isso. Figueiredo faz parecer imensamente fácil o que entrega nestas páginas, mas acredito que o aqui temos foi imensamente revisto e editado pela autora para chegar a esta forma tão leve, clara e direta.
Deixo um excerto longo do início do livro. Se sentirem o mesmo que eu, leiam, porque é um prazer imenso ler algo assim, despretensioso e competente.
"Vivo na Margem Sul, lugar onde passei a infância. Antigamente, tudo isto eram hortas, campo de pasto. Havia ovelhas no baldio a caminho da escola. Era cidade, mas meio-campo. Agora o campo quase desapareceu.
A minha atividade é andar ao lixo. Dá perfeitamente para me manter. As pessoas deitam tudo fora. Tenho muito por onde escolher. Vivo com pouco. Tenho hábitos frugais. Há quem precise de sinais exteriores de riqueza: casas de luxo, carros, roupas. Eu não. Preciso de umas botas para o inverno e de um par de sapatos leves para o verão.
Costumo dar a minha volta aos contentores entre as duas e as cinco da manhã, o mais tardar. Não uso relógio. Toda a cidade é um relógio. Quando se acendem as primeiras luzes nos apartamentos sei que a engrenagem voltou a funcionar. É a minha hora de recolher. Esfrego as mãos uma na outra, aquecendo-as, equilibro o peso pelos sacos cheios de bagatelas e regresso a casa seguido pelos meus cães.
Gosto da noite. O silêncio lava a vida. Renova-a. No ar limpo da madrugada tudo se escuta. A magia que se iniciou ao pôr do sol só terminará com a aurora. Aproveito bem esses momentos. Respiro: sinto a respiração. O ar enche-me os pulmões. O frio gela-me o rosto. A humidade pica-me os ossos: o metatarso que parti em criança acusa uma dor nos dias mais frios.
Ouço o barulho dos micro-ondas a terminar de aquecer o leite nas casas de rés-de-chão. Tlim.
Estou vivo. O meu corpo inteiro."
Deixo um excerto longo do início do livro. Se sentirem o mesmo que eu, leiam, porque é um prazer imenso ler algo assim, despretensioso e competente.
"Vivo na Margem Sul, lugar onde passei a infância. Antigamente, tudo isto eram hortas, campo de pasto. Havia ovelhas no baldio a caminho da escola. Era cidade, mas meio-campo. Agora o campo quase desapareceu.
A minha atividade é andar ao lixo. Dá perfeitamente para me manter. As pessoas deitam tudo fora. Tenho muito por onde escolher. Vivo com pouco. Tenho hábitos frugais. Há quem precise de sinais exteriores de riqueza: casas de luxo, carros, roupas. Eu não. Preciso de umas botas para o inverno e de um par de sapatos leves para o verão.
Costumo dar a minha volta aos contentores entre as duas e as cinco da manhã, o mais tardar. Não uso relógio. Toda a cidade é um relógio. Quando se acendem as primeiras luzes nos apartamentos sei que a engrenagem voltou a funcionar. É a minha hora de recolher. Esfrego as mãos uma na outra, aquecendo-as, equilibro o peso pelos sacos cheios de bagatelas e regresso a casa seguido pelos meus cães.
Gosto da noite. O silêncio lava a vida. Renova-a. No ar limpo da madrugada tudo se escuta. A magia que se iniciou ao pôr do sol só terminará com a aurora. Aproveito bem esses momentos. Respiro: sinto a respiração. O ar enche-me os pulmões. O frio gela-me o rosto. A humidade pica-me os ossos: o metatarso que parti em criança acusa uma dor nos dias mais frios.
Ouço o barulho dos micro-ondas a terminar de aquecer o leite nas casas de rés-de-chão. Tlim.
Estou vivo. O meu corpo inteiro."
July 21, 2024
Que livro maravilhoso!
A escrita é tão bonita, tão cheia de sabedoria... Este é de facto um livro que merece ser lido! 💜
Quero ler mais livros da autora!
A escrita é tão bonita, tão cheia de sabedoria... Este é de facto um livro que merece ser lido! 💜
Quero ler mais livros da autora!
September 28, 2023
Que coisa mais preciosa essa história!
