O Presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, é sinônimo de uma biodiversidade midiática. Ali está gente famosa que se envolveu no mundo da contravenção e criminosos que saíram do anonimato direto para os holofotes — e, depois, para trás das grades. Ali cumprem pena nomes que chocaram o Brasil com seus crimes e, por isso, não podem cumprir pena em presídios comuns. Ali, estão isolados dos demais detentos por um motivo a fama os coloca em risco — e, às vezes, também os protege. Mas o que acontece depois que os portões de ferro se fecham? Neste mergulho eletrizante e perturbador no cotidiano de uma das penitenciárias mais emblemáticas do Brasil, o jornalista Ullisses Campbell, conhecido por suas investigações precisas e narrativas envolventes do true crime, revela o outro lado da cela. Com acesso a depoimentos exclusivos, documentos e relatos de bastidores, Tremembé mostra o que une – e o que separa – os criminosos famosos e os anônimos que cumprem pena no mesmo lugar. O resultado é um retrato aterrador e por vezes cáustico do sistema penal brasileiro, onde o estrelato não termina com a condenação. Pelo contrá ali dentro, a fama pode significar regalias, rivalidades – e até proteção.
é um livro interessante e muito detalhado. tem muitas repetições, na minha opinião. cada vez que ele citava um criminoso já citado antes ele descrevia seu crime de novo, ainda que brevemente. as fotos no fim de cada capítulo foi uma ideia genial. é inegável que o Ulisses Campbell é um grande e excelente escritor.
gostei das nuances psicológicas abordadas em cada caso, a construção das histórias, a fluidez da escrita e o foco maior nos casos menos conhecidos. revirei os olhos quando vi que teriam alguns casos mais midiáticos mas, na verdade, ele traz muitas informações novas.
masss, o livro é muito detalhado. como jornalista, entendo que a gente sente mais necessidade de explicar tin tin por tin tin, muitas vezes por apego aos textos, mas isso acaba tornando a leitura maçante e entregar as informações extremamente mastigadas acaba dando a sensação de estar subestimando o entendimento do leitor.
comparando com os outros livros do ullisses, senti que fez muita falta detalhar de onde vieram as informações e como/quais foram os contatos com as fontes. tem muitos diálogos que me deixaram na dúvida se eram reais, narrados por uma fonte, ou se foram criados pra interpretação ou fluidez do texto. alguns detalhes específicos também não tiveram explicações, como no capítulo da mãe que deixa a filha sem comer em que ele narra toda a última noite da menina, chegando a detalhar o momento do último suspiro, mas de onde vieram essas informações? ela estava trancada no quarto e sozinha. como ele consegue narrar todo esse período e ainda com detalhes que só a vítima sentiu? a perícia/autópsia conseguiu analisar e supor a ordem dos fatos? tava detalhado no processo? ele consultou algum médico pra entender o que ela deve ter sentido nessa situação? vai saber… por fim, publicar aquela carta no último capitulo é totalmente antiético.
fiquei um pouco decepcionada, gosto muito do autor, mas senti que foi um livro mais voltado pra suprir a curiosidade dos fãs de true crime, num tom quase de fofoca, do que como algo informativo
fiquei impressionada com a qualidade. Este livro-reportagem conta com diversas histórias que se entrelaçam de diversas maneiras, além das paredes que os prendem. O autor mistura narrativas de maneira natural e sempre deixa o seu toque sarcástico. Muito interessante entender mais sobre os casos abordados de maneira real e prática, mas o autor se arrisca em questões filosóficas e flerta com a narrativa romântica ao descrever pensmentos e sonhos vívidos como se os criminosos fossem personagens de uma ficção
Cursed book but not all bad. Not sure how this adds anything positive to society other than feeding the morbid curiosity the topic generates. I suppose it also does the job of teaching the reader just how evil some people can be and how far they will go to justify their heinous actions.
I was drawn to this book because of its true-crime focus and the infamous celebrities who have passed through the Tremembé prison. The research is solid, and there are glimpses of fascinating material about the psychology behind the crimes and what drives certain criminal minds. However, the writing itself falls short. The tone tries too hard to be trendy, using slang that feels forced and out of place, and the narrative often gets bogged down in unnecessary details—what people were wearing or eating during key moments, for instance.
