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A chuva que lança a areia do Saara

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O regresso de Ana Margarida de Carvalho à ficção longa, num romance de fulgor inédito, repleto de personagens ímpares, que merecem lugar de destaque no panteão da grande literatura.

Uma carroça afasta-se, lesta, da costa. Na parte de trás, jaz Firmino, feito prisioneiro e condenado, sem saber, a trabalhos forçados numa pedreira escondida no côncavo de um Portugal remoto. Os homens que aí trabalham a pedra, dela querendo extrair um anjo, fazem-no em nome de uma fé sujeita aos caprichos de um pároco ávido de milagres, um artista cego e um burlão de meia-idade, abastado e caprichoso.

Há também nesta história uma mulher sem nariz, uma viúva com arroubos de paixão, um cobarde violador, um lobo que nunca existiu, um cão que abandonou o dono, uma queda-d'água desviada, um apicultor por quem todos se enamoram e duas gémeas siamesas unidas pela ilharga. E, tudo cobrindo de um tom ocre, as poeiras migrantes do Saara, que viajam milhares de quilómetros para turvarem as vistas sempre que algo inesperado está para acontecer.

Galardoada com os mais prestigiados prémios literários, Ana Margarida de Carvalho regressa ao romance com um livro de fulgor inédito, repleto de personagens ímpares, que merecem lugar de destaque no panteão da grande literatura.

Os elogios da crítica


«A chuva que lança a areia do Saara vai sobressaltar leitores e a paisagem dominante da ficção portuguesa. [...] Uma obra de engenharia.»
Teresa Carvalho


«Ana Margarida de Carvalho domina como muito poucos a arte de construir personagens.»
Nuno Artur Silva


«Que importa a fúria do mar é um gato que foi de uma autora e que muda de dono e se aninha nos leitores. É um parafuso que anda às voltas para furar a direito.»
Afonso Cruz, Visão


«Inesquecível. [Que importa a fúria do mar] vem confirmar que a literatura não está entregue ao facilitismo.»
João Céu e Silva, Diário de Notícias


«Há muito que não se saboreava uma prosa tão rica, cheia de expressões que quase se mastigam mentalmente, fazendo-nos voltar atrás, rebobinar a leitura […], sentir o prazer intenso do texto.»
José Manuel Vasconcelos, jurado do Grande Prémio de Romance e Novela APE-DGLAB sobre Que importa a fúria do mar


«Uma prosa de altíssima qualidade, criativa, fluida e de raríssimo fulgor.»
José Mário Silva, Expresso (sobre Não se pode morar nos olhos de um gato)


«Ao longo das páginas não há um momento de sossego para quem as vai virando uma atrás da outra de forma urgente, tal é a forma como Ana Margarida de Carvalho maneja o chicote da escrita. [...] Se houvesse que reduzir este livro a um conceito ele seria a realização de um auto de fé.

266 pages, Kindle Edition

Published September 22, 2025

15 people want to read

About the author

Ana Margarida de Carvalho

21 books56 followers
ANA MARGARIDA DE CARVALHO nasceu em Lisboa, onde fez a licenciatura em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa (1992). Viria a tornar jornalista, assinando reportagens que lhe valeram sete dos mais prestigiados prémios do jornalismo português, entre os quais o Prémio Gazeta Revelação do Clube de Jornalistas de Lisboa, do Clube de Jornalistas do Porto ou da Casa de Imprensa. Passou pela redacção da SIC e publicou artigos na revista Ler, no Jornal de Letras, na Marie Claire e na Visão, onde ocupa actualmente o cargo de Grande Repórter e faz crítica cinematográfica no roteiro e no site de cinema oficial da revista, o Final Cut. Leccionou workshops de Escrita Criativa, foi jurada em vários concursos oficiais e festivais cinematográficos e é autora de reportagens reunidas em colectâneas, de crónicas, de guiões subsidiados pelo ICA e de uma peça de teatro.

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Displaying 1 - 4 of 4 reviews
Profile Image for Vera Sopa.
733 reviews71 followers
October 26, 2025
A escrita de Ana Margarida de Carvalho cativa e prende com as imagens que cria e a musicalidade das palavras que fluem abundantemente.
O “diálogo” do bêbedo intriga mas a história vicia quando uma mulher adorável, medonha, impiedosa mas irresistível, num lugar esquecido como uma pedreira toma conta das desgraças que precisam de conserto ou lhes dá um fim digno. E ambos se confessam à mãe em pensamento.
Uma história que encadeia noutra num crescendo de ansiedade para apurar um drama expectável e alguma inesperada diversão com a tola e cruel viúva.

Incrível. Li devagar por me surpreender pela linguagem e construção da narrativa que nos dá várias lições de vida. Um devaneio com personagens invulgares. “É preciso partir para poder regressar. E a água sabe sempre o melhor caminho.”
Profile Image for Eduricardo.
9 reviews2 followers
October 20, 2025
Da extrema violência até ao mais sensível lirismo, todas as emoções e sentimentos que percorrem o ser humano na sua luta pela sobrevivência estão presentes nesta torrencial sequência de fortíssimas imagens. Expressam-se por meio de uma escrita que, mais do que envolver, introduz o leitor na aridez do ambiente, nos cheiros, nas dores e nas angústias das personagens, no turbilhão das águas, no ruído da luta entre ferro e pedra…
Ana Margarida de Carvalho escreveu como a Paula Rego pintava.
Profile Image for Regina Barata.
284 reviews6 followers
November 21, 2025
Num local do interior de Portugal os homens trabalham numa pedreira que, sob as ordens de um escultor cego, se transforma lentamente no baixo relevo que assinala o suposto milagre que aí aconteceu.
Este lugar ermo é o ponto de encontro dos vários personagens com quem, como a autora escreve: Deus joga aos dardos e não aos dados. Aqui desembocam as vidas sofridas das figuras que vamos conhecendo ao longo do livro e que tentam levar os seus barcos carregados de dor, mágoas e violência para águas mais tranquilas.
Água que é personagem fundamental desta história cuja narrativa nos conduz através de um turbilhão de emoções, dramas e devaneios.
Escrita literária e sofisticada, a exigir concentração e a oferecer poesia e humor, referências de todos os tipos e muitos trocadilhos.
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