Possivelmente vou soar um tanto quanto brega, mas aqueceu meu coração de uma forma tão aconchegante. Aquele tipo de livro que te deixa esperançosa, te faz lembrar que existem pessoas maravilhosas no mundo, ainda que sejam ficcionais.
Uma ode às amizades, aos laços aleatórios de amor que surgem em nossas vidas, aos animais - especialmente aos cães.
Um dos melhores do ano ❤️
Possivelmente vou soar um tanto quanto brega, mas aqueceu meu coração de uma forma tão aconchegante. Aquele tipo de livro que te deixa esperançosa, te faz lembrar que existem pessoas maravilhosas no mundo, ainda que sejam ficcionais.
Uma ode às amizades, aos laços aleatórios de amor que surgem em nossas vidas, aos animais - especialmente aos cães.
Um dos melhores do ano ❤️
December 13, 2022
Se quando o abri e li o primeiro capítulo este livro era uma promessa, quando prossegui tornou-se uma certeza. Um romance honesto e visceral sobre duas personagens que vale a pena conhecer.
A escrita de Isabel Figueiredo é marcante e segura. Um daqueles romances que apetece ler em voz alta para apreciar a sonoridade das palavras e o sentido ecoar dentro de nós. A beleza do vulgar que não contemplamos.
Duas personagens que recolhem o que os outros deixam e que ás tantas ficam ancorados próximo, quebrando deste modo a profunda solidão em que viviam. Duas personagens livres. Duas personagens com história. Duas personagens com vivências e memórias que nos são comuns. Duas personagens inesquecíveis.
E é tão bom quando um romance nos envolve, emociona e nos marca por tantas razões. Como eu gosto de romances assim.
A escrita de Isabel Figueiredo é marcante e segura. Um daqueles romances que apetece ler em voz alta para apreciar a sonoridade das palavras e o sentido ecoar dentro de nós. A beleza do vulgar que não contemplamos.
Duas personagens que recolhem o que os outros deixam e que ás tantas ficam ancorados próximo, quebrando deste modo a profunda solidão em que viviam. Duas personagens livres. Duas personagens com história. Duas personagens com vivências e memórias que nos são comuns. Duas personagens inesquecíveis.
E é tão bom quando um romance nos envolve, emociona e nos marca por tantas razões. Como eu gosto de romances assim.
May 25, 2023
”Quando aqueles que amamos se vão embora sentimos que ninguém nos espera e que já não há por quem esperar. Há uma voz estúpida dentro de nós que nós diz que alguém nos telefonará de algures, nos dirá que tem saudades, que nos ama e precisa de nós. Que importamos ainda, que tudo pode acontecer no tempo que nos resta. Digo estúpida porque tudo morre quando os que amamos se vão embora. O coração vazio é uma casa em ruínas. Uma casa que morre.”
4,5*
4,5*
September 17, 2024
José Viriato e Beatriz são vizinhos, vivem em apartamentos contíguos no mesmo prédio, algures na Margem Sul.
Tanto um como o outro, têm vidas peculiares e muito solitárias. José Viriato tem como companhia os seus cães e vende objectos que recolhe no lixo. Beatriz vive com as recordações que guarda dentro de caixotes fechados.
Quando um dia a vizinha fica doente, pede ajuda ao vizinho do lado, pois não tem mais ninguém a quem recorrer. De uma forma natural, passam a estar ambos menos solitários e contam um ao outro episódios das suas vidas.
A escrita de Isabela Figueiredo é só aparentemente simples, pois é marcante e sensível. Apresenta-nos neste romance estas duas personagens que vale a pena conhecer. Personagens fortes, com história e um passado que também toca em alguns momentos da história recente de Portugal.
Um livro que conta uma história bonita e realista, sobre duas pessoas que, apoiando-se, conseguem vencer a solidão. Um livro maravilhoso que me fez sorrir e que me comoveu.
Tanto um como o outro, têm vidas peculiares e muito solitárias. José Viriato tem como companhia os seus cães e vende objectos que recolhe no lixo. Beatriz vive com as recordações que guarda dentro de caixotes fechados.
Quando um dia a vizinha fica doente, pede ajuda ao vizinho do lado, pois não tem mais ninguém a quem recorrer. De uma forma natural, passam a estar ambos menos solitários e contam um ao outro episódios das suas vidas.