What could have been a compelling sociological study ends up feeling uneven. The glimpses into how these stories reflect broader issues in Brazilian society—poverty, inequality, and the cult of fame—are the book’s strongest points, but they remain underdeveloped. I finished it wishing the author had leaned more on analysis and less on style.
Acredito que de todos os outros livros do Ullisses este seja o mais fraco. Fraco no sentido de que o livro conta a historia de outros detentos de tremembe, mas sem aprofundar demais. Nos outros livros, principalmente no da Suzane, nós conhecemos outras detentas e as histórias foram contadas de forma mais interessante (tia do fogo, por exemplo). Mas no geral é um bom livro pra quem gosta do gênero. É chocante ler sobre alguns dos crimes que os detentos cometeram. No que o ser humano é capaz de fazer.
Achei o primeiro capítulo bem sofrível e só insisti na leitura quando li uma resenha aqui falando que o livro melhora depois dele. E concordo, porque depois a leitura engrenou e fluiu bastante, como os outros dois livros do Ullisses que li (sobre Suzane e sobre Elize).
Gostei do livro e achei que as histórias foram bem diversas e bem selecionadas (exceto talvez pela primeira, sobre a freira presa na ditadura) para mostrar que tipo de criminosos param em Tremembé, como funciona a dinâmica na prisão, etc. Apesar de muitos casos serem chocantes, bem mais do que os mais famosos (como o da Suzane ou do assassino da Eloá), o livro conseguiu até tirar umas boas risadas, porque tem muito caso absurdo que te deixa ou sem reação, ou rindo da loucura da coisa toda, mesmo que você consiga reconhecer a tragédia que está sendo narrada.
O livro é realmente uma montanha russa emocional: fiquei de coração partido com o filho gay morto pela mãe; indignada com a tietagem em cima de Suzane (principalmente em contraposição ao irmão, a única vítima viva dela); um pouco tocada com o desenvolvimento da relação entre Gil Rugai e o policial machão; frustrada com o caso do surto psicótico que levou a uma tragédia evitável; enojada com o playboy do Porsche e sua mãe grotesca; paranoica com o médico estuprador de pacientes vulneráveis; com inveja das atividades e das oportunidades de socialização oferecidas na prisão; e por aí vai...
Enfim, gostei bastante e agora vou ficar em crise de abstinência torcendo pro Ullisses lançar o "Suzane 4.0" algum dia :D
Neste livro, Ulisses mistura histórias de pessoas pouco conhecidas com relatos de criminosos famosos que cumpriram, ou ainda cumprem, pena na penitenciária de Tremembé. Confesso que o primeiro capítulo não me agradou tanto. É extenso e se distancia um pouco do tema central ao se aprofundar na vida de Madre Maurina, uma vítima da ditadura. Embora sua história seja interessante (eu mesma desconhecia as perseguições sofridas por religiosas nesse período), a escolha de colocá-la logo na abertura me frustrou um pouco. Madre Maurina passou pouquíssimo tempo em Tremembé, e talvez esse relato funcionasse melhor como um capítulo final, um complemento.
Diferente de outros livros de Ulisses (li todos os anteriores), neste ele fala pouco sobre como obteve as informações que apresenta, o que senti um pouco de falta. Apesar disso, o livro é envolvente (exceto o início) e me manteve interessada até o fim. É uma leitura instigante para quem gosta de refletir sobre o comportamento humano e os limites da nossa humanidade. Algumas histórias são fortes, chegam a revirar o estômago, mas justamente por isso nos fazem pensar sobre o que é o bem e o mal.
Livro que traz histórias chocantes, e reais. Excelente leitura pra quem se interessa por true crimes! Percebe-se o profundo trabalho de pesquisa.
Maravilhosa, muito bem escrito, recomendo história que jamais imaginava, acontecimentos que jamais seriam ditos. Muito bom, e uma visão de entender um pouco que basta um momento de delírios para acabar a vida de uma pessoa.
Mais que recomendado!
