Mesclando cenas de pancadaria e sátira social aos membros da Igreja e da Justiça, a peça O Casamento suspeitoso (1957), revela-se como uma comédia de costumes e não embasada no romanceiro nordestino. Sendo a menos rural das peças de Suassuna, não só pelo tema como pela estrutura. A ação se desenrola na casa da matriarca, Dona Guida e a sua problemática é doméstica, tal como em O santo e a porca. Em ambas as peças, os personagens pertencem a famílias constituídas, e a temática é centrada no interesse pelo dinheiro associado ao matrimônio. Os personagens Canção e Gaspar retomam uma tradição do teatro popular, "a dupla circense que o povo, com seu instinto certeiro, batizou admiravelmente de o Palhaço e o Besta", segundo o autor. Ela também é encontrada na propaganda popular nordestina e no bumba-meu-boi, ao mesmo tempo que evoca os empregados espertos e independentes de Molière e da commedia dell`arte. Um traço de ironia na inversão de padrões aliado a uma integração do personagem à sociedade, com happy end e revelação cômica, confere um tom singular à obra. O Casamento suspeitoso mostra uma sociedade voltada para o esnobismo e a difamação. Quem se opõe a ela ou dela é excluída obtém a simpatia da audiência.
Ariano Suassuna (born João Pessoa, 1927) is a Brazilian playwright and author. He is in the "Movemento Amorial". He founded the Student Theater at Federal University of Pernambuco. Four of his plays have been filmed and he is considered one of Brazil's greatest living playwrights. He is also an important regional writer doing various novels set in the Northeast of Brazil. He received an honorary doctorate at a ceremony performed at a circus. He is the author of, among other works, the "Auto da Compadecida" and "A Pedra do Reino". He is a staunch defender of the culture of the Northeast, and his works deal with the popular culture of the Northeast.
E pensar que Suassuna foi criticado por aproveitar personagens. Qual o problema em aproveitar ideias boas,melhor dizendo, excelentes? Amei "O Casamento Suspeitoso" e vou continuar amando tudo que leio deste gênio da nossa literatura.
I remember reading this wonderful book during a trip to Paraíba and it was delicious! I got stuck in the story and laughed a lot! Anyone who says Suassuna is a bad author is blaspheming Brazilian literature.
O Casamento Suspeitoso é uma peça divertida, rápida, com pontos de construção de personagens e enredos muito semelhantes ao Auto da Compadecida. No entanto, me pareceu bem menos envolvente e cativante, não sei se por passar de forma mais rápida entre as cenas ou porque as personagens femininas foram menos cativantes. Ainda assim é uma ótima leitura para aliviar passar o tempo com bom humor.
Com isso, A.S. entrou pro meu círculo de autores clássicos nacionais legais de ler. Suas peças tem toda uma graça cultural que me cativa. No entanto, dar espaço entre as leituras foi bom pois por terem como base um padrão de personalidade e comportamento regional, podem ficar um tanto quanto repetitivas de ler. Tanto que, logo no começo da edição, temos uma nota do autor se referindo a esta crítica e sua justificativa, que valida tanto essa sensação enquanto leitora quanto a intencionalidade do autor naquilo que ele se propos a escrever, e nenhum dos lados está errado.
Um senhor autor brasileiro de peso para se ter na estante.
"Na peça "O Casamento Suspeitoso", escrita em 1957, Ariano Suassuna dá continuidade ao seu projeto de realizar um teatro brasileiro erudito a partir de elementos extraídos da cultura popular, apresentando ainda, como pano de fundo, uma visão religiosa do homem e do mundo com enfoque no pecado da luxúria. A estética circense, já presente no "Auto da Compadecida", permanece aqui, na dupla de personagens formada por Cancão e Gaspar, herdeiros diretos dos palhaços que marcaram o autor desde a infância. Valendo-se de jogos de cena consagrados pela tradição da comédia mediterrânica, Suassuna reafirma neste texto sua mestria absoluta no domínio das situações risíveis."
Uma daquelas obras que dão orgulho de ser brasileira. <3 Suassuna <3
melhor parte foi a nota do autor para a crítica tola da peça claro que isso não tira o fato do texto ser muito dinâmico e interessante, não tive muito apego aos personagens, mas simpatizei com suas "funções"
Depois de ler “Auto da Compadecida”, decidi ler mais coisas de Ariano. Achei uma obra mediana, não chega a ser tão maravilhosa como a primeira. Tem história e personagens mais simples. Pra mim foi mais uma leitura pra passar o tempo enquanto estava em um café, mas me diverti lendo.