A escrita de Isabela Figueiredo é só aparentemente simples, pois é marcante e sensível. Apresenta-nos neste romance estas duas personagens que vale a pena conhecer. Personagens fortes, com história e um passado que também toca em alguns momentos da história recente de Portugal.
Um livro que conta uma história bonita e realista, sobre duas pessoas que, apoiando-se, conseguem vencer a solidão. Um livro maravilhoso que me fez sorrir e que me comoveu.
January 13, 2024
É um livro sobre nos faz olhar para dentro de nós, para as nossas escolhas e os nossos preconceitos.
E é também um livro sobre a coragem de fazer escolhas, que nem sempre encontra compreensão e entendimento do outro lado...
"Precisamos de alguém com quem falar. Não interessa de quê. Precisamos de uma voz humana. Se calhar, a solidão não é tão natural como toda a vida pensei, mesmo que a tenhamos escolhido racionalmente."
"Não temos ciência para viver sozinhos sem dor."
"Olhei para ela, sorri, e pensei que ninguém entra na nossa vida por acaso."
E é também um livro sobre a coragem de fazer escolhas, que nem sempre encontra compreensão e entendimento do outro lado...
"Precisamos de alguém com quem falar. Não interessa de quê. Precisamos de uma voz humana. Se calhar, a solidão não é tão natural como toda a vida pensei, mesmo que a tenhamos escolhido racionalmente."
"Não temos ciência para viver sozinhos sem dor."
"Olhei para ela, sorri, e pensei que ninguém entra na nossa vida por acaso."
January 1, 2023
Já tinha ficado rendido à Gorda da Isabela Figueiredo, recordando-me sempre que terminei esse livro quando estava a caminho de Veneza. Sabia que este
Um Cão no Meio do Caminho
seria, provavelmente, muito bom e não me enganei.
Que forma bela de descrever a solidão pelo olhar de duas personagens tão diferentes, mas tão semelhantes: o José Viriato e a Matadora. Houve alguns momentos desoladores, mas outros tão aconchegantes. Que melhor forma de começar a 2023 com este livro!
5/5
Que forma bela de descrever a solidão pelo olhar de duas personagens tão diferentes, mas tão semelhantes: o José Viriato e a Matadora. Houve alguns momentos desoladores, mas outros tão aconchegantes. Que melhor forma de começar a 2023 com este livro!
5/5
April 23, 2023
4.5 ⭐️❤️
December 30, 2023
É um 4.5 mas merece o arredondamento para cima pela forma como me tocou. Mais surpreendente ainda porque sendo pouco afeiçoada a bichos comecei com baixas expetativas apenas por achar que seria um livro sobre animais. Mas este livro fala-nos de tantas coisas, sobretudo do que fica em nós daqueles que passam por nós mas tambem da diferença que podemos fazer na vida de outras pessoas. Do amor e da amizade. Da solidão. E parecendo simples e conciso nas palavras (escrita fluida mas direta e sem grandes floreados) está tão bem escrito que foi certamente muito pensado. À segunda leitura (depois de A Gorda) Isabela Figueiredo entra na minha lista dos muito bons escritores. Dos que sabem contar histórias de forma sábia e cativante.
June 12, 2023
A Isabela Figueiredo tem a capacidade de escrever histórias aparentemente simples, mas cheias de camadas. Além disso, é mestre na construção de personagens que ficam em nós. Se já tinha adorado a Maria Luísa de “A Gorda”, agora fiquei a gostar do José Viriato. Duas personagens que vale a pena conhecer!
O que me faz gostar deste livro com um título tão sugestivo? A história que parece tão simples: duas pessoas que vivem sozinhas no meio da multidão. Ele, José Viriato, escolheu uma vida simples mas livre e recolhe o que os outros deixam no lixo. Faz-se acompanhar pelos seus cães (adorei os nomes!!!) e move-se na solidão da noite. A vizinha, Beatriz, é uma mulher sofrida, viveu em função de um amor que destruiu, e agora recusa desfazer-se de tudo, como se não aguentasse mais perdas. É uma acumuladora. Vivem sozinhos, são vizinhos no mesmo prédio, mas apenas se conhecem de passagem. Uma história tão comum nas cidades, infelizmente. Até que o destino os junta, porque não têm mais ninguém a quem recorrer. E aqui começamos a descobris as várias camadas da história destas personagens tão peculiares. Através da partilha das memórias e confidências, conhecemos o passado destes dois solitários, que refletem a fragilidade e a força de qualquer um de nós. Enquanto isto, a autora vai abordando períodos da história de Portugal no séc. XX.