Dica de livro: Lady Killers
CURIOSIDADES:
A Câmara dos Deputados aprovou na Comissão de Constituição e Justiça um projeto de lei que proíbe pessoas condenadas pela Justiça de receber qualquer remuneração decorrente de obras intelectuais — como livros, filmes, séries ou entrevistas — que tratem dos crimes que cometeram, inserindo a vedação na Lei de Direitos Autorais para evitar que criminosos lucrem com a exploração econômica de seus delitos; o texto, relatado pela deputada Bia Kicis (PL-DF) e originado no PL 5912/23, segue agora para análise no Senado, e prevê ainda que eventuais valores recebidos sejam revertidos às vítimas ou seus herdeiros, inclusive com indenização por danos morais, independentemente de outras reparações já pagas.
Confesso que esperava mais do livro. A leitura até prende e sempre se quer continuar, mas a escrita é bastante simplória, bem básica mesmo. O que mais me incomodou, porém, foi perceber que em alguns momentos o autor faltou com ética no que relatou, o que tira muito do valor do livro para mim. Mas no geral, bom pra matar o tempo se tu gostas de true crime brasileiro.
Um ótimo livro. Eu nunca li uma apresentação tão impactante, uma escrita espetacular. Os crimes que conhecemos nao são nada perto dos anônimos. Apesar disso os crimonosos são humanos, nem todos sao monstros.
Um verdadeiro mosaico, com histórias reais e incrivelmente distintas entre si. Acaba por dar ao leitor uma dimensão do que é o fenômeno do crime e do sistema punitivo. Maravilhoso!
3.5*** legal, mas tinha uns momentos que pareciam tentativas de alívio cômico que eu achei desnecessárias, embora eu tenha me divertido (???) enqt ouvia o audiobook.
Não esse não é o livro que deu origem a primeira temporada da série Tremembé, mas a segunda temporada vai ser baseada em alguns capítulos desse livro !
Aqui o Ulisses vai nos apresentar alguns casos que não tiveram tanta atenção da mídia na época em que foram cometidos, mas que devido a crueldade deles, os culpados não ficariam seguros em nenhum outro lugar, claro que teremos também alguns casos famosos ou crimes cometidos por pessoas famosas.
O livro foi construído como se fosse uma coletânea de novelas, cada capitulo conta a história de um ou mais crimes, tendo como foco a vida do criminoso dentro dos muros de Tremembé.
Tremembé é uma prisão diferente de todas as outras, lá os presos no regime Semi-Aberto realmente vivem com algumas regalias, mas como os próprios presos falam cheio de regras, qualquer erro pode fazer com que regridam o regime.
Não vou falar aqui dos criminosos que todos conhecem como a Suzanne , Elise , Irmãos Cravinhos, Gil Rugai, Robinho, Thiago Brennan, todos esses casos tiveram grande repercussão.
Mas esse livro vai nos apresentar criminosos ainda piores como o cometido contra uma Freira a Madre Laurina, que foi acusada injustamente de conspirar com Comunistas na época da Ditadura Militar, ela foi torturada, espancada, abusada, e depois trancafiada em uma cadeia, sem direito a defesa, no fim da sua vida ela conseguiu a liberdade, mas nunca esqueceu todos os horrores que passou.
Temos também alguns crimes sem nenhum tipo de violência como a história da Dominique Scharf, que nasceu e cresceu em uma familia abastada, mas achava a vida sem graça, e por isso aplicava pequenos golpes, e sempre conseguiu se safar, até que ela e o seu comparsa cometeram um grave erro e acabaram atrás das grades.
Mas claro que o Ulisses não ia deixar de lado o pior lado da humanindade, como o caso da mulher que simplesmente prostituia a sua filha de cerca de 11 anos de idade, ou então a mulher que mandou matar e queimou o corpo do seu filho apenas por ele ser homossexual.
As histórias atrás daqueles muros são as piores possíveis, e a gente como sociedade tem que aceitar que depois de um tempo eles podem simplesmente voltar a viver em sociedade, afinal pagaram o que deviam.
O que vocês acham, essas pessoas são capazes de viver em sociedade ?? Ou na primeira oportunidade elas vão cometer as mesmas atrocidades ???
Como disse a Sandrão em entrevista recente, que está em Tremembé não quer sair de lá nunca mais, mas será que essas pessoas são capazes de qualquer coisa pra voltar ???