É uma história simples, honesta, sem rodeios. Mas está construída em camadas que vamos desvendando à medida que as páginas avançam e somos convidados a refletir sobre a condição humana. A escrita da Isabela Figueiredo já me tinha conquistado no “A Gorda”, agora não tenho dúvidas. A autora organiza bem os acontecimentos, escreve de forma muito fluída e marcante, com uma segurança que nos prende à leitura. Esta história envolve-nos, fica em nós. Estas duas pessoas, com um passado sofrido, acabam por se encontrar e vencer os medos. É uma história sobre vencer a solidão, sobre sair da nossa zona de conforto e deixar que alguém se aproxime, sobre deixar-se conquistar. Porque “Nenhum homem é uma ilha”.
Se já tinha apreciado a epígrafe sonora e as ótimas sugestões musicais do “A Gorda”, também gostei muito do “Som Ambiente” que a autora propõe neste livro!
“Nota sobre fruta feia:
Não há vidas melhores do que outras.
As maçãs da mesma árvore crescem com
diversas formas e tamanhos.
Algumas crescem aleijadas. Os sabores da maçã
mais bonita e o da maçã aleijada são iguais.”
O que me faz gostar deste livro com um título tão sugestivo? A história que parece tão simples: duas pessoas que vivem sozinhas no meio da multidão. Ele, José Viriato, escolheu uma vida simples mas livre e recolhe o que os outros deixam no lixo. Faz-se acompanhar pelos seus cães (adorei os nomes!!!) e move-se na solidão da noite. A vizinha, Beatriz, é uma mulher sofrida, viveu em função de um amor que destruiu, e agora recusa desfazer-se de tudo, como se não aguentasse mais perdas. É uma acumuladora. Vivem sozinhos, são vizinhos no mesmo prédio, mas apenas se conhecem de passagem. Uma história tão comum nas cidades, infelizmente. Até que o destino os junta, porque não têm mais ninguém a quem recorrer. E aqui começamos a descobris as várias camadas da história destas personagens tão peculiares. Através da partilha das memórias e confidências, conhecemos o passado destes dois solitários, que refletem a fragilidade e a força de qualquer um de nós. Enquanto isto, a autora vai abordando períodos da história de Portugal no séc. XX.
É uma história simples, honesta, sem rodeios. Mas está construída em camadas que vamos desvendando à medida que as páginas avançam e somos convidados a refletir sobre a condição humana. A escrita da Isabela Figueiredo já me tinha conquistado no “A Gorda”, agora não tenho dúvidas. A autora organiza bem os acontecimentos, escreve de forma muito fluída e marcante, com uma segurança que nos prende à leitura. Esta história envolve-nos, fica em nós. Estas duas pessoas, com um passado sofrido, acabam por se encontrar e vencer os medos. É uma história sobre vencer a solidão, sobre sair da nossa zona de conforto e deixar que alguém se aproxime, sobre deixar-se conquistar. Porque “Nenhum homem é uma ilha”.
Se já tinha apreciado a epígrafe sonora e as ótimas sugestões musicais do “A Gorda”, também gostei muito do “Som Ambiente” que a autora propõe neste livro!
“Nota sobre fruta feia:
Não há vidas melhores do que outras.
As maçãs da mesma árvore crescem com
diversas formas e tamanhos.
Algumas crescem aleijadas. Os sabores da maçã
mais bonita e o da maçã aleijada são iguais.”
November 26, 2024
Tremendamente bem escrito, com verdadeiro sentimento. Um livro que retrata tão bem a solidão dos que sofrem perdas que lhes ficam cravadas na alma.
Um livro sobre duas personagens não diferentes, mas únicas.
Será que a vida se encarrega de nos levar onde realmente somos precisos?
Um livro sobre duas personagens não diferentes, mas únicas.
Será que a vida se encarrega de nos levar onde realmente somos precisos?
August 31, 2024
3.75⭐️
Este livro é daqueles mesmo complicados para classificar porque adoro a escrita e toda a observação do mundo mundano e as questões e reflexões que surgem em torno das mesmas. Além disso, considero a história única.
No entanto, há algo que para mim falta. Talvez seja demasiado simples (o que enquadra, obviamente, no tema do livro!) ou talvez demasiado repetitivo em certo ponto. Não sei...
Seja como for, continuo curiosa com o futuro trabalho da Isabela e o meu livro não deixa de ter várias passagens maravilhosas sublinhadas 🤭
Este livro é daqueles mesmo complicados para classificar porque adoro a escrita e toda a observação do mundo mundano e as questões e reflexões que surgem em torno das mesmas. Além disso, considero a história única.
No entanto, há algo que para mim falta. Talvez seja demasiado simples (o que enquadra, obviamente, no tema do livro!) ou talvez demasiado repetitivo em certo ponto. Não sei...
Seja como for, continuo curiosa com o futuro trabalho da Isabela e o meu livro não deixa de ter várias passagens maravilhosas sublinhadas 🤭
June 4, 2024
Uma história que me foi conquistando, num misto de curiosidade e arrebatamento.
Nunca havia lido nada de Isabela Figueiredo e este 'Um Cão no meio do Caminho' foi um óptimo início.
Uma escrita simples e profunda ao mesmo tempo, onde alguns temas se elevam - como a solidão, passados mal resolvidos, o amor aos animais ou a coragem para nos assumirmos na diferença - no meio de outros, fazendo a autora lutar, quase sempre com mestria, para não se dispersar perante demasiados ingredientes para esta receita que. no final, acabou por sair muito próxima "do ponto".
"Senãos": algumas mudanças de tema talvez necessitassem de pontes mais suaves em vez do 'decidi mudar de tema pois...' que aparece algumas vezes, ou a abertura de demasiadas vias na história.
Contudo, num e noutro, Isabela Figueiredo soube ultrapassar tais dificuldades, com um mérito que deixo em aberto: na vida, tambám mudamos de tema, de formas mais ou menos repentinas; e também nos tocam várias histórias, em simultâneo ou a tempos, com as quais temos que lidar. Nem sempre a Literatura se atreve a tecer estas considerações de uma forma natural (pois torna a escrita chata, aproximando-a demasiado da realidade). Em 'Um Cão no Meio do Caminho', tudo é real e tudo vai muito para além deste.
O mérito, esse cabe todinho à autora.
Nunca havia lido nada de Isabela Figueiredo e este 'Um Cão no meio do Caminho' foi um óptimo início.
Uma escrita simples e profunda ao mesmo tempo, onde alguns temas se elevam - como a solidão, passados mal resolvidos, o amor aos animais ou a coragem para nos assumirmos na diferença - no meio de outros, fazendo a autora lutar, quase sempre com mestria, para não se dispersar perante demasiados ingredientes para esta receita que. no final, acabou por sair muito próxima "do ponto".
"Senãos": algumas mudanças de tema talvez necessitassem de pontes mais suaves em vez do 'decidi mudar de tema pois...' que aparece algumas vezes, ou a abertura de demasiadas vias na história.
Contudo, num e noutro, Isabela Figueiredo soube ultrapassar tais dificuldades, com um mérito que deixo em aberto: na vida, tambám mudamos de tema, de formas mais ou menos repentinas; e também nos tocam várias histórias, em simultâneo ou a tempos, com as quais temos que lidar. Nem sempre a Literatura se atreve a tecer estas considerações de uma forma natural (pois torna a escrita chata, aproximando-a demasiado da realidade). Em 'Um Cão no Meio do Caminho', tudo é real e tudo vai muito para além deste.
O mérito, esse cabe todinho à autora.
June 17, 2023
Tão bom este "Um cão no meio do caminho"!
José Viriato e Beatriz são vizinhos. Mas mal se conhecem. Só quando Beatriz apanha uma gripe e pede ajuda a José é que se inicía a sua amizade. Ao longo do livro vamos "ouvindo" as suas conversas, as suas histórias, as suas vidas cheias de desencontros e de traumas. Que personagens tão ricas! Tão cheias de camádas que vamos descobrindo pouco a pouco. É mesmo um livros para disfrutar!
A escrita de Isabela Figueiredo é muito boa! Muito clara e cativante. Gostei mesmo muito!
"... mas a morte chegará muito antes. No dia certo. Seguiremos outro caminho. Só as pedras se erguem, intemporais, contemplando o tempo que as esculpe. As pedras estão à nossa frente no caminho evolutivo. Eis onde desejaria chegar. Apenas existir. Como as pedras. "
José Viriato e Beatriz são vizinhos. Mas mal se conhecem. Só quando Beatriz apanha uma gripe e pede ajuda a José é que se inicía a sua amizade. Ao longo do livro vamos "ouvindo" as suas conversas, as suas histórias, as suas vidas cheias de desencontros e de traumas. Que personagens tão ricas! Tão cheias de camádas que vamos descobrindo pouco a pouco. É mesmo um livros para disfrutar!
A escrita de Isabela Figueiredo é muito boa! Muito clara e cativante. Gostei mesmo muito!
"... mas a morte chegará muito antes. No dia certo. Seguiremos outro caminho. Só as pedras se erguem, intemporais, contemplando o tempo que as esculpe. As pedras estão à nossa frente no caminho evolutivo. Eis onde desejaria chegar. Apenas existir. Como as pedras. "
October 8, 2024
Around the Year in 52 Books, Week 32
A book with a number in the title
Escrita envolvente, fiquei muito impressionada com o estilo simples e cativante que a Isabela usa para nos contar esta bela história da vida de José Viriato e a sua vizinha.
Sobre solidão, sobre vidas diferentes que não querem rotinas das 9 às 5. Gostei bastante.
A book with a number in the title
Escrita envolvente, fiquei muito impressionada com o estilo simples e cativante que a Isabela usa para nos contar esta bela história da vida de José Viriato e a sua vizinha.
Sobre solidão, sobre vidas diferentes que não querem rotinas das 9 às 5. Gostei bastante.
June 19, 2024
"Olhei para ela, sorri, e pensei que ninguém entra na nossa vida por acaso."
Pudesse eu dar 10 estrelas a este livro. ❤️
Pudesse eu dar 10 estrelas a este livro. ❤️
September 4, 2023
Quando alguém escreve um livro não poderá ter ideia do impacto que este terá no leitor. Não sabe de que forma quem o lê se apropriará, ou não, da narrativa. Não sei se saberá que alguns leitores passam a leitura de coração apertado e temem pelo desfecho das personagens a quem se ligaram emocionalmente. E transbordam quando leem sobre amor. Amor de todas as formas. Amor que cura e salva.
Quem pega num livro, não tem ideia se este lhe tocará profundamente a alma, se levará a reflexões e confrontos. Se acordará memórias há muito perdidas. Se deixará no livro um pouco de si, se o levará consigo para toda a vida. Se o vai terminar a pensar: preciso voltar a ler este livro.
Um Cão pelo Caminho reclama um regresso à autenticidade e simplicidade do que realmente interessa. Um desprendimento de bens materiais. Um olhar todos os seres vivos com o mesmo respeito. Principalmente os cães que, ao contrário das pessoas, não deixam palavras por dizer nem escondem sentimentos.
Fui convidada a refletir sobre o papel que temos ou podemos ter nas vidas uns dos outros, e principalmente à tomada de consciência do impacto que as nossas decisões e forma de viver a vida têm naqueles que nos são mais próximos. É necessária responsabilidade afetiva, assim como empatia. O ser humano é gregário, precisa de sentir que pertence. Há um sapato para cada pé. Até os mais renegados encontram quem fale a mesma língua. Precisamos uns dos outros.
Urge um olhar aos desprotegidos. Aos deslocados. Os fora da caixa. Os que se rebelam. Que não se encaixam. Os fora do formato, que a sociedade encaminha à exclusão. Descartados. Os idosos. Os orfãos. Os retornados. Os doentes. Loucos.
Já me fazia falta um livro que me fizesse querer ler sem parar e ao mesmo tempo não querer que acabasse. Isto acontece quando a escrita de alguém me atinge a alma. Foi o caso da escrita da Isabela Figueiredo. Obrigada Isabela ✨
Quem pega num livro, não tem ideia se este lhe tocará profundamente a alma, se levará a reflexões e confrontos. Se acordará memórias há muito perdidas. Se deixará no livro um pouco de si, se o levará consigo para toda a vida. Se o vai terminar a pensar: preciso voltar a ler este livro.
Um Cão pelo Caminho reclama um regresso à autenticidade e simplicidade do que realmente interessa. Um desprendimento de bens materiais. Um olhar todos os seres vivos com o mesmo respeito. Principalmente os cães que, ao contrário das pessoas, não deixam palavras por dizer nem escondem sentimentos.
Fui convidada a refletir sobre o papel que temos ou podemos ter nas vidas uns dos outros, e principalmente à tomada de consciência do impacto que as nossas decisões e forma de viver a vida têm naqueles que nos são mais próximos. É necessária responsabilidade afetiva, assim como empatia. O ser humano é gregário, precisa de sentir que pertence. Há um sapato para cada pé. Até os mais renegados encontram quem fale a mesma língua. Precisamos uns dos outros.
Urge um olhar aos desprotegidos. Aos deslocados. Os fora da caixa. Os que se rebelam. Que não se encaixam. Os fora do formato, que a sociedade encaminha à exclusão. Descartados. Os idosos. Os orfãos. Os retornados. Os doentes. Loucos.
Já me fazia falta um livro que me fizesse querer ler sem parar e ao mesmo tempo não querer que acabasse. Isto acontece quando a escrita de alguém me atinge a alma. Foi o caso da escrita da Isabela Figueiredo. Obrigada Isabela ✨
May 26, 2023
Conheci a Isabela Figueiredo muito por acaso e comprei este livro, também ao acaso, quando acompanhei uma amiga a uma sessão do Instituto Camões, em Bruxelas, sobre a sua obra. No fim da apresentação, já após vários spoilers, este era o único livro para venda publicado na língua original portuguesa, portanto trouxe-o e a Isabela assinou-o. Um livro no meio do caminho.
Demorei a sentir-me convencida, mas pouco a pouco o livro vai-nos abraçando. Retrata vidas simples, por sua vez complexas, como as de todos nós, pessoas comuns, pessoas dos bairros residenciais, com pais, mães, animais de estimação, rotinas, angústias e contentamentos. O que torna este livro especial é isso mesmo: é "relatable". No quotidiano da vida na Margem Sul, em Mafra, ou noutras periferias de uma capital, não há fantasia nem ficção científica. Somente a mundanidade de sermos pessoas tão banais quanto bizarras. E porque também há beleza nisso, terminei o livro a sorrir.
Demorei a sentir-me convencida, mas pouco a pouco o livro vai-nos abraçando. Retrata vidas simples, por sua vez complexas, como as de todos nós, pessoas comuns, pessoas dos bairros residenciais, com pais, mães, animais de estimação, rotinas, angústias e contentamentos. O que torna este livro especial é isso mesmo: é "relatable". No quotidiano da vida na Margem Sul, em Mafra, ou noutras periferias de uma capital, não há fantasia nem ficção científica. Somente a mundanidade de sermos pessoas tão banais quanto bizarras. E porque também há beleza nisso, terminei o livro a sorrir.
Read
July 28, 2023Um livro com uma personagem fascinante (José Viriato) que me tocou muito, sobretudo pela forma como humaniza a marginalidade, como apresenta a suburbanidade e como relata as agruras da vida sem cair em sentimentalismos fáceis mas trazendo uma camada emocional muito interessante a uma figura masculina. No entanto, fiquei muito chateada com esta leitura porque acho que o livro acaba por se perder em abordagens panfletárias (a questão dos direitos dos animais que, sendo essencial para a personagem principal, é apresentada em termos pueris) e em algumas personagens que falam como se as tivessem forçado a engolir cassetes (os pais). Por fim, há o tema da Beatriz, de quem por vezes recebemos muito detalhe (demasiado?) , outras vezes apenas umas saídas evasivas e que, no final parece estar lá apenas para ser instrumentalizada e servir as necessidades de José Viriato.
January 16, 2023
«Quando aqueles que amamos se vão embora sentimos que ninguém nos espera e que já não há por quem esperar. Há uma voz estúpida dentro de nós que acredita que alguém nos telefonará de algures, nos dirá que tem saudades, que nos ama e precisa de nós. Que importamos ainda, que tudo pode acontecer no tempo que nos resta. Digo estúpida porque o nosso tempo acabou. Estamos só. Digo estúpida porque tudo morre quando os que amamos se vão embora. O coração vazio é uma casa em ruínas. Uma casa que morre.